terça-feira, 15 de novembro de 2011

O que o Amor Não Faz

O amor nunca perece. 1 Coríntios 13:8

Assim como a célula humana, o amor continua rodeado de uma aura de mistério, mas é vital para nossa existência.

A descrição de Paulo do verdadeiro amor é mais do que paixão, sentimento ou emoção. Nos versos 4 a 7 do capítulo 13 de Coríntios, as credenciais do amor são apresentadas tanto do lado positivo, mostrando como o amor opera, quanto do lado negativo, em relação ao que o amor evita e não faz. Para Paulo, o amor é visto nas atitudes. Podemos fazer boas coisas sem, no entanto, apresentar boa atitude. Quais são essas atitudes da excelência no amor?

Ele começa dizendo que “o amor não é invejoso”. Você pode também pensar no ciúme, que é primo da inveja. Ao dizer que o amor não é invejoso, ele está dizendo que o amor se regozija com o sucesso de outras pessoas. O amor não vai torcer para que o outro tropece a fim de que você cresça. Não vai olhar com raiva para o colega de trabalho só porque ele fez melhor do que você faz.

O amor também “não se vangloria, nem se orgulha”. Usamos símbolos para nos vangloriar: roupas, carros, títulos, lugar em que trabalhamos; ou cultivamos amizade com pessoas com as quais desejamos ser vistos. O amor não se orgulha por isso.

O amor também “não guarda rancor”. Não pensa em vingança, nem faz compilação estatística dos erros.

E no bojo desses pensamentos sobre o que o amor não é, John Powell diz: “O amor realmente não é cego. É supervidente. A pessoa amorosa vê em outrem coisas que olhos sem amor jamais conseguem ver.” Pergunte às moças e rapazes que estão namorando e você comprovará que eles veem no namorado(a) qualidades que outros não veem.

Uma das ideias que mais se repetem sobre o amor de Deus na Bíblia é a de que o amor é incondicional. O amor condicional está em todos os lugares. Em termos humanos, o amor depende da aparência, de quão bem atuamos na função que ocupamos, do que temos, de como nos comportamos, e se dizemos o que o outro quer ouvir. Mas o amor de Deus não depende de aparência, atuação ou comportamento. Não há nenhuma condição estabelecida por Deus para que Ele nos ame.

Depois de falar tudo o que lhe veio à mente sobre o amor, Paulo acrescentou: “Sigam o caminho do amor” (1Co 14:1). Esse é um bom conselho!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O que o Amor Faz

O amor é capaz de superar tudo. 1 Coríntios 13:7, Phillips

Paulo tinha uma apreciação especial pela igreja de Corinto. Parece ter sido uma igreja com muita gente talentosa, e ao mesmo tempo uma igreja dividida. Alguns membros se julgavam mais espirituais pelo fato de terem mais dons do que outros.

Tendo isso em vista, em 1 Coríntios 12, ele fala da igreja como corpo, sobre a distribuição dos dons, e no capítulo 14 fala do dom de profecia e do dom de línguas. Entre esses dois capítulos, ele coloca o capítulo do amor. Ele está dizendo que você pode ser um grande orador, um grande cantor e um grande intérprete, até ajudar a quem precisa, mas se não tiver amor, você é “zero”, “nada”.

Assim, em lugar de definir o que é amar, ele mostra o que o amor faz. Em quinze expressões, ele apresenta o espectro total do amor, sendo sete expressões positivas e oito negativas: o que o amor faz e o que o amor não faz.

J. B. Phillips apresenta a seguinte paráfrase dos versos 4 a 7: “Este amor de que estou falando demora a perder a paciência – ele busca uma maneira de ser construtivo. Não é possessivo, não está preocupado em impressionar, nem acalenta ideias exageradas sobre sua própria importância. O amor se comporta bem e não busca vantagem própria. Não é melindroso. Não guarda ressentimento nem se alegra com a infelicidade das outras pessoas. Pelo contrário, participa da alegria dos que vivem de acordo com a verdade. O amor não conhece limites para sua paciência, fim para sua confiança nem enfraquecimento de sua esperança; ele é capaz de superar tudo.”

Ao falar das qualidades positivas do amor, Paulo começa dizendo que o amor é paciente e bondoso. Quem colocaria a paciência como uma das primeiras características do amor? Mas é isso que Deus inspirou Paulo a escrever. A paciência nos ajuda a aguardar a resposta daquilo que está sendo buscado, a suportar as pessoas e tratá-las bem.

“O amor se alegra com a verdade” (v. 6). Isso abrange a ideia de ficar em silêncio em relação às faltas dos outros. Não estar desejoso de inspecionar a debilidade dos outros.

“O amor tudo crê” (v. 7), ou seja, o amor e a fé também caminham juntos. O amor vê o outro como uma pessoa em quem confiar. O amor crê que o outro vai se regenerar; que ele não é incorrigível. O pai crê na volta do filho pródigo; e a esposa do bêbado pode acreditar na recuperação do marido.

Senhor, que eu possa refletir em minha vida o Teu amor!

domingo, 13 de novembro de 2011

A Mais Doce de Todas as Palavras

Cremos que somos salvos pela graça do nosso Senhor Jesus. Atos 15:11

Tanto quanto eu saiba, não existe nenhum estudo ou pesquisa para identificar quais são as “Dez Palavras Mais” na língua portuguesa. No entanto, Wilfred Funk, publicitário e editor de dicionários, sugeriu as “Dez Palavras Mais” na língua inglesa: “‘Sozinho’, a mais amarga; ‘mãe’, a mais respeitada; ‘morte’, a mais trágica; ‘fé’, a de maior conforto; ‘esquecido’, a mais triste; ‘amor’, a mais bonita; ‘vingança’, a mais cruel; ‘amizade’, a mais cordial; ‘não’, a mais fria; ‘tranquilidade’, a mais pacífica.”

Também não vi até agora nenhuma tentativa por parte de oradores ou escritores de identificar as “Dez Palavras Mais” da Bíblia. “Graça”, considerada a palavra mais doce na Bíblia, é usada mais de 150 vezes no Novo Testamento. E o interessante é que mesmo Jesus, sendo Ele próprio a definição e a expressão viva da graça, nunca usou essa palavra.

O conceito de graça não existe no mundo agitado dos negócios nem no mundo empresarial. Você tem que fazer seu caminho por si mesmo. Nesse setor, não existe semelhante coisa como receber sem merecer. Seria desperdício ou injustiça.

Mas imagine se deletássemos a palavra “graça” do vocabulário cristão. O que aconteceria? Qual é a nossa doutrina peculiar? Graça. Que fonte de inspiração teria a música sacra se não fosse a graça? Qual é a palavra que deve ser mais escutada na igreja? Graça. O que professores e alunos deveriam sentir e fazer predominar na atmosfera escolar, desde a sala da diretoria, nas classes e em todos os departamentos? Graça. Que palavra deve ser sentida no canto e recanto de cada lar e orientar o relacionamento entre todos os seus componentes? Graça.

Na esfera da salvação, existem muitas vozes e muitas placas de indicação. Existem aqueles que ensinam que salvação é fazer. Você tem que ajudar os pobres, participar das campanhas, ser parte de grupos de apoio, estar sempre fazendo alguma coisa. Outros ensinam que a salvação é não fazer. Você tem que se abster de mentir, roubar ou matar. Porém, Deus, quando define salvação, simplesmente diz: está feito.

Deus trouxe a graça por meio de Seu Filho, e tudo o que temos que fazer é recebê-la. Graça de Deus + fé do pecador = salvação.

sábado, 12 de novembro de 2011

Entregando-se a Deus

O meu futuro está nas Tuas mãos. Salmo 31:15

Os salmos são uma espécie de janela devocional. Algumas vezes, há palavras de encorajamento; outras vezes, de lamento; e em outras, desejo de justiça. Os salmos também são comparados a um espelho em que nos olhamos e vemos refletidos nossa vida e nosso interior, e ao mesmo tempo a ajuda e a solução. Em qualquer experiência, seja ela de frustração ou de alegria, vamos encontrar salmos que fazem eco a essas emoções. O Salmo 31, por exemplo, contém uma oração na qual Davi mostra seu profundo apego a Deus.

“Sê minha rocha de refúgio, uma fortaleza poderosa para me salvar” (v. 2). Às vezes, é uma notícia incompleta, pintando um quadro desolador sobre a situação. Ou uma preocupação que aterrissa em sua mente e dela não sai, por mais esforço ou exercício mental que se faça. Pode ser também uma difamação que ameaça sua reputação. Muitos dias, ao se aproximar a noite, pensamos: “Como vou dormir hoje?” Qualquer que fosse o motivo que aparecesse para lhe roubar a paz, Davi se expressava dizendo: “Sê minha rocha de refúgio.”

“Nas Tuas mãos entrego o Meu espírito” (v. 5). Essa foi uma das sete frases que Jesus pronunciou na cruz. Alguns eruditos bíblicos acreditam que essa era a primeira oração que as mães israelitas ensinavam a seus filhos. Outra tradução diz: “Nas Tuas mãos entrego a minha vida” (NTLH).

“O meu futuro está nas Tuas mãos. [...] Salva-me por Teu amor leal” (v. 15, 16). Essa expressão está assim na versão A Bíblia Viva: “Todos os dias da minha vida são controlados por Ti”, ou seja, toda a nossa peregrinação está nas mãos de Deus. Que fases da sua vida você já viveu? Em qual delas você se encontra agora?

Você está na fase adulta, com as responsabilidades de trabalho, desafios da função, do sustento da família, da educação dos filhos, realização pessoal, empreendimentos? Ou ainda está na juventude, terminando os estudos, preparando-se para casar? Você pode dizer: “Todos os dias da minha vida estão em Tuas mãos.”

Ou, quem sabe, já está nos últimos dias da carreira, colhendo os frutos daquilo que você semeou. Seja qual for a fase da sua vida – seja nos estudos, nos trabalhos ou nas perspectivas futuras – afirme sua fé e agradeça a Deus por ter conduzido sua vida até aqui.

“Amem o Senhor [...]. Sejam fortes e corajosos, todos vocês que esperam no Senhor!” (v. 23, 24).

Termine este momento de meditação colocando seu nome: “____________, ame o Senhor!”

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ministrando aos Solteiros

Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. Filipenses 4:10

As cerimônias religiosas dos casamentos nas igrejas são bem organizadas para a alegria e contentamento de todos. No meio da assistência de qualquer casamento, encontra-se um grupo que está na idade de casar e ainda não se casou.

O que traz constrangimento é escutar, em tom de brincadeira, para uma ou mais garotas na casa dos trinta ou mais: “E quando vai ser o seu, hein?” Mesmo em tom de brincadeira, isso faz disparar na hora errada um sentimento de frustração na pessoa para quem se falou, o que estraga o clima no restante da festa.

De que maneira os casados podem ajudar os jovens solteiros? Evitando dizer frases com a intenção de animar, mas que não ajudam:
“Você escolhe demais” – As mulheres cristãs querem, em resumo, encontrar um homem que ame a Deus. Quando falamos assim, estamos presumindo que há um suprimento ilimitado de homens, o que não é verdade.

“Ah, mas o que você precisa é contentar-se” – É fácil aceitar, se a pessoa está na casa dos vinte anos, mas não para quem está no meio dos trinta ou mais.

“Para você conseguir alguém especial, você tem de ser especial” – Quer dizer, você precisa mudar, há algo errado com você.

“O casamento não resolve todos os problemas” – Isso é verdade, mas muitas pessoas solteiras escolheriam viver uma vida feliz ao lado de alguém, em vez de permanecer sozinhas.

“Você é uma pessoa tão especial, não entendo como não se casou ainda” – E se um solteiro fizesse a mesma pergunta para o casado: “Você é tão especial, por que se casou?”

Será que estamos usando lentes diferentes para solteiros e casados, usando ministérios adequados para atendê-los? Precisamos criar uma cultura que valorize também os solteiros. Com preconceito, nossa atitude demonstra que uma pessoa que já alcançou a meia-idade e não se casou, é porque tem algum problema.

Essa cultura de valorização dos solteiros pode ser praticada levando-se em conta alguns pontos: (1) pregar positivamente sobre os solteiros, (2) não segregá-los, e (3) permitir-lhes assumir posições de responsabilidade.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Transformados à Sua Imagem

Essa glória vai ficando cada vez mais brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos com o Senhor. 2 Coríntios 3:18, NTLH

Deus transforma nossa vida desde o momento em que nascemos. Primeiro fisicamente: crescemos, adquirimos força física, brincamos e jogamos. Mentalmente, vamos à escola, melhoramos a memória, aprendemos a tocar algum instrumento, crescemos intelectualmente. Emocionalmente, nos relacionamos com outros, e espiritualmente temos a proximidade de Deus, ao ler Sua Palavra e perceber Sua direção em nossa vida.

O processo de transformação espiritual começa no dia em que nos entregamos a Jesus. Deus coloca à nossa disposição todos os recursos do Céu para que possamos crescer e nos tornar mais como Jesus. A salvação inclui graça e transformação. Se separarmos essas duas coisas, a salvação se torna uma impossibilidade.

A transformação começa quando surge um desejo permanente dentro de nós de mudar e nos tornar cada vez mais semelhantes a Jesus.

Assim que você entra nessa escola, você aprende que:

1. Deus o ama da maneira como você é.
2. Ele o ama tanto que não vai deixá-lo ficar do mesmo jeito. Ele quer mudar e moldar nosso caráter. Quer trabalhar nossos valores e prioridades. Quer nos dar sabedoria.
3. Você viverá como nova criatura (2Co 5:17). Como você se sentiria se, mais ou menos na mesma hora do dia, seu filho repetisse os mesmos pedidos, com as mesmas palavras, dia após dia?

O resultado é que pela contemplação do caráter de Jesus seremos transformados à Sua semelhança. Somente a graça de Cristo pode mudar o coração, e então você refletirá a imagem do Senhor Jesus.

A fim de sermos transformados, Deus cria em nossa agenda brechas oportunas, para sussurrar ao nosso ouvido algumas coisas. Começamos a nos analisar e ver se estamos satisfeitos com nossa vida espiritual, tentando descobrir o que está faltando. Na contemplação, somos transformados.

“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3:18).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma Questão do Coração

Guardei no coração a Tua palavra para não pecar contra Ti. Salmo 119:11

O Salmo 119 é um poema com 22 estrofes, e cada uma dessas estrofes leva como título uma das 28 letras do alfabeto hebraico. O título da primeira estrofe é Aleph, a primeira letra do alfabeto, e assim todas as estrofes são nomeadas com o restante das letras.

No maior livro da Bíblia, o maior capítulo exalta e celebra a lei, a Palavra de Deus. A Bíblia é chamada pelo salmista como “Tua Palavra”. A Bíblia pode ser, na estante, o livro mais importante ou pode ser como qualquer outro livro. A diferença está na quantidade de tempo que lhe dedicamos e para que a usamos.

Uma das coisas fascinantes na Bíblia é que ela é um livro para gente jovem.Verso 9 – Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Nesse verso está a pergunta mais difícil a ser respondida por um jovem: Como pode se manter puro diante de tanta imoralidade aberta e disponível a qualquer hora? Já que tem tanta energia e hormônios à flor da pele, como o jovem pode ser e se manter puro?

Como podemos salvar o coração, a mente e o corpo do jovem? Seria bom que essa pergunta fizesse parte de sua oração: “Como posso manter puro meu coração?” A resposta é clara. A Bíblia deve ser nosso guia e devemos cuidar para exercitar vigilância, para que nossa vida esteja de acordo com o que Deus pede.

Verso 11 – Guardei no coração a Tua palavra. Que lugar melhor existiria ou que solo seria mais fértil para a Bíblia do que um novo coração?

Vamos esconder, entesourar, guardar dentro do coração renovado a Palavra de Deus!

Spurgeon resumia o verso 11 da seguinte maneira: “A melhor coisa, no melhor lugar, para o melhor propósito.” Ou seja, a melhor coisa – a Palavra de Deus; no melhor lugar – o coração; para o melhor propósito – guardar-nos de pecar.

“A Tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Sl 119:105). A lei, ou a Palavra de Deus, não se apresenta como espelho, mas como lâmpada para nossos pés. E já que é uma lâmpada para os pés, somos capazes de andar confiantes onde antes tropeçávamos. “Uma luz, nova e preciosa, irradia de cada página. A verdade é revelada, palavras e frases se tornam claras e apropriadas para a ocasião” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 132).

A Bíblia é mesmo a Palavra de Deus!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Conversa ao Pé da Fogueira – 2

Quando [os discípulos] desembarcaram, viram ali uma fogueira. João 21:9

Esta seção em minha Bíblia tem o título de “Jesus restaura a Pedro”, e é uma espécie de modelo daquilo que Jesus faz todos os dias na vida de milhares de pessoas, inclusive na sua e na minha. A história se passa também ao pé de uma fogueira. Mesmo que vários discípulos tivessem participado dessa pesca, nem todos permaneceram ali. Por uma providência que só Deus sabe como arranjar, levando as pessoas para longe quando um amigo tem que conversar com o outro para ajudá-lo, todos se retiram da cena, ficando apenas Jesus e Pedro.

Será que Pedro poderia voltar a ser o que era antes, recuperando sua credibilidade? Será que podemos voltar atrás do nosso erro? Será que Pedro estava se lembrando de outra fogueira algumas semanas antes? Nesta hora, ele nem levantava os olhos. De outras vezes tão intempestivo, afoito e pronto a falar, agora estava silencioso. Cutucava a fogueira e mexia nas brasas porque não sabia o que dizer.

Jesus tomou a iniciativa e quebrou o silêncio, num tom de voz próprio de um diálogo amistoso. Jesus não disse: “Pedro, eu contava com você. De todos os discípulos, você foi o único que disse que ia ficar comigo até o fim e foi embora, justamente no pior momento!”

O diálogo foi bem outro: “Pedro, você Me ama de verdade? Mais do que a seus amigos? Mais do que a esses barcos? Mais do que a sua família?” Mas Pedro não estava com muita disposição para falar, e nem mesmo levantava o olhar para conversar com Jesus. Mexia nas brasas para esconder os soluços, e Jesus respeitou esse momento.

Quando perguntou novamente, Pedro respondeu: “Senhor, eu sou Teu amigo.” Ah! Jesus havia rompido o selo de autoconfiança do discípulo. Agora Pedro podia olhar diretamente para Jesus. “Senhor, Tu sabes tudo. Sabes o que está em meu coração. Eu não quero errar de novo.”

É sempre assim. No escorregão, na queda, Jesus toma a iniciativa e Se aproxima de nós. A pergunta que Ele fez para Pedro é a que também faz para nós: “Você permite que Eu o ame?”

Como Ele está mais interessado na direção em que você está indo do que onde você esteve, então não temos por que ficar envelopados ou enredados em sentimentos de autocondenação. Devemos nos tornar acessíveis a Jesus. Ele vai dizer: “Deixe que Eu o ame. Conheço as suas esperanças. Não precisa tentar fazer nada para ganhar Meu amor. Tudo o que Eu quero é que Me permita amar você.”

É verdade! Nada como um encontro ao pé da fogueira!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Conversa ao Pé da Fogueira – 1

Quando acenderam um fogo no meio do pátio e se sentaram ao redor dele, Pedro sentou-se com eles. Lucas 22:55

Mesmo com videogames e DVDs competindo para ocupar lugar nos acampamentos de fim de semana, a fogueira não perdeu seu lugar. Ela ainda tem sua atração natural. Sentir de perto o calor do fogo; ver as chamas crescerem, formando silhuetas bonitas para ser fotografadas; as faíscas subindo no ar; os insetos atraídos pela luz e que se aventuram a passar perto do fogo – são coisas interessantes de se notar. Sem falar no poder catalisador da fogueira reunindo as pessoas ao seu redor, especialmente quando faz frio.

Fogueira em noite fria não é novidade. João conta que, na noite do interrogatório de Jesus, aqueles que iam passar a madrugada ao ar livre fizeram no pátio do sumo sacerdote uma fogueira para se aquecer. “Fazia frio; os servos e os guardas estavam ao redor de uma fogueira que haviam feito para se aquecerem. Pedro também estava em pé com eles, aquecendo-se” (Jo 18:18).

Algumas horas antes, Pedro havia jurado lealdade a Jesus. Como pescador e pessoa de opinião forte, disse para si mesmo: “Eu sei como vou reagir. Sei exatamente o que vou fazer. Vou até a morte com Jesus!” Ele estava confiante de que nada o afastaria de sua fidelidade a Jesus. Como a autoconfiança nos deixa em campo aberto, no momento em que vacilamos, Pedro foi pego de surpresa e negou Jesus três vezes em circunstâncias imprevisíveis. Negou que era seguidor de Jesus, disse que nunca O tinha encontrado e que nem mesmo O conhecia. Que pena que isso aconteceu!

Depois da ressurreição, Pedro ainda se reuniu com os amigos de pesca. Mas, decepcionado consigo mesmo pelo fato de ter negado Jesus, disse: “Vou voltar para a Galileia, para o mar. Voltarei a pescar.”

Certa noite, ele acompanhava os amigos em uma pescaria. Pelo menos seis deles estavam ali: Tiago e João, Natanael e Tomé, além de dois outros cujos nomes não são mencionados. Antes do amanhecer, notaram que alguém estava na praia. João, que estava dirigindo a pescaria, gritou: “É Jesus!” Pedro, então, jogou-se no mar e nadou até a praia.

Perguntaram uma vez a um psicólogo: “Quanto tempo leva para uma pessoa sair do problema?” Resposta: “O mesmo tempo que levou para entrar.”

Jesus proveu uma porta de escape, restaurando Pedro com três perguntas, numa conversa ao pé da fogueira.

domingo, 6 de novembro de 2011

Domando o Estresse

Não andem ansiosos por coisa alguma. Filipenses 4:6

Num pequeno artigo sobre estresse, a revista Preaching traz uma série de sugestões para quem quer pertencer ao Clube dos Candidatos ao Estresse. Entre outras sugestões, estavam as seguintes:

1. Nunca diga não ao que os outros lhe pedem. Sempre diga sim.
2. Aceite todos os convites para assistir a comissões e reuniões especiais.
3. Vá ao escritório mesmo aos domingos e feriados.
4. Esportes e hobbies? Tempo perdido.
5. Não é recomendável tirar todas as férias a que você tem direito.
6. Nunca delegue responsabilidades. Procure fazer tudo sozinho.
7. Leve sua pasta para casa no fim do dia. Isso lhe dará oportunidade para revisar completamente o que não conseguiu terminar.

Você, por acaso, ficou “enganchado” em alguma dessas sugestões? A palavra “estresse” hoje soa ofensiva para algumas pessoas. O fato é que convivemos com ele todos os dias. Por mais que nos esforcemos, não nos podemos livrar de suas garras: acúmulo de trabalho, problemas financeiros, desentendimento nos relacionamentos, resultados negativos inesperados, etc. O fato é que, tenhamos nós criado a crise ou ela venha de fora, nos sentimos incompletos e menores diante de algumas situações.

Seria bom pensar e responder: Quais são os conflitos que ainda não resolvi? Que inseguranças me tornam mais competitivo? Que hostilidades me tornam mais impaciente comigo mesmo e com os outros?

Que receita Paulo recomendou contra o estresse? Sentado em sua cela na prisão, com uma sentença de morte pendente sobre ele, o apóstolo disse: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4:6, 7).
Ele fala de petições, pequenas orações detalhadas, que às vezes não duram nem um minuto, mas serão suficientes para ouvir a voz de Jesus falando ao nosso coração: “Calma, aquieta-te.”

Deus vai guardar nosso coração, colocar uma sentinela impedindo que o estresse estrague nosso dia, e, além disso, vai nos dar Sua paz.
Quem sabe você possa colocar sobre sua mesa ou no local de trabalho o lembrete de Paulo: “Não andem ansiosos por coisa alguma” (Fp 4:6).

sábado, 5 de novembro de 2011

O Fariseu e o Publicano

Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado. Lucas 18:14

No cenário, dois homens: um fariseu e o outro, cobrador de impostos. Um reconhecia sua pecaminosidade e necessidade de Deus. O outro se considerava uma grande aquisição para a igreja. O fariseu queria justiça. O publicano apelava apenas por misericórdia.

Mas deixe de lado o preconceito que havia contra os fariseus, porque, apesar de tudo, eles tinham suas virtudes. Eles observavam alto nível de moralidade, eram defensores da Bíblia, estritos observadores do sábado e contribuíam com a igreja. Sempre se apresentavam bem vestidos, chegavam cedo aos cultos e faziam questão de entregar o envelope de ofertas diretamente ao “pastor”. Os publicanos, por outro lado, eram vistos como pecadores inescrupulosos, e esse a que se refere a parábola, sem saber o que dizer, apelou por misericórdia.

Temos que reconhecer que na maioria de nós há um pouco de ambos – e às vezes um pouco mais de fariseu do que de publicano.

O que Jesus está tentando nos ensinar é que nenhuma coisa boa que fizermos vai ser suficiente para que passemos no “teste de entrada” no Céu. O fariseu mantinha uma lista de tudo o que fazia. A vida cristã sempre era um fardo, porque ele sempre se sentia aquém da quantidade de orações que devia fazer. “Tenho que entregar esta lista na entrada do Céu”, era o pensamento dele, como se a tal lista fosse um credenciamento seguro para poder entrar.

A realidade é que mesmo que vivamos orientados pela graça de Deus, nossa tendência para a justificação por meio das obras é tão grande que na primeira oportunidade largamos a graça e queremos demonstrar para Deus que somos bons fazendo alguma coisa.

Na versão bíblica The Message, lemos o texto assim: “Dois homens foram ao templo para orar, um era fariseu e o outro, cobrador de impostos. O fariseu fazia pose e orava assim: ‘Ó, Deus, eu Te agradeço que não sou como outras pessoas, ladrões, trapaceiros, adúlteros. Nem (que o Céu me perdoe) como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de todos os meus rendimentos. Enquanto o publicano andava curvado na escuridão, com o rosto entre as mãos, sem ousar olhar para cima, dizia: ‘Deus, tem misericórdia. Perdoa-me, um pecador” (Lc 18:10-13).

Onde estamos na parábola? Jesus disse: “Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Lc 18:14).

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conhecer Sua Identidade

Quem vocês dizem que Eu sou? Lucas 9:20

Aqueles que estudam comunicação e enveredam pelo jornalismo sabem que existem sete perguntas habituais feitas para se conseguir informação: o que, quando, qual, onde, como, por que e quem. Algumas perguntas que fazemos não são tão importantes como outras: Papel ou plástico? Quente ou morno? Crédito ou débito? Já outras são mais importantes: Onde você vai estudar? Que curso escolheu? Vai voltar pra ela ou vai desistir? E existem aquelas perguntas inconvenientes: “Quanto você ganha?” “Que idade você tem?” “Quanto está pesando agora?”

Depois de uma série de acontecimentos em Seu ministério, acalmar a tempestade, curar um endemoninhado, ressuscitar a filha de Jairo e alimentar cinco mil pessoas, podemos dizer que o ministério de Jesus estava passando por um momento de bastante popularidade.

Jesus queria saber o que a opinião pública dizia a Seu respeito. Não havia institutos de pesquisa como o Datafolha ou o Ibope, nem método especial de coleta de dados ou registro de quantas pesquisadas foram feitas. Ele perguntou aos discípulos: “Quem as multidões dizem que Eu sou?” (v. 18).

Eles haviam escutado muitas conjecturas e passaram para Jesus a opinião do povo que perguntava “Quem é Ele?”, “De onde Ele veio?”, “O que Ele diz ser?”, “O que Ele realizou?” Informaram para Ele que alguns O tinham como João Batista, Elias ou algum dos profetas.

Jesus foi então para a pergunta seguinte: “E vocês, o que dizem? Quem vocês dizem que Eu sou?” (Lc 9:20). Nenhuma pergunta se sobressairá em importância como essa, feita há dois mil anos.

Hoje existem muitas versões sobre Jesus. Muitos O chamam de o Iluminado, grande Mestre ou apenas um bom exemplo. Para outros, a figura de Jesus é a daqueles vitrais já descoloridos das igrejas, ou o Jesus dos flanelógrafos. Para outros, ainda, é o Jesus das pessoas politicamente corretas, que não fumam nem usam drogas.

Quando Pedro afirmou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, a reação de entusiasmo de Jesus foi imediata: “Isso mesmo! Você não tirou essa ideia de livros, mas foi Meu Pai que a revelou a você.”

A pergunta é feita a cada um: Quem é Jesus para você?

“Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual Ele os chamou, [...] e a incomparável grandeza do Seu poder para conosco” (Ef 1:18, 19).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cântico de Peregrinação

O meu socorro vem do Senhor. Salmo 121:2

Os Salmos 120 a 134 são conhecidos como Cânticos de Peregrinação. Eram cantados pelos judeus enquanto viajavam para a cidade de Jerusalém durante as festas. O Salmo 121, chamado também de “O Salmo do Viajor”, é uma reafirmação da proteção e da provisão de Deus.

“Elevo os meus olhos para o monte.” Há muitos cartões postais com esse verso mostrando montanhas imponentes ao fundo. As montanhas a que esse salmo se refere são aquelas que os israelitas encontravam em sua peregrinação para Jerusalém. No alto dessas montanhas, os cananitas construíam altares aos seus deuses e faziam sacrifícios humanos. Os israelitas, em sua peregrinação a Jerusalém, diziam: “Eu olho para as montanhas. A minha ajuda vem dali? Claro que não! Vem do Senhor!”

Para onde nos voltamos quando estamos em dificuldades, quando a vida nos fere? O que pode nos suster nas horas difíceis? Vemo-nos muitas vezes em situações em que precisamos de socorro e ajuda, para as quais olhamos e em que percebemos que a única ajuda possível para resolver o problema é Deus. Ele é capaz de nos acalmar.

“O meu socorro vem do Senhor, que fez os Céus e a Terra.” Deus, o Criador de todas as coisas, está pronto para me ajudar. “Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do Seu exército celestial, e a todas chama pelo nome. Tão grande é o Seu poder e tão imensa a Sua força, que nenhuma delas deixa de comparecer!” (Is 40:26).

“Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta” (Sl 121:3). Que coisas o fazem ficar acordado durante a noite? São as escolhas que seus filhos estão fazendo? Será a preocupação pelo exame médico? Ou é o dinheiro que está curto e exigirá alguns ajustes que não estavam na agenda? Deus cuida dessas coisas para nós, mesmo quando estamos dormindo! Ele está velando por nós. Podemos dormir porque Deus não dorme. Nem mesmo cochila ou dormita. Ele vigia 24 horas por dia, sete dias por semana e cem anos num século.

Da próxima vez que você ler esse salmo, procure sublinhar todas as palavras ou frases que falam do cuidado e da proteção de Deus. Mencione essas palavras ou frases durante o dia, enquanto estiver dirigindo seu carro, no escritório, ou mesmo em casa. Fale também essas palavras quando você estiver enfrentando uma situação tensa e angustiante. Elas podem, de hoje em diante, fazer parte de seu kit de primeiros-socorros.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mudando-se Para o Novo

Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! 2 Coríntios 5:17

Li uma história interessante que ilustra o fato de “ser nova criatura”. É sobre um casal que não sabia ler e se tornou cristão. Eles assistiam às reuniões da igreja e perceberam que os homens formavam um grupo que usava uniforme. Quando saíam para realizar algum projeto, usavam colete vermelho. A mulher então confeccionou um colete para o esposo, mas percebeu pelo semblante dele, quando voltou da igreja, que ele não estava muito contente. É que em todos os coletes havia uma mensagem bordada, menos no dele.

Sem se deixar intimidar pelo fato de não saber ler, a mulher copiou o anúncio que estava na janela da loja em frente, na rua em que moravam, e bordou-o no colete. Depois da reunião seguinte na igreja, ele voltou para casa radiante. Contou que todos haviam gostado do que estava escrito, porque descrevia apropriadamente a mudança pela qual ele e a esposa tinham passado. O que a mulher havia bordado no colete? Isto: “Sob nova direção.”

Como é bom ter esperança! Esperança de um novo começo, de tentar de novo, de começar nova história. O verso bíblico de hoje é repetido pelos oradores em apelos no fim de semanas de oração, em batismos, ou em reuniões evangelísticas, para descrever a mudança que ocorre na vida das pessoas.

A expressão “em Cristo” é a favorita de Paulo para se referir à união do cristão com Cristo, e o texto de hoje é, sem dúvida, o que melhor descreve essa união.

O novo a que Paulo se refere nesse verso não é cosmético. Você pode mudar o penteado, a roupa, o visual. Pode fazer plástica e se maquiar; tratar a pele para reduzir rugas; perder ou ganhar uns quilinhos, mas a transformação da qual Paulo fala é de dentro para fora; mudança interior completa.

“Se alguém está em Cristo, é nova criação.” A velha ordem se foi, uma nova ordem começou. Não há coexistência da velha ordem com a nova. O novo domínio é de Cristo. Velhos valores desaparecem e novos valores surgem. Novas atitudes e novas ações. “As coisas que antes detestavam, agora amam; as coisas que antes amavam, agora aborrecem. O orgulhoso e arrogante torna-se manso e dócil. O vaidoso e altivo torna-se humilde e modesto. O alcoólatra deixa a bebida; o viciado torna-se puro” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 58).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Graça Tem seu Custo

Não deixem que fique sem proveito a graça de Deus, a qual vocês receberam. 2 Coríntios 6:1, NTLH

Quem ainda não comprou nelas, sabe ao menos onde estão. São as lojas de desconto, que fazem liquidação o ano todo. Locais aonde você vai para comprar por menos, barganhar e pechinchar. Talvez você conheça a Feira do Paraguai e a 25 de Março, em São Paulo. Cada cidade grande tem setores em que você pode encontrar produtos “importados”, imitações perfeitas a preços tentadores. São locais de muito movimento, onde se ouvem as vozes dos vendedores ambulantes disputando compradores. A intenção é atrair grande número de clientes, oferecendo, pelo menor preço, uma imitação do produto verdadeiro.

Perguntei o preço de um Rolex a um vendedor ambulante em Ciudad Del Leste: 40 dólares. O relógio era igualzinho ao original, com fundo azul ou prateado. Mas o verdadeiro naquele modelo custa quase três mil dólares, com desconto.

Há uma expressão colocada em uso pelo jovem teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer: “Graça barata.” Ele diz: “Graça barata significa justificação do pecado, não do pecador. Graça barata é a pregação do perdão sem o arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a ceia do Senhor sem a confissão dos pecados. Graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado.”

No texto de hoje, Paulo escreve para pessoas que aceitaram e receberam a graça de Deus. Alguns deles eram seus colaboradores: “Lembrem-se do que falei, escrevi e ensinei. É bem capaz que para alguns de vocês a quem falei a graça tenha se tornado sem nenhum propósito. Cuidado! Não permitam que Ela tenha sido em vão para vocês.” Será que não podemos cair no perigo de receber a graça de Deus e continuar os mesmos?

A graça concessiva (ou barata) fará com que tenhamos um pé nas trevas e outro na luz. Vai sussurrar que podemos fazer o que quisermos, ou pior, recusar fazer o que Deus deseja que façamos – e mesmo assim Ele nos salvará. Não podemos usar a graça como desculpa para a autoindulgência. Não passemos por alto o fato de que a graça que produz frutos é bíblica. Ela nos impulsionará a maior devoção e mudança no estilo de vida.

Aceitar a graça de Deus é aceitar Suas expectativas para nossa vida e crer em Seu poder transformador.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

“Assim Como”

Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Colossenses 3:13

“Perdoa [...], assim como perdoamos aos nossos devedores” é a única parte dentro do Pai Nosso para a qual Jesus fez um comentário no fim da Sua oração. Charles Williams diz no seu livro O Perdão de Deus: “Duas palavras que carregam uma possibilidade de terror, mais do que outras: ‘assim como’.” Perdoar a outros, então, não parece apenas como uma opção para nós, mas como uma ordem de Deus. Nós as mencionamos automaticamente quando oramos o Pai Nosso, mas seria interessante ver as implicações dessas duas palavras com o perdão. Será que é um requisito: se perdoarmos, seremos perdoados?

Nosso perdão reflete o perdão de Deus. Ao perdoar a outros, temos que lidar com eles assim como Deus lida conosco.

Usamos o “assim como” para revidar uma barbeiragem que alguém fez no trânsito para tirar vantagem de nós. Pisamos no acelerador e fazemos uma manobra para que ele aprenda a guiar direito. Quando meu colega de trabalho solta uma indireta ferina contra mim, coloco no gatilho a frase: “Você vai me pagar!”

Frederick Buechner diz que “até nossa tendência de não perdoar está entre aquelas coisas acerca de nós para a qual necessitamos que Deus nos perdoe”.

Como Deus perdoa? Como Ele deseja que perdoemos? Deus não mantém uma lista de quantas vezes nos perdoou. Assim, também, não devemos manter um registro das vezes que perdoamos. Se for necessário, vamos perdoar dezenas de vezes a mesma pessoa.

Deus nunca me nega perdão e não espera que eu esteja disposto a perdoar os outros mais do que Ele nos perdoa.

“Quantos não abrigam animosidade ou espírito de vingança, e então curvam a cabeça diante de Deus e pedem para serem perdoados assim como perdoam. [...] Dependemos da misericórdia de Deus cada dia e cada hora; como podemos então agasalhar amargura e malícia para com o nosso próximo pecador!” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 170 – grifo meu).

Não importa o que tenha acontecido, se decidir perdoar, Deus fará fluir grandes torrentes de graça sobre você.

“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Ef 4:32).

domingo, 30 de outubro de 2011

Não se Faça de Vítima

Ao segundo filho chamou Efraim, dizendo: “Deus me fez prosperar na terra onde tenho sofrido.” Gênesis 41:52

Se José vivesse hoje, seria um candidato a fazer papel de vítima. Vendido pelos irmãos, tornou-se escravo no Egito. Tentou ser bom escravo, mas como não cedeu às insinuações da esposa do chefe, foi lançado na prisão. Ali tentou ajudar a muitos, mas foi esquecido por aqueles que foram colocados em liberdade.

Com tudo e por tudo que passou, José nunca olhava a si mesmo como vítima. Não há nenhum registro de uma só queixa que ele tenha feito atribuindo sua situação aos irmãos ou a Faraó. Não há nada escrito em que se deixe transparecer que ele se fez de vítima dizendo: “É... podia ser pior”, “Gostaria que fosse diferente, mas não é realmente o que eu queria. O que vou fazer?”, “Por que fizeram isso comigo?”

Daniel e seus três amigos hebreus também não aceitaram a condição de vítimas. Para eles, estivessem fazendo o trabalho que fosse – varrendo ou limpando o chão da “faculdade” – não era humilhação. Diziam apenas: “Estamos sendo provados para ver se vamos desistir de nosso sonho.” Não há registro de queixa dizendo: “Onde já se viu nos colocarem neste trabalho? Isso é trabalho de escravo, não de aluno! Merecemos mais do que nos deram! Ah, se eles soubessem do nosso potencial!”

Colocar-se em posição de vítima está em voga na sociedade hoje. Insistimos na ideia de que fomos prejudicados pelo professor, chefe de trabalho, supervisor e pela cultura. Acreditamos que alguém está sendo injusto conosco.

Você está se fazendo de vítima? Pergunte: “O que tenho é o que realmente quero, ou tomei o caminho mais fácil? Estou fazendo o curso que quero fazer ou fiquei com a segunda, ou terceira opção? Estou fazendo um trabalho de que não gosto? Por que estou permitindo isso comigo?”

Quando você se coloca como vítima, começa a dizer que seus direitos não estão sendo respeitados, que estão pisando em você, que não reconhecem seus talentos, que está sendo deixado de lado.

Deus nos chama para ser vitoriosos. Mesmo que tenhamos sido vítimas uma vez, podemos pedir a ajuda dEle para que nossos pensamentos nos ajudem a enfrentar os desafios sem nos diminuirmos diante deles.

Vamos enfrentar as situações desafiadoras não em nossas forças, mas confiantes naquilo que Deus tem feito até agora em favor de cada um de nós.

sábado, 29 de outubro de 2011

Vestes Novas

Mas o pai disse aos seus servos: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. [...] Vamos fazer uma festa e alegrar-nos.” Lucas 15:22, 23

Com que roupa vou? Todos nós já fizemos essa pergunta muitas vezes. É bonito ver as pessoas se trajando com capricho e elegância. Vestimo-nos para nos sentir melhor, para acentuar aquilo que gostamos em nós ou para dissimular aspectos dos quais não nos orgulhamos em nossa aparência. Quando você põe aquela roupa que lhe cai bem, há um sorriso no rosto, leveza e confiança nos passos, e sua autoimagem fica lá em cima.

A volta do filho pródigo começou quando ele mudou de opinião sobre o pai. A graça o compeliu, o atraiu, agiu como ímã levando-o de volta para casa: “Antes mesmo de ser pronunciada a oração, ou expresso o desejo do coração, sai graça de Cristo para juntar-se à graça que opera na pessoa” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 206). Ele voltou sujo, as roupas encardidas e em farrapos. Entretanto, depois do abraço e do beijo do pai, ouviu as palavras: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele.”

Jesus quer apenas fazer um acordo com você. Ele diz: “Quero trocar Minha justiça pelos seus pecados; as vestes de linho branco por suas vestes manchadas. Quero mudar suas vestes de confusão por vestes de ordem; sua debilidade por força; a falsidade por verdade. Sem nenhum custo.”

Quero lhe apresentar outro traje, disponível na loja de departamentos de Deus, na seção de roupas, tendo o próprio Deus como estilista. É uma veste valiosíssima e cara, mesmo que não esteja salpicada de diamantes. É um traje mais vistoso do que aqueles que as celebridades usam na entrega do Oscar.

Veja o que lhe está preparado: “O Senhor me faz muito feliz, tudo o que sou se regozija em meu Deus. Ele me cobriu com as vestes da salvação e me envolveu com um manto de bondade. Como o noivo vestido para seu casamento e a noiva adornada em joias” (Is 61:10, New Century Version).

“Ninguém é tão pecador que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por todos morreu. Ele anela livrar os pecadores de suas vestes manchadas e poluídas pelo pecado, e vestir neles as vestes brancas da justiça. Ele insiste para que vivam, e não morram” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 53). São vestes que estão à disposição de todos aqueles que voltarem com o coração contrito e arrependido. “Venham, todos vocês [...] que não possuem dinheiro algum, venham, comprem” (Is 55:1). Aceite o convite divino!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Graça Sobre Graça

Todos recebemos da Sua plenitude, graça sobre graça. João 1:16

Usamos a palavra “graça” tantas vezes que nem nos preocupamos com seu significado. Assim, dizemos: ela dança com graciosidade, beleza, elegância; cair em graça; e que graça tem, quando falamos de alegria. O governo declara um ato de graça, absolvição e não condenação de um culpado. O mundo dos negócios tem um pobre conceito de graça. As financeiras e administradoras de cartão de crédito falam em “período de graça”, ou seja, o período entre a data de compra e o vencimento de uma fatura. As seguradoras e instituições previdenciárias falam em período de graça, quando o segurado não tem condições por si só de contribuir com o sistema, mas conserva os direitos de segurado. Nós também damos graças antes das refeições. Assim, gratidão, benefício e outras palavras compartilham algum significado com a palavra “graça”.

Jonas Merrit ilustra a graça da seguinte maneira: “Quando um homem trabalha oito horas por dia e recebe pelos seus esforços, isso é salário. Quando compete com um concorrente e o derrota num concurso, ele recebe um troféu. Isso é prêmio. Quando ele recebe alguma coisa em reconhecimento pelo bom trabalho ou realização, isso é condecoração. Mas quando o homem não pode ganhar nenhum salário, nem ganhar nenhum troféu e não merece nenhuma condecoração e, mesmo assim, recebe salário, prêmio e condecoração, isso é graça.”

A expressão do texto de hoje, graça sobre graça, tem a finalidade de mostrar a natureza da graça em relação à salvação, que nos habilita e satisfaz as nossas necessidades. Deus quer também que mostremos ao mundo como as pessoas que O receberam foram capacitadas a viver de maneira diferente e experimentar Sua paz. “Não compreendo todo o mistério da graça, somente que ela vem nos encontrar onde estamos, mas não nos deixa onde nos encontrou” (Anne Lamot).

Numa visita que fez a John Newton, autor do hino “Graça Excelsa”, um amigo leu para ele a passagem de 1 Coríntios 15:10: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou.” E Newton comentou: “Eu não sou o que devia ser, tão imperfeito e cheio de faltas! Eu não sou o que queria ser, aborrecer o mal e me apegar àquilo que é bom. Eu não sou aquilo que esperava ser: abandonar todo pecado e imperfeição... Mesmo assim eu não sou o que podia ser, nem aquilo que queria ser ou que esperava ser. Posso verdadeiramente dizer que eu não sou o que uma vez fui – um escravo do pecado e de Satanás; posso de todo o coração me unir com o apóstolo e reconhecer que, ‘pela graça de Deus, sou o que sou’.”

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Dor do Quase

Então Agripa disse para Paulo: “Você quase me persuade a me tornar um cristão.” Atos 26:28, New King James Version

Um texto atribuído a Luis Fernando Veríssimo diz: “Ainda pior do que a convicção do não, e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou, ainda joga, quem quase passou, ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou, não amou.”

A palavra “quase” é uma dessas que poderia ser chamada de palavra que traz pena e causa dó. Significa “bem perto, mas não o suficiente; por um pouquinho, por um triz”.

O “quase” fala de oportunidades perdidas: quase alcancei, quase cheguei ao topo da montanha, quase chegamos em tempo. Perto do portão, mas do lado de fora; perto do redil, mas não dentro.

“A dor do quase” foi como alguns jornais denominaram a derrota do Flumi-nense diante da LDU do Equador, na final da Libertadores, em 2008. O Flu-minense, que perdera por 4 x 2 em Quito, precisava vencer por três gols de diferença. Venceu por 3 x 1 no tempo regulamentar. A partida se estendeu para a prorrogação e nos pênaltis o Fluminense foi quase campeão.

A palavra “quase” transparece no relato da audiência de Paulo diante de Festo. Lucas diz que “Agripa e Berenice vieram com grande pompa e entraram na sala da audiência com os altos oficiais e os homens importantes da cidade” (At 25:23). Sob a justificativa de pré-julgar Paulo, a reunião era um ato de solidariedade política entre os dois e uma procissão de celebridades e homens de negócios.

Ali estava Paulo que se apresentava não como guru espiritual, mas como um judeu devoto falando de sua conversão e do seu chamado. Ele não se intimidou com a “pompa e circunstância”. Perguntou a Agripa se ele acreditava no evangelho. Ele foi progressivamente cercando Agripa para que tomasse uma decisão. A reação de Agripa foi: “Você acha que em tão pouco tempo pode convencer-me a tornar-me cristão?” (At 26:28).

O que fez Agripa parar diante do quase em lugar de aceitar a salvação? Os amigos, os conhecidos, as personalidades que estavam ali na sala de audiência. E Paulo disse: “Não fique indeciso, majestade. Eu gostaria que não somente o senhor, mas todos os que estão aqui aceitassem a Cristo como eu aceitei.”

Quase foi o mais próximo que Agripa conseguiu chegar para ter a vida transformada. Que pena!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Nas Pegadas de Jesus

O Rei responderá: “Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos Meus menores irmãos, a Mim o fizeram.” Mateus 25:40

Por que no julgamento final alguns serão colocados à direita, em posição de honra, e outros à esquerda? Quem são esses “meus menores irmãos” aos quais Jesus Se referiu? Os que estavam do lado direito não passaram por alto pequenas oportunidades de fazer o bem. Usaram seus recursos para ser uma bênção para outros; responderam às necessidades humanas e demonstraram compaixão.

Diante do trono, naquele dia, os justos se mostrarão surpresos. Sua demonstração de cuidado e amor tinha sido feita de maneira tão espontânea que nem tinham lembrança do que fizeram. Não foram notados porque diziam: “Senhor! Senhor!”, mas pelos atos de sacrifício e serviço. Deram de beber, de comer, vestiram e visitaram. Coisas simples, feitas por amor. E a explicação de serem colocados do lado direito está em Mateus 25:40: “O que vocês fizeram a algum dos Meus menores irmãos, a Mim o fizeram.”

Os que estavam do lado esquerdo começaram a se desculpar dizendo: “Se nós soubéssemos! Não tivemos oportunidade.” E perguntaram em tom de inocência: “Senhor, quando Te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não Te ajudamos?” (Mt 25:44). A condenação veio não pelo fato de fazerem o mal, mas por não terem feito o bem. O pecado da omissão é visto de maneira mais séria do que o pecado da ação.

O faminto não só precisa de palavras, precisa de alimento. O que padece de frio não precisa de simpatia, precisa de roupa. O sedento não precisa de oração, precisa de água. O doente e o encarcerado precisam de nossa presença. Temos que servir ao homem todo, ao seu estômago, corpo e à sua solidão.

O termo “Meus pequeninos” pode se referir àqueles que não podem retribuir o favor que estão recebendo. Aqueles que são ignorados e passados por alto, aos quais a sociedade menospreza. Podem ser o lixeiro ou o catador de papelão nas ruas; aqueles que moram debaixo de pontes; o presidiário, as crianças desamparadas, os desempregados.

“Não necessitamos ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas junto ao leito dos doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos em Seus passos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 640).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Basta a Preocupação de um Dia

Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Mateus 6:34

Em seu livro Celebrando a Alegria, Velma Daniels fala da entrevista que fez com um homem que foi visitar os esquimós no Círculo Ártico. “Nunca pergunte a um esquimó a idade dele. Se você perguntar, a resposta vai ser ‘não sei, não me interessa’. Se perguntar pela segunda vez, ele vai responder ‘quase isso’. ‘Isso, o quê?’, perguntou o homem. ‘Quase um dia.’”

A escritora perguntou então o significado dessa expressão. Ele disse que os esquimós acreditam que quando vão dormir à noite, eles morrem. Então, quando despertam pela manhã, ressuscitam e estão vivendo vida nova. É por isso que nenhum esquimó tem mais do que um dia de vida. Apesar de a vida ser difícil para eles, você nunca vai ver um esquimó preocupado ou ansioso. Eles aprenderam a viver “um dia de cada vez”.

Uma coisa é você estar preocupado; outra é se mostrar cuidadoso. Ser cuidadoso é ter em mente as prováveis dificuldades, mas ao mesmo tempo fazer alguma coisa para aliviar a tensão. Você está com medo do exame de neuroanatomia? Então, estude. Está preocupado com o dinheiro? Meça seus gastos. Está com uma dor que apareceu e não sabe o que é? Procure o médico.

A preocupação, por outro lado, se concentra nas dificuldades improváveis ou circunstâncias que não podem ser contidas. “E se o professor fizer só uma pergunta e eu não souber?” Suas finanças estão bem, mas você diz: “E se o carro quebrar? Como vou sair dessa?”
Você está bem de saúde, mas se preocupa: “E se for uma doença terminal? E se eu sofrer um acidente?” A preocupação distorce nossa percepção e acabamos avaliando as coisas fora de proporção. Tudo passa a ter tamanho GG.

Vamos viver cada dia como ele vem, um dia por vez. Ao começar o dia, posso entregar minhas preocupações a Deus e pedir a orientação dEle.

Três vezes no Sermão do Monte Jesus repetiu a frase: “Não se preocupem” (Mt 6:25, 31, 34). Quando Jesus nos diz “basta a cada dia o seu próprio mal” (v. 34), faz com que nos lembremos da palavra do profeta: “Pois as Suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã” (Lm 3:22, 23).

“Nosso Pai celeste tem mil maneiras de nos prover as necessidades, das quais nada sabemos. Os que aceitam como princípio dar lugar supremo ao serviço de Deus verão desvanecidas as perplexidades e terão caminho plano diante de si” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 481).

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Nova Atitude

Lançando sua capa para o lado, de um salto pôs-se em pé e dirigiu-se a Jesus. Marcos 10:50

Não consigo imaginar como é ser uma pessoa que não pode enxergar. Não ser capaz de ler, ver o por do sol, pássaros voando, o rosto das pessoas, o mar quebrando contra as rochas.

Helen Keller foi um grande exemplo pela maneira como lidou com a surdez e a cegueira. Certa vez, ela publicou numa revista um artigo intitulado: “Três dias para ver.” No artigo, ela fala do que gostaria de ver, se lhe fossem dados três dias de visão. É um texto provocativo e inspirador.

No primeiro dia, Helen gostaria de ver os amigos. No segundo dia, ela gostaria de ser capaz de olhar a natureza ao redor. E no terceiro dia, ela gostaria de passar o tempo em sua cidade natal, Nova York, observando o movimento da cidade e a correria do pessoal. “Eu, que sou cega, posso dar uma dica para aqueles que veem: usem os olhos como se amanhã vocês fossem ficar totalmente cegos.”

Ser portador de deficiência visual nos dias de Jesus era bem diferente de hoje. A cegueira significava que você estaria sujeito à pobreza e condenado a mendigar para sobreviver.

Naquele dia, em lugar de ouvir apenas o barulho normal dos transeuntes, o cego percebeu uma multidão que ia passando. Ao saber que Jesus ia passar por ali, decidiu fazer alguma coisa. E a atitude dele foi importante para conseguir a atenção do Salvador. Deixou de lado as repreensões e gozações dos transeuntes: “Ele tem coisas mais importantes do que dar atenção a um cego.” Mas o homem aproveitou a oportunidade para mudar de vida.

A atitude decisiva dele era a de mudar as circunstâncias. “Quero jogar fora, deixar para trás minha vida de deficiente visual.” Por isso, jogou a capa de lado. Acostumado a permanecer sentado, deu um salto.

Quantos de nós não necessitamos da misericórdia de Jesus, agora? Jesus vai Se deter para aqueles que O chamarem em fé. Jesus perguntou ao cego: “O que você quer que Eu lhe faça?” (v. 51).

Jesus está disposto a Se deter e nos ajudar. “Anime-se, levante-se! Ele o está chamando.”

domingo, 23 de outubro de 2011

Vitória Garantida

Está consumado! João 19:30

Gosto de pregadores que sempre servem um “banquete” em seu sermão, independentemente do lugar, da ocasião e do número de pessoas que os assistem.

Os jovens adventistas do Chile, por ocasião do 18 de setembro, seu dia nacional, realizam congressos e acampamentos em todo o país. Numa dessas ocasiões, fui visitar um acampamento nos arredores de Santiago, com mais ou menos cem jovens. Era um momento de bate-papo e o tema girava em torno de nossa participação na salvação. O professor que conduzia a conversa, com habilidade e conhecimento, usou uma ilustração apropriada para o grupo de jovens: “Suponha que você seja um torcedor fervoroso do seu time.
Conhece os jogadores, entra no blog deles, conhece o técnico e assiste a todos os treinos. Na semana da partida decisiva para ver quem será o campeão, o técnico se aproxima de você e diz: ‘Fernando [coloque o seu nome], é o seguinte: no domingo próximo será a partida final. Quero convidar você para que entre em campo com o time. Por favor, esteja uma hora e meia antes no vestiário para receber o uniforme do time.’

“No domingo, com o estádio superlotado, em meio àquela gritaria, foguetório e o flamular de bandeiras imensas, você entra em campo com seu time. Mais do que nunca, seu coração anela por uma vitória esmagadora. No meio do jogo, para sua surpresa, o técnico se aproxima de você e diz: ‘Fernando, o placar está decidido. A vitória está garantida, é nossa. Nada vai mudar o resultado. Quero que você entre em campo para jogar. Seu nome está na lista dos que podem entrar em campo.’”

Amigos, que diferença faz entrar em campo sabendo que a vitória não depende de mim. Melhor ainda é saber que ela foi alcançada antes.

Jesus pede que entremos em campo para celebrar a vitória que Ele alcançou na cruz. Quantos entram em campo na expectativa e pensam que o peso da vitória dependerá inteiramente deles. Esforçam-se, lutam; porém, se decepcionam.

Quando Ele exclamou “Está consumado!”, estava dizendo: “A partida terminou. A vitória é Minha. O adversário está derrotado para sempre.” Ele o fez não com voz débil e sem forças. Ele o fez com voz de triunfo, em tom conquistador. Jesus diz: “Vá! Já ganhamos. A vitória é nossa, rapaz! Entre em campo e celebre a vitória comigo!”

sábado, 22 de outubro de 2011

Código de Honra

Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Mateus 22:37

Estamos vivendo num mundo altamente liberal que resiste às regras e códigos de comportamento. Mesmo assim, existem muitos colégios, universidades e academias militares que têm seus códigos, indicando que comportamentos são aceitáveis para seus alunos.

Esses códigos de honra têm por objetivo colocar diante dos membros da comunidade, do grupo ao qual pertencem, princípios e valores para que todos possam viver de maneira responsável. Entre os itens incluídos, estão: vestimenta, apresentação pessoal, comportamento moral e social, não colar em provas, não mentir, etc.

Paulo emitiu um alerta para os filipenses: “Tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp. 4:8).

Encontrei no livro Mensagens aos Jovens (p. 270) um pensamento que depois se tornou a chamada Legião de Honra dos jovens adventistas. Mesmo que tenha sido escrito na segunda metade do século 19, e a autora não tivesse titulação acadêmica, com largueza mental ela se mostra uma verdadeira educadora ao escrever para os jovens, incluindo seus filhos.

“Dizei firmemente: ‘Não passarei preciosos momentos na leitura daquilo de que nenhum proveito me será, e tão somente me incapacitará para ser prestativo aos outros. Dedicarei meu tempo e pensamentos, buscando habilitar-me para o serviço de Deus. Fecharei os olhos para as coisas frívolas e pecaminosas. Meus ouvidos pertencem ao Senhor, e não escutarei o sutil arrazoamento do inimigo. De maneira nenhuma minha voz se sujeitará a uma vontade que não esteja sob a influência do Espírito de Deus. Meu corpo é o templo do Espírito Santo, e cada faculdade de meu ser será consagrada para atividades dignas.’”

Ellen White menciona seis áreas para as quais devemos dedicar atenção na vida cristã: leitura, administração do tempo, escolher o que ver, escolher o que ouvir, escolher as palavras e o cuidado com o corpo. Esses itens também podem fazer parte do nosso código de honra pessoal.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quem Destes Agiu Como Próximo?

Mas um samaritano [...] teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. Lucas 10:33, 34

Essa foi uma das parábolas que Jesus contou aproveitando-Se de um incidente real. O sacerdote e o levita se encontravam no grupo que estava escutando a parábola. Aquele homem, assaltado e ferido, o transeunte na estrada de Jericó, é uma representação de todos nós. Ele é representante de todos aqueles que foram maltratados, perseguidos e injustiçados por homens e mulheres. O homem assaltado se sentia incapaz de reagir. Não podia ajudar a si mesmo. Como vítima, na condição em que se encontrava, não tinha escolha. Tinha que se entregar à misericórdia daquele que viera para socorrê-lo.

“Na história do bom samaritano, Jesus ofereceu uma descrição de Si mesmo e de Sua missão. [...] Deixou Sua glória, para vir em nosso socorro. Achou-nos quase a morrer, e tomou-nos ao Seu cuidado. Curou-nos as feridas. Cobriu-nos com Sua veste de justiça. Proveu-nos um seguro abrigo, e tomou, a Sua própria custa, plenas providências em nosso favor” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 503, 504). De maneira objetiva, Jesus delineou Sua missão:

Aproximou-se. Chegou perto, acercou-Se. A iniciativa é sempre de Jesus vir ao nosso encontro, procurar-nos, socorrer-nos. “O Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19:10);

Enfaixou-lhe as feridas. “Só Ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas” (Sl 147:3).

Aliviou-lhe as dores. “Mas Tu enxergas o sofrimento e a dor; observa-os para tomá-los em Tuas mãos” (Sl 10:14).

Ajudou-o a caminhar. “Pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro” (Sl 40:2).

Levou-o para a hospedaria. “Para sempre anseio [...] refugiar-me no abrigo das Tuas asas” (Sl 61:4).

Tratou dele. “Sou pobre e necessitado, mas o Senhor preocupa-Se comigo” (Sl 40:17).

Pagou. “Pagarei todas as despesas que você tiver” (Lc 10:35). Jesus fez provisão em nosso caminho para o Céu.

Prometeu voltar. “Virei outra vez” (Jo 14:3, ARC).

Jesus é o bom samaritano que eu preciso quando todos me ignoram, me evitam e me rejeitam.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Seu Nome é Jesus

Por isso Deus O exaltou à mais alta posição e Lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra. Filipenses 2:9, 10

Seu nome não foi uma decisão do casal José e Maria. Eles também não foram procurar livros com sugestões de nomes para meninos. Um anjo apareceu para José e disse: “Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21). Assim, nas palavras do anjo, nenhum outro nome explica de maneira tão bonita e adequada aquilo que Ele viera fazer.

Fico contente pelo fato de o nome de Jesus ter apenas cinco letras. É fácil e doce de pronunciá-lo e até as criancinhas o pronunciam com carinho. Se Ele tivesse o nome do filho do profeta Isaías, Maher-Shalal-Hash-Baz (Is 8:3), que difícil seria! Perderia o encanto.

Nas diferentes esferas da atuação humana, sempre encontramos nomes que se sobressaíram: Sócrates e Platão, na filosofia; Michael Jordan e Kobe Bryant, no basquetebol; Beethoven e Mendelsohn, na música; etc. Mas quando entramos na esfera da salvação humana, Pedro foi enfático em dizer: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).

William e Gloria Gaither compuseram um hino intitulado “Há alguma coisa naquele nome”; em português: “Cristo, Cristo”. Entre a primeira e a segunda estrofes, há um texto de exaltação ao nome de Jesus:

“Jesus, a simples menção do Seu nome pode acalmar a tempestade, curar o ferido, ressuscitar os mortos. Ao nome de Jesus, já vi homens de coração endurecido transformados, e a luz voltar aos olhos de uma criança sem esperança.

“Ao nome de Jesus, o ódio e a amargura se transformam em amor e perdão... Já vi uma mãe pronunciar esse nome ao lado do filho com febre e aquele corpinho aquietar-se e a febre ceder. Já estive ao lado do leito de um santo a morrer, seu corpo encarcerado pela dor, e naqueles segundos finais, num último esforço, ele sussurrar o nome mais doce: Jesus, Jesus. [...]

“E no dia final [...] todas as vozes dos filhos de Adão se unirão num poderoso coro para proclamar o nome de Jesus, pois naquele dia ‘todo joelho se dobrará nos céus, na terra e debaixo da terra e confessará que Jesus Cristo é Senhor’ (Fp 2:10, 11). Você sabe: ‘Há alguma coisa naquele nome.’”

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Timidez versus Coragem

Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. 2 Timóteo 1:7

Muitos foram desafiados em alguma fase da vida, e se esconderam dos desafios. Saul, depois de ter sido indicado por Deus para ser o rei de Israel, se encolheu e se escondeu. Recebeu a nomeação com timidez e insegurança. Na hora de assumir a liderança, Saul disse: “Eu sou o menor da minha família, e a minha família é uma das mais insignificantes da tribo.” Temia a crítica daqueles que o conheciam. Churchill dizia: “A única maneira de evitar a crítica é não dizer nada, não fazer nada e não ser ninguém.”

De quem você está se escondendo? De que desafio está procurando escapar? Quantas vezes você já teve a resposta na ponta da língua e teve medo de falar? Quando o professor perguntava: “Entenderam?”, você costumava ficar quieto ou pedia para o professor repetir a explicação?

Muitas pessoas já confessaram que passaram por um momento de timidez. É uma fase passageira, natural quando tudo é novo e ainda não sabemos como agir. Depois, com o tempo, nos habituamos a fazer com tranquilidade o que antes nos causava desconforto.

O tímido faz de tudo para não ser percebido. Entretanto, a coragem é uma espécie de faísca que incendeia todas as demais virtudes. Precisamos dela não só para enfrentar o perigo, mas também para ser bondosos e leais. Precisamos de coragem para guardar silêncio. Precisamos dela em todos os lugares. Paulo disse: “Deus me deu coragem.” Muitas vezes, os grandes atos de coragem não aparecem em TV, jornais, revistas ou no YouTube. Às vezes, ninguém está presente para aplaudir. Acontece nas ruas, em casa e está na cruz que se carrega a cada dia.

Quando Paulo escreveu essa última epístola, estava sob o olhar de soldados que tinham ao lado uma espada. O apóstolo sabia o que o aguardava, mas não houve de sua parte o mínimo de hesitação: “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder.”

Você precisa de coragem quando é jovem e quando é adulto. A mãe precisa dela em casa, e o pai precisa dela no trabalho. Você precisa de coragem para ser puro e para ser paciente. Você precisa de coragem para não dizer nada. O que distinguiu muitos heróis não foi a diversidade de talentos, mas a coragem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Podemos Continuar Intercedendo

Orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. Tiago 5:16

Há alguns anos, o Departamento de Cardiologia do Hospital Geral de San Francisco fez um estudo sobre o efeito da oração em seus pacientes. Eles foram divididos em dois grupos. No grupo que recebia orações, estavam 192 pacientes; e no grupo que não recebia orações, havia 201 pacientes. Ninguém do staff médico sabia da experiência.

Havia pessoas pertencentes a grupos de orações espalhados por todo o país. Resultado: o grupo pelo qual se estava orando teve cinco vezes menos infecções, menos casos de febre e menor número de óbitos. Alguém, depois de saber o resultado, reagiu dizendo que “a oração funciona”.

O grupo pelo qual ninguém orou teve cinco vezes mais infecções e três vezes mais complicações pulmonares e cardíacas.

Deus também pode nos usar como intercessores em favor dos vizinhos na comunidade.

Quando oramos pelos amigos, pelo que devemos orar? O correto seria orar quase da mesma maneira como pais oram pelos filhos. O movimento de oração intercessora tem crescido nas igrejas e nas instituições. Ora-se para que as pessoas conheçam Jesus como seu Senhor; para que sejam protegidas do inimigo; para que sirvam a Jesus com inteireza de coração.

Nos escritórios das Associações, nos colégios e demais instituições da igreja, há sempre pessoas, lugares e assuntos nessa lista de oração intercessora. Muitos grupos procuram revitalizar suas congregações com os “guerreiros de oração”, com ideias como: orar um minuto por uma pessoa à uma hora da tarde; orar cinco minutos por cinco pessoas durante cinco dias; etc.

“A oração é a chave nas mãos da fé para abrir os depósitos do Céu, onde estão armazenados os ilimitados recursos da Onipotência” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 94, 95).

Deus é capaz de fazer todas as coisas sem nossa ajuda. Ele é cheio de sabedoria, amor e poder. Em Seu poder, é capaz de fazer o melhor. Ele não precisa de nós. Mas, em Sua sabedoria, Ele nos escolheu para nos envolver na oração intercessora a fim de cumprir Seu querer.

Que privilégio o nosso: pedimos, Deus age e o trabalho se realiza. É uma combinação poderosa! Ele nos habilita para construir Seu reino.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sintonizando o Coração

Devolve-me a alegria da Tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto para obedecer. Salmo 51:12

Conhecemos Davi como o “homem segundo o coração de Deus” e também como o amado “cantor dos cânticos de Israel” (2Sm 23:1). Paralelamente, ao lado da história de Davi, temos também suas orações no livro de Salmos. São 150 orações das quais 73 são atribuídas a Davi. O Salmo 51 é um dos mais usados nas orações, pela revelação da fragilidade de Davi e por seu pedido de socorro.

A história por trás desse salmo é vívida e cheia de tramas, como as histórias de Hollywood. Inclui assassinato e adultério, mentira, engano e a morte prematura de uma criança, sem falar nos desdobramentos que Davi enfrentou dentro da própria família. Além de ser um salmo de arrependimento, é também um lindo poema, como vemos nos trechos a seguir:

“Apaga as minhas transgressões” (v. 1). Ele vê seus pecados que precisam ser removidos como escritos em um livro.

“Tem misericórdia de mim” (v. 1). Ele merecia justiça e não misericórdia. Pela justiça, ele seria morto. A misericórdia é sua única esperança.

“Por teu amor” (v. 1). O amor fiel de Deus é dado não porque sejamos bons, e também não é tirado de nós quando somos maus. Temendo o julgamento, ele pede o carinho e a compaixão de Deus.

“Lava-me e purifica-me do meu pecado” (v. 2). Você já viu pessoalmente, ou pelo menos em imagens, os rostos de operários de minas de carvão, ou de limpadores de chaminé? São rostos escurecidos, manchados, com apenas dois pontos claros, os olhos. Depois de ter passado todo um dia na sujeira, o que eles mais anseiam é tomar banho num chuveiro com jato de água forte e abundante. Assim, também, almejamos os chuveiros da graça de Deus. “Cria em mim um coração puro, ó Deus” (v. 10). Quantos de nós já não fizemos essa oração centenas de vezes. E alguns a repetem em seus momentos devocionais, a cada dia.

Ellen White comenta essa oração e diz: “Uma das orações mais sinceras registradas na Palavra de Deus é aquela de Davi quando suplicou: ‘Cria em mim um coração puro, ó Deus.’ A resposta de Deus para tal oração é: ‘Um novo coração te darei.’ Eles receberão o novo coração, que é mantido tenro pela graça do Céu” (Comentário Bíblico Adventista, v. 4, p. 1.165).

O arrependimento está à disposição dos que caírem, dos que admitirem sua necessidade e dos que desejarem voltar.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ver Além das Aparências

O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração. 1 Samuel 16:7

A escolha de Davi como rei de Israel nos ensina a não julgar as pessoas pela aparência.

O profeta Samuel recebeu a indicação de Deus de ir até a família de Jessé, para ungir o próximo rei de Israel.

Como era de se esperar, Jessé trouxe primeiro o filho mais velho, Eliabe. De bom porte, alto, bom físico, elegante. A reação imediata de Samuel foi, “deve ser este”. Mas Deus foi bem claro com o profeta: “Não considere sua aparência”. O fato é que Jessé desfilou todos os sete filhos diante de Samuel e Deus dizendo “ainda não”.

O profeta perguntou para o pai: “Não está faltando alguém?”

“Sim”, disse Jessé, “ainda falta o menor. Ele não tem nem título de eleitor ainda. Ele é bom para tocar harpa e cuidar de ovelhas. Mas não sei se cairia bem num ambiente de palácio.” Nem mesmo o pai viu em Davi um potencial de liderança. Os irmãos de Davi também não o imaginavam num ambiente palaciano. Mas esse adolescente desconhecido não passou sem ser notado por Deus.

Você se lembra quando estava na fila aguardando para jogar no próximo time? Quem eram os primeiros escolhidos? Claro, os mais rápidos, mais fortes e mais hábeis. Como é que você se sentia ao ser escolhido por último, como se estivessem dizendo: “Você não vai somar nada no time, não vai fazer nenhuma diferença, mas só para completar, entre aí”.

Ninguém gosta de ser considerado um acessório, um apêndice, um contrapeso. Todos querem se sentir valorizados pela tarefa ou pelo desafio que recebem. Para seus irmãos, Davi era uma espécie de contrapeso.

Que critério Deus usou para chamar Davi do anonimato para uma posição de destaque, um ninguém que passou a ser alguém? Ele não estava numa posição de visibilidade, mas cumpria com fidelidade sua responsabilidade. Você nunca vai saber quando alguma coisa que aconteceu com você vai lhe abrir uma porta de oportunidade no futuro. Jamais passou pela mente de Davi, ao estar protegendo as ovelhas do urso, do leão e do lobo, que um dia seria o rei da nação israelita.

Não sei que posição você ocupa ou em que departamento você trabalha. Mas qualquer que seja a função, Deus tem um plano para sua vida que ninguém vai roubar.

A fidelidade e a dedicação com que você cumpre suas tarefas determinarão em grande parte que papel você desempenhará na sociedade no futuro.

sábado, 15 de outubro de 2011

Perdoar de Coração

Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão. Mateus 18:35

O psicólogo Dr. Glenn M. Herndon, concluiu em seus estudos que o perdão liberta a pessoa ofendida do rancor e estresse que estão ligados a problemas de saúde tais como pressão alta, câncer e doenças psicossomáticas entre outras.

Depois de um sermão ele perguntou quantos estavam dispostos a perdoar os seus inimigos. Mais ou menos metade do auditório levantou a mão. Não satisfeito com a reação pregou mais vinte minutos e repetiu a pergunta. Desta vez a resposta foi de 80%. A esta altura, mesmo que o auditório estivesse pensando no almoço, falou mais quinze minutos e desta vez todos levantaram a mão, exceto uma senhora idosa lá no fundo da igreja. “Irmã Mirian, a senhora não está disposta a perdoar seus inimigos?”

Ela respondeu: “Eu não tenho nenhum inimigo.”

“Irmã Mirian, isto é algo incomum! Que idade a senhora tem?” Ela disse: “Noventa e três.” “A senhora poderia vir à frente e dizer como se pode viver noventa e três anos e não ter um inimigo?” É fácil, ela disse. “Todos morreram.”

Nossa tendência natural não é perdoar, nem esquecer, nem sair perdendo. Queremos deixar as coisas pelo menos no empate.

Perdoar é contrário à natureza humana e por isso requer a ajuda divina. O perdão não deixa o ofensor no gancho: “Se ele vier pedir perdão, eu perdoo” ou “se deixar de fazer o que está fazendo...” Ou se você fala com os olhos entreabertos: “Eu perdoo, mas não esqueço”, o perdão fica incompleto. Temos que continuar trabalhando na memória de tal maneira que a falta não dê suas ferroadas quando seja lembrada.

Dê uma checada para ver se a hipertensão, e a dor de cabeça ou estresse que você está sentindo têm sua origem numa falta que você ainda não perdoou.

O objetivo do perdão é a reaproximação. É limpar o seu coração do veneno do ressentimento. Por isso, não jogue fora o perdão, nem permita que a raiz da amargura cresça. Eis alguns passos que você pode dar:

1. Reconheça que foi prejudicado. Admita seu ressentimento. Não vai ajudar em nada negar a realidade.

2. Se o erro foi seu, aceite que Deus em lugar de querer que você pague pelo que fez, Ele o perdoou através de Seu Filho na cruz.

3. Com a ajuda de Deus tome uma decisão consciente para perdoar.

“Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Col. 3:13).