terça-feira, 31 de agosto de 2010

Quando o primeiro amor esfria

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Apocalipse 2:4

Éfeso era a capital da Ásia Menor e um importante centro comercial, cultural e religioso nos dias de João. Paulo trabalhou nessa cidade por três anos, sendo que durante dois anos ele pregou diariamente a Palavra em um salão alugado. Como resultado de seus esforços missionários “uma florescente igreja foi estabelecida ali, e desta cidade o evangelho se espalhou através da província da Ásia” (Atos dos Apóstolos, p. 291).

Entretanto, algum tempo depois o primeiro amor dos efésios por seu Salvador e uns pelos outros havia esfriado, talvez devido a controvérsias provocadas pelos falsos mestres. “Além disso, quando aqueles que haviam se associado pessoalmente com Jesus morreram, cessando de dar o seu testemunho, e a visão da iminência da volta de Cristo começou a desvanecer-se, a chama da fé e da devoção diminuiu cada vez mais” (SDA Bible Commentary, v. 7, p. 744).

Em sua carta aos crentes efésios (Ap 2:1-7) Jesus lhes faz alguns elogios e, então, os reprova com as seguintes palavras: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.”

É provável que esta expressão se refira mais à qualidade do amor do que a sua fase. Quando um marido dá prioridade aos amigos, esportes, televisão, em vez da companhia da esposa, embora a ame e lhe seja fiel, isso indica que ele perdeu seu primeiro amor por ela.

Assim também, quando nossos interesses vêm antes do amor a Deus, isso é um sintoma de que perdemos nosso primeiro amor por Ele.

Mas Deus deseja que Lhe dediquemos um amor não dividido (Mt 22:37, Lc 14:33), o nosso primeiro amor, que é o melhor.

Qual o remédio? “Arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2:5).

Parece, porém, que os efésios não se arrependeram, não voltaram ao primeiro amor, e a ameaça de Jesus se cumpriu. A igreja de Éfeso desapareceu. E, no lugar em que antes brilhava a luz do evangelho de Cristo, hoje é proclamado um “outro evangelho”.

Não abandonemos nosso primeiro amor por Cristo. Mas demos a Ele o lugar de honra em nossa vida.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Perfeitos como Deus

Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste. Mateus 5:48

Muito cristão já abanou a cabeça em perplexidade ao ler estas palavras de Cristo. À primeira vista parece que Ele está pedindo de nós, falíveis seres humanos, algo impossível, já que “não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Sl 14:3, Rm 3:12).

É preciso notar, porém, que neste trecho do Sermão do Monte, Jesus está falando do amor ao próximo. E o que tem a ver o amor ao próximo com a perfeição semelhante à de Deus? Vejamos:

William Barclay explica que a palavra grega para perfeito é teleios, que dá a ideia de perfeição funcional. “Uma coisa é perfeita se cumpre o propósito para o qual foi criada.” Exemplo: Suponhamos que em minha casa haja um parafuso frouxo e eu queira apertá-lo. Eu apanho uma chave de fenda do tamanho certo, coloco-a na fenda do parafuso e noto que ela se ajusta perfeitamente. Então viro a chave de fenda até o parafuso ficar apertado. No sentido grego, essa chave de fenda é perfeita, porque cumpriu exatamente o propósito para o qual foi criada.

Assim também o homem será perfeito se ele cumprir o propósito para o qual foi criado. E qual é esse propósito? No relato da criação, encontramos Deus dizendo: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança’ (Gn 1:26). Aí está: o homem foi criado para ser semelhante a Deus. E a maior característica de Deus é amar tanto os bons como os maus, tanto os justos como os injustos (Mt 5:45).

E quando o homem reproduz em sua vida esse amor incansável e perdoador de Deus, ele se torna perfeito no sentido neotestamentário da palavra. Dizendo isto em outras palavras, o homem que mais se interessa pelo próximo é o homem mais perfeito.

Se há uma coisa que nos torna semelhantes a Deus esta é o amor que nunca deixa de se importar com os outros, sejam eles merecedores ou não.

Atingimos a perfeição cristã quando aprendemos a perdoar como Deus perdoa, e a amar como Deus ama” (The Gospel of Matthew, v. 1, p. 176, 177).

Ellen White diz: “Como Deus é perfeito em Sua elevada esfera de ação, assim o homem pode ser perfeito em sua esfera humana. O ideal do caráter cristão é a semelhança com Cristo” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 365).

No dia em que conseguirmos amar tanto a justos como a injustos seremos perfeitos em nossa esfera como Deus o é na Sua.

domingo, 29 de agosto de 2010

De onde vieram os soldados?

Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. 2 Reis 6:16

No fim da década de 50 o padre de Fátima do Sul, MS, através de um alto-falante na igreja matriz, falava contra as demais igrejas locais, inclusive contra os adventistas, que se reuniam em um pequeno templo de madeira.

Então os irmãos adventistas decidiram colocar também um alto-falante junto ao seu pequeno templo, não para revidar os ataques, mas para ler trechos da Bíblia e do Espírito de Profecia para a vizinhança.

Na mesma noite em que o alto-falante foi inaugurado, uma procissão passou ali perto, e alguns participantes, incomodados com a programação, decidiram ir até lá e “acabar com tudo”. Duas mocinhas, interessadas em nossa mensagem, ouviram a ameaça e foram correndo avisar o irmão Porfírio Ferreira de Abrantes, um dos líderes adventistas, o qual pediu ao irmão Diomar que parasse de falar e desligasse o alto-falante. E ficou em frente à igreja para ver o que aconteceria.

Uma turba de uns 30 homens chegou e rodeou o irmão Porfírio, xingando-o e desferindo socos na direção do seu rosto, mas sem o atingir. Ele estava calado e conta que, nesse instante, Deus lhe colocou na mente as seguintes palavras: “Vejam bem o que vocês vão fazer!” E dizendo isto, estendeu a mão na direção da igreja. Eles olharam naquela direção, calaram-se e foram saindo, aparentemente com medo.

No dia seguinte, o delegado intimou o locutor do alto-falante, o irmão Diomar, a prestar depoimento na delegacia. Lá chegando, Diomar soube que os revoltosos haviam dado queixa, afirmando que os adventistas tinham contratado um grupo de soldados para montar guarda em frente à igreja. O delegado queria saber de onde era esse destacamento e por que não haviam recorrido a ele, em busca de proteção.

Diomar explicou que não haviam chamado nenhum soldado, e que a única explicação que tinha é que Deus certamente enviara anjos para protegê-los.

A partir desse incidente a igreja não mais enfrentou oposição no lugar. Os irmãos instalaram um alto-falante em uma casa comercial no centro da cidade, onde passaram a utilizar discos da Voz da Profecia com as palestras do pastor Roberto Rabello, ouvidas até pelo padre. Um dia, esse religioso disse ao irmão Porfírio:

– Ô, Porfírio, pode pôr esse programa aí, porque eu ouço e aprecio muito.

O episódio serviu para demonstrar, mais uma vez, a proteção divina, tanto por Seus filhos quanto pela Sua igreja, mesmo em se tratando de um pequeno templo de madeira.

sábado, 28 de agosto de 2010

O poder do amor

Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. João 15:17

Elias Howe foi um homem pobre e doente. Ele pensou em desistir de tudo. Afinal de contas, por que continuar tentando, após a vida lhe ter dado tantas rasteiras? Dia após dia, porém, ele observava a esposa persistentemente costurando a fim de conseguir-lhes um pouco de dinheiro para a refeição seguinte. Howe amava extremamente a esposa, e lhe doía vê-la trabalhando tanto.

Por causa de seu amor por ela, ele deixou de se concentrar em suas próprias enfermidades e começou a pensar no que poderia fazer para ajudá-la. Trabalhando arduamente, após seis meses concluiu o primeiro modelo de uma máquina que revolucionaria o trabalho doméstico em todo o mundo. Era a primeira máquina de costura. A invenção de Howe o tornou famoso e rico e o ajudou a recuperar a saúde. Foi o amor pela esposa que o impulsionou a realizar o grande invento de sua vida.

Na Suécia uma enfermeira que trabalhava em uma instituição de saúde do governo, foi designada para cuidar de uma senhora idosa. Esta paciente não havia falado uma única palavra durante três anos. As outras enfermeiras não gostavam dela e procuravam ignorá-la. A nova enfermeira, porém, decidiu mostrar-lhe amor.

A mulher balançava-se em sua cadeira de balanço durante o dia todo. Um dia, a enfermeira puxou uma cadeira de balanço para o lado dela e apenas passou a balançar-se ao seu lado e a dar-lhe amor. No terceiro dia, a paciente abriu os olhos e disse: “Você é muito bondosa!” Duas semanas mais tarde a senhora recebeu alta.

É claro que nem sempre os resultados são tão surpreendentes. Mas a experiência tem demonstrado que o amor tem um extraordinário poder de curar, tanto o corpo como a mente.

O amor nem sempre nos torna ricos, saudáveis e famosos. Às vezes, ele cobra um preço muito alto, como no caso de Cristo. Mas Ele pagou de boa vontade o preço, deixando-nos esse exemplo: “Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei” (Jo 15:12).

À luz de um tão grande amor, não seria trágico se você e eu, que pertencemos ao corpo de Cristo, não conseguíssemos conviver em harmonia uns com os outros? Quão mesquinhos são os nossos melindres e ressentimentos à sombra do Calvário!

Amai-vos uns aos outros. Um mandamento simples, mas que tem o poder de curar o corpo, a mente, o espírito, e os relacionamentos humanos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O homem de um talento

Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Mateus 25:18



Não há dúvida de que o enfoque principal da parábola dos talentos está no servo que recebeu um talento. Esse indivíduo aparece bem no centro do palco, e dele é que devemos extrair a lição mais importante, pois certamente existem mais pessoas de um só talento neste mundo, e também dentro da igreja, do que aquelas de dois e de cinco talentos.



O homem de um talento enterrou seu capital. A intenção dele era conservá-lo. Mas a parábola nos mostra que ele acabou perdendo-o. Num plano imediato, esse servo representa os escribas e fariseus, que queriam conservar a Lei intacta e só para si mesmos. Restringiam-se à letra do que estava escrito e não aceitariam ampliações de sua compreensão, como Cristo procurou mostrar-lhes ao completar o que foi dito aos antigos (ver Mt 5:21-48).



Num plano mais distante, o homem de um talento simboliza o indivíduo que se contenta com a rotina na igreja. Não comete crimes, mas também não se interessa muito em qualquer expressão do bem. Mostra-se egoísta e, pior, contenta com o seu egoísmo. Não serve aos semelhantes, porquanto se envolve demasiadamente em seus negócios particulares, e só serve a si mesmo.



Por causa de seus temores, tem um mau conceito de seu senhor, e isso ilustra o fato que se pode observar facilmente no mundo e na igreja – que as pessoas podem conceber a Deus como um tirano, que espalha destruição e miséria por toda parte. O mau servo disse: “Senhor, eu Te conhecia, que és um homem duro.” Este homem, portanto, julgava Deus como arbitrário, vingativo, sem misericórdia, como os reis da terra.



Uma lição dura que esta parábola nos ensina é que aquilo que você não usa lhe será tirado.



Um indivíduo agnóstico achou que Jesus havia sido muito cruel com o servo de um talento, ao puni-lo com a apreensão de seu único talento. Jesus de fato disse: “Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt 25:28, 29). Mas Jesus não estava sendo cruel. Ele estava simplesmente demonstrando uma lei da vida. Se você usa o que tem, terá mais, pois as pessoas dinâmicas progridem sempre. Se não usa, perderá até mesmo o pouco que tem. Neste sentido, os seres humanos são parecidos com as pilhas de uma lanterna: não sendo usadas, elas enferrujam.



Se usarmos nossos talentos para a glória de Deus, Ele os multiplicará e fará com eles o que consideramos impossível.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Homens de cinco talentos

O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Mateus 25:16

Somos todos iguais aos olhos de Deus. Todos temos os mesmos direitos segundo a Constituição. Numa eleição todos os votos valem o mesmo. Mas quando se trata de dons e habilidades, somos todos diferentes. Deus não nos fez iguais nesse aspecto. Há pessoas que podem administrar cinco talentos, enquanto outras só conseguem dar conta de um. Uns conseguem organizar suas ideias, colocá-las no papel e produzir algo, enquanto outros não têm essa capacidade. Uns têm vigor físico e intelectual, outros não.

Os talentos são dados por Deus para serem desenvolvidos. O pintor que não pinta, o músico que não toca, o atleta que não se exercita, vai aos poucos perdendo a capacidade. E isto nos faz lembrar da parábola dos talentos, referida por Jesus em Mateus 25:14-30.

Nós conhecemos a história. O homem que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. E o seu senhor ficou muito satisfeito com ele, ao voltar de viagem. O servo que recebeu dois talentos procedeu da mesma maneira.

Originalmente o talento era uma unidade de peso; depois passou a ser uma unidade monetária que valia seis mil denários. E um denário era o pagamento por um dia de trabalho. Um talento, portanto, valia o trabalho de um homem por seis mil dias, ou mais de dezesseis anos. Quem pensa, portanto, que um talento era pouca coisa, está enganado. Um talento era uma verdadeira fortuna. Assim, o servo que recebeu cinco talentos, recebeu uma quantia que lhe exigiria cerca de 80 anos para adquirir.

Essas cifras nos dão um quadro impressionante aqui, ou seja: Deus está dando aos Seus servos grandes responsabilidades. Mesmo àqueles que só receberam um talento.

Uma das lições espirituais que podemos extrair desta parábola é que cada um recebeu de acordo com sua capacidade. E agora vem também a contrapartida: quem recebeu mais, maior responsabilidade tem. A proporção de dinheiro diferiu, mas cada um tinha o dever de ser igualmente fiel e sábio na administração do que recebeu.

Embora a mensagem desta parábola não esteja especialmente vinculada à segunda vinda de Cristo, ela indica que, no regresso do Senhor, Seus servos deverão Lhe prestar contas do uso que tiverem feito de suas oportunidades.

Você talvez não seja uma pessoa de cinco talentos. A maioria tem só um ou dois. Mas cada um de nós recebeu pelo menos um, e Deus espera que ele seja desenvolvido.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ervas daninhas

E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Mateus 13:26

“No Oriente, os homens vingavam-se muitas vezes do inimigo, espalhando sementes de qualquer erva daninha, muito semelhante ao trigo, em crescimento, em seu campo recém-semeado. Crescendo com o trigo prejudicava a colheita, e causava fadigas e prejuízos ao proprietário do campo. Assim Satanás, induzido por sua inimizade a Cristo, espalha a má semente entre o bom trigo do reino” (Parábolas de Jesus, p. 71).

Via de regra, a erva daninha semeada em meio aos trigais dos inimigos, era uma planta nativa da Palestina, chamada cizânia, que atinge 60 centímetros de altura, e não pode ser distinguida do trigo, durante a fase de crescimento. Somente quando a planta amadurece e seus grãos se tornam pretos, pode-se perceber a diferença. Estas sementes são venenosas e, se forem comidas, produzirão violentas náuseas, convulsões e, às vezes, chegam a causar a morte.

Normalmente, porém, ninguém planta ervas daninhas em seu próprio quintal, pois elas nascem e crescem sem qualquer esforço de nossa parte. Não é preciso afofar a terra, adubá-la, regá-la, ou mesmo proteger tais ervas do Sol ou das formigas. Tudo que é necessário para que as tiriricas se desenvolvam é ficar de braços cruzados. Esta é uma lição que a natureza nos ensina: o terreno não cultivado não fica vazio, mas o que nasce sem ter sido semeado geralmente não tem serventia.

Assim é também na vida. Desconfie de tudo aquilo que não requer esforço, pois certamente se trata de erva daninha. Todas as formas de ganhar dinheiro fácil, seja através de jogos de azar, loterias, correntes, pirâmides, bingo, ofertas de produtos muito abaixo do preço de mercado, etc., não passam de ilusão de que você poderá enriquecer sem fazer força.

O mesmo se aplica às drogas. O consumo delas se baseia no conceito de que em vez de se aborrecer tentando enfrentar os seus problemas, você pode fugir deles tomando uma pílula e viajando euforicamente para um mundo de sonhos. Mas quando o sonho acaba, o retorno à realidade é terrível e pede outra pílula e outra viagem ilusória.

Descubra as tiriricas de sua vida e arranque-as, pois elas podem estragar para sempre seu belo jardim. Isso dá trabalho, mas vale a pena.
Peça a Deus que o ajude nessa árdua tarefa.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Medalha de ouro para todos

Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. Lucas 10:33



Durante as paraolimpíadas de Seattle, EUA, em que os participantes eram todos deficientes, ocorreu um lindíssimo quadro esculpido por nove atletas com deficiência mental.



Na corrida dos cem metros rasos, um dos garotos tropeçou, caiu e começou a chorar. Os outros, ao ouvirem o choro, pararam. Uma menina com síndrome de Down beijou o colega e disse-lhe: “Pronto, agora vai sarar!”



Em seguida, os nove competidores se deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada, sob a admiração e comoção de todo o estádio, que aplaudia de pé. Em vez de um, todos foram condecorados com uma medalha de ouro.



As competições sempre enaltecem o vencedor, que supera todos os concorrentes. Mas os deficientes dessa paraolimpíada lembraram à humanidade que podemos e devemos ajudar a vencer aqueles que tropeçaram em algum obstáculo na vida, mesmo que isso signifique parar, retroceder, e então avançar juntos, de mãos dadas, para que todos sejam vencedores.



A solidariedade, a compaixão, são virtudes possuídas pelos seguidores de Cristo, O qual, vendo “as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9:36). Ovelhas sem pastor vagueiam em volta do curral confusas, esbarrando umas nas outras porque não sabem para onde ir. Como muitos de nós.



Jesus sentiu compaixão pelas pessoas porque elas estavam sedentas de Deus, mas os líderes espirituais da época, os fariseus, escribas, sacerdotes e saduceus nada tinham para lhes oferecer. Os doutores da lei não ofereciam orientação nem conforto espiritual. Em vez de darem ao povo coragem e esperança para viver, colocavam sobre ele o peso de mil imposições legais. Estavam dando aos homens uma religião que era um fardo.



Diz William Barclay: “Precisamos sempre lembrar-nos de que a religião cristã existe, não para desanimar, mas para dar coragem, não para vergar os homens com encargos, mas para erguê-los nas asas.”



O bom samaritano inclinou-se e ajudou o judeu caído a levantar-se e a prosseguir a carreira até à linha de chegada, onde Cristo espera a todos com a medalha de ouro.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Devemos dar esmolas?

Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. Mateus 5:42



Um dia, ao esgueirar-me por entre os mendigos que infestavam o centro de São Paulo, lembrei-me das palavras de Cristo: “Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” Então pensei: “Se eu seguir esse conselho à risca irei à falência, e logo estarei entre eles, mendigando também!”



Antes de analisarmos o sentido das palavras de Cristo, examinemos a condição de alguns mendigos. Um deles “trabalhava” regularmente das 6 às 10 horas e das 17 às 19 horas. No intervalo perambulava pela ruas e ia ao cinema.



Outro pedinte costumava expor à compaixão dos passantes a perna, com um curativo horrível. A atadura estava suja de sangue e moscas pousavam e voejavam em volta da ferida. Um dia a polícia prendeu o homem, pois descobriu tratar-se de um falso mendigo. Não havia ferida alguma na perna. Ele apenas havia feito um emplastro com um pedaço de carne de terceira, a fim de iludir as pessoas sensíveis.



Como estes, há centenas que adotaram a “profissão” de mendigo, a fim de se aproveitar da boa fé das pessoas para viver na ociosidade. Se Cristo viesse a uma das nossas grandes cidades hoje, e a cada mendigo que encontrasse fizesse a mesma pergunta que fez ao paralítico de Betesda: “Queres ficar são?”, provavelmente receberia um “não” como resposta. Para que sarar se as chagas dão lucro?



Ellen White nos adverte: “Não é sábio dar indiscriminadamente a todo aquele que solicite nosso auxílio, porque podemos assim encorajar a ociosidade, a intemperança e a extravagância. Mas se alguém chegar à vossa porta dizendo que está com fome, não o despeçais vazio. Dai-lhe algo a comer, do que tendes” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 163).



O dever do cristão para com os menos afortunados envolve um relacionamento pessoal, através de um trabalho contínuo em favor deles. Quem dá uma esmola parece estar querendo ver-se livre do pedinte, como a dizer: “Tome aí. E agora deixe-me em paz.” Em vez de atirar-lhe uma moeda, se pudermos ensiná-lo a ganhar o sustento, estaremos ajudando-o de modo muito mais eficaz. Em vez de dar-lhe peixe, devemos ensiná-lo a pescar.

domingo, 22 de agosto de 2010

... E Deus a restituiu!

Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, Eu te mando, levanta-te! Marcos 5:41



Logo pela manhã, no dia seguinte, o noivo da moça dirigiu-se à casa do pastor Sadio, relatou-lhe os acontecimentos da noite anterior e solicitou-lhe que dirigisse a cerimônia fúnebre.



“Não posso compreender!”, disse o Pastor Sadio. “Justamente no momento em que a vitória parecia ser de Cristo, Satanás parece ter ganho a batalha.” Tomando sua Bíblia, o pastor Sadio acompanhou Orlando até a casa onde o corpo estava sendo velado.



Ali chegando, pediu que todos se retirassem da sala, e, fechando a porta, colocou-se de joelhos ao lado do esquife. Orou fervorosamente pedindo que se operasse um milagre. Ele sentiu, ao orar, que Deus poderia fazer com que Kinta voltasse a viver.



Após a oração, o pastor Sadio levantou-se, resoluto, e repetiu três vezes: “Kinta, em nome de Jesus, levanta-te!” Ao pronunciar a frase pela terceira vez, a moça abriu os olhos e levantou a cabeça. O pastor a ajudou a levantar-se e a reanimou. Vendo que ela já estava em condições normais de vida, embora um pouco fraca, abriu a porta e apresentou-a à pequena multidão do lado de fora.



O povo recuou, assustado. Este era um fato novo para eles. Já haviam presenciado muitas mortes causadas pela feitiçaria, mas era a primeira vez que testemunhavam uma ressurreição. A notícia espalhou-se rapidamente.



O pastor permaneceu ainda algum tempo em companhia daquelas pessoas, regozijando-se com o milagre que Deus operara. Ao sair, pediu ao noivo da moça que o avisasse tão logo soubesse do paradeiro do bruxo, pois desejava encontrar-se com ele. Naquele mesmo dia o feiticeiro foi localizado, e Orlando foi buscar o pastor. Sabendo do duelo espiritual que estava para ser travado, muitos habitantes da cidade acorreram ao local do encontro.



Ao chegar perante o feiticeiro, o pastor Sadio tomou-lhe a mão, fê-lo levantar-se e lhe disse com firmeza: “Conheces o poder de Cristo? Se tens mais poder que Cristo, poderás matar-me, como fizeste àquela moça.”



E assim dizendo, ambos fixaram os olhos um no outro por diversos minutos. O pastor Sadio viu como que faíscas nos olhos do feiticeiro, mas este por fim soltou-se da mão do pastor e caiu ao solo sem forças, enquanto confessava: “Contra esse Poder eu não tenho poder!”



Após o milagre, muitos se mostraram interessados em conhecer melhor o cristianismo. Hoje as portas estão abertas à pregação do evangelho naquela cidade, e os recém-conversos foram confirmados na fé.

sábado, 21 de agosto de 2010

Satanás tirou-lhe a vida...

Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Efésios 6:12



Em outubro de 1979, quando o Pastor Malton Braff era presidente da Missão da África Ocidental, com sede em Dacar, no Senegal, ocorreu um fato extraordinário na cidade de Zinguinchor, interior daquele país. O ocorrido é totalmente digno de crédito, porque foi presenciado por inúmeras pessoas e acompanhado pelo Pastor Albert Sadio, homem consagrado e experiente.



Kinta era uma moça natural da Guiné-Bissau. Um dia resolveu fixar residência no Senegal, onde conheceu um rapaz chamado Orlando, de quem se tornou namorada. Ambos entraram em contato com os adventistas e passaram a receber estudos bíblicos do Pastor Sadio.



Quando ainda morava na Guiné-Bissau, Kinta convivera com um homem, o qual abandonara ao vir para o Senegal. O ex-amante, inconformado com a situação, sabendo que Kinta estava noiva e aceitara o cristianismo, contratou o maior feiticeiro da Guiné-Bissau para matá-la.



O feiticeiro localizou a jovem, que estava hospedada em uma residência familiar na cidade de Zinguinchor, e apresentando-se como tio de Kinta, foi logo recebido com muita alegria. Na África as famílias são muito numerosas e, por essa razão, o feiticeiro se fez passar por tio de Kinta sem despertar qualquer suspeita. Poucos minutos depois, parentes e amigos da jovem, moradores das redondezas, estavam reunidos naquela casa para comemorar a chegada do suposto parente.



Por volta das onze horas da noite, o feiticeiro, que por diversas vezes tentara ficar a sós com a moça e não conseguira, convidou-a para entrar (estavam no quintal, em virtude do calor), dizendo-lhe que trazia uma encomenda especial para ela. Os demais também a acompanharam para dentro da casa.



O feiticeiro chamou Kinta a um canto e olhou fixamente nos olhos dela. A moça caiu imediatamente para trás. Seguiu-se uma grande confusão, o que permitiu a fuga do feiticeiro. Ninguém teve dúvida de que aquilo era obra de feitiçaria.



Orlando e os demais tentaram, por todos os meios conhecidos, reanimar a jovem, que, no entanto, permanecia imóvel, pálida, sem respirar e sem pulso. Logo seus músculos se enrijeceram, indicando que nada mais havia a ser feito por ela senão prepará-la para o sepultamento.



Leia amanhã o final eletrizante dessa história.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Herança doutrinária

Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade. João 17:17

Os adventistas creem ter a verdade, pois baseiam inteiramente suas crenças nas Escrituras Sagradas, e não em uma mistura de Bíblia com tradição. Entretanto, temos uma grande dívida de gratidão para com muitos cristãos que nos precederam e descobriram verdades bíblicas que hoje também partilhamos.

Cremos, por exemplo, que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. De quem herdamos esse conceito? De Lutero e Wycliffe. O mesmo temos de admitir quanto à doutrina da justificação pela fé. Lutero descobriu na Bíblia que os pecadores não são salvos pelas obras, mas pela fé em Cristo (Rm 5:1, 2; Ef 2:8, 9).

O nome de João Calvino se acha associado à doutrina da predestinação, na qual não cremos. Mas os adventistas e outros cristãos de fala inglesa devem aos seguidores de Calvino – os puritanos – a famosa versão bíblica King James. Em 1603, os puritanos solicitaram ao rei Jaime I, da Inglaterra, uma nova tradução da Bíblia, para ser usada nos cultos. E o rei designou 47 eruditos para executar essa tarefa.

Quem poderá avaliar os benefícios espirituais dessa tradução?

Os adventistas creem no batismo por imersão, mas não o inventaram. Os anabatistas e batistas o adotaram antes de nós, ao perceberem que Paulo considera o batismo um sepultamento (Rm 6:4), e que Jesus “saiu da água” após ter sido batizado (Mt 3:16, NTLH). Alguns deles, ao prosseguirem seu estudo da Bíblia, descobriram o sábado como dia santificado, e passaram a observá-lo.

No século 18 milhões de crentes temiam que Deus os houvesse predestinado para a perdição. Então John Wesley descobriu que a salvação é para todo aquele que crê (Jo 3:16). Hoje, os adventistas pregam que a graça de Deus é gratuitamente concedida aos homens. Graças a Deus pela contribuição de John Wesley e dos metodistas.

Wycliffe acreditava no sono inconsciente entre a morte e a ressurreição. Lutero ensinava que a morte em Cristo é um sono doce e breve. Os adventistas são gratos a eles e a muitos outros por essa mesma compreensão.

Pioneiros, como Hiram Edson, Frederick Wheeler (através da batista do sétimo dia, Rachel Oakes), Ellen Harmon, José Bates, Tiago White e muitos outros trouxeram de suas igrejas de origem muitas verdades que hoje fazem parte de nosso corpo doutrinário. Em troca, oferecemos a todos os cristãos uma nova compreensão da obra de Cristo no santuário celestial.

Devemos ser gratos a todos por sua contribuição à verdade.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ponte ou parede de separação?

Porque guardaste a palavra da Minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro. Apocalipse 3:10

Em nossa infância, eu e meus irmãos tivemos vários amigos de outras religiões, especialmente judeus, católicos, metodistas e luteranos.

De um modo geral, todos respeitávamos as crenças alheias.

Lembro-me, entretanto, de um incidente que mudou nosso relacionamento com os metodistas da cidade de Cachoeira do Sul, RS. Um garoto metodista, nosso amigo, costumava ir ao salão de jovens da igreja adventista local para jogar pingue-pongue.

Um dia, o pastor adventista o abordou dizendo: “Fulano, já que você vem sempre aqui para jogar, por que não se torna logo adventista?” E em seguida começou a dar-lhe estudos bíblicos, mostrando os pontos doutrinários em que os adventistas divergem dos metodistas.

O menino foi para casa e contou tudo aos pais, os quais ficaram furiosos e convocaram o pastor adventista à sua casa para um debate com o pastor metodista.

O encontro, que deveria ser amigável, degenerou em bate-boca e quase acabou na polícia. O garoto continuou nosso amigo, mas os pais adquiriram antipatia, não só pelo nosso pastor, mas também pela igreja adventista. E quando duas de nossas irmãs apareceram em sua loja para recoltar, foram postas a correr de lá.

Este incidente teve ainda um desdobramento secundário: alguns irmãos adventistas apoiaram a atitude do nosso pastor, dizendo que ele estava certo em “chamar o pecado pelo seu nome exato”, e que não deveria mesmo haver aproximação com outras igrejas, pois não aceitamos o ecumenismo. E que, se a perseguição tiver que vir, que venha logo.

Outros, porém, entenderam que o pastor criou um antagonismo desnecessário com uma igreja cujos membros eram cidadãos amáveis e educados.

Jesus, em Seu sermão profético, disse aos discípulos que eles seriam entregues aos tribunais e às sinagogas, e açoitados e odiados por causa de Seu nome (Mc 13:9, 13). “Advertiu-os, porém, a que não se expusessem desnecessariamente à perseguição” (O Desejado de Todas as Nações, p. 355).

A perseguição virá. Mas não nos compete antecipá-la. Agora é o tempo de construir pontes de acesso ao evangelho e não paredes de separação, muitas vezes erigidas por orgulho, preconceito e exclusivismo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Deus é fiel

O Senhor é fiel em todas as Suas palavras e santo em todas as Suas obras. Salmo 145:13

José Ferraz de Almeida trabalhou por mais de 30 anos na colportagem. Em 1955 visitava clientes na zona rural de Bauru, SP, e região, pilotando sua reluzente moto vermelha, que viera substituir a velha bicicleta, companheira de trabalho por vários anos.

Certo dia entregou uma coleção de livros para um pequeno agricultor, mas este não tinha dinheiro para pagá-los. “O senhor pode confiar em mim”, pediu o homem. “Dê-me seu endereço, e assim que receber o dinheiro de minha colheita irei até sua casa para fazer o pagamento.” Contrariando seu costume, José Ferraz acabou deixando os livros com o cliente.

Algum tempo depois José sofreu um grave acidente com sua moto, fraturando o joelho direito. Por isso, precisou interromper seu trabalho por diversos meses. Como vivia exclusivamente da colportagem, a crise financeira logo bateu às portas.

Certo dia, ainda bem cedo, ele constatou que não havia mais alimento em casa, nem mesmo para o desjejum daquela manhã. Dirigindo-se ao quarto, pediu a providência divina, citando o Salmo 37:25: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.”

Minutos depois alguém bateu palmas no portão. Para sua surpresa, logo reconheceu o agricultor, que viera pagar os livros entregues meses antes. Deus enviara provisão, não apenas para um simples desjejum, mas para muitos dias.

Esse episódio foi relatado ao seu filho, Wilson Ferraz de Almeida, quando José estava com 89 anos, alguns meses antes de seu falecimento. Com emoção, ele concluiu: “Sabe, filho, tenho aprendido ao longo de todos esses anos que Deus começa a agir em nosso favor mesmo antes de lhe pedirmos. Posso imaginar que aquele homem se levantou bem de madrugada para caminhar cerca de uma hora até a estação de Pederneiras, onde tomou o trem das seis. Chegou a Bauru meia hora depois e caminhou mais uns dois quilômetros para chegar até nossa casa às sete da manhã e trazer a resposta imediata do Senhor ao meu pedido de socorro. Filho, como Deus é fiel! Em toda a minha vida tenho comprovado essa fidelidade!”

Por ocasião de seu funeral, a família se despediu dele cantando o hino 35 do Hinário Adventista, “Tu és Fiel, Senhor”, um de seus hinos prediletos, na certeza de que Deus mais uma vez será fiel para resgatá-lo da morte na ocasião da ressurreição.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

No corredor da morte

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará. Mateus 6:14

Michael Ross foi preso no Estado de Connecticut, EUA, e condenado à morte por violentar e matar oito mulheres. Enquanto aguardava a execução, escreveu algumas interessantes Reflexões Sobre o Perdão. Diz ele:

“Sou o pior dentre os piores em minha unidade. Matei mais pessoas do que o restante dos prisioneiros juntos, no corredor da morte. No entanto, pela graça de Deus, eu hoje tenho mais paz mental e mais liberdade do que os demais prisioneiros.

Não estou falando de liberdade física. A minha liberdade transcende o mundo físico. É uma liberdade que poucos compreendem; na verdade, muitas pessoas aqui na prisão zombam de mim quando falo sobre isso. A liberdade que experimento só pode ser alcançada através da graça de Deus.

Sou grato a Deus por ter-me perdoado os crimes que cometi contra a humanidade. Se as famílias de minhas vítimas algum dia serão capazes de me perdoar, eu não sei, embora eu ore para que elas consigam. O que sei é que Deus me ensinou a perdoar aqueles que me feriram, e aí reside grande parte da liberdade que desfruto” (Signs of the Times, julho, 1998, p. 18-22).

Ele descreve também o abuso mental e físico que sofreu de sua mãe, quando criança, e o ódio que dela sentia. Mas gradualmente, na prisão, descobriu que esse ódio o estava destruindo. Então um amigo lhe enviou alguns livros sobre o perdão, nos quais aprendeu que “o ressentimento é comparado a segurar uma brasa viva nas mãos, com a intenção de jogá-la no seu ofensor, enquanto você próprio se queima”.

Após anos de apoio de seu conselheiro espiritual e de seus amigos, ele pôde finalmente dizer: “Eu a perdoo, mãe!” Não foi fácil enfrentar seu passado doloroso, mas durante esse período ele descobriu uma das grandes verdades da vida: Podemos encontrar paz interior somente quando nos convencemos de que precisamos mudar a nós próprios e não as pessoas que nos feriram.

Michael Ross foi executado no dia 13 de maio de 2005, após passar 18 anos no corredor da morte.

O perdão é um dos pontos básicos do cristianismo. Deus está disposto a nos perdoar, não importa quão longe tenhamos ido no pecado. Em troca, Ele nos pede que perdoemos aos nossos devedores.

Pode não ser fácil, mas o perdão é o caminho para a paz.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Deus Se antecipa à necessidade

E será que, antes que clamem, Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei. Isaías 65:24

Ao se aposentar, Josué Ezaledo decidiu com a esposa mudar-se de Santo André, SP, para alguma cidade do interior paulista. Vendeu seu apartamento em abril de 2007, e tinha três meses para desocupá-lo. Seu desejo era ir para Hortolândia, onde tinha muitos amigos, mas descobriu que o dinheiro que havia sobrado da venda de seu apartamento não seria suficiente para comprar uma casa ali.

Nessa ocasião um pastor lhe falou a respeito da cidade de Pilar do Sul, o que o entusiasmou. Os três meses de prazo passaram rapidamente e eles tiveram de desocupar o apartamento. Ao término de um culto, outro pastor, sabendo de suas intenções e dificuldades os aconselhou dizendo: “Por que vocês não vão para Pilar do Sul? É uma cidade calma e boa para quem está aposentado, tem uma igreja pequena e muitas oportunidades de trabalhar para Cristo.”

Devido à urgência, desta vez eles ouviram o conselho e decidiram visitar a cidade. Gostaram muito e encontraram uma casa com preço ao seu alcance. Pagaram uma parte e ficaram devendo o restante, que deveria ser pago em dez vezes.

Mas tiveram despesas extraordinárias e, após um mês, se defrontaram com o seguinte dilema: ou devolviam o dízimo ou pagavam a primeira prestação. Oraram a Deus, apresentando suas necessidades, e optaram por devolver o dízimo.

Aproximava-se o dia de pagar a prestação e ele não tinha o dinheiro. Em desespero, ajoelhou-se e clamou a Deus por auxílio. E após dez minutos começou a resposta de Deus. Recebeu um telegrama de sua irmã, que morava em São Paulo, dizendo ter recebido um telefonema da gerente do Banco em que era cliente, pedindo que ele entrasse em contato urgente com a agência. Seu coração bateu forte, pensando que teria mais alguma dívida para pagar. Mas ao telefonar, a gerente lhe disse que ao fazer uma revisão no seu Fundo de Garantia, notou que em 1970 ele havia deixado de receber uma pequena quantia, que agora já havia se transformado num bom dinheiro, o qual poderia ser retirado em qualquer agência da região, bastando para isso apresentar os seus documentos.

Ao desligar, algumas pessoas o viram chorando, por este milagre de Deus. Com o dinheiro recebido, ele não só pagou a primeira prestação, mas todas as dez, e ainda comprou alimentos e tudo o que necessitava.

Trinta e sete anos antes Deus havia retido aquele dinheiro, e o liberou na hora certa, como recompensa pela fidelidade do irmão Josué.

domingo, 15 de agosto de 2010

Maçã podre

Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. Ezequiel 28:15

Uma maçã podre numa caixa estraga todas as outras. Mas quando Deus criou o mundo, tudo era perfeito. Não havia germes nocivos, morte ou lágrimas. Infelizmente, nesse mundo perfeito apareceu uma maçã podre que estragou a criação de Deus.

E a pergunta que surge é a seguinte: Se Deus é bom e todo-poderoso, por que não pegou essa maçã e a jogou no lixo, para evitar que ela estragasse as outras? Você não faria isso? Obviamente, estamos falando de Satanás.

Deus sabia que se Satanás continuasse vivendo, sua influência perniciosa se espalharia pela terra e resultaria em Hitler, Idi Amin, Stalin, Saddam Hussein e outros tiranos. Resultaria também em males como o câncer, AIDS, depressão, solidão, defeitos congênitos, alcoolismo, dependência de drogas, acidentes, crimes e divórcios. Em resumo: resultaria num mundo cheio de miséria e dor. Foi justo da parte de Deus deixar que toda essa miséria se espalhasse quando poderia ter cortado o mal pela raiz?

Vejamos a seguinte ilustração: Uma empresa tinha um diretor que era amado por seus gerentes e funcionários. O seu assistente o ajudava em tudo. Mas então esse assistente começou a espalhar o boato de que o diretor estava fraudando a empresa. Foi um golpe devastador num líder que sempre havia procurado ser honesto e leal. Pior ainda foi o fato de que entre os gerentes e funcionários houve quem acreditasse no boato.

O assistente havia preparado o terreno e conquistado simpatizantes. E quando ele fez essa denúncia, muitos acreditaram nele. Alguns até sugeriram que o conselho dos diretores deveria colocá-lo no lugar do diretor.

O diretor poderia tê-lo despedido. Mas pensou: “Mesmo os funcionários que confiam em mim podem desconfiar que eu tenha algo a esconder, pois demito quem discorda de mim. E funcionários que não confiam em seu líder, trabalham mal.” Assim, o diretor permitiu que o seu assistente continuasse trabalhando. Mais cedo ou mais tarde a verdade apareceria.

E foi o que aconteceu. A empresa passou por um período difícil, todos perceberam que a acusação do assistente era falsa, e ele acabou pedindo demissão.

Tal e qual aquele presidente, Deus deu a Satanás tempo para que surgissem os frutos de sua obra. E ao derramar “o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais” (O Desejado de Todas as Nações, p. 761).

No seu devido tempo a maçã podre será, finalmente, jogada fora.

sábado, 14 de agosto de 2010

A maior prova de amor

Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. João 15:13

Em 17 de fevereiro de 1941 o padre franciscano Maximilian Kolbe, da Polônia, foi preso pela Gestapo sob a acusação de ajudar judeus e oponentes poloneses. Em 28 de maio ele e mais quatro companheiros foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz.

Poucos saíram de lá vivos. O comandante, Karl Fritsch, disse aos prisioneiros que os judeus tinham o direito de viver apenas duas semanas, e os padres católicos, um mês. E que a única saída do campo era através das chaminés do crematório.

O padre Maximiliano foi tatuado com o número 16670 e posto a trabalhar carregando blocos de pedras para a construção de um crematório. No fim de julho foi descoberto que um prisioneiro havia escapado, e os homens do grupo de Maximilian foram enfileirados ao sol abrasador do meio-dia, sabendo o que os esperava. A regra era que para cada prisioneiro que escapasse, dez morreriam da maneira mais cruel: de fome.

Dentre os dez escolhidos a esmo estava um sargento chamado Francis Gajowniczek, o qual clamou: “Misericórdia! Tenho mulher e filhos!”

Então um homem deu um passo à frente e se ofereceu para morrer em lugar do sargento. Era o prisioneiro nº 16670, Maximilian Kolbe.

O comandante permitiu a troca, e Kolbe e mais nove prisioneiros foram para a cela 18 onde o padre procurou lhes dar um pouco de ânimo e conforto espiritual. Ele suportou com lucidez a fome e o sofrimento durante duas semanas, e então lhe deram uma injeção letal. Maximilian Kolbe morreu em 14 de agosto.

O sargento Gajowniczek, por quem Kolbe deu a vida, sobreviveu e voltou para sua família. Para ele o dia 14 de agosto sempre foi um dia de reflexão e indizível gratidão por alguém que deu a vida para salvá-lo. Gajowniczek viveu até 1995.

Dar a vida por alguém é muito raro, e requer coragem, amor ao semelhante e convicção de estar em paz com Deus. Paulo diz que “dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:7, 8).

Não seremos nós eternamente gratos Àquele que morreu para nos salvar?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Fora do controle humano

A fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens. Daniel 4:17

A sexta-feira 13 de qualquer mês é considerada popularmente como um dia de azar. E quando esse dia cai no mês de agosto, como hoje, os supersticiosos têm medo até de sair de casa, pois acreditam que as bruxas andam soltas.

Os adeptos dessas crendices usam diversos objetos e tomam algumas precauções para tentar controlar as coisas que não estão sob o domínio da vontade, do esforço ou da inteligência humana. Usam pés de coelho, ferraduras e outros amuletos para “dar sorte”, evitam passar embaixo de uma escada, temem os gatos pretos e por aí afora.

Mas há coisas na vida sobre as quais não temos controle. Não podemos escolher nossos pais nem o país em que nascemos. Não podemos escolher a cor da pele ou a língua materna. Quando nos tornamos adultos podemos decidir a carreira profissional que queremos seguir, o cônjuge, diversões, etc. Mas não conseguimos controlar a marcha dos acontecimentos.

No fim do século 16 um pescador se achava no alto de um penhasco, nas ilhas Orkney, no norte da Escócia. Ele observava a tempestade açoitar sua cabana, seu barco e equipamento de pesca. Embora fosse cristão, sua fé fraquejou ao contemplar a cruel destruição de tudo o que possuía.

Mal sabia ele que essa mesma tempestade fez naufragar uma parte da esquadra espanhola que se dirigia para a Inglaterra a fim de conquistá-la. A tormenta pode ter poupado a Inglaterra do terror da Inquisição Espanhola. Um homem teve prejuízo, mas um país inteiro foi salvo.

Em vez de recorrer a elementos supersticiosos, o cristão entrega o presente e o futuro nas mãos de Deus, crendo “que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Rm 8:28).

“Por entre as contendas e tumultos das nações, Aquele que Se assenta acima dos querubins ainda dirige os negócios da Terra [...] Todos estão, pela sua própria escolha, decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito” (Educação, p. 178).

Entreguemos nossa vida aos Seus cuidados.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Parecidos por fora

Mas Ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Mateus 25:12

Dois soldados alemães, agachados lado a lado, ergueram a cabeça sobre a trincheira, observaram atentamente a escuridão, e então se agacharam de novo.

Os dois haviam nascido na mesma vila da Bavária, tinham sotaque idêntico, possuíam a mesma graduação e falavam com o mesmo fervor sobre a luta para defender a pátria e a honra do imperador. Alguns dos seus companheiros, gracejando que os dois estavam começando a ficar parecidos, os apelidaram de “gêmeos”.

Os gêmeos passaram a noite cheios de temerosa expectativa. Então, quando o sol começou a iluminar o horizonte, os franceses atacaram com toda a fúria. Balas passaram assobiando sobre a cabeça dos gêmeos, bombas explodiram no chão, e a confusão foi total.

Imediatamente as tropas imperiais se levantaram para enfrentar o inimigo. Os gêmeos se ergueram também. Mas enquanto um deles avançou, envolvendo-se em combate corpo-a-corpo, o outro fugiu!

Gêmeos? O perigo mostrou que embora eles fossem muito semelhantes por fora, por dentro eram tão diferentes que quando a fumaça se dissipou, um foi condecorado por bravura e o outro fuzilado por covardia.

Dentro da igreja há, também, dois grupos de pessoas muito parecidas por fora: as roupas são imaculadas, o sorriso cativante e as palavras amáveis. Ambos professam as mesmas crenças, leem a Bíblia, promovem as mesmas verdades espirituais e aguardam a volta de Jesus.

Mas quando Jesus voltar, dirá a um desses grupos, por melhor que seja sua aparência externa: “Em verdade vos digo que não vos conheço.” Este é o grupo que não estará preparado para Sua vinda e representa as virgens imprudentes da parábola (Mt 25:1-13).

Como a parábola bem o demonstra, a aparência externa não é suficiente. O que realmente têm importância é “o seu Espírito no homem interior” (Ef 3:16). Nessa parábola, tanto os salvos como os perdidos parecem idênticos em suas formas, cerimônias e profissão de fé.

Mas a metade deles não possui o ingrediente mais importante, que é o poder do Espírito Santo no coração.

E essa é uma diferença maior do que a que existe entre uma medalha de honra e um pelotão de fuzilamento, como no caso dos gêmeos. Trata-se da diferença entre vida eterna e morte eterna.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mártires da fé

Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados. Hebreus 11:37

No ano 155 d.C., o governador romano de Esmirna fez o seguinte apelo a um homem idoso: “Senhor, leve em conta sua idade.

Blasfeme do nome de Cristo, preste juramento a César e eu o libertarei.”

Mas o velho Policarpo, líder da igreja cristã nessa cidade da Ásia Menor, balançou negativamente a cabeça e disse: “Durante 86 anos eu O servi, e Ele nunca me tratou mal. Como poderei blasfemar de meu Rei, que me salvou?”

Uma grande multidão havia se reunido para assistir ao julgamento desse “ateu”, como era considerado todo cristão que se recusasse a aceitar a divindade de César. E quando Policarpo se recusou a negar Cristo, o povo ficou furioso.

Ajuntando toda a lenha que puderam eles a empilharam em volta de um poste que havia sido erigido no centro do estádio. Então os soldados amarraram o velho homem ao poste a atearam fogo na lenha. Com sua morte, Policarpo deu o testemunho final de sua fé em Cristo (Signs of the Times, janeiro, 1995, p. 20).

Policarpo foi apenas mais um dos incontáveis mártires que deram a vida por sua fé. O Antigo Testamento revela que Zacarias, filho do sacerdote Joiada, foi apedrejado no pátio da Casa do Senhor (2Cr 24:20, 21). O apedrejamento era a forma mais comum de punição capital no antigo Israel. Estêvão, o primeiro mártir cristão, foi morto dessa maneira. Segundo as tradições judaicas, Isaías foi amarrado a uma árvore e serrado junto com a árvore. Numa única ocasião 85 sacerdotes foram mortos ao fio da espada (1Sm 22:18), e Elias se queixou que muitos profetas haviam sido mortos do mesmo modo (1Rs 19:10). Pedro, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo, em Roma. Tiago, irmão de João, foi morto à espada por Herodes Agripa I. O apóstolo Paulo foi decapitado. É desnecessário multiplicar exemplos.

A maioria dos mártires não conheceu Jesus pessoalmente. Mas eles O aceitaram pela fé, através da Palavra de Deus. A forte convicção que adquiriram através do estudo das Escrituras lhes deu coragem para se tornarem participantes dos sofrimentos de Cristo e até mesmo a depor a vida por Ele.

Talvez Deus não requeira o mesmo sacrifício de nós. Mas o contato constante com a Palavra inspirada é vital para nos fortalecer a fé e a esperança nesses tempos finais da história.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Esqueletos no armário

Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento. Mateus 9:13

Se analisarmos a vida de alguns personagens bíblicos, encontraremos alguns esqueletos em seus armários. No Antigo Testamento nos deparamos com Abraão, um homem exemplar conhecido como “Pai da fé”, que, para salvar o pescoço, mentiu duas vezes sobre Sara, dizendo que ela era sua irmã. Jacó, o pai da nação israelita, aproveitando-se da fraqueza de seu irmão Esaú, roubou-lhe a bênção da primogenitura, e depois disso, enganou o pai. E o rei Davi, um homem segundo o coração de Deus, cometeu adultério com a esposa de um fiel general seu e depois mandou matá-lo para tentar encobrir seu pecado.

O Novo Testamento conta que Pedro passou três anos e meio com Jesus e foi considerado um dos Seus três amigos mais chegados. Mas durante o julgamento de Jesus Pedro negou que O conhecesse, embora tivesse sido avisado com antecedência que faria isso.

Notem que esses quatro heróis cometeram seus pecados mais graves após terem dedicado a vida a Deus. Transportando isso para o nosso contexto, podemos dizer que eles escorregaram após “terem sido batizados e se tornado membros regulares da igreja”.

Paulo, antes de se tornar o “apóstolo aos gentios” foi, segundo suas próprias palavras, “blasfemo, e perseguidor, e insolente” (1Tm 1:13). Mas mesmo depois de convertido ele confessou: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19).

A que conclusão podemos chegar com base nesses antecedentes nada recomendáveis dos heróis bíblicos? Que Jesus não veio “chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]” (Mt 9:13) . Paulo apontou para si mesmo como exemplo dessa verdade ao dizer: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15).

A Bíblia é um livro confiável, pois não esconde o fato de que os seus heróis eram seres humanos falíveis e tinham deficiências de caráter como nós. Entre eles havia covardes, mentirosos, homicidas, adúlteros. Mas Deus os amava a despeito disto. Ele via neles não só defeitos, mas também virtudes, e um grande potencial para se tornarem cidadãos do Seu reino. E isto deve ser um estímulo para nós, porque por piores que sejam nossos defeitos, Ele nos ama e quer nos salvar.

Por mais repulsivos que sejam os esqueletos em nosso armário, se permitirmos que Ele nos transforme seremos mais que vencedores.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Seis meses a leite e aveia

Para buscarem a Deus se, porventura, tateando, O possam achar, bem que não está longe de cada um de nós. Atos 17:27


Em janeiro de 1974, o Pastor Malton Braff, com a esposa e três filhos pequenos, deixou a vida confortável na Suíça e aceitou um chamado para presidir a Missão Cabo Verde-Guiné Bissau, com sede na cidade da Praia, ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde.
As condições na ilha eram um tanto precárias, na época. Havia pouca água e quase não se produzia alimentos. Seus habitantes dependiam, em grande parte, dos mantimentos trazidos de navio, vindos de Portugal a cada quinze dias.

Durante um ano os navios chegaram regularmente com sua preciosa carga. Então uma ideia começou a surgir com insistência na mente do pastor Malton: “Faça estoque de alimentos! Faça estoque de alimentos!”

Ele possuía algumas economias que estava reservando para alguma emergência e não pretendia gastá-las dessa maneira. Mas aquela ideia de estocar alimentos continuou a persistir em sua mente até que ele não aguentou mais. Lançando mão de todo o dinheiro que possuía, comprou o que estava disponível no comércio local: leite em pó e aveia. Foi uma compra grande, e sua casa se encheu de caixas e latas de leite e aveia.

Tão logo ele fez esse estoque, os navios que traziam os mantimentos pararam de vir, devido a problemas políticos. Não chegou um só navio durante seis meses. Durante todo esse tempo, ele, a esposa e os três filhos se alimentaram basicamente de leite e aveia. Ao fim de seis meses, quando o estoque estava no fim, os navios retornaram, reiniciando o abastecimento à ilha.

Malton Braff tem certeza de que esse episódio não foi produto do acaso. Da mesma maneira como Deus sabia que viriam sete anos de fome sobre o Egito, e avisou Seu servo José para estocar alimentos durante os sete anos de fartura, Ele também sabia que viriam seis meses de escassez sobre a ilha de Santiago e avisou Seu servo Malton Braff para fazer a devida provisão.

Às vezes, nos sentimos perdidos em meio a uma crise, e somos tentados a pensar que Deus nos abandonou. Mas Ele manifesta Seu amor e cuidado por nós, não removendo a dificuldade, mas falando ao nosso coração e mostrando como devemos preparar-nos para enfrentá-la.

Confiemos em Deus, pois Ele “não está longe de cada um de nós”.

domingo, 8 de agosto de 2010

O nó do afeto

Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Lucas 11:11

Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana. Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho, e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

Essa experiência nos deve fazer refletir sobre as muitas maneiras em que os pais, nessa correria atribulada em busca do sustento diário, podem se comunicar com os filhos, dizendo-lhes que os amam. Vejam esse conselho inspirado:

“Pais [...] combinai o afeto com a autoridade, a bondade e simpatia com a firme restrição. Dedicai a vossos filhos algumas de vossas horas de lazer; relacionai-vos com eles; associai-vos com eles em seus trabalhos e brinquedos e captai-lhes a confiança. cultivai a camaradagem com eles, especialmente os meninos. Tornar-vos-eis, assim, uma forte influência para o bem” (A Ciência do Bom Viver, p. 391, 392).

sábado, 7 de agosto de 2010

Arrancando tiriricas no sábado

Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio. Marcos 3:4

A guarda do sábado é geralmente associada com o que se pode e o que não se pode fazer nesse dia. Um sábado à tarde um pai caminhava por um belo gramado com a filha. De repente, ele se abaixou e arrancou uma tiririca. A filha deu uma risadinha e perguntou: “Pai, quantas tiriricas se pode arrancar sem transgredir o sábado?”

Se a pergunta fosse feita aos fariseus do tempo de Cristo, eles por certo teriam a resposta pronta, pois eram especialistas em legislar sobre questões de menor importância. A Mishnah (coleção das tradições rabínicas) enumera 39 tipos de tarefas que não deveriam ser executadas aos sábados, e havia inúmeras outras instruções detalhadas sobre a observância do sábado.

“Eram proibidos atos como atar ou desatar um nó, escrever ou apagar duas ou mais letras do alfabeto, acender ou apagar fogo.

Também era considerado transgressão do sábado olhar para um espelho fixado na parede. Um ovo posto no sábado podia ser vendido para um gentio, mas não comido, e um gentio podia ser contratado para acender uma vela ou fogo no sábado.

“Era considerado ilícito cuspir no chão, pois dessa maneira uma folha de grama poderia ser irrigada. Não era permitido carregar um lenço no sábado, a menos que uma de suas pontas fosse costurada à roupa, o que nesse caso seria tecnicamente uma parte da roupa. Dessa maneira os rabinos enfatizavam os aspectos negativos da observância do sábado, obscurecendo o seu verdadeiro propósito” (SDABD, p. 937).

Jesus Se opôs a esse abuso, afirmando que o sábado havia sido estabelecido para o benefício do homem (Mc 2:27, 28) e enalteceu os aspectos positivos de sua observância, tais como o comparecimento aos serviços religiosos (Lc 4:16), o ensino religioso (Mc 1:21), atividades sociais apropriadas (Mc 1:29-31; 2:23) e atos de misericórdia (Lc 14:1-3). Sete dos Seus milagres de cura foram operados no sábado.

A guarda do sábado não é um fim em si, e só o observaremos de modo positivo se fizermos dele um dia deleitoso, como uma resposta de amor ao Deus que nos criou. “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (Jo 14:15).