Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os Seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? João 9:1, 2
O rabino Harold S. Kushner conta que conheceu um garoto de 11 anos que se submeteu a um exame de vista na escola. Foi constatado um grau de miopia suficiente para o uso de óculos. Ninguém ficou chocado com isso, pois tanto seus pais como sua irmã mais velha usavam óculos. “Mas o garoto ficou profundamente transtornado com o fato, não se abrindo, porém, com ninguém. Finalmente, certa noite, quando a mãe o colocava na cama, a verdade apareceu. Uma semana antes do exame de vista, o garoto e dois outros amigos mais velhos examinaram um monte de velharias que um vizinho colecionava e descobriram um exemplar da revista Playboy. Com o sentimento de que estavam fazendo algo perverso, eles passaram algum tempo olhando para as fotografias de mulheres nuas. Dias mais tarde, diante do resultado do exame de vista na escola, ele tirou a conclusão de que Deus iniciara o processo de puni-lo com a cegueira por ter olhado para aquelas fotografias” (Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 20).
Os judeus acreditavam que os sofrimentos desta vida eram castigos divinos pelo pecado. Os rabinos ensinavam ainda que Deus era muito cuidadoso, no sentido de punir cada pecado na medida exata. Sansão, por exemplo, cedeu ao desejo dos olhos, e como consequência, os filisteus lhe vazaram os olhos. Absalão se orgulhava de seu cabelo e por isso morreu pendurado pelos cabelos. E por aí afora.
Mas Cristo condenou esse raciocínio, dizendo: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:3). Uma tradução mais compreensível seria: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas como resultado de seu sofrimento, as obras de Deus serão manifestadas nele.” Jesus “não explicou a causa da aflição do homem, mas disse-lhes qual seria o resultado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 471).
É verdade que os filhos muitas vezes colhem os resultados das transgressões dos pais. Mas não se deve confundir lei da causalidade com castigo divino. São duas coisas diferentes. O profeta Oseias já dizia: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas” (Os 8:7). Isso é causa e efeito.
A punição pelo pecado, porém, não é aplicada agora. Será no dia do juízo.
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