segunda-feira, 31 de maio de 2010

Como devemos aguardar a volta de Cristo

Negociai até que eu volte. Lucas 19:13

Desde que Cristo ascendeu aos céus, Seu retorno tem sido considerado iminente. O livro de Atos mostra que os cristãos primitivos esperavam que Cristo retornasse dentro de pouco tempo. As maravilhas e sinais executados pelos apóstolos (At 2:43) eram considerados sinais do breve retorno de Cristo. A única coisa que faltava era o Seu glorioso aparecimento.

À luz dessa expectativa, os discípulos acharam conveniente esperar a volta de Cristo em reuniões de oração e louvor a Deus. Eles não pensavam em organizar grupos evangelísticos para pregar o evangelho por todo o império. Também não pareciam preocupados em aumentar suas propriedades ou aperfeiçoar sua experiência vocacional. “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade” (At 2:44, 45). Tal era o senso de urgência quanto à vinda de Cristo entre os cristãos primitivos.

Algumas pessoas haviam deixado de trabalhar, e estavam vivendo às custas de irmãos diligentes, alegando que “isto era desnecessário, em vista da segunda vinda” (SDA Bible Commentary, v. 7, p. 280). O apóstolo Paulo os repreendeu dizendo: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3:10).

Atitude semelhante foi adotada pelos mileritas, que aguardaram a volta de Jesus para 22 de outubro de 1844. Quando se aproximou o grande dia, eles abandonaram seus empregos e plantações, e passaram os dias restantes em reuniões de oração.

Nada há de condenável nas reuniões de oração. O problema é não fazer mais nada além disso, pois “a oração não é substituto para o trabalho”.

Aí está uma razão porque Cristo não revelou o dia da Sua vinda. Se Ele tivesse dito aos discípulos: “Eu só voltar após o ano 2000”, eles provavelmente teriam desanimado, sua pregação teria outro enfoque, e seu preparo espiritual talvez não fosse adequado. Por outro lado, se nós, hoje, soubéssemos que Ele viria dentro de algumas semanas, não faríamos o mesmo que os mileritas? Abandonaríamos trabalho, estudos, planos para o futuro, e ficaríamos aguardando em reuniões de oração o grande evento. Mas esse não é o plano de Deus.

Em Seu sermão profético, Jesus disse que as pessoas estariam trabalhando quando Ele viesse: “Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra” (Mt 24:40, 41).

Vamos trabalhar e orar até que Ele venha.

domingo, 30 de maio de 2010

Jesus virá em breve?

Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus! Apocalipse 22:20

Há mais de 160 anos os adventistas do sétimo dia pregam e cantam: “Breve virá! Breve virá! Breve Jesus voltará!” Nós vivemos, nos movemos e existimos em torno dessa esperança.

A segunda vinda de Cristo nos faz sonhar à noite e também de dia claro, com os olhos abertos. Quantos de nós já não teremos investigado o céu azul, sem nuvens, em busca de uma nuvenzinha no Oriente! Uma nuvenzinha “aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem” (O Grande Conflito, p. 640), que irá se aproximando mais e mais até tomar conta de todo o céu, mostrando-se como o relâmpago, que ilumina o céu, do Oriente ao Ocidente.

E aqui estamos nós, mais próximos do fim do que ontem ou do que um ano atrás. Mas, quão próximos? Realmente, não sabemos.

Acredito que Deus vai permitir que o mundo continue até não haver mais qualquer esperança humana de sobrevivência em nosso planeta. Quando o caos for total em toda a Terra (ver Is 24:19, 20), quando o mundo estiver totalmente devastado e poluído, o Sol abrasando os homens, a água valendo mais do que pedras preciosas, as doenças se multiplicando sem controle, a violência se tornando insuportável, quando os mercadores e fabricantes chorarem “porque já ninguém compra a sua mercadoria” (Ap 18:11), quando os homens estiverem desmaiando de terror na expectativa do que irá acontecer – em outras palavras, quando o pecado tiver produzido os seus amargos frutos em sua plenitude, e a Terra e a humanidade tiverem chegado ao fundo do poço, então Deus vai intervir.

Então todos os habitantes do Universo contemplarão na Terra os terríveis resultados da administração de Satanás, que prometeu aos seus anjos um governo melhor do que o de Deus – um governo sem leis, onde todos pudessem fazer o que bem entendessem, sem restrições a sua liberdade.

Ao mesmo tempo, o povo remanescente de Deus deverá ter desenvolvido um caráter totalmente oposto ao dos ímpios, e semelhante ao de Cristo. E quando o contraste entre esses dois grupos chegar ao seu ponto extremo, Jesus virá.

Como o remanescente alcançará tal caráter, tal nível de santidade? Através de um reavivamento e reforma, operado pelo derramamento do Espírito Santo (ver Testemunhos Seletos, v. 3, p. 345).

sábado, 29 de maio de 2010

Mãos vazias

E eis que alguém, aproximando-se, Lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Mateus 19:16

Se a Bíblia dissesse que para merecermos o Céu deveríamos subir de joelhos a escadaria da igreja Nossa Senhora da Penha, no Rio de Janeiro, que tem 365 degraus, sem dúvida, muitos de nós faríamos tal sacrifício, como há, na verdade, muitos penitentes que o fazem. Chegam lá em cima com os joelhos sangrando, mas felizes, por julgarem ter alcançado méritos para a salvação.

Se a Palavra de Deus exigisse que cada candidato ao reino dos Céus provasse seu valor jejuando 40 dias e 40 noites, ou empreendendo uma peregrinação através do deserto do Saara, muitos se aventurariam a uma tal empresa.

Os judeus, certa vez, perguntaram a Cristo: “’Que faremos para executar as obras de Deus?’ Tinham estado a realizar muitas e enfadonhas obras, a fim de se recomendarem perante Deus, e estavam prontos a ouvir qualquer nova observância pela qual pudessem obter maior mérito. Sua pergunta significava: Que faremos para merecer o Céu?

Qual o preço que nos é exigido para alcançar a vida por vir?

“Jesus respondeu e disse-lhes: ‘A obra de Deus é esta: que creiais nAquele que Ele enviou. O preço do Céu é Jesus. O caminho para o Céu é a fé no Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’” (O Desejado de Todas as Nações, p. 385).

Paulo nos diz que a salvação é um dom gratuito que nos vem de Jesus (Rm 6:23). Deveríamos, nesse caso, aguardar o arrebatamento de braços cruzados? Não.

Para iniciar-se no caminho da salvação é preciso ir a Jesus e apresentar-Lhe as mãos vazias e sujas. Devemos lembrar-nos, porém, que elas não permanecerão nesse estado, pois enquanto nos mantivermos em ligação com Cristo, Ele operará em nós o querer e o fazer (Caminho a Cristo, p. 62).

Isto significa que o Espírito Santo passará a produzir boas obras em nós e através de nós. E realizar boas obras como resultado de uma entrega total a Cristo é muito diferente de realizar as mesmas boas obras com o objetivo de alcançar a salvação. No primeiro caso, é uma consequência natural da verdadeira conversão. No segundo, é legalismo.

O relacionamento que a pessoa mantém com Cristo é que determinará seu destino eterno. Esse relacionamento se dá através da oração e do estudo da Bíblia. O resultado natural disso são os frutos do Espírito, já mencionados.

Vá a Cristo com fé e Lhe apresente as mãos vazias. Elas não permanecerão vazias.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Consciência culpada

De nenhum modo Me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre. Hebreus 10:17

Segundo testemunhas, a rodovia I-95, no estado da Flórida, EUA, contém, a certa altura, uma placa amarela com os dizeres: “Inspeção de narcóticos logo adiante”. Não há tal inspeção, mas alguns motoristas, ao verem o aviso, entram em pânico e imediatamente fazem um retorno proibido. Então são detidos e o seu carro vasculhado.

Uma consciência culpada leva as pessoas a ver coisas que não existem e a cometer tolices e atos destrutivos. O ex-primeiro-ministro Britânico, William Gladstone, tinha, no porão de sua casa, uma coleção de açoites com os quais se flagelava regularmente. A maioria das pessoas, hoje em dia, não chega a esse ponto, mas bebe até cair ou se droga para não ter de conviver com uma consciência culpada.

O sentimento de culpa cobra caro da mente e do corpo. Leva-nos a imaginar problemas que não temos e destrói nossa autoestima. Como libertar-nos desse monstro?

Tranquilizantes não resolvem. Pensamento positivo também não, pois não tira a culpa do pecado. Se você ofendeu alguém, procure-o e peça-lhe perdão. É difícil, mas dá resultado imediato. Se pecou contra Deus, faça o mesmo: ajoelhe-se e peça-Lhe perdão. Não há outra alternativa.

O Sr. Carlos estava ao volante de seu carro, quando uma senhora amassou-lhe o paralamas com o carro dela. Ela admitiu a culpa e começou a chorar ao ver o próprio carro, com apenas dois dias de uso, amassado. Como poderia ela encarar o marido agora? O Sr. Carlos ficou com pena dela, mas lhe disse que precisavam fazer ocorrência. A mulher procurou no porta-luvas os documentos, que estavam dentro de um envelope, e ao abri-lo, encontrou um papel, com as seguintes palavras: “Querida, em caso de acidente, lembre-se de que é você que eu amo, não o carro.”

Estas são as palavras de Deus a nós. É a nós que Ele ama. E porque nos ama, Ele perdoa nossos pecados.

Um homem era dono de um Rolls Royce. Um dia, o carro teve uma falha mecânica. O homem entrou em contato com a firma onde comprara o carro e, então, um mecânico foi enviado da Inglaterra para consertar o veículo. Após esperar algumas semanas, o homem escreveu para a fábrica, na Inglaterra, pedindo a conta do conserto. E recebeu a seguinte resposta: “Não temos registro de nenhum Rolls Royce com falha mecânica.”

Se nos arrependermos e confessarmos nossos pecados, Deus nos dirá, um dia: “Não consta em nossos registros nenhum pecado seu.”

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Como mudar a natureza humana

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo. Ezequiel 36:26

Nenhuma religião, por melhor que seja, pode transformar a natureza do ser humano. Essa é uma atribuição exclusiva de Cristo, mas Ele só fará isso se a pessoa deixar. Vamos ver se entendemos melhor esse fato, através da seguinte ilustração:

Malcolm Smith possuía um cãozinho chamado Fred. Ele era muito engraçadinho, mas tinha um defeito: adorava morder, só de brincadeira, as pernas de qualquer pessoa que passasse pela calçada. E as pernas mais apetitosas e que ele mais gostava de morder eram as do carteiro – geralmente as preferidas por todos os cachorros. Quando o carteiro se aproximava, Fred se preparava para a sua diversão predileta.

Mas o carteiro não sentia o mesmo prazer com essa brincadeira. E reclamou para os donos. Ou eles davam um jeito no cachorro ou ele não traria mais a correspondência.
A solução encontrada pelos donos foi comprar uma focinheira para o Fred – uma espécie de mordaça, em que o cachorro consegue latir, meio de boca fechada, um latido que mais parece um resmungo, mas não consegue morder.

Com a focinheira na boca de Fred, a paz voltou a reinar naquela rua. As pessoas já podiam caminhar pela calçada em segurança. Entretanto, embora Fred tivesse se tornado inofensivo, nada havia mudado nele. Todos os dias ele se sentava bem quietinho, na calçada, cobiçando as pernas dos pedestres, especialmente as do carteiro, mas sem poder fazer nada, porque a focinheira não deixava. Os donos haviam mudado o comportamento do animal, mas não a natureza dele.

Assim acontece também com a religião: ela pode mudar o comportamento social das pessoas, mas não a natureza delas. Para haver uma transformação real e completa é essencial a ação divina no coração. A Palavra de Deus nos diz: “Dar-vos-ei coração novo, e porei em vós espírito novo” (Ez 36:26).

Para mudar a natureza do homem é necessário mudar o seu interior, o coração, e isso só Deus pode fazer. Mas é importante repetir: Ele só fará isso se nós deixarmos. “O Espírito trabalha no coração do homem de acordo com o seu desejo e consentimento, nele implantando natureza nova” (Parábolas de Jesus, p. 411).

Cristianismo nada mais é do que convivência com Deus. O restante – boas obras, bom comportamento, testemunho, é tudo consequência. Façamos de Jesus o nosso Companheiro constante. Permitamos a operação do Espírito Santo em nossa vida e Ele implantará em nós a natureza divina.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Julgando pela aparência

Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça. João 7:24

Malcolm Forbes conta que uma senhora, usando um vestido de algodão já desbotado, e seu marido, trajando um velho terno feito à mão, desceram do trem em Boston, EUA, e se dirigiram timidamente ao escritório do presidente da Universidade Harvard. Eles não haviam marcado entrevista.

A secretária, num relance, achou que aqueles caipiras do interior nada tinham a fazer em Harvard.

– Queremos falar com o presidente – disse o homem em voz baixa.

– Ele vai estar ocupado o dia todo – respondeu rispidamente a secretária.

– Nós vamos esperar.

A secretária os ignorou por horas a fio, esperando que o casal finalmente desistisse e fosse embora. Mas eles ficaram ali, e a secretária, um tanto frustrada, decidiu incomodar o presidente, embora detestasse fazer isso.

– Se o senhor falar com eles apenas por alguns minutos, talvez resolvam ir embora – disse ela.

O presidente suspirou com irritação, mas concordou. Alguém da sua importância não tinha tempo para atender gente desse tipo, mas ele detestava vestidos desbotados e ternos puídos em seu escritório. Com o rosto fechado, ele foi até o casal.

– Tivemos um filho que estudou em Harvard durante um ano – disse a mulher. – Ele amava Harvard e estava feliz aqui. Mas, um ano atrás ele morreu num acidente e gostaríamos de erigir um monumento em honra a ele em algum lugar do campus.

– Minha senhora – disse rudemente o presidente –, não podemos erigir uma estátua para cada pessoa que estudou em Harvard e morreu. Se o fizéssemos, este lugar pareceria um cemitério.

– Oh, não – respondeu rapidamente a senhora. – Não queremos erigir uma estátua. Gostaríamos de doar um edifício à Harvard.

O presidente olhou para o vestido desbotado da mulher e para o velho terno do marido, e exclamou:

– Um edifício! Os senhores têm sequer uma pálida ideia de quanto custa um edifício? Temos mais de sete milhões e meio de dólares em prédios aqui em Harvard.

A senhora ficou em silêncio por um momento, e então disse ao marido:

– Se é só isso que custa para fundar uma universidade, por que não termos a nossa própria?

O marido concordou. O casal Leland Stanford levantou-se e saiu, deixando o presidente confuso. Viajando para Palo Alto, na Califórnia, eles estabeleceram ali a Universidade Stanford, em homenagem a seu filho, ex-aluno da Harvard.

Não se deve julgar as pessoas pela aparência, e os mais pobres devem ser tratados com bondade.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Temperando a razão com amor

Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos. 1 Coríntios 8:9

Conheci, em minha infância, o Sr. Teobaldo, que parecia sentir o desejo de mostrar publicamente que estava certo, mesmo que isso custasse a vida de alguém.

No centro de minha cidade natal havia um cinema. E quando começava a sessão da noite, a rua em frente era fechada ao tráfego. Muitos pedestres se aglomeravam então no meio da rua, formando rodinhas para conversar, e ali aguardavam a saída do cinema. Tão logo a sessão acabava, a rua era novamente aberta ao trânsito.

Muitos pedestres, porém, continuavam conversando no meio da rua, distraídos. Nessas circunstâncias, vi várias vezes o Sr. Teobaldo, fazendo do seu carro uma arma, arremeter contra a multidão distraída. Os pedestres pulavam para os lados, atropelando-se para não serem atropelados, e gesticulando furiosos para o Seu Teobaldo, que abria alas na multidão, com o pé no acelerador e a mão na buzina.

Ele parecia pensar: “Eu estou no meu direito. A rua está aberta, e se eles não saírem da frente, eu passo por cima!”

Este é o perigo de ter razão: o de estar disposto a passar por cima dos outros. É provável que quanto maior for o desejo de mostrar que estamos com a razão, menor seja a nossa compaixão, a consideração que devemos ter pelos outros, mesmo com aqueles que estão errados.

O cristão deve estar disposto até a ser crucificado de cabeça para baixo para não transigir com os princípios. Nisto ele não pode ceder. Por outro lado, deve fugir de discussões tolas, em torno de ninharias. Nesses casos, é melhor ceder logo, mesmo tendo razão.

Os levitas, sacerdotes e profetas estavam isentos de pagar o imposto para a manutenção do Templo. Como profeta, Jesus não era obrigado a pagá-lo. “Mas, para que não os escandalizemos”, disse Jesus a Pedro, “vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o, e entrega-lhes por mim e por ti” (Mt 17:27). Jesus não perdeu tempo discutindo com os coletores do Templo, e provando-lhes que estava isento. Pagou o imposto e pronto.

O apóstolo Paulo sabia que não tinha a menor importância comer alimentos sacrificados aos ídolos. Ele podia comê-los com a consciência tranquila. Mas não usou sua liberdade para ferir as pessoas ou servir de tropeço para os fracos.

É bom estar certo. Mas que isto não seja uma parede de separação entre nós e os outros.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quem se lembrará de nós?

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Isaías 49:15

Um dia descobri no livro “O Biênio 1824/25 da Imigração e Colonização Alemã no Rio Grande do Sul”, de Carlos H. Hunsche, que o primeiro antepassado meu a pisar em solo brasileiro, se chamava Cristiano Henrique Scheffel e chegou a São Leopoldo, RS, em 26 de novembro de 1825.

Fiquei contente por saber um pouco mais sobre minhas origens, pois geralmente só conhecemos pais, avós, e quando muito, bisavós. Conhecer tetravós é mais raro, e dali para trás, só nos tempos do Antigo Testamento, quando as pessoas viviam mais do que hoje. Adão instruiu sua posteridade até a nona geração (Patriarcas e Profetas, p. 82).

Das pessoas que viveram neste mundo a maioria desapareceu sem deixar vestígio. A sua memória “jaz no esquecimento”, pois os historiadores só registram os nomes daqueles que fizeram algo notável, para o bem ou para o mal. Muitos assassinos ocupam um lugar na História, embora seja melhor ser esquecido do que lembrado como criminoso. Quem hoje se orgulharia de ser parente de Hitler?

Os personagens bíblicos se preocupavam em deixar um bom nome à sua posteridade. Os construtores da torre de Babel quiseram tornar célebre o seu nome (Gn 11:4). O sábio Salomão disse que “mais vale o bom nome do que as muitas riquezas” (Pv 22:1). O povo de Israel considerava uma tragédia que o nome de uma família ficasse esquecido, e formularam leis especiais, como a lei do levirato, para evitar que isso acontecesse (Dt 25:5-10).

Deus também não quer que nos esqueçamos de nossa origem, e essa é uma das razões por que instruiu Lucas a incluir em seu evangelho a genealogia de Jesus Cristo, que termina com as magníficas palavras: “Cainã, filho de Enos, Enos, filho de Sete, e este, filho de Adão, filho de Deus” (Lc 3:38). Sem dúvida, uma linhagem bem mais honrosa do que seria: “Adão, filho de um antropoide, filho de um chimpanzé, filho de um anfíbio, filho de um molusco, filho de uma ameba.”

Quem se lembrará de nós? Aquele que “chama pelo nome as Suas próprias ovelhas” (Jo 10:3), o mesmo que escreveu nosso nome no Livro da Vida. Só Ele poderá tornar o nosso nome célebre e inesquecível.

Lembremo-nos dEle, e Ele Se lembrará de nós.

domingo, 23 de maio de 2010

Quando a comida se torna um fardo

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. 1 Coríntios 10:31

Os livros de receitas culinárias e os de dieta estão entre os mais vendidos, em qualquer livraria. Os de receitas mostram como preparar alimentos saborosos, e os de dieta ensinam a evitar essas iguarias.

Um cientista da Califórnia calculou que o ser humano médio come 16 vezes o seu próprio peso durante um ano, enquanto um cavalo come apenas oito vezes o seu peso. Isto parece indicar que se você quiser perder peso, deve comer como um cavalo.

No entanto, em nosso mundo de contrastes e aberrações, milhões de pessoas diariamente vão para a cama com fome, enquanto outros se envolvem em campeonatos de glutonaria, como o americano Patrick Bertoleti, que comeu 420 ostras em apenas oito minutos.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia recebeu, através do ministério de Ellen White, um extraordinário acervo de informações sobre saúde. A própria imprensa secular tem reconhecido que os hábitos saudáveis dos adventistas lhes têm propiciado mais saúde e vida mais longa do que a média dos americanos.

Em seu livro Conselhos Sobre o Regime Alimentar, Ellen White dedica um capítulo inteiro sobre “o comer em demasia”, e outro sobre “controle do apetite”. Ali ela diz que “quase todos os membros da família humana comem mais do que o organismo requer. Este excesso se deteriora e torna-se uma massa pútrida [...] Se é posto no estômago mais alimento do que requer a maquinaria viva, mesmo que seja alimento de boa qualidade, o excesso torna-se um fardo. O organismo faz desesperados esforços para eliminá-lo, e este trabalho extra causa uma sensação de cansaço e fadiga” (p. 132).

E ela oferece uma sugestão interessante para evitar o excesso: em vez de trazer os pratos aos poucos, coloque-os todos de uma vez na mesa. Assim a pessoa tem uma ideia geral do cardápio, pode fazer logo suas opções e se programar para não comer demais (ver p. 134).

Mesmo o alimento saudável deve ser ingerido com moderação. Moderação no que é bom e abstinência do que é prejudicial é a atitude correta do cristão, não só no tocante à alimentação, mas em todos os hábitos de vida.

Tudo o que fizermos, mesmo as coisas simples e rotineiras da vida, como o comer e o beber, devem honrar a Deus.

sábado, 22 de maio de 2010

Lerdinhos para entender

Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Lucas 24:25
Ao longo de todo o período do Antigo Testamento os filhos de Deus entenderam, através do sistema sacrifical, que o Cordeiro de Deus viria ao mundo para dar Sua vida em resgate da humanidade. No entanto, quando Cristo morreu, os discípulos demonstraram claramente que não haviam entendido o que os profetas escreveram. Em vez de se regozijarem com a magnífica vitória de Cristo, ficaram decepcionados e abatidos, murmurando: “Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel” (Lc 24:21).

Apesar de todas as profecias existentes sobre a primeira vinda de Cristo, Sua missão e morte, os discípulos estavam errados “quanto ao reino a ser estabelecido no fim das setenta semanas” (O Grande Conflito, p. 351), “não entendiam a natureza espiritual do reino de Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 670), “esperavam a vinda imediata do reino de Sua glória” (O Maior Discurso de Cristo, p. 95), ficaram desapontados por Ele não ter sido coroado rei (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 57), duvidaram de Sua divindade quando Ele foi crucificado (O Desejado de Todas as Nações, p. 720), e finalmente, não criam que Ele ressuscitasse dos mortos (Atos dos Apóstolos, p. 25, 26).

Será que Cristo não havia sido claro? Vejamos algumas de Suas declarações: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a Seus discípulos que Lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16:21). “Tomando consigo os doze, disse-lhes Jesus: Eis que subimos para Jerusalém, e vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas, no tocante ao Filho do Homem; pois será Ele entregue aos gentios, escarnecido, ultrajado e cuspido; e, depois de O açoitarem, tirar-Lhe-ão a vida; mas, ao terceiro dia, ressuscitará” (Lc 18:31-33).

Cristo não podia ter sido mais explícito. “Eles, porém, nada compreenderam acerca destas coisas; e o sentido destas palavras era-lhes encoberto, de sorte que não percebiam o que Ele dizia” (Lc 18:34). “Por várias vezes havia Jesus tentado abrir o futuro a Seus discípulos, mas eles não haviam querido refletir no que Ele dissera. Por causa disto, Sua morte veio-lhes como uma surpresa” (Atos dos Apóstolos, p. 25).

Como discípulos modernos, Deus quer que entendamos o que os profetas escreveram, de modo que a Sua vinda não nos venha como uma surpresa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os atrasos de Deus

Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. 2 Pedro 3:9

Logo que Abraão chegou a Canaã, o Senhor lhe apareceu e fez a seguinte promessa: “Darei à tua descendência esta terra” (Gn 12:7).

Dez anos se passaram, e nada. Sara não conseguia conceber. Então a fé de ambos fraquejou. Sara decidiu seguir a prática de sua terra natal, em que a esposa sem filhos podia oferecer uma de suas servas ao marido para, através dela, obter herdeiros. Eles não imaginavam que esse ato criaria, não apenas problemas domésticos, mas ódio milenar entre os descendentes de Sara e Hagar. Essa experiência mostra que não adianta querer dar uma “mãozinha” para apressar os desígnios divinos. “Abraão não sabia que a demora era um plano divino para testar sua fé e desenvolver-lhe o caráter” (SDA Bible Commentary, v. 1, p. 317).

O sacerdote Zacarias, desde que se casara com Isabel, havia orado pedindo um filho. Mas Isabel era estéril, e agora ambos já estavam velhos e sem esperanças de serem atendidos. Então o anjo Gabriel lhe apareceu e anunciou-lhe o nascimento do esperado filho. “A resposta viera. Deus não havia Se esquecido da oração de Seu servo. Ele a havia escrito em Seu livro para ser respondida a Seu tempo” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1114).

Todos queremos que nossas orações sejam respondidas imediatamente. Quando a emergência assim o requer, Deus age prontamente. Mas, às vezes, a resposta pode demorar, pois Deus sempre escolhe o melhor momento, em que o atendimento poderá até mesmo superar a expectativa do solicitante.

Cristo soube que Lázaro estava gravemente enfermo, mas “ainda Se demorou dois dias no lugar onde estava” (Jo 11:6). Quando finalmente chegou lá, parecia ser tarde demais, do ponto de vista humano. Foi o que Marta Lhe disse: “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão” (Jo 11:21). Ela achava que agora não havia mais o que fazer.

Então Cristo realizou um de Seus maiores milagres: trouxe Lázaro de volta à vida, demonstrando aos judeus incrédulos que Ele era, de fato, o Messias. E a alegria de suas irmãs foi muito maior do que se Ele apenas tivesse curado a enfermidade do irmão delas.

Podemos, muitas vezes, não entender os aparentes atrasos de Deus. Mas podemos crer que, “como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança” (O Desejado de Todas as Nações, p. 32).

Mas, Ele fará tudo no tempo certo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quando o silêncio é eloquência

Depois daquela voz, achou-Se Jesus sozinho. Eles calaram-se e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do que tinham visto. Lucas 9:36

Os historiadores contam que, na noite que precedia uma grande batalha, os oficiais de Napoleão iam todos, um a um, à tenda de seu comandante. Era uma estranha procissão aquela, pois ninguém dizia uma palavra na presença de Napoleão. Cada homem apenas olhava nos olhos de seu comandante, apertava-lhe a mão, e então saía da tenda pronto a depor a vida por seu amado general.

Um dia, Jesus subiu ao Monte Tabor, acompanhado de Pedro, Tiago e João. Os discípulos, com certeza, não estavam preparados para o que iria acontecer ali. Embora estivessem com muito sono, conseguiram ficar de olhos abertos e viram algo do qual jamais se esqueceriam. Eles viram a glória em que apareceram Moisés e Elias, e então foram todos envolvidos por uma nuvem. “E dela veio uma voz, dizendo: Este é o Meu Filho, o Meu eleito; a Ele ouvi” (Lc 9:35). Quando a voz falou e a nuvem se retirou, Moisés e Elias haviam desaparecido. Lucas então nos diz que os discípulos se calaram e não contaram a ninguém do que tinham visto.

Há certas experiências para as quais as palavras são inadequadas. Como traduzir em palavras, por exemplo, o que os pais sentem ao ver o seu primeiro filho recém-nascido?

Que palavras poderão ser ditas para confortar alguém que perdeu o marido, a esposa ou um filho? E ainda mais impressionante: o que dizer após estar na presença do Deus vivo? Os discípulos se calaram, e esta foi a reação apropriada.

Ralph Harper escreveu: “As coisas sérias precisam ser feitas em silêncio. Em silêncio os homem amam, oram, compõem, pintam, escrevem, pensam, e sofrem.”

Muitos de nós tememos o silêncio. Sentimo-nos desconfortáveis quando a conversa acaba. Mas há certas situações em que o silêncio é eloquência. Algumas delas são assim descritas por Ellen White:

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência” (Fundamentos da Educação Cristã, 475).

“Se vos forem dirigidas palavras impacientes, nunca respondais no mesmo tom. Lembrai-vos de que ‘a resposta branda desvia o furor’ (Pv 15:1). Há um poder maravilhoso no silêncio” (A Ciência do Bom Viver, p. 486).

“As coisas reveladas são para nós e nossos filhos, mas quanto às não reveladas, e que não têm que ver com nossa salvação, o silêncio é eloquência” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 25).

Há tempo de parar de falar e ouvir em silêncio a voz de Deus.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Riqueza e cobiça

Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 1 Timóteo 6:10

Ananias e Safira eram dois crentes que se revestiam de uma falsa aparência de piedade. Quiseram dar a impressão de ser muito generosos ao venderem uma propriedade e doarem o dinheiro para ser administrado pelos apóstolos. Mas, secretamente, retiveram uma parte do dinheiro.

Eles não precisavam ter vendido a propriedade e, caso a vendessem, não eram obrigados a doar um centavo sequer para a igreja. O que Deus não tolerou, porém, foi o terem mentido à igreja e ao Espírito Santo. E ao pecarem contra o Espírito Santo selaram seu destino eterno, quer morressem imediatamente ou alguns anos depois. Mas Deus preferiu tirar-lhes a vida no ato, para com isto dar uma lição à igreja.

A Bíblia também relata a experiência de Acã, Jacó, Labão, Balaão, Judas e outros personagens que pagaram elevado preço por seu desejo incontido de conseguir bens materiais por meios escusos ou em detrimento dos interesses eternos.

Todos desejamos prosperar física, mental, material e espiritualmente. Não há nada de errado com a prosperidade em si. Se o indivíduo, ao aceitar o evangelho, piorasse de vida, que recomendação seria isto para o evangelho? Os princípios divinos contidos na Palavra de Deus, se seguidos, conduzem naturalmente o indivíduo ao caminho da saúde, de uma vida mais longa, próspera e feliz. O problema é querer enriquecer por qualquer meio e a qualquer preço, movido pela cobiça, pelo orgulho, passando os outros para trás e sacrificando os interesses eternos nessa corrida desenfreada para ficar rico.

A cobiça e o orgulho estão geralmente ligados ao materialismo. E foi o materialismo que Cristo condenou ao dizer: “Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus” (Mc 10:24).

Qual deve ser a atitude do cristão para com a riqueza? Em primeiro lugar, devemos nos lembrar de que a vida na Terra é transitória. Se tivermos sempre em mente que não somos mais do que uma pulsação da eternidade, isto nos ajudará a ver as coisas materiais sob uma perspectiva mais real.

Somos passageiros na embarcação da vida. Nossa cabina pode estar entulhada de bagagem de grande valor temporal, mas quando chegarmos ao porto final, teremos de desembarcar de mãos vazias. “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele” (1Tm 6:7). Só o que tiver sido investido na eternidade é que permanecerá.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Como tomar decisões

E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos. Atos 1:26

O grande evangelista John Wesley, fundador do Metodismo, estava noivo de uma jovem e não conseguia decidir se deveria ou não se casar com ela. Então orou sobre isso. Em seguida abriu a Bíblia ao acaso e procurou a orientação divina na página aberta. Não se sabe exatamente o que leu, mas o fato é que ele terminou o noivado.

É este um bom método de tomar decisões? A pergunta deriva de nosso texto devocional. Os discípulos precisavam escolher um homem para substituir Judas Iscariotes no apostolado. Eles queriam alguém que tivesse acompanhado todo o ministério de Jesus, do Seu batismo à ascensão.

Havia dois candidatos para a vaga: José Barsabás e Matias. Ambos estavam qualificados para o cargo. Qual dos dois deveria ser escolhido? Primeiro eles oraram: “Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido” (v. 24). Então lançaram sortes. E Matias se tornou o décimo segundo discípulo.

Deveria a igreja, hoje, escolher os seus oficiais através deste método? O Comentário Bíblico Adventista diz que “aparentemente, após o Pentecostes, a orientação direta do Espírito Santo tornou desnecessário o lançamento de sortes (At 5:3; 11:15-18; 13:2; 16:6-9)” (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 131). O caso de Ananias e Safira é um exemplo disso: a culpa deles foi revelada não por meio de sorteio, como no caso de Acã, mas por revelação direta do Espírito Santo.

Ellen White escreveu: “Não tenho fé em lançar sortes [...] Lançar sortes para os oficiais da igreja não está no plano de Deus” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 328).

Para o crente moderno o uso de sorteios para determinar a vontade divina não é recomendável. Se Deus não nos responder através da oração, precisamos apelar para a razão, que também é um dom divino. “Deus dotou o homem com inteligência, e Ele espera que eles desenvolvam esta faculdade de modo a tomarem decisões por si próprios. Se em cada decisão da vida os homens precisassem de um sinal para saber qual é a vontade de Deus, se tornariam mentalmente incapacitados e deixariam de desenvolver adequadamente sua mente e caráter. Os que constantemente se valem de sorteios enfraquecerão sua vida religiosa” (SDA Bible Commentary, v. 2, p. 210).

Primeiro ore. Daí analise cuidadosamente as opções. E então decida, na certeza de que Deus abençoará sua decisão.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Deixe sua mensagem após o sinal

Clamei, e ninguém respondeu, falei, e não escutaram. Isaías 66:4

Estamos vivendo na era das secretárias eletrônicas, em que as pessoas, não querendo ser perturbadas por chamadas telefônicas incômodas, seja de telemarqueteiros, vendedores, solicitadores de doações e outros, deixam na secretária eletrônica a seguinte mensagem gravada: “Você ligou para 4800-5699. No momento não podemos atender. Deixe sua mensagem após o sinal.”

O escritor Hal Shymkus diz que na Flórida há uma casa em que a secretária eletrônica contém a seguinte mensagem: “Não, nós não estamos precisando consertar o telhado; as paredes também estão boas. Não estamos querendo comprar aparelho de ar-condicionado ou geladeira. E já temos seguro de saúde. Se ainda assim você quiser deixar uma mensagem, aguarde o sinal.”

As coisas estão assim, hoje em dia. E podem piorar. Pode ser que um dia o marido ligue para casa e ouça a voz da esposa, na secretária: “Alô, aqui é a sua esposa. Para saber o cardápio do jantar, disque 1. Para se desculpar pelo que você disse ontem à noite, disque 2. Para dizer ‘eu te amo’, disque 3. Se quiser falar comigo pessoalmente, disque 0 e aguarde. Logo irei atendê-lo.”

Um dia, ao entardecer, Adão recebeu um chamado de Deus: “Adããão, onde você está?” Mas Adão estava escondido atrás de um arbusto, e não queria conversa com Deus.

Um dos trágicos resultados do pecado, é que ele bloqueia a comunicação do homem com Deus. Adão certamente preferia que a secretária eletrônica atendesse o chamado, com sua voz gravada: “Aqui é a residência de Adão e Eva. No momento estamos nus e não podemos atender. Deixe Sua mensagem após o sinal.” Mas Deus queria falar com ele pessoalmente.

Às vezes, atendemos um chamado divino com a mesma má vontade como o faríamos com uma pessoa importuna, que liga fora de hora. “Não, Senhor, eu não pretendo mudar de vida, no momento.” “Não, eu ainda não estou preparado para abandonar alguns pecados.” “Não, eu não quero ir à igreja.” “Dízimo? Ah, eu acho que 8% está bom.”

O livro de Hebreus começa dizendo que Deus falou muitas vezes, e de diversas maneiras, no passado. Mas “nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”. É como se Deus tivesse Se cansado de deixar mensagens na secretária e finalmente decidisse descer até aqui para conversar conosco pessoalmente.

E o que Ele veio nos dizer? Não só dizer, mas mostrar que, apesar dos nossos pecados, Ele nos ama e quer nos salvar. E isso Ele demonstrou supremamente na cruz.

domingo, 16 de maio de 2010

A carreira cristã

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. 1 Coríntios 9:24

Quando os Jogos Olímpicos foram abertos, em abril de 1896, na cidade de Atenas, doze países estiveram representados. Os americanos se destacaram em praticamente todas as modalidades, e conquistaram o primeiro lugar em nove, dentre as doze competições.

E à medida que as medalhas iam sendo ganhas pelos americanos, ingleses e outras nações, crescia o desânimo e a consternação dos gregos, os anfitriões dos jogos. A Grécia possuía a maior equipe, mas depois de terem perdido a competição de lançamento de disco, um esporte tipicamente grego, parecia que a obtenção de uma medalha de ouro seria agora impossível. Restava uma última esperança: a grande e famosa Maratona.

25 atletas se alinharam para a grande corrida à pé, de 40 km, que terminaria no Estádio de Atenas. Na metade da prova, o francês Lermusiaux havia se tornado o favorito, pois levava uma vantagem de três quilômetros sobre o competidor que estava em segundo lugar. Mas ao correr 32 km não aguentou mais e foi obrigado a desistir. O inglês Flack ficou então em primeiro. Mas caiu exausto antes do final, e teve de ser levado numa ambulância para Atenas.

Então, mensageiros a cavalo correram ao estádio para avisar a multidão delirante que o grego Spiridon Louis, estava agora à frente. O estádio, superlotado com cem mil pessoas, virou um pandemônio, tal foi a emoção. E quando o jovem Spiridon entrou no estádio, os reis da Grécia saltaram de seus tronos e correram ao lado do vencedor.

Mulheres jogaram braceletes e joias na pista por onde ele deveria passar. Uma banda começou a tocar, seguindo a cavalo o pequeno pastor de ovelhas das regiões montanhosas da Grécia, que estava encerrando os Jogos Olímpicos com tanta honra e glória para o seu país.

Mas, Spiridon havia conquistado uma coroa corruptível. Para alcançar um prêmio perecível, os corredores gregos não mediam esforços e disciplina. Nós, porém, estamos lutando por um prêmio infinitamente mais valioso: a coroa da vida eterna. Quão mais cuidadosa deveria ser nossa luta e disposição para o sacrifício e renúncia!

A carreira cristã só pode ser vitoriosa se cultivarmos a fé em Jesus, pois é Ele quem nos dá força para vencer.

sábado, 15 de maio de 2010

Antes que venha o reumatismo

Não me rejeites na minha velhice; quando me faltarem as forças, não me desampares. Salmo 71:9

Em nossa sociedade ninguém quer envelhecer, pois isso significa pertencer a um grupo marginalizado, que “já deu o que tinha que dar”, voltado para os “velhos tempos”, quando muita coisa era melhor.

A conversa do velho gira quase sempre em torno do passado. O jovem, por sua vez, tem interesse no presente e no futuro. Daí por que o diálogo entre esses dois grupos é muitas vezes difícil. E por essa e outras razões os nossos velhos se sentem frequentemente incompreendidos, rejeitados e inúteis. Um escritor contemporâneo chegou a dizer que havia nascido na época errada. “Quando eu era jovem”, explicava ele, “não se dava valor aos jovens. Agora que sou velho, não se respeita os velhos.”

Salomão, em sua velhice, escreveu um dos mais belos livros da Bíblia: Eclesiastes (o que prova que os velhos podem continuar sendo úteis). E em Eclesiastes 12:1 o velho sábio diz: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer.”

Salomão está dizendo, em outras palavras: “Lembra-te de Deus enquanto és jovem e forte, enquanto tens saúde e entusiasmo. Lembra-te de Deus antes que venham as dores reumáticas, as enxaquecas, os achaques da velhice. Antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais dirás: Acabou-se a alegria.”

O que Salomão aconselha, contraria frontalmente o que o mundo pensa a esse respeito, ou seja, que religião é coisa para velhos. Por que não devemos esperar até a velhice para nos dedicarmos a Deus? Não teria Deus um plano para as pessoas idosas?

Não há dúvida de que há lugar para todos no plano de Deus. Mas Ele quer o nosso melhor. Poderemos ser úteis à Causa do Evangelho no crepúsculo de nossa vida, mas não devemos esperar este período da vida para nos dedicarmos a Deus, pois nossa contribuição nessa fase da vida será bem menor do que o que podemos Lhe oferecer no período áureo da vida, que é a mocidade.

A Palavra de Deus aconselha os jovens a serem submissos aos mais velhos (1Pe 5:5) e promete que os justos “na velhice darão ainda frutos” (Sl 92:14).

Os idosos devem se consagrar a Deus para terem uma velhice mais feliz. E os jovens se lembrem agora do seu Criador.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O toque da fé

E eis que uma mulher, que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia, veio por trás dEle e Lhe tocou na orla da veste. Mateus 9:20

Jesus e Seus discípulos estavam viajando de uma cidade para outra. Ele estava ensinando e curando as pessoas. Multidões afluíam a Ele.

E no meio dessa multidão estava uma mulher que sofria de uma hemorragia. Ela havia tentado de tudo, mas sem êxito. Havia gasto seus poucos recursos com os médicos da época, mas em vez de melhorar, havia piorado. Essa mulher ouviu falar de Jesus e, cheia de esperança, se enfiou no meio da multidão. Mas seu problema era constrangedor e ela não teve coragem de declarar publicamente o mal de que sofria, de modo que decidiu tocá-Lo secretamente. Então, abriu caminho por entre o povo, e quando ninguém parecia estar olhando, ela, temerosamente, tocou na orla do vestido de Jesus. E pela primeira vez, em 12 anos, o fluxo de sangue parou.

Jesus simultaneamente sentiu que algo especial havia ocorrido. Aquele toque havia sido diferente. E notou que dEle havia saído poder. Imediatamente parou e perguntou: “Quem tocou nas Minhas vestes?” Os discípulos ficaram espantados, em meio a todos aqueles puxões e empurrões. “Como, quem Te tocou? Todos estão Te tocando!”

É que os discípulos não sabiam diferenciar um toque de um empurrão. Mas Jesus podia. Ele sabia a diferença. Notou que havia sido um toque suave que Lhe extraíra poder.

A mulher não esperava ser descoberta, mas quando Jesus Se voltou e fez a pergunta, ela percebeu que Ele sabia de tudo. Então se aproximou tremendo, prostrou-se aos Seus pés e confessou que fora ela quem Lhe tocara as vestes. Explicou numa torrente de palavras por que O tocara e como havia sido instantaneamente curada. Jesus então a ergueu e lhe disse: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquele instante, a mulher ficou sã” (Mt 9:22).

Notem como Jesus foi bondoso com ela. Ele não a repreendeu por tê-Lo interrompido. Não criticou suas crenças supersticiosas. Não a reprovou por tê-Lo procurado em última instância, depois de tudo o mais haver falhado. Após ter tentado todos os recursos que o mundo de então podia oferecer, ela finalmente apelou para Jesus. E muitos fazem isso ainda hoje. Só vão a Jesus em último caso, quando todas as suas demais esperanças já falharam. E mesmo assim, Jesus não despacha ninguém de mãos vazias.

Se você ainda não tentou nada para resolver seu problema, vá a Jesus em primeiro lugar. Se já tentou de tudo, sem solução, experimente Jesus.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O preço da libertação

O Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados. Isaías 61:1

Quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, abolindo a escravidão no Brasil, o senador João Alfredo lhe disse: “Vossa Majestade libertou um povo, mas perdeu um trono!”

Suas palavras foram proféticas, pois os senhores de escravos, furiosos, passaram a conspirar contra a monarquia. Um ano depois, Dom Pedro II foi destituído do trono, proclamada a República, e toda a família real banida para a Europa.

A escravidão é muito antiga, e existia mesmo entre o povo de Israel. Mas, embora reconhecida pelas leis do Antigo Testamento, é preciso entender este fato no contexto da imaturidade dos hebreus e do baixo nível de paganismo das nações vizinhas. Deus foi paciente com o Seu povo em tempos de ignorância. Assim, em vez de proibir a escravidão, Deus emitiu leis a favor dos escravos, regulamentando sua utilização, e evitando os abusos cometidos pelos pagãos.

Graças a isso, as condições de um escravo hebreu eram bem melhores do que as de um escravo estrangeiro: era alforriado após seis anos de serviço, se o quisesse (Êx 21:2-6); não podia ser tratado com crueldade, nem despedido de mãos vazias (Lv 25:39-55).

Vejamos agora como os pagãos tratavam seus escravos. Quando Cristo veio ao mundo “a escravidão era instituição estabelecida em todo o império romano [...] Um romano rico possuía não raro centenas de escravos [...] Se um deles por vingança ou autodefesa ousasse levantar a mão para seu proprietário, toda a família do ofensor poderia ser cruelmente sacrificada” (Atos dos Apóstolos, p. 459).

Numa ocasião, quando um senador romano foi assassinado por um escravo, sua morte foi vingada com o assassinato de todos os 400 escravos de sua casa (SDA Bible Commentary, v. 8, p. 1022).

O Céu sempre repudiou toda forma de escravidão, pois seus princípios procedem de Satanás. Cristo veio ao mundo para quebrar esses grilhões e trazer ao homem libertação física, mental e espiritual. Por Sua morte, Cristo libertou o homem da escravidão do pecado, e os princípios do evangelho, que Ele implantou em vida, “atingiam o próprio fundamento da escravatura, os quais, se postos em execução, minariam seguramente todo o sistema” (Atos dos Apóstolos, p. 460).

Nossa gratidão a todos os abolicionistas, especialmente a Jesus, que nos libertou da escravidão do pecado!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Jesus em papel de embrulho

As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Lucas 9:58

O pastor George Vandeman, já falecido, conta que um dia, o Sr. Ari Winston, famoso avaliador de diamantes, estava muito agitado. E agitada estava também a multidão que se havia aglomerado em volta dele. Ele havia comprado um dos mais famosos diamantes do mundo. E esperava a entrega da valiosa pedra a qualquer instante.

Em meio à multidão achavam-se amigos, repórteres e curiosos, todos ansiosos por ver pela primeira vez o famoso diamante. Todos aguardavam o carro blindado e a escolta policial que faria a entrega. A segurança seria, sem dúvida, a maior possível.

Um homem, em uniforme de carteiro, tentou abrir caminho por entre a multidão, mas foi empurrado para fora. Ninguém queria que lhe desviasse a atenção da chegada da fabulosa gema. E a multidão crescia. Algumas pessoas mantinham olhares vigilantes na rua, prontas para anunciar a chegada da escolta armada.

O carteiro tentou novamente abrir caminho em meio ao povo. Segurava nas mãos um pacote enrolado em papel de embrulho e amarrado com barbante. Disse que precisava entregá-lo ao Sr. Winston. Imaginem! Quem era ele? Algum idiota querendo que seu nome saísse no jornal?

Finalmente, mais por irritação do que por cortesia, eles deixaram que o teimoso carteiro passasse. O Sr. Winston tomou o pacote nas mãos, olhou o remetente, e soltou um grito. Com as mãos trementes, rasgou o papel de embrulho que envolvia uma pequena caixa. Então abriu-a e suavemente ergueu o precioso diamante para que todos o vissem.

Por alguns instantes todos permaneceram em silêncio. Como é que uma maravilha dessas podia chegar desse jeito, em papel de embrulho?

Há dois mil anos ocorreu algo semelhante. O povo estava aguardando ansiosamente o Messias. Eles esperavam que Ele chegasse em glória e majestade, acompanhado por uma escolta de anjos, Se assentasse no trono de Davi e sacudisse o jugo romano. Mas eles não podiam imaginar que Ele viesse em papel de embrulho!

E como o povo estava mais interessado na beleza da embalagem do que na beleza de caráter, eles “não O receberam” (Jo 1:11).

Aceitemos agora, pela fé, o sacrifício do “homem de dores”, para que Ele nos receba quando vier “na glória de Seu Pai, com os Seus anjos” (Mt 16:27).

terça-feira, 11 de maio de 2010

Apenas um olhar

E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal. Gênesis 19:26

A vida transcorria serena e feliz em Sodoma, para aquela família de “adventistas”. Até o dia em que Ló, repentinamente, disse à esposa:

– Precisamos ir embora daqui, imediatamente!

– O quê!? Ir para onde? Tenho aqui todo o conforto, o supermercado fica aqui pertinho, a cabeleireira também. E, além disso, tenho minhas amigas, com as quais tomo chá às quatro horas da tarde. Vá você! Eu fico.

Ló insistiu, falando no que os anjos lhe haviam dito. A cidade seria destruída. Mas a mulher de Ló apontou para o céu azul, dizendo que não havia o menor sinal de tempestade. Depois apontou para os móveis da casa, e falou no conforto que gozavam.

– E você quer que eu abandone tudo isso, de repente, por causa do que dois desconhecidos disseram? Sabe lá se isso não é uma cilada para se apoderarem de nossa propriedade! Não, eu fico aqui com minhas filhas e genros.

Mas, apesar dos protestos da mulher, Ló finalmente conseguiu convencê-la a sair. É possível que os dois tivessem passado a noite toda discutindo, pois “ao amanhecer apertaram os anjos com Ló dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade. Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade” (Gn 19:15, 16).

Mas a certa altura, a mulher de Ló não aguentou, e olhou para trás, contrariando a categórica ordem de um dos anjos. Foi apenas um olhar, num segundo. Mas aquele olhar custou-lhe a vida.

Basta um olhar, numa fração de segundo, para arruinar uma vida inteira. Foi apenas um olhar que trouxe miséria e dor à vida de Davi. Do terraço de seu palácio ele viu uma mulher se banhando, e a esse olhar se seguiu adultério e homicídio. E depois o remorso e o sofrimento. Um único olhar, num breve momento, pode ser decisivo para a vida ou para a morte.

Há muitas lições espirituais a serem extraídas da experiência da mulher de Ló, cujo nome nem sequer sabemos. Mas fiquemos com a principal delas: a de não olharmos para trás. Cristo repetiu essa mesma verdade com outra figura, ao dizer: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc 9:62). O segredo da vitória na vida espiritual está em manter o olhar fixo em Jesus, pois na contemplação da Sua formosura, seremos transformados à Sua imagem.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dois irmãos

Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Hebreus 11:4

Um piedoso professor certa vez me disse: “Criei meus dois filhos da mesma maneira. A instrução religiosa que um recebeu, o outro recebeu também. Mas um está na igreja e o outro não. O que será que aconteceu?”

Caim e Abel também eram dois irmãos que haviam sido criados no mesmo lar temente a Deus. Ambos haviam participado dos cultos familiares e visto seu pai Adão oferecer cordeiros como sacrifício a Deus. Tanto um como o outro receberam instruções quanto ao significado desses sacrifícios.

Mas eles “diferiam grandemente em caráter” (Patriarcas e Profetas, p. 71), e quando cresceram e foram orientados a oferecer seus próprios sacrifícios, Abel trouxe um cordeiro, como fazia seu pai, enquanto Caim trouxe produtos da terra, arrazoando que sua oferta era tão boa quanto à de seu irmão ou talvez até melhor, pois era o resultado do esforço próprio, de sua luta contra espinhos e cardos, pragas e intempéries, enquanto Abel ficava sentado o dia todo, olhando as ovelhas sem a menor preocupação.

Assim, provavelmente, pensava Caim.

Mas o fato é que Deus aceitou o sacrifício de Abel, ao passo que “de Caim e de sua oferta não Se agradou” (Gn 4:5), pois Caim ignorou que “sem derramamento de sangue não há remissão”, que os sacrifícios prefiguravam o sacrifício expiatório de Cristo. Caim não demonstrou arrependimento pelo pecado, não reconheceu sua dependência de Cristo, e não aceitou o plano de salvação pela graça de Deus. Preferiu confiar em seus próprios méritos.

Na diferença de atitude para com as instruções divinas, demonstrada por esses dois irmãos, vemos representadas duas classes de pessoas que existirão no mundo até o fim dos tempos: as que confiam nos méritos do Salvador e as que confiam em seus próprios méritos para salvação.

Dois irmãos podem receber a mesma educação, o mesmo amor de seus pais. Mas cada um deles é dotado de livre-arbítrio. Um pode escolher fazer a vontade de Deus e o outro não. Os pais, no entanto, precisam fazer a parte deles e orar para que no dia da volta de Jesus possam dizer com alegria: “Eis-me aqui, e os filhos que o Senhor me deu” (Is 8:18).

domingo, 9 de maio de 2010

A mão que embala o berço

Lembro da sua fé sincera, a mesma fé que a sua avó Loide e Eunice, a sua mãe, tinham. E tenho certeza de que é a mesma fé que você tem. 2 Timóteo 1:5, NTLH

Paulo menciona essas duas mulheres, não por elas terem organizado algum departamento de Assistência Social ou uma Associação Cristã de Moças, mas por terem transmitido ao seu filho e neto os valores da fé cristã.

Deve ter sido muito difícil para a mãe, Eunice, e a avó, Loide, dar uma educação cristã a Timóteo, uma vez que o pai dele era grego (At 16:1), isto é, um gentio descrente. A mãe que tem um marido descrente sabe muito bem como é complicado ensinar princípios religiosos aos filhos. É possível que o pai de Timóteo tivesse falecido quando ele ainda era criança, pois não é mais mencionado.

Nesse caso, a viúva Eunice teria precisado trabalhar fora do lar para ganhar o sustento, como acontece ainda hoje. Então, deixou o filho Timóteo aos cuidados da avó Loide, a qual desempenhou um papel importante em sua formação. Eunice e Loide puseram em prática a grande verdade bíblica: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22:6).

As mães cristãs têm as melhores condições para inspirar nos filhos não apenas a fé em Deus, mas também confiança em si mesmos, pois elas veem neles não apenas o que são, mas no que poderão se tornar, pela graça de Deus.

Timóteo recebeu, pelo lado materno, a fé por herança. É admirável ver exemplos de fé transmitidos de geração em geração, pois é mais fácil que as tendências pecaminosas, e não a fé, sejam transmitidas pelo sangue. Entretanto, Deus prometeu fazer “misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos” (Êx 20:6). Entre os cristãos mais bem firmados na fé estão aqueles que procedem de uma linhagem cristã.

Daí a razão de a influência materna ser tão importante. As mães receberam de Deus o poder de moldar o caráter dos filhos para o tempo e a eternidade, poder esse que ultrapassa nossa imaginação: “Depois de Deus, o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na Terra” (O Lar Adventista, p. 240).

“A mão que embala o berço é a que governa o mundo”. Você, que é mãe, tem esse poder. “Eduque seus filhos a fim de que sejam úteis neste mundo e estejam aptos para o mundo melhor” (ibid., p. 236).

sábado, 8 de maio de 2010

O sorriso de Jesus

Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Hebreus 12:2

Muitos anos atrás a Sra. Laura visitou a cidade de Santiago de Compostela, na Espanha, famosa pelos peregrinos que ali afluem constantemente. A tradição reza que no século 9 alguém descobriu naquele local o túmulo do apóstolo Tiago, cujos restos mortais haviam sido transportados da Palestina. Alfonso II construiu uma igreja perto do sepulcro, e a cidade cresceu ao redor.

Perambulando pelas ruas, ela se aproximou de uma pequena e velha igreja, e decidiu dar uma olhada mais de perto. Observando distraidamente os quadros, ela se dirigia para a porta, quando, subitamente, uma pintura de Cristo pregado na cruz chamou-lhe a atenção. Examinando atentamente o quadro, ela não conteve uma exclamação:

– Não pode ser! Isso é uma blasfêmia! Quem esse artista pensa que é? Onde é que já se viu, retratar Cristo com um sorriso nos lábios, nesse momento tão dramático, tão doloroso de Sua vida!

Ela ficou indignada e saiu da igreja. Mas aquela imagem do Cristo crucificado sorrindo não lhe saiu do pensamento. Era um sorriso lindo, pacífico, que não combinava com aquela cena tenebrosa. Em Sua derradeira agonia, separado do Pai, carregando sobre os ombros os pecados de toda a humanidade, e com um sorriso nos lábios?

Mas de tanto pensar no quadro, ela finalmente captou a mensagem que o artista quis transmitir.

– Sim! Por que não um sorriso? É verdade que foi um momento terrível, em que a maior de todas as batalhas foi travada, em que Cristo, vergado sob o peso dos pecados humanos, morreu de coração quebrantado. Mas aquele foi um sorriso de vitória! Ele conseguira realizar Sua missão na Terra – morrer pela humanidade perdida. Satanás seria derrotado. Era um sorriso que antecipava a certeza da ressurreição e o gozo de ver almas salvas em Seu reino, confirmando o que o profeta Isaías havia escrito 700 anos antes: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito” (Is 53:11).

O sorriso de Cristo é para você e para mim. Vamos sorrir para Ele também.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Os fariseus acertaram sem querer

E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles. Lucas 15:2

O partido dos fariseus era constituído principalmente por pessoas da classe média, que pregava a separação do mundanismo e suas práticas. Gradualmente se tornaram os campeões da ortodoxia judaica e exerciam grande influência sobre o povo. Opunham-se aos saduceus, da classe aristocrática, que eram vistos como “liberais” e “modernistas”.

Os fariseus eram legalistas, isto é, ensinavam que a salvação só poderia ser obtida através da estrita observância da Lei. Em outras palavras – salvação pelas obras. Sua ocupação era interpretar e aplicar a Lei a cada detalhe e circunstância da vida. No tempo de Cristo este acúmulo crescente de regras e preceitos era conhecido como “a tradição dos anciãos” (Mt 15:2) (SDA Bible Commentary, v. 6 p. 849).

Jesus condenou os fariseus por várias de suas crenças e práticas (ver Mt 23), tais como incoerência, ostentação, avareza, inveja, hipocrisia e muitos outros defeitos de caráter. Os fariseus, por sua vez, condenaram Cristo por andar na companhia de pessoas que não observavam os mínimos detalhes da Lei, e que eram por eles considerados “pecadores”, ou “pessoas do mundo”. A separação entre as “pessoas do mundo” e os fariseus era total. As regras farisaicas estipulavam: “Quando um homem é do mundo, não confie aos seus cuidados dinheiro algum, não aceite o seu testemunho, não lhe confie algum segredo, não o nomeie tutor de um órfão nem administrador de fundos de caridade, e não o acompanhe numa viagem” (William Barclay).

Um fariseu não podia ser hóspede de tal homem ou hospedá-lo. Era até mesmo proibido, tanto quanto possível, ter negócios com ele, e comprar-lhe ou vender-lhe alguma coisa. Em vez de ensinar, como Cristo, que “há júbilo no Céu por um pecador que se arrepende”, o fariseu dizia que “há júbilo no Céu por um pecador que é eliminado”. À luz desses fatos, não é de admirar que eles se sentissem ofendidos e chocados por verem Jesus em contato com essa gente.

A insinuação implícita na afirmação dos fariseus: “Este recebe pecadores e come com eles”, é que Jesus Se associava com esse tipo de pessoas porque apreciava esse estilo de vida. Embora a intenção fosse atingir a reputação de Jesus, eles sem querer disseram uma grande verdade: “Este recebe pecadores.”

Isto é o que Cristo realmente fazia e continua fazendo até hoje: recebe pecadores e os transforma em santos para o reino de Deus.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Deus fala conosco

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho. Hebreus 1:1, 2

Um homem foi consultar o médico, com uma lista de preocupações e temores. O sábio doutor aconselhou o paciente a tirar um dia de folga e ir à praia. No fim da consulta o médico colocou-lhe na mão um envelope, dizendo-lhe que só deveria abri-lo quando chegasse ao seu destino.

O homem descobriu um lugar tranquilo, junto a uma praia e abriu o envelope. Num pequeno pedaço de papel ele leu as palavras: “Ouça com atenção.” Mais tarde ele contou que, pela primeira vez, em muitos anos, ouvira o ruído das ondas, o canto dos pássaros e o assobio do vento. Às vezes, Deus fala através da beleza da Criação.

Uma senhora tinha uma filha de dezoito anos, a qual foi andar a cavalo, mas caiu e morreu. A mãe a havia visto sair a galope com os cabelos esvoaçando e as faces radiantes. E então a viu ser trazida de volta com os olhos fechados e tendo no rosto a palidez da morte. Ela não conseguia aceitar essa tragédia nem superar esse golpe.

Decidindo viajar para tentar esquecer, ela se dirigiu a um lugar calmo, no interior. Mas a terrível lembrança da tragédia a acompanhou. Um dia, porém, ao entardecer, ela tomou a Bíblia e começou a ler. Leu o Salmo um, o dois, e assim sucessivamente, até o último. Ao terminar, fechou a Bíblia e permaneceu sentada e em silêncio, perdida em seus pensamentos. Então disse a si mesma, com convicção: “Os homens que escreveram esses salmos sabiam tudo a respeito da vida! Eles experimentaram sofrimentos como o meu e encontraram a resposta. E eu também.”

A partir daquele momento ela recuperou o equilíbrio emocional e conseguiu retomar sua vida. Ela disse que os salmos lhe deram a resposta que procurava. Deus fala através das Escrituras e de muitas outras maneiras.

A revelação da verdade redentiva foi dada gradualmente, através de várias pessoas, e em épocas diferentes. A medida da revelação foi adaptada à capacidade humana para recebê-la. Ao vir a plenitude dos tempos, veio também a plenitude da revelação divina, através de Jesus Cristo, o qual revelou a essência e o coração do Pai. “Quem Me vê a Mim vê o Pai”, disse Ele (Jo 14:9).

Deus nos fala ainda hoje. Ouçamos Sua voz e falemos com Ele também.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Luz e trevas

Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Gênesis 1:5

Eram mais ou menos 8 horas da noite quando as luzes se apagaram. Ventava muito lá fora. Saí de casa para ver se o apagão era só em nossa rua. Mas não se via sinal de luz em lugar algum. Parecia ser um blecaute geral.

Sem ter o que fazer, eu e minha esposa acendemos velas e ficamos imóveis, esperando a luz voltar. Então comentei: “Ainda bem que o sol não falha. Amanhã cedo, na hora certa, ele vai iluminar esta metade do mundo.”

Ela se cansou de esperar e foi dormir. Passava das dez horas quando as luzes finalmente se acenderam. Apaguei-as e também fui me deitar.

Em nosso mundo civilizado nada funciona sem energia: portões eletrônicos, lâmpadas, televisão, som, micro-ondas, geladeira, etc. A melhor maneira de lidar com a escuridão inesperada é relaxar. Pode-se aproveitar esses momentos para passar em revista os acontecimentos do dia, planejar o que fazer a seguir, ou simplesmente viajar mentalmente e desfrutar esses momentos.

A luz é primordial, não só para a vida moderna, mas para qualquer tipo de vida. Por isso Deus a criou em primeiro lugar – não para enxergar o que ia fazer, mas porque a vida que ia surgir dependeria dessa luz.

Geralmente associamos as trevas com o que há de pior: criminalidade, farras, bebedice e pecados de todo tipo, inspirados pelo Príncipe das Trevas. Mas é importante notar que as trevas já existiam na criação do mundo, antes de haver pecado. Em nosso mundo, a vida transcorre nessa alternância de luz e trevas, sendo que o dia é geralmente reservado para as atividades, e a noite para o descanso. Quando Cristo nasceu, uma poderosa luz surgiu no Oriente, e quando Ele morreu, trevas indevassáveis cobriram a terra.

Deus pode usar as noites tempestuosas para nos ensinar preciosas lições de confiança, como a que Jesus procurou transmitir aos discípulos em meio àquela tempestade em alto mar. Os discípulos se esqueceram de que, em meio aos elementos em fúria, Jesus estava com eles. E mostrou que tinha autoridade para repreender o vento e o mar.

Deus procurou ensinar aos egípcios, através da praga das trevas, que os seus deuses não podiam ajudá-los nessa situação. Deus estava sussurrando aos seus ouvidos: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus” (Sl 46:10). Mas eles não quiseram ouvir.

Após a noite, virá a alvorada, na hora certa. A mesma certeza nos é dada com respeito à vinda de Jesus: “Como a alva, a Sua vinda é certa” (Os 6:3).

terça-feira, 4 de maio de 2010

O rosto é o espelho da alma

Jacó, por sua vez, reparou que o rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente. Gênesis 31:2

É bem conhecida a expressão: “Do que está cheio o coração, fala a boca.” Mas não é só a boca que expressa o que nos vai dentro d’alma. O rosto também traduz, e muito, as nossas emoções, pois embora a fala seja o principal veículo de comunicação interpessoal, a expressão facial comunica muito mais do que se possa imaginar.

Os fisiologistas calculam que o rosto humano é capaz de gerar cerca de 20 mil expressões diferentes, através dos olhos, sobrancelhas, nariz, maçãs do rosto, boca e queixo.

Os lábios podem mentir, mas o rosto, especialmente os olhos, não. As esposas geralmente desenvolvem a capacidade de distinguir nos maridos, pela sua expressão facial, os mais leves indícios de que algo não vai bem, e lhes perguntam: “O que você tem? Que cara é essa?”

Nem sempre é possível entender o que significa o enrugamento da testa, o franzir dos olhos, o erguer das sobrancelhas, a boca semiaberta e os olhos descaídos. Mas os pesquisadores afirmam que há seis expressões básicas que são reconhecidas universalmente: alegria, tristeza, nojo, medo, aborrecimento e interesse.

Ellen White menciona também seis sinais de mau caráter revelados no rosto: “egoísmo, astúcia, engano, falsidade, inimizade e ciúme” (Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 113).

Por outro lado, “se Cristo for o princípio permanente do coração, a pureza, o enobrecimento, a paz e amor se estamparão nas feições” (ibid.).

A Bíblia faz várias referências à expressão facial de seus personagens. “Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante” (Gn 4:5). O rei da Assíria, “com o rosto coberto de vergonha, voltou para a sua terra” (2Cr 32:21). As feições de Absalão revelavam sua intenção de matar Amnom (2Sm 13:32). Jacó viu que o rosto de Labão não lhe era favorável como anteriormente, e chegou à conclusão de que estava na hora de pegar suas coisas e ir embora, antes que a situação se deteriorasse ainda mais. Mas o próprio Jacó proferiu uma das expressões mais belas em seu reencontro com Esaú: “Peço-te que aceites o meu presente, porquanto vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus” (Gn 33:10). “O amor estampado no rosto de uma pessoa é um reflexo do semblante de Deus, porquanto Deus é a fonte de todo amor” (R. N. Champlin).

Olhe-se no espelho, antes de iniciar suas atividades, hoje. Seu rosto expressa ódio ou amor? Angústia ou serenidade e confiança em Deus?

Que neste dia, “o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz” (Nm 6:26).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Escolhido por ser bonito

Tinha ele um filho cujo nome era Saul, moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele. 1 Samuel 9:2

Samuel foi um dos grandes profetas de Israel e, durante toda a vida, teve uma conduta irrepreensível. Ao envelhecer, deve ter desejado, como quase todo pai, que seus filhos seguissem o mesmo caminho.

Assim, desejando que seus filhos prestassem bons serviços à nação, constituiu-os como juízes em Israel. Mas daí começaram os problemas, pois os filhos não seguiram o exemplo do pai – inclinaram-se à avareza, aceitaram suborno e perverteram o direito.

A situação chegou a um ponto em que os anciãos de Israel se reuniram e disseram a Samuel: “Olha aqui, você já está velho, e os seus filhos não seguem o seu exemplo. É melhor escolher um rei, que governe sobre nós, como fazem as outras nações.”

Em vez de Israel servir de modelo para as outras nações, decidiu copiar o sistema de governo que elas possuíam. E então foi escolhido um rei. Como foi o processo de escolha? Democrático? Cada um deu o seu voto?

Foi Deus quem escolheu. Mas Deus foi democrático, porque escolheu um rei com as características desejadas pelo povo. E que tipo de rei o povo queria? Um rei bonito! A Bíblia diz que Saul era “moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo” (1Sm 9:2).

Geralmente os guerreiros inimigos eram altos e fortes. Será que isso influenciou os israelitas para que também desejassem um rei alto e forte? É isto suficiente para que alguém seja eleito governante? Não. Então por que Deus escolheu a Saul?

Aparentemente Deus escolheu alguém que satisfizesse os ideais do povo, que gratificasse o orgulho daqueles que haviam desejado um rei. Alguém a quem pudessem admirar, e que os liderasse nas batalhas.

Nesse período Saul era suscetível à persuasão e direção divinas. Se ele tivesse permanecido assim, teria sido um conduto através do qual fluiriam as bênçãos de Deus sobre a nação israelita. E seu destino eterno seria outro também.

Mas Saul desviou-se das orientações divinas, cometeu erro após erro e finalmente pecou contra o Espírito Santo, perdendo a vida eterna. Não é sábio, portanto, escolher alguém para ser sócio, amigo, marido (ou esposa), governante, baseado apenas na aparência.

Lembre-se disso ao escolher um marido ou esposa. Lembre-se disso ao escolher um sócio. Lembre-se disso na próxima eleição.

domingo, 2 de maio de 2010

Por que vocês estão com medo?

“Por que estão com medo?” perguntou Ele. “Por que duvidam que seja Eu mesmo?” Lucas 24:38, BV

Era domingo à tardinha, e os discípulos estavam reunidos a portas fechadas, com medo dos judeus. Eles estavam tensos, pois haviam sido amigos íntimos de Alguém que havia sido crucificado dois dias antes, acusado de insurreição contra as autoridades constituídas. E estavam temerosos de que pudessem ser presos a qualquer momento e terem a mesma sorte. O futuro, portanto, lhes parecia muito incerto.

Além disso, estavam agitados e em suspense com os rumores de que Cristo havia ressuscitado. Mas apesar desses relatos, eles não estavam preparados para um encontro pessoal com Ele. Em meio a esse clima de medo e incerteza, Jesus repentinamente apareceu no meio deles, saudando-os com as palavras: Paz seja convosco!

Ora, Jesus havia sido traído por um discípulo e abandonado pelos demais. Ele podia agora começar a repreendê-los por sua falta de fé e covardia. Podia ter-lhes dado uma lição de moral. Em vez disso, porém, Ele os saúda dizendo: Paz seja convosco!

Mas não adiantou, porque eles, surpresos e atemorizados, acreditavam estarem vendo um espírito. Jesus foi paciente com a lerdeza deles para compreender a realidade. E lhes deu três evidências sensoriais para convencê-los de que Ele era um Ser real e material, mesmo após Sua ressurreição: Visão, audição e tato: “Vede as Minhas mãos e os Meus pés, que sou Eu mesmo; apalpai-Me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho” (v. 39).

Por que vocês estão com medo? Esta é uma boa pergunta para muitos de nós. Pesquisas mostram que as pessoas estão perturbadas, infelizes, preocupadas e com medo.

O medo é uma das primeiras emoções que um bebê experimenta. E afirma-se que todos os tipos de medo que sentimos são variações de três medos básicos: de cair, de barulho muito forte, e o de ser abandonado.

A maioria de nós aprende a superar os dois primeiros. Entretanto, o medo de ser abandonado é o pior de todos e pode se tornar mais intenso com o passar dos anos. Não é nada agradável ser abandonado e deixado sozinho, em qualquer idade.

Mas Jesus garante que nunca nos abandonará: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28:20), disse Ele. “Não vos deixarei órfãos” (Jo 14:18).
Acredite nisso e viva muito bem acompanhado.

sábado, 1 de maio de 2010

Trabalho – bênção ou maldição?

Todos nós devemos comer e beber e aproveitar bem aquilo que ganhamos com o nosso trabalho. Isso é um presente de Deus. Eclesiastes 3:13, NTLH

Quando chega a sexta-feira, muitos trabalhadores exclamam aliviados: “Graças a Deus que hoje é sexta-feira!” Para a maioria deles, o trabalho é um mal necessário. É apenas um meio de sobreviver e obter as coisas necessárias à vida. Eles trabalham pensando nos intervalos de descanso e almoço, na hora de ir para casa à tardinha, nos fins de semana e nas férias – e no salário, no fim do mês, é claro.

São os que, em pleno domingo, seja no campo de esporte, em casa com a família, assistindo televisão, ou no clube com os amigos, de repente são tomados por uma estranha sensação de desânimo que lhes estraga o restante do dia, e é desencadeada por uma simples lembrança: “Amanhã é segunda-feira!”

Cristina, relações-públicas de uma empresa, afirma que entra numa agonia profunda quando ouve a música-tema do Fantástico, no domingo. Para ela, essa música virou símbolo da segunda-feira e marca o fim do descanso e o começo de uma sensação de vazio. Para este grupo, o trabalho é um obstáculo à felicidade.

No extremo oposto estão os viciados em trabalho. Trabalham no horário do almoço, após o expediente, levam trabalho para casa, trabalham aos domingos e feriados e aguardam com impaciência a chegada da segunda-feira. Os resultados dessa intemperança surgem com o tempo: nervos à flor da pele, estresse, insônia e outros distúrbios.

Alguns dos melhores homens que a obra adventista já teve incorreram nesse erro: “Tiago White, John Loughborough, Urias Smith, Hiram Edson e outros estiveram à beira da morte por causa de transtornos físicos causados pelo excesso de trabalho” (Revista Adventista, em espanhol, fevereiro, 1981, p. 7).

João N. Andrews, nosso primeiro missionário à Europa, morreu com apenas 54 anos de idade. “Ellen White, como conselheira do Senhor, frequentemente o aconselhara a não trabalhar tanto, e a cuidar melhor de sua saúde. Andrews prometeu tentar, mas declarava que seu excesso de trabalho se justificava porque o êxito da causa o requeria [...] Perto do fim ele confessou, arrependido, que havia agido mal” (História do Adventismo, p. 181, 182).

Nenhum desses extremos é recomendável. O grupo ideal é aquele que combina de modo equilibrado trabalho e lazer. Que diz na sexta-feira: “Graças a Deus que é sexta-feira!”, e na segunda: “Graças a Deus que é segunda-feira!”

Veja aí com qual desses grupos você se identifica.