domingo, 31 de outubro de 2010

Propaganda boca a boca

O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração. Lucas 6:45

A mais antiga forma de propaganda que existe, e que continua sendo a mais eficaz, é a propaganda boca a boca, que é feita de graça, por clientes satisfeitos com o produto que adquiriram.

Os mais idosos provavelmente se lembram de um carro americano que circulou no Brasil cinquenta anos atrás, marca Packard. A fábrica do Packard foi a última indústria automobilística da época a fazer publicidade paga, e isto só foi possível depois que o velho Sr. Packard morreu. Sempre que era abordado para fazer publicidade para os seus carros, ele respondia: “Não precisa. Pergunte a quem tem um.” Após sua morte, a fábrica do Packard adotou esse slogan: “Pergunte a quem tem um.”

O evangelismo boca a boca é antigo, mas continua moderno e eficaz. O evangelho de Jesus Cristo se tornou conhecido e revolucionou o mundo antigo, através do testemunho boca a boca. Somente os pastores, por ocasião do nascimento de Jesus, ouviram as boas-novas através dos anjos. Somente os magos foram guiados por uma estrela. Apenas Paulo foi alcançado por uma luz do céu. Quase todos ficaram conhecendo Jesus através do testemunho pessoal.

Antes que o Novo Testamento tivesse sido escrito, a história de Jesus foi transmitida oralmente. Os apóstolos haviam sido testemunhas dos grandes feitos operados por Jesus, e onde quer que fossem, pregavam sobre Ele.

Quando descobre algo que lhe traz satisfação, você sente um desejo irresistível de contar a outros. Um restaurante onde a comida é boa, uma loja de qualidade, um bom hotel, um lugar onde passear. O mesmo acontece quando nosso coração se regozija com o amor, a alegria e a paz de Cristo. Queremos contar isso ao mundo, pois “a boca fala do que está cheio o coração”.

Podemos usar cartazes, anúncios no rádio, jornais e televisão, mas as pesquisas mostram que a maioria dos novos membros da igreja foram atraídos por alguém. O desafio que temos é tornar a igreja um lugar tão agradável e amoroso, que todos possam dizer aos amigos e parentes: “A minha igreja é maravilhosa! Os irmãos são amorosos e corteses. Os cultos são espirituais. A música traz enlevo e inspiração. Acho que você também vai gostar. “

Quando os membros da igreja estão dispostos a falar aos outros da bendita esperança que lhes enche o coração, o testemunho deles se torna irresistível.

sábado, 30 de outubro de 2010

Jesus tinha de ser crucificado?

Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a Seus discípulos que Lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. Mateus 16:21

Martin Luther King, na noite que antecedeu seu assassinato em Mênfis, EUA, disse o seguinte: “Não sei o que vai acontecer agora. Teremos dias difíceis pela frente. Mas isso não me importa, pois já estive no topo do monte. Como qualquer pessoa, gostaria de ter vida longa. A longevidade tem o seu lugar. Mas não estou preocupado com isso agora. Quero apenas fazer a vontade de Deus. E Ele me permitiu subir ao monte. E de lá eu olhei, e vi a Terra Prometida. Pode ser que eu não chegue lá junto com vocês. Mas quero que saibam, nesta noite, que, como povo, estaremos na Terra Prometida. E hoje de noite estou feliz. Nada me preocupa. Não tenho medo do que me possa fazer o homem. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor.”

Algumas pessoas estão convencidas de que Martin Luther sabia que ia ser morto. Em virtude da agitação que ele criara e a revolta geral que estava ocorrendo, não seria preciso muita imaginação para prever que ele seria baleado.

A mesma questão tem sido debatida com respeito à morte de Cristo. Alguns pensam que Ele morreu como vítima dos eventos e pressões que se avolumaram contra Ele. Ou seja: vítima das circunstâncias. Mas quando João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), ficou claro que Sua morte era certa desde o início. Numa cultura que sacrificava cordeiros duas vezes ao dia no Templo, essas palavras eram indicativas de morte. Em outras palavras, João Batista estava dizendo: “Ei, olhem para este Homem. Ele vai ser sacrificado!”

Jesus é o Cordeiro morto desde a fundação do mundo. E Sua morte deveria ser sangrenta, pois “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9:22). Mas seria necessária uma morte cruel como a crucifixão? Um acidente sangrento não teria sido suficiente para operar nossa salvação?

O Prof. Raoul Dederen opina a esse respeito: “Um acidente sangrento, como o ter sido atropelado por uma carruagem romana, não teria executado o plano. Ele deveria morrer inocentemente nas mãos dos homens. E não simplesmente por uma pessoa, por um líder fanático. Deveria ser morto por um grupo de pessoas representando os vários níveis da sociedade, que juntos decidiram ver-se livres de Deus.”

Jesus veio ao mundo para morrer – por mim e por você.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cortando o mal pela raiz

Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. Mateus 5:29

O nervo ótico é uma das avenidas através das quais o pecado penetra na mente humana. Cristo disse que o adultério, por exemplo, começa com um olhar impuro (Mt 5:28). Então a solução proposta seria arrancar o olho direito, que, no conceito popular antigo, enxergava melhor.

Mas, será que o problema ficaria resolvido? E o olho esquerdo não pode fazer alguém tropeçar? Obviamente, esse conselho de Cristo não deve ser interpretado literalmente, pois nesse caso teríamos um mundo de caolhos. No versículo seguinte Cristo dá o mesmo conselho caso a mão direita fizer você tropeçar: Corte-a fora! Assim, além de caolhos, você teria também uma multidão de manetas. E se você continuar cortando tudo o que o faz pecar, o que sobraria?

Orígenes, um dos maiores eruditos da igreja, no século III, combinou esses textos com a declaração de Cristo de que há alguns homens “que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus” (Mt 19:12), e se castrou. Isso mostra que a interpretação literal de um simbolismo pode afetar a a vida física.

“Cristo usa aqui uma figura de linguagem. Ele não requer a mutilação do corpo [que é o templo do Espírito Santo], mas o controle dos pensamentos. O recusar-se a contemplar o mal é tão eficaz como o fazer-se cego, e tem a vantagem adicional de reter a visão e utilizá-la para aquilo que é bom. Uma raposa às vezes rói a própria pata, presa numa armadilha, a fim de escapar. De igual modo um lagarto sacrifica sua cauda, ou uma lagosta suas tesouras.

“Cristo aconselha simbolicamente arrancar o olho ou amputar a mão para salientar que se deve tomar uma decisão resoluta para resguardar-se do mal. O cristão faria bem em seguir o exemplo de Jó, o qual disse: ‘Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?’” (Jó 31:1) (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 337).

Como podemos evitar maus pensamentos? Veja o conselho inspirado: “Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás, devem guardar bem as vias de acesso à alma; devem-se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros” (Atos dos Apóstolos, p. 518).












quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vida após o divórcio

É Ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. 2 Coríntios 1:4

O divórcio se tornou uma epidemia que não poupa ninguém, nem mesmo os pastores. O pastor André (pseudônimo), que durante 20 anos de trabalho ajudou as famílias de suas igrejas a desfrutarem bem-estar conjugal e familiar, e testemunhou a devastação causada pela separação, jamais imaginou que um dia seu lar também seria atingido.

Ele se achava imune a essa praga: “O divórcio pode destroçar outros lares, não o meu. Eu e minha esposa nos damos muito bem.” Mas ele aprendeu por experiência própria que nenhum casamento está completamente fora de perigo. Certo dia, a esposa lhe abalou a confiança, dizendo: “Quero me separar de você!”

Resultado: lágrimas, sofrimento e insônia. Ele conta: “No primeiro ano após o divórcio eu passava horas caminhando sozinho à noite, tentando acalmar as emoções que se agitavam dentro de mim. Às vezes eu caminhava até ficar exausto. Quando finalmente me acalmava, eu podia ouvir a voz suave de Deus, trazendo-me segurança e paz. Deus nunca me abandonou. Ele nunca me acusou dizendo: “Você estragou tudo, André. Foi falha sua!” Não, em vez disso ouvi a mensagem de Seu amor perdoador que tantos outros quebrantados servos de Deus ouviram antes de mim: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13:5).

Quanto tempo leva a recuperação? De três a cinco anos, segundo muitos especialistas. E é importante, nesse período crucial, encontrar o apoio de amigos, bem como procurar aconselhamento, juntar-se a um grupo de apoio a divorciados, se possível, e fazer uso construtivo de sua experiência, ministrando a outras pessoas que também estão na mesma situação.

Diz o apóstolo Paulo: “É Ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2Co 1:4). Ou seja: a melhor maneira de suportar o sofrimento é utilizá-lo como um instrumento para comunicar o amor de Deus aos outros.

Quando isto é feito, algo assombroso acontece: tanto o doador como o receptor experimentam alívio e cura. E o pastor André conclui seu testemunho, dizendo: “ Não tenho a menor ideia de como isto acontece. Mas sei que é uma realidade, porque aconteceu comigo.”

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Espírito Santo, esse desconhecido

Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Atos 19:2

Em sua terceira viagem missionária, Paulo passou por Éfeso, onde achou alguns cristãos que nunca tinham ouvido falar do Espírito Santo. Alguns comentaristas pensam que esses crentes eram discípulos de João Batista, que haviam se mudado para Éfeso.

Outros preferem acreditar que eram conversos de Apolo, que conheciam o Espírito Santo apenas como um nome, mas ignoravam totalmente a Sua natureza. Seja como for, “eles haviam sido batizados como prova de seu arrependimento, e sem dúvida estavam vivendo corretamente, mas não haviam experimentado a justiça, a paz, e a alegria no Espírito Santo (Rm 14:17), que lhes pertenciam” (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 372).

Hoje, dificilmente encontramos algum cristão que não tenha ouvido falar do Espírito Santo, mas muitos têm ideias distorcidas, pensando ser Ele “uma força” ou “influência” e não uma Pessoa. Entretanto, as Escrituras Sagradas oferecem algumas evidências da personalidade do Espírito, como nos seguintes textos:

Atos 5:3: Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo. Só se pode mentir a um ser inteligente, que pode ser enganado e moralmente iludido. E o versículo seguinte deixa claro que o Espírito Santo é Deus.

Atos 13:2: “Disse o Espírito Santo: Separai-Me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Não costumamos citar palavras de seres impessoais, porque estes não falam. Aqui é o Espírito Santo que chama, o que indica uma Pessoa detentora de personalidade.

Enumeramos, a seguir, vinte características e qualidades pessoais do Espírito Santo: tem mente e vontade (Rm 8:27); é tratado pelo pronome pessoal Ele (Jo 16:14, Ef 1:14); é citado entre outras pessoas: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15:28); tem conhecimento (1Co 2:11); ensina (Lc 12:12, Jo 14:26); convence (Jo 16:8, Gn 6:3); impede (At 16:6, 7); concede, permite (At 2:4); administra, distribui (1Co 12:11); fala (At 10:19, 13:2, Jo 16:13); toma decisões (1Co 12:11); guia (Jo 16:13, Gl 5:18); anuncia (Jo 16:14, 15); pode ser entristecido (Ef 4:30); intercede (Rm 8:26); chama (Ap 22:17); procura (1Co 2:10); agrada-Se (At 15:28); pode ser tentado pelo homem (At 5:9); pode ser difamado e blasfemado (Mt 12:31, 32) (Radiografia do Jeovismo, p. 84, 85).

Uma “força” ou “influência” não pode ter tais características pessoais.














terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bordão sem poder

Geazi passou adiante deles e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não houve nele voz nem sinal de vida. 2 Reis 4:31.

O filho da sunamita estava morto. Haveria esperança de trazê-lo de volta à vida? Eliseu fez então algo singular: deu a Geazi o seu bordão e mandou colocá-lo sobre o rosto do menino. Geazi apressou-se e procedeu conforme a instrução de Eliseu, mas não deu resultado. “Não houve nele voz nem sinal de vida.”

Este é, provavelmente, o único caso relatado na Bíblia em que um profeta tentou um milagre e este resultou em fracasso. Teria o bordão de Eliseu perdido sua virtude ao passar às mãos de um homem como Geazi? Ou Deus só operaria um milagre através do toque pessoal e da presença de Eliseu?

Há nas Escrituras alguns exemplos em que Deus achou por bem operar milagres através de coisas inanimados, como foi o caso de um homem que ressuscitou quando seu cadáver tocou os ossos de Eliseu (2Rs 13:21), quando saiu poder das vestes de Jesus ao ser tocado por uma mulher enferma (Mc 5:25-34) e, de modo ainda mais impressionante, ao “levarem aos enfermos lenços e aventais” do uso pessoal de Paulo, fazendo com que as enfermidades fossem curadas e os espírito malignos se retirassem (At 19:12). No entanto, tais exemplos são relativamente raros e se constituem exceções à regra.

O método do bordão, embora pareça às vezes necessário, em virtude da complexidade da vida moderna, é sempre inferior ao método pessoal. Podemos preencher um cheque e enviá-lo a uma família necessitada, mas tal atitude de ajuda teria maior significado se fôssemos lá pessoalmente.

Desde o início, a angustiada mulher sunamita não depôs fé alguma em tal método, pois declarou a Eliseu que não o deixaria por nada deste mundo. Então Eliseu a seguiu até Suném, e no caminho encontrou-se com Geazi, que voltava. Este comunicou ao profeta que o milagre, de fato, não havia ocorrido. O menino não havia despertado.

Então Eliseu subiu ao quarto e deitou-se sobre o menino. Este aqueceu-se, espirrou sete vezes, e foi devolvido com vida à mãe.
Todas as crianças serão devolvidas às mães no glorioso dia da volta de Cristo. “Os anjos ‘ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus’. Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus” (Orientação da Criança, p. 566).

Vivamos na expectativa desse maravilhoso reencontro!














segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Está tudo bem com você?

Vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita; corre ao seu encontro e dize-lhe: Vai tudo bem contigo, com teu marido, com o menino? 2 Reis 4:25, 26.

No tempo determinado a promessa de Eliseu se cumpriu e nasceu um bebê naquele lar em Suném. Sua chegada tardia o tornou ainda mais precioso aos pais.

O menino cresceu, e um dia, ao acompanhar seu pai, que estava com os segadores, ele foi vítima de insolação. “Ai, minha cabeça!”, gritou ele. O pai o tomou nos braços e, chamando um servo, fez o que é melhor nessas ocasiões: mandou-o para a sua mãe.

A mãe ficou com ele no colo até o meio-dia, e então o garoto morreu. A mãe teve a sensação de que a vida havia lhe passado uma rasteira. A dor foi tanta que ela quase desejou nunca ter tido um filho. Então ela se lembrou de Eliseu.

Tomando o menino, levou-o ao quarto do profeta e o depôs sobre a cama dele. Em seguida, como esposa submissa, comunicou ao marido o seu plano de viajar para encontrar-se com o profeta e voltar ainda no mesmo dia. Mas não lhe explicou o motivo da viagem.

Talvez ela receasse que, se dissesse ao marido que sua intenção era chamar o profeta a fim de que este ressuscitasse o menino, o marido não concordasse com a viagem, julgando-a inútil. Era uma questão de fé, e ela quis manter o segredo apenas entre ela e Deus.

Preparou a jumenta e saiu a fim de encontrar-se com Eliseu, que estava no monte Carmelo. De longe, ele a viu e a reconheceu. E disse a Geazi: “Aquela é sem dúvida a mulher sunamita. Será que ela está com algum problema? Corra ao seu encontro e pergunte-lhe se está tudo bem com ela, com o marido e com o menino.”

Quando Geazi a saudou e lhe fez tais perguntas, ela deu uma resposta curta: “Tudo bem.” Não estava nada bem, mas a aflição do seu coração ela só revelaria ao profeta. Ao chegar junto ao homem de Deus, ela apeou da jumenta, abaixou-se e abraçou-lhe os pés. Em poucas palavras a angustiada mulher contou a Eliseu o que havia acontecido. Fora através da intervenção dele, o profeta de Deus, que ela havia tido um filho. E agora, que o menino estava morto, não poderia ele trazê-lo de volta à vida?

Leia amanhã o desfecho desta história.

domingo, 24 de outubro de 2010

Presente para uma mulher rica

Que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale a teu favor ao rei ou ao comandante do exército? 2 Reis 4:13.

Geazi era amigo e companheiro de um dos mais nobres e piedosos homens da Bíblia, “o homem de Deus”, como era chamado Eliseu.

A primeira referência que temos de Geazi se acha relacionada com Eliseu e a sunamita (2Rs 4:12). De todas as vezes que Eliseu passava por Suném, em suas missões de misericórdia ou juízo, ele parava na casa dessa mulher para comer pão. Ela e o marido sentiam que a presença desse profeta era uma bênção.

E um dia ela disse ao marido: “Vejo que este homem, que passa sempre por nós, é um santo homem de Deus. Vamos, pois, fazer uma ampliação em nossa casa e construir-lhe um pequeno quarto na parte de cima, onde ele possa passar a noite quando vier nos visitar.”

O marido prontamente concordou com a idéia, e o quartinho foi construído e mobiliado com uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro. Um homem piedoso não necessita de muito conforto neste mundo.

Um dia, quando Eliseu estava nesse quarto descansando, chamou Geazi e lhe disse: “Preciso fazer alguma coisa para demonstrar minha gratidão a este casal, por sua bondade para comigo. Geazi, chame a sunamita!”

Quando ela entrou no quarto, Eliseu lhe disse: “A senhora nos tem tratado com generosa hospitalidade. Gostaríamos de retribuir isto de alguma forma. Há alguma coisa que eu possa fazer pela senhora? Algum pedido ao rei ou ao comandante do exército?”

É como se alguém lhe dissesse: “Você não precisa de algum favor do presidente da República? Eu posso conseguir!”

Mas a mulher respondeu dizendo: “Habito no meio do meu povo. Tenho um lar confortável onde vivo com o meu marido. Não há nada que eu deseje do rei ou do comandante do exército.”

É difícil presentear quem tem de tudo. Eliseu ficou perplexo. Seria possível que essa mulher não precisasse de nada? Chamou Geazi e lhe disse: “Não sei o que fazer por ela!”

É nesse exato momento que Geazi demonstra ter mais perspicácia do que seu mestre. Ele sabia que havia uma coisa que essa mulher não possuía, e que, como toda mulher virtuosa, gostaria de ter mais do que qualquer outra coisa. E assim ele disse a Eliseu: “Ela não tem filhos, e seu marido já é velho.”

Eliseu agradeceu a Geazi por este conselho, e admirado por não ter pensado nisto antes, chamou novamente a sunamita ao seu quarto e anunciou-lhe: “Daqui a um ano, mais ou menos nesta época, terás um filho.”

A sunamita mal pôde acreditar que essa promessa se cumpriria.
(Continua.)
























sábado, 23 de outubro de 2010

A presciência divina dispensa o juízo?

O Senhor conhece os que Lhe pertencem. 2 Timóteo 2:19

Algumas pessoas têm tido dificuldade em harmonizar a presciência divina com a necessidade de um juízo investigativo, citando em seu favor o texto acima. Ora, dizem eles, se Deus sabe quem vai se salvar e quem vai se perder, para que juízo, Livro da Vida, Livro da Morte, Livro Memorial e tudo o mais? Não confiamos na justiça divina?

Alguns imaginam que o propósito de um juízo anterior ao advento é dar a Deus tempo para examinar os livros, a fim de decidir quem, dos que um dia se entregaram a Deus, irá ou não para o Céu. A verdade é que Ele poderia resolver essa questão numa fração de segundo. O real propósito do juízo investigativo não é simplesmente decidir quem, dos professos seguidores de Cristo, irá se salvar ou não. É revelar a justiça divina. Deus quer tratar a todos de modo tão transparente, e deseja apresentar as provas de maneira tão clara, que não paire dúvidas sobre Sua justiça.

Os que estiverem em Seu reino, mesmo que algum ente querido seu esteja ausente, não terão dúvidas quanto à justiça divina, mas entoarão as palavras do cântico de Moisés, e o cântico do Cordeiro, dizendo: “Grandes e admiráveis são as Tuas obras, Senhor Deus, Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações!” (Ap 15:3).

Teremos muitas perguntas ao chegarmos ao Céu, já que serão muitas as surpresas. Mas nenhuma ficará sem resposta. Os livros contendo os atos de cada pessoa estarão abertos, para serem examinados. Não restará dúvida alguma.

Assim, Isaías ficará sabendo que o ímpio rei Manassés, quando cativo em Babilônia, se arrependeu de todo o mal que havia praticado, e após seu retorno a Jerusalém procurou desfazer seus maus atos, removendo a idolatria de seu reino. Esse profeta ficará sabendo que Manassés se arrependeu e mudou de vida!

Posso imaginar Isaías abraçando Manassés e lhe dizendo: “Que bom que você se converteu. Eu o perdoo por você ter-me assassinado!” E Manassés vai ficar muito emocionado com aquele encontro.

Estêvão terá atitude semelhante, ao saber que Saulo, o feroz perseguidor, se converteu no caminho de Damasco e se transformou em Paulo, o grande apóstolo aos gentios. Os dois também vão se abraçar e tudo será perdoado e esquecido.
O Juízo Investigativo começou há 166 anos. Mas ainda estamos no Ano Aceitável do Senhor, em tempo de graça. Tomemos agora a decisão ao lado de Cristo.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Abrem-se os registros celestiais

Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias Se assentou; [...] assentou-se o tribunal, e se abriram os livros. Daniel 7:9, 10

Segundo as profecias bíblicas, o Juízo Investigativo começou no santuário celestial, no fim do período das 2.300 tardes e manhãs, ou seja, no dia 22 de outubro de 1844. Isso significa que o juízo está em pleno andamento agora.

O Juízo Investigativo, ou Juízo Pré-Advento, é a primeira fase do Juízo Final. A segunda fase é a de Revisão, também chamada de Juízo Milenial, porque, como o nome já diz, será efetuado durante o Milênio, pelos remidos, a fim de verificar por que alguns estão entre os salvos e outros entre os perdidos. “Em união com Cristo julgam os ímpios, comparando seus atos com o código – a Escritura Sagrada, e decidindo cada caso segundo as ações praticadas no corpo. Então é determinada a parte que os ímpios devem sofrer, segundo suas obras, e registrada em frente ao seu nome, no livro da morte” (O Grande Conflito, p. 661).

Certamente os remidos também terão acesso ao Livro da Vida, para verificar como certas pessoas estão entre os salvos.

A terceira fase, que é a do Juízo Executivo, se dará no fim do Milênio, quando os ímpios (inclusive Satanás e seus anjos) serão destruídos.

A cena do Juízo Investigativo é descrita em Daniel 7:9, 10: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o Seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dEle; milhares de milhares O serviam, e miríade de miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.”

Esses versos apresentam uma cena de julgamento, com todos os elementos que o caracterizam. O “Ancião de Dias” é uma referência óbvia a Deus, o Pai, que haverá de presidir ao juízo. Os “milhares de milhares” que O serviam constituem uma referência aos anjos, que desempenham as funções de “ministros e testemunhas” (SDA Bible Commentary, v. 4, p. 828). Jesus, nessa fase, atua como nosso Advogado.

Assim como os julgamentos terrestres estão baseados nos autos de um processo, o julgamento divino também está baseado nos registros infalíveis dos livros celestiais. Todas as obras humanas, “até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec 12:14), estão fielmente registradas ali.

Portanto, pense no que você vai fazer hoje. Um dia isto se tornará público.
















quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nosso primeiro dia no Céu

Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Apocalipse 20:4

Nosso primeiro dia no Céu será cheio de surpresas. Ao sermos apresentados uns aos outros, durante as bodas do Cordeiro, notaremos que não se acham presentes muitas pessoas que tínhamos certeza de encontrar lá, inclusive alguns pastores.

Por outro lado, será difícil esconder o espanto ao encontrar ali pessoas que, segundo nossa avaliação, jamais deveriam estar ali. Como explicar a ausência de alguns “santos” e a presença de certos “pecadores” no mar de vidro?

Uma dessas pessoas espantadas é o profeta Isaías. Ele acaba de descobrir que o rei Manassés, filho do rei Ezequias, está entre os salvos. Manassés, como sabemos, foi um rei ímpio, que erigiu altares para praticar a idolatria, mandou sacrificar um dos seus próprios filhos, perseguiu os que eram fiéis ao verdadeiro Deus, e segundo a tradição, mandou serrar ao meio o profeta Isaías.

Isaías só poderia estar espantado com a presença de Manassés entre os salvos. Como teria acontecido isso? Não teria havido algum engano?

Estêvão, o primeiro mártir, é outro que não esconde sua admiração. Não muito longe dali, assentado à mesa, está alguém que ele já vira antes. Com um pequeno esforço de memória ele se lembra de que, pouco antes de morrer, vira um jovem segurando as capas daqueles que o apedrejavam. Sim, é ele mesmo! É Saulo, o feroz perseguidor dos cristãos! “Como será que ele chegou aqui?”, pergunta-se Estêvão.

Como Isaías e Estêvão, há outros remidos que também gostariam de esclarecer algumas dúvidas. Há uma porção de pessoas ausentes, e eles gostariam de saber por que elas não estão lá, já que frequentavam regularmente as reuniões da igreja, inclusive os cultos de quarta-feira, davam o dízimo fielmente, eram vegetarianos, faziam muitas obras de caridade e tinham aparência de piedade. O que aconteceu com tais pessoas?

Essas e outras perguntas serão respondidas durante o Milênio (juízo Milenial), quando todas as nossas dúvidas serão sanadas, ao abrirmos os livros de registro e verificarmos que Deus foi absolutamente justo em cada caso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Saúde total

O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 1 Tessalonicenses 5:23

Em praticamente todos os aspectos da vida, a ordem de prioridades que as pessoas dão às suas necessidades é: primeiro as físicas, depois as mentais e, por último, as espirituais.

Se analisarmos a publicidade, por exemplo, veremos que a quase totalidade dos anúncios é dirigida ao corpo: cosméticos, roupas, remédios para emagrecer, aparelhos de barbear, maioneses, bolachas, condimentos, etc. Alguns anúncios procuram vender saúde, outros vendem beleza, conforto, menor esforço, alimentação, e assim por diante. Mas são todos dirigidos à satisfação física. Tente se lembrar de algum anúncio que apele ao intelecto e veja se consegue.

Provavelmente nenhuma qualidade é tão explorada pela publicidade como a beleza física, que é sempre associada à saúde. De mil maneiras diferentes a publicidade procura demonstrar que quem é mais bonito, se veste bem, se alimenta melhor, e se diverte muito, tem mais valor em nossa sociedade. Os próprios concursos de beleza procuram provar que a mulher perfeita é aquela que tem as medidas certas para o busto, a cintura, as pernas, os ombros. Quão diferente é o conceito bíblico de mulher virtuosa!

A beleza na mulher, e o desempenho atlético no homem são mais valorizados em nossa sociedade do que as realizações científicas. A mulher que vence um concurso de beleza é mais aclamada do que aquela que pelos seus serviços mereceu um Prêmio Nobel.

Um jogador de futebol é mais valorizado do que um professor ou um cientista, e pode ganhar mais do que o Presidente da República! Porque na lista de prioridades humanas o corpo vem sempre em primeiro lugar. O ser humano prefere aclamar as aparências, as exterioridades.

Essa realidade nos faz lembrar de um versículo bíblico: “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16:7).

Deus vê as pessoas de outra maneira. Para Deus, o mais importante é a vida espiritual, depois a intelectual e, em terceiro lugar, a física. E se cuidarmos bem das três, nessa ordem, teremos saúde total.














terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sem publicidade

Mas Jesus, sabendo disto, afastou-Se dali. Muitos O seguiram, e a todos Ele curou, advertindo-lhes, porém, que O não expusessem à publicidade. Mateus 12:15, 16

Há pessoas que fazem de tudo para aparecer e ter seus 15 minutos de fama. Querem ser notícia e aparecer nas capas de revistas e na televisão.

Jesus tinha tudo para obter notoriedade em Seu tempo: atraía as multidões com os Seus ensinos maravilhosos e operava milagres. Mas, em vez de dizer à pessoa curada que “contasse a bênção na televisão”, recomendava expressamente que não dissesse nada a ninguém.

Quando o Dr. Christiaan Barnard realizou o primeiro transplante cardíaco, em dezembro de 1967, a imprensa do mundo todo divulgou o seu feito, e ele foi entrevistado por jornais, revistas, canais de televisão, e convidado a fazer palestras em vários países. Agora imagine alguém ressuscitar um morto e dizer: “Shhhhh, não conte nada pra ninguém!” Seria possível um fato notório assim permanecer oculto?

Pois foi exatamente isto que Cristo fez: ressuscitou a filha de Jairo e ordenou expressamente às pessoas presentes “que ninguém o soubesse” (Mc 5:43). A mesma recomendação Ele fez a um surdo e gago a quem curou (Mc 7:36), a um cego (8:22-26), a vários enfermos (Mt 12:15, 16), a dois outros cegos (Mt 9:30) e a um leproso (8:4). Mas esses pedidos de Cristo se provaram infrutíferos, pois o resultado é que “quanto mais recomendava, tanto mais eles o divulgavam” (Mc 7:36).

Era por modéstia que Cristo exigia que tais segredos fossem guardados? Vejamos o caso do leproso: uma das razões por que Cristo queria que esse homem guardasse segredo sobre sua cura, é que havia muitos leprosos na região, e quando eles soubessem que Cristo tinha poder para libertá-los dessa terrível doença e, consequentemente, da impureza cerimonial e exclusão social, certamente afluiriam em massa a Ele e dificultariam Seu ministério em favor das demais pessoas, pois Cristo não queria se tornar conhecido como um mero operador de milagres. Além disso, Jesus exigia que a pessoa a ser curada demonstrasse fé, se arrependesse dos pecados, e se decidisse a fazer a vontade de Deus a partir de então. E “muitos dos leprosos não empregariam o dom da saúde de modo a torná-la uma bênção para si mesmos e para outros” (O Desejado de Todas as Nações, p. 264).

Tanto Cristo quanto a Igreja Adventista do Sétimo Dia consideram os milagres como secundários. O objetivo primordial é salvar pessoas para o reino de Deus.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os fracassos antecedem o sucesso

Toda a multidão, porém, gritava: Fora com este! Solta-nos Barrabás! Lucas 23:18

Em 4 de julho de 1952 a nadadora americana Florence Chadwick entrou no mar, na costa da Califórnia, e começou a nadar em direção à ilha de Catalina, a 33 km de distância. Ela estava decidida a ser a primeira mulher a fazer essa travessia.

Mas, a certa altura, um denso nevoeiro desceu sobre o mar, de modo que ela não conseguia ver nem mesmo os barcos que a acompanhavam para espantar os tubarões. Após 15 horas nadando na água fria, em meio ao nevoeiro, ela gritou para sua mãe e para seu treinador: “Vou sair. Não consigo ir adiante.” Eles tentaram convencê-la a não desistir, mas ela parou e subiu para o barco.

Qual não foi a sua decepção, porém, ao perceber que estava a menos de um quilômetro da chegada. Ela disse: “Se eu tivesse visto a praia, acho que conseguiria nadar até lá.”

Dois meses mais tarde, ela tentou de novo. Desta vez foi diferente. O mesmo nevoeiro espesso desceu sobre o mar outra vez, mas ela nadou até à praia porque manteve uma imagem mental da costa enquanto nadava.

Você já fracassou em alguma coisa? Nos estudos, no vestibular, no trabalho, no casamento, ou em algum projeto de vida? Fica acordado à noite pensando em alguma palavra que não devia ter falado ou em algo que não devia ter feito? Você não está sozinho, pois os fracassos fazem parte da vida. Não só de algumas pessoas, mas de todas. Todos metem os pés pelas mãos, às vezes. Todos passam por constrangimentos.

Mas o fracasso nunca deve ter a última palavra, pois ele geralmente prepara o caminho para o sucesso. Quando Napoleão Bonaparte tinha 17 anos, julgava-se fracassado e pensava em suicidar-se. “Para onde se volvem hoje meus pensamentos?”, escreveu ele. “Para a morte... Por que deveria continuar vivendo se nada do que concerne a mim, prospera?” No entanto, galgou os degraus da fama e da fortuna. O segredo está em aprender com os fracassos e continuar insistindo. Raramente alguém é bem-sucedido logo na primeira tentativa.

Na eleição popular para decidir quem deveria ser solto, Jesus foi derrotado, pois o povo escolheu Barrabás. Em sua hora suprema, ao pedir ao Pai que, se possível, O poupasse daquele cálice amargo, não teve o Seu pedido atendido, e foi crucificado. Aquelas aparentes derrotas, porém, foram apenas o prelúdio de Sua estrondosa vitória no terceiro dia, quando ressurgiu dos mortos.

A vitória de Cristo é também a nossa. Em Sua cruz, foram cravados todos os nossos fracassos. Glória! Aleluia!

domingo, 17 de outubro de 2010

A morte da mulher amada

Filho do homem, Eu vou lhe tirar a esposa que você tanto ama. Ela vai morrer, de repente. Apesar disso, você não vai chorar por ela em público, nem vai se lamentar ou derramar lágrimas por ela. Ezequiel 24:16, BV

No Antigo Testamento Deus provou várias vezes a fé dos Seus profetas, dando-lhes ordens aparentemente absurdas. No caso de Abraão, por exemplo, Deus mandou que ele sacrificasse Isaque, o filho da promessa. Abraão se dispôs a obedecer, e na hora “H” Deus salvou Isaque de ser imolado. A fé de Abraão fora provada sem derramamento de sangue.

Ao profeta Oseias Deus ordenou que ele se casasse com uma prostituta, e o profeta obedeceu. A Ezequiel Deus ordenou que ele não lamentasse a morte da esposa, “a delícia dos seus olhos” (24:25), a qual morreria de repente. Em todas essas ordens, que devem ter parecido incompreensíveis a princípio, havia lições espirituais que Deus queria transmitir, ou ao próprio profeta, ou ao Seu povo.
Ezequiel anunciou a mensagem do Senhor ao povo pela manhã, e na tarde daquele mesmo dia sua esposa faleceu. “A experiência de Ezequiel forçosamente ensina a lição de que o estar envolvido na obra do Senhor não significa estar isento de sofrimento e calamidade. Às vezes, parece que os mensageiros de Deus são mais ferozmente atacados do que outros, que não estão ativamente envolvidos no serviço cristão. Essas tragédias não devem ser consideradas juízos divinos. Elas são obra de Satanás. Mas quando o inimigo aflige, Deus Se deleita em transformar a aflição em bem” (SDA Bible Commentary, v. 4, p. 662).

Ezequiel seguiu à risca as instruções divinas, e embora amasse profundamente a esposa, não fez a lamentação costumeira. Sofreu calado. O povo achou isso estranho e lhe perguntou o significado daquela atitude. Por que ele não chorava nem se afligia como todo mundo? Sua conduta era considerada impiedosa.

Então Ezequiel explicou que sua mulher representava o Templo, “a delícia dos olhos” deles, o qual seria profanado, isto é, destruído pelos caldeus, e seus filhos e filhas seriam mortos. E da mesma maneira como ele não chorou em público pela esposa, eles também não deveriam lamentar publicamente a destruição do Templo. Antes, deviam chorar pelos seus pecados.

Ezequiel encenou uma parábola viva, cumprindo as ordens divinas nos mínimos detalhes, e nos deixando um exemplo de fidelidade.

sábado, 16 de outubro de 2010

Perto do reino

Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. Marcos 12:34

Muitas vezes, os escribas e fariseus foram repreendidos por Jesus. Mas houve um escriba que Lhe atraiu a simpatia. O escriba havia perguntado a Jesus qual é o principal de todos os mandamentos. E Jesus lhe respondeu que é amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo (Mc 12:28-31).

O escriba elogiou a resposta de Jesus e a complementou dizendo que amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. Quando o escriba disse isso, Jesus afirmou que ele não estava longe do reino de Deus.

Para Jesus, a religião se resumia em amar a Deus e ao próximo. Ou seja: a única maneira em que alguém pode provar que ama a Deus é demonstrando amor ao próximo. O escriba aceitou esse conceito e acrescentou que tal amor é melhor do que oferecer sacrifícios. Ele ecoou o que o profeta Samuel havia dito muito tempo antes: “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1Sm 15:22).

É provável que Jesus tenha olhado com amor para esse escriba e apelado a ele dizendo: “Você está perto do reino. Por que não dá mais um passo e Me aceita como o Messias, tornando-se um cidadão desse reino?”

Geralmente nos referimos ao reino de Deus como uma instituição a ser estabelecida por ocasião da volta de Jesus. Mas esse é o Reino da glória. Entretanto, Cristo Se referiu mais frequentemente ao Reino da graça, que Ele veio estabelecer aqui, e que não vem “com visível aparência” (Lc 17:20), mas é uma realidade no coração de todos os que nEle creem e se tornam filhos de Deus. Para ser cidadão desse reino é preciso amar.

A escritora Evelyn Underhill estava tendo problemas espirituais, e escreveu ao seu conselheiro espiritual, o Barão Von Huegel. Ele a aconselhou a passar menos tempo em meditação espiritual e a dedicar mais tempo às pessoas, ajudando-as em seus problemas.

Cristóvão Colombo, em uma de suas grandes viagens, viu, um dia, folhas e galhos flutuando no mar. Isto lhe deu a certeza de que ele estava perto do Novo Mundo. Estar perto do Reino de Deus é bom, mas não é suficiente. Podemos ter certeza de que o reino de Deus está em nosso coração quando tratamos os outros com amor.














sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Casado com uma prostituta?

Quando, pela primeira vez, falou o Senhor por intermédio de Oseias, então, o Senhor lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição, porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor. Oseias 1:2

Conheci um homem que se casou com uma prostituta. Ele a tirou do bordel onde ela recebia os clientes e se casou legalmente com ela.

Tiveram um filho e, durante muitos anos, viveram como um casal normal. Então, parece que ela sentiu saudade da vida anterior e passou a se encontrar furtivamente com um amante. Não sei se o marido descobriu sua infidelidade.

Como igreja, normalmente aconselhamos nossos moços que se casem castos, com moças virgens, embora isto esteja se tornando cada vez mais difícil nos tempos de permissividade em que vivemos.

Agora imagine-se nos tempos do Antigo Testamento, em que o adultério era punido com a morte por apedrejamento e a prostituição era uma figura daqueles que se afastam de Jeová, entregando-se ao culto de outros deuses.

Dentro desse contexto você recebe uma revelação divina ordenando-lhe casar-se com uma prostituta. O mínimo que você faz é balançar a cabeça em atitude de perplexidade. Pois tal foi a ordem divina ao profeta Oseias: ele deveria casar-se com uma prostituta.

Essa ordem parece tão estranha, que alguns comentaristas preferem acreditar que se trate de uma alegoria. Outros pensam que a expressão “mulher de prostituições” apenas descreve a origem dessa mulher, e não necessariamente o seu caráter. O fato, porém, é que ela, depois de estar casada e com três filhos, abandonou a família e foi viver com um amante.

Oseias sofreu a dor do abandono, da rejeição e da traição. Em meio a esse sofrimento, Deus lhe diz: “Vá procurar sua mulher e volte com ela para casa. Ame-a, embora ela goste de trair você com outros homens.” A razão dessa ordem é dada no mesmo verso: “Porque o Senhor ainda ama Israel, embora os israelitas estejam adorando outros deuses e oferecendo belos presentes aos ídolos” (Os 3:1, BV).

A experiência do profeta Oseias é uma ilustração do amor divino. Por que é que Deus ama tanto Seu povo, mesmo depois de ter sido abandonado e traído? É porque o amor é o supremo atributo de Deus, e Ele não quer que ninguém pereça, “senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9).
















quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Deus é amor

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4:7, 8

Todo cristão sabe que Deus é amor. E se há um verso bíblico que todos sabem de cor, este é João 3:16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira...”

É importante anunciar ao mundo que Deus existe, é o Criador de tudo, é onipotente, onipresente, onisciente, e é uma Trindade, constituída por Pai, Filho e Espírito Santo. Mas o fato de Deus ser amor supera em importância todos os Seus demais atributos, pois aqui está o coração do evangelho.

“Esta realidade distingue o Deus bíblico de todos os outros deuses”, diz o Dr. Fritz Guy. “Para nós é natural dizer que Deus é amor. Mas os antigos cananeus não diziam que Baal é amor. Os gregos não diziam que Zeus é amor. E os muçulmanos não dizem que Alá é amor. Somente o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus revelado em Jesus, o Messias, é que é amor.”

João diz que Deus é espírito (Jo 4:24), e esta declaração descreve a natureza divina como estando acima das limitações de tempo e espaço, mas nada diz sobre a possibilidade de mantermos um relacionamento saudável e feliz com esse Ser. João também diz que Deus é luz (1Jo 1:5), o que define o Seu estado de pureza e onipresença, mas isto pode trazer medo em vez de conforto. Mas quando ele diz que Deus é amor, o nosso medo é substituído pela confiança, dando-nos a certeza de que podemos lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, “porque Ele tem cuidado de [nós]” (1Pe 5:7).

A afirmação de que Deus é amor é de infinito valor para entendermos o plano da salvação, pois quando surgiu o pecado, somente um amor infinito poderia conceber um plano envolvendo a morte do Filho de Deus para salvar o homem. Em troca de um tão grande amor, Deus nos pede que O amemos sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos.

Os adventistas são conhecidos como um povo que guarda o sábado, que não come carnes imundas, mantém escolas para os filhos, prestam assistência social, têm hospitais e uma porção de outras instituições e programas. Será que, um dia, poderíamos nos tornar conhecidos como uma comunidade em que o amor fraterno é um estilo de vida?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Virtudes infantis

Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Mateus 18:3

Ontem, vimos algumas virtudes infantis. Mas há várias outras qualidades que se salientam nas crianças, como fé, sinceridade e franqueza. Vejam, a seguir, algumas cartas escritas por crianças ao pastor de sua igreja:

“Querido Pastor! Preciso dar graças antes de cada refeição? Mesmo quando tem rabanetes e almeirão?” – Beth, 9 anos.

“Querido Pastor! Por favor, faça uma oração pela minha professora. Ela está doente e se o senhor fizer uma oração ela ficará melhor e voltará para a classe.” – Susana, 9 anos. P.S. “Alguns meninos de minha classe disseram que eu não devia escrever esta carta.”

“Querido Pastor! Eu queria que meu pai fosse um pastor, assim ele teria de trabalhar só um dia por semana também.” – Fred, 9 anos.

“Querido Pastor! Ore por mim amanhã. Penso que vou esquecer de fazer meu trabalho de casa.” – Estevão, 10 anos.

“Querido Pastor! O senhor acha que Deus sabe meu nome? Até minha professora não sabe meu nome e eu estou em sua classe por 2 anos.” – Franklin, 10 anos.

Sem dúvida, franqueza, sinceridade e inocência são qualidades maravilhosas, que todos nós deveríamos possuir. Mas há três virtudes que tornam a criança um símbolo dos cidadãos do Reino:

1. Humildade. A criança não deseja salientar-se. Ela prefere passar despercebida. É claro que há crianças exibidas, mas isso é mais raro, e é quase sempre o resultado do tratamento inconveniente por parte dos adultos.

2. Confiança. Até certa idade, a criança pensa que seu pai sabe tudo, e que sempre está certo. Quando se torna adolescente, pensa que ele está sempre errado. Mas a criança, instintivamente, confia nas pessoas que imagina saberem das coisas. E também confia nas pessoas que não conhece, pois ainda não aprendeu a desconfiar do mundo. Essa é uma virtude que existe nas almas puras, herdeiras do Reino.

3. Dependência. O adulto é autossuficiente, enquanto a criança é totalmente dependente de outro indivíduo para sua sobrevivência. Esta é uma característica exclusiva de uma criança pequena, e foi isso que Jesus quis dizer ao afirmar que se não nos tornarmos como crianças, não entraremos no reino dos céus.

No parachoque de um caminhão estava escrito: “Deus sem você é Deus. Você sem Deus é nada.” Grande verdade. Reconheçamos nossa constante dependência dEle.






















terça-feira, 12 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Esquecido na prateleira

Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam. João 1:11



Quem já levou “o fora” do namorado, namorada ou cônjuge, sabe o que é o sentimento de rejeição. É uma sensação ruim que dá um frio na barriga e uma dor na boca do estômago. A rejeição sempre dói, venha de onde vier, seja de familiares, amigos, colegas de trabalho, ou mesmo de estranhos.



Elisabete queria se casar com Roberto, mas os pais dela foram contra. Eles se casaram assim mesmo e, como consequência, Elisabete foi deserdada. Durante dez anos ela escreveu aos pais dizendo que os amava, mas recebeu como resposta apenas o silêncio. Um dia ela recebeu pelo correio um pacote enviado pelos pais. Ao abri-lo encontrou ali todas as suas cartas. Nenhuma havia sido aberta. A rejeição dói, e pode até matar.



Um ursinho de pelúcia foi colocado no alto de uma prateleira de uma loja de departamentos. Era um belo ursinho preto, mas tinha um defeito: numa das tiras que prendia o seu avental aos ombros faltava um botão, e o avental estava caído para um lado. E ao ficar ali, na prateleira, ele foi ficando empoeirado. Nenhum comprador parecia interessado nele.



Então uma menininha entrou na loja, viu o ursinho e se interessou por ele. O vendedor sugeriu que ela adquirisse outro, perfeito. Mas a pequena compradora insistiu naquele, empoeirado, lá em cima da prateleira. Quando o vendedor finalmente apanhou o ursinho rejeitado, a menina o abraçou e disse: “Eu adoro você, mas acho que se sentirá melhor se eu lhe tirar o pó e lhe costurar um botão novo.”



Isto é o que Cristo deseja fazer com aqueles que estão esquecidos na prateleira, empoeirados, e com alguns botões faltando. Talvez, este não seja o seu caso. Isso é maravilhoso, por um lado, mas triste por outro, pois se não passou por essa experiência, você não pode avaliar o que sentiu aquele Homem com cicatrizes de pregos nas mãos. Ele foi rejeitado por Seus irmãos e pelo povo a quem viera salvar. No entanto, a pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a pedra principal (Mt 21:42).



Quando somos rejeitados, a solução é não desistir. Em vez disso, devemos permitir que Cristo nos use para ministrar àqueles que também se sentem rejeitados. E ao ministrarmos nosso amor a esses feridos, nos sentiremos aceitos e amados.

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma casa dividida

Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. Marcos 3:25



Alguns escribas, incomodados pela crescente popularidade de Jesus, estavam tentando desacreditar Suas curas e expulsão de demônios. As multidões afluíam para ouvi-Lo e vê-Lo onde quer que Ele fosse. E comentavam entre si que Ele era capaz de expulsar demônios.



Os escribas, ouvindo isto, retrucaram dizendo: “Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios” (Mc 3:22). Jesus imediatamente expôs o absurdo do argumento deles: “Como pode Satanás expelir a Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir” (v. 23-25).



Essa casa pode ser um lar onde vive uma família. Uma garotinha de nove anos de idade disse: “Eu não sei exatamente o que é uma família, mas de uma coisa eu sei: os amigos podem ir embora e dizer que não querem mais ser seus amigos. Mas os familiares não podem ir embora e dizer: eu não quero mais ser o seu pai; eu não quero mais ser a sua mãe; não quero mais ser seu filho; não quero mais ser seu irmão.” Uma casa dividida não pode subsistir.



Essa casa pode ser uma igreja. Certa vez, um pastor voltou a uma cidade para visitar a igreja que já havia pastoreado. E foi visitar o irmão Silas, que havia sido ancião e líder naquela igreja, mas não mais a frequentava. E perguntou-lhe:



– Silas, o que aconteceu? Você era sempre o primeiro a chegar lá!”



– Bem, pastor, surgiram diferenças de opinião na igreja. Alguns de nós não aceitamos a decisão da maioria e fundamos nossa própria igreja.



– E é essa igreja que você frequenta agora?



– Não, nós descobrimos que ali também havia irmãos infiéis, e então um pequeno grupo passou a se reunir num pequeno salão alugado.
– E isto se provou satisfatório?



– Infelizmente não. O diabo dividiu aquele pequeno grupo, então eu e minha esposa nos retiramos e agora estamos fazendo os cultos em casa.



– Finalmente vocês encontraram a paz desejada?



– Não. Até mesmo minha esposa começou a ter ideias com as quais eu não concordo, e agora ela faz o culto num canto da sala e eu no outro.



Precisamos aprender a discordar em amor e a conviver com os que têm opiniões diferentes. Precisamos nos unir em torno de um Salvador e Senhor, pois uma casa dividida não pode subsistir.

sábado, 9 de outubro de 2010

Confronto com o inimigo

Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze. Lucas 22:3

Em um sábado, o pastor estava pregando e os ouvintes estavam maravilhados com a mensagem, quando, de súbito, sua pregação foi interrompida por “um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele” (Mc 1:23-26).

Há vários relatos de possessão demoníaca durante o ministério terreal de Cristo. Na verdade, “foi o tempo de maior atividade das forças do reino das trevas. [...] Satanás convocou todas as suas forças, e a cada passo combatia a obra de Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 257). Talvez nesse período Deus tenha permitido a Satanás maior liberdade para demonstrar os resultados de seu poder para controlar as pessoas que voluntariamente decidiram servi-lo. Mas em todos os confrontos com os espíritos malignos Cristo saiu vitorioso.

No Monte da Transfiguração os discípulos contemplaram a glória da humanidade transfigurada à imagem de Deus, mas ao descerem do monte, alguns momentos depois, viram o outro extremo: a degradação da humanidade à semelhança de Satanás, na pessoa do jovem lunático, rangendo os dentes e espumando a boca (Mc 9:17-20).

Qual é a causa da possessão demoníaca? “Quando os homens progressivamente se separam da influência e controle do Espírito Santo, eles acabam ficando totalmente à mercê do diabo. Premidos por uma vontade mais forte do que a sua, eles não conseguem, por si próprios, escapar de seu poder maligno. Eles automaticamente pensam e agem conforme Satanás lhes ordena. Onde a Inspiração indica a causa, ela declara que a possessão demoníaca ocorre como resultado de um viver errôneo” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 575; ver também O Desejado de Todas as Nações, p. 256).

É importante notar, porém, que a pessoa controlada por Satanás nem sempre manifesta os sintomas físicos característicos de uma desordem nervosa, tais como gritos, ranger de dentes, olhar penetrante, mutilação do corpo, convulsões semelhantes à de um ataque epiléptico, e outras. Às vezes, Satanás pode alcançar melhor seus objetivos deixando que a vítima conserve as faculdades mentais e assuma uma postura de piedade, como foi o caso de Judas.

Mas quem escolheu servir a Deus não precisa temer, pois será inexpugnável aos ataques de Satanás.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Promessas humanas

Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que falou o Senhor faremos. Êxodo 24:3

Conta-se que um candidato a prefeito de uma cidade do interior baseou sua campanha eleitoral em cima da escassez de leite, na cidade, e prometeu: “Se eu for eleito, prometo construir uma caixa dágua de leite aqui.”

Prometer e não cumprir é tão velho quanto a própria humanidade. Muitas vezes a promessa é feita de má fé: a pessoa promete já sabendo que não vai cumprir. Em outros casos o promitente tem a intenção de cumprir, mas não o faz por motivos alheios à sua vontade.

Há um provérbio judaico que diz: “Os bons prometem pouco e fazem muito; os maus prometem muito e fazem pouco.” Poderíamos acrescentar ainda que há também os que prometem e não fazem nada.

Deus deu abundantes evidências ao povo de Israel de que os estava guiando e de que supriria todas as suas necessidades. Eles haviam visto os milagres operados, tanto no seu êxodo do Egito, como durante a peregrinação pelo deserto. Viram abrir-se as águas do Mar Vermelho, e comeram o maná durante quarenta anos. “Quando foram tão abundantemente supridos de alimento, lembraram-se com vergonha de sua incredulidade e murmuração, e prometeram para o futuro confiar no Senhor; mas logo se esqueceram da promessa, e fracassaram na primeira prova de fé” (Patriarcas e Profetas, p. 297).

Deus sabe que muitos se apressam a prometer, mas depois não cumprem, não só as promessas feitas a outras pessoas, mas também a Ele. Por isso advertiu: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não Se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Ec 5:4, 5).

Em contraste com as promessas humanas, que muitas vezes se provam falhas, temos as promessas divinas, que nunca falham. Josué afirma: “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu” (Js 21:45). A Terra Prometida agora lhes pertencia.

Milhões de filhos de Deus “morreram na fé, sem ter obtido as promessas” (Hb 11:13). Mas precisamos continuar olhando para o alto, aguardando “a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2:13).

Ele virá sem falta, na plenitude do tempo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O diabo conhece a Bíblia

Então, o diabo O levou à Cidade Santa, colocou-O sobre o pináculo do templo e Lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-Te abaixo, porque está escrito: Aos Seus anjos ordenará a Teu respeito que Te guardem; e: eles Te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Mateus 4:5, 6

Quando Jesus foi batizado, Satanás ouviu muito bem a voz do céu que disse: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mt 3:17). Nessa ocasião o semblante de Cristo resplandeceu à luz do céu. Entretanto, após 40 dias de jejum, no deserto, Sua aparência havia mudado muito. Estava agora pálido, esgotado, emagrecido e mais parecia um ser humano a ponto de morrer do que o Filho de Deus. Daí a dúvida que o diabo tentou lançar na mente de Jesus, começando as duas primeiras tentações com as palavras: “Se és Filho de Deus...”

Essas tentações, na verdade, consistiam em levar Jesus a usar o Seu poder em benefício próprio. Mas Jesus havia concordado em viver como ser humano e em não usar poder não disponível a nós. Como seres humanos, temos acesso ao poder que vem do alto, não de dentro de nós. Jesus tinha acesso ao poder dentro de Si, mas não poderia utilizá-lo se quisesse salvar a humanidade. O diabo não pode nos tentar nesse aspecto, pois não temos poder próprio. Jesus tinha.

O âmago dessas tentações era o seguinte: “Será que Você confia em Deus o suficiente para esperar que Ele Lhe diga o que fazer? Ou resolverá o problema por Si próprio e agirá independentemente?” Raoul Dederen diz: “Quando você e eu somos tentados hoje, a situação é a mesma. Quando caminhamos pelas ruas da cidade, ou quando assistimos televisão, ou conversamos, lemos um livro, ou nos deitamos – qualquer que seja a forma que a tentação assuma, o ponto crucial é este: Continua Deus a ser o primeiro em minha vida? Submeto-me a Sua palavra, ou tomo as rédeas em minhas próprias mãos?”

Na segunda tentação, o diabo citou as Escrituras, mas fora de seu contexto. Para provar que o diabo havia aplicado mal as palavras do Salmo 91:11, 12, Jesus citou outro texto: Deuteronômio 6:16: “Não tentarás o Senhor, teu Deus”, cujo contexto estabelece as circunstâncias sob as quais as bênçãos de Deus devem ser solicitadas (v. 17-25). Isso significa que, além de conhecer bem as Escrituras, é preciso conhecer também a vontade de Deus.

“Cristo não venceu só porque citou as Escrituras, como alguns pensam. Ele venceu porque colocou Deus em primeiro lugar” (Raoul Dederen).

Este é o segredo da vitória.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ele amou até o fim

Sabendo Jesus que era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. João 13:1

Lia já havia tido seis filhos, mas Raquel continuava sem nenhum. Toda vez que ela ouvia a voz dos filhos de Lia, na tenda ao lado, ela sentia inveja, aflição e culpa. A única vez em que ela e Jacó tiveram uma rixa foi quando, em desespero, ela disse a Jacó: “Dá-me filhos, senão morrerei” (Gn 30:1).

Não poder conceber filhos era um vexame para as mulheres daquele tempo. Sara, Rebeca e Raquel, três belas mulheres, foram estéreis durante algum tempo, e foi preciso a ajuda divina para solucionar o problema. Ao exigir que Jacó lhe desse filhos, Raquel talvez estivesse querendo dizer que as orações persistentes de Jacó poderiam convencer Deus a torná-la fértil.

Mas Jacó não aceitou essa insinuação e respondeu com raiva: “Acaso, estou eu em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar?” (v. 2). Com o tempo, porém, Deus atendeu ao clamor de Raquel e ela deu à luz a José. Então os muitos anos em que ela esperou esse filho lhe pareceram como poucos dias, como foram os anos em que Jacó esperou por Raquel. A maternidade a fez esquecer rapidamente todos os desgostos e decepções pelos quais havia passado.

Após vinte anos de trabalho em Harã, Jacó voltou a sua terra natal com as duas esposas e servas e todos os filhos que haviam tido. Um dia, no caminho de Betel para Belém, Raquel teve um parto difícil. O filho se salvou, mas ela não. Com o coração quebrantado, Jacó olhou pela última vez para aquele belo rosto pelo qual se apaixonara. Raquel havia sido a mulher da sua vida, e Jacó a amou até que a morte os separou.

Agora, seu amor por Raquel foi transferido para o filho José, a quem amava mais do que aos outros. Um dia, porém, os outros filhos chegaram em casa com uma notícia trágica: José havia sido morto por um animal.

Mais lágrimas. Jacó já havia bebido o suficiente do cálice da amargura. Mas Deus lhe reservava ainda uma alegria. Vinte e dois anos se passaram. E então ele recebeu uma notícia maravilhosa: José estava vivo! Jacó quase desmaiou. Era bom demais para crer. Mas desta vez os filhos estavam falando a verdade. Jacó foi para o Egito, abraçou o filho querido e lá viveu por dezessete anos. Sua vida, cheia de altos e baixos, de alegrias e tristezas, de beijos e lágrimas, terminou em paz.

Jacó amou Raquel até o fim. E isto nos lembra que Jesus, “tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim”.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O casamento de Jacó

Disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, pois já venceu o prazo, para que me case com ela. Gênesis 29:21

Após sete anos de trabalho árduo, o grande dia finalmente chegou. “Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar e deu um banquete” (Gn 29:22). Jacó e a noiva trocaram votos de fidelidade e amor, e então Jacó a levou para sua tenda onde passaram a noite juntos.

Mas, ao amanhecer, Jacó teve a primeira decepção: a mulher com quem dormira não era a amada Raquel, mas a irmã Lia. Esse tremendo engano só foi possível porque nos casamentos antigos a noiva era coberta com um véu. “O costume da época determinava que o noivo fosse deitar-se primeiro. Então a noiva era trazida até ele, usando véu. Somente no escuro o véu era tirado” (Champlin).

A noite é propícia para enganar. Mas a luz do dia revela a fraude. Será que Jacó, ao perceber esse engano, lembrou-se de que alguns anos antes havia enganado seu pai Isaque de modo semelhante? Isaque não enxergou quem estava abençoando. E abençoou Jacó em vez de Esaú. Agora Jacó foi enganado de modo parecido. Ele não viu com quem estava dormindo. Talvez fosse sua consciência culpada que o impediu de dar uma cajadada na cabeça do trapaceiro Labão. O tio havia seguido o costume local, ao dar primeiro a filha mais velha. Mas isso não justifica a fraude. Ele poderia ter agido com honestidade.

Então Labão propôs uma maneira de resolver aquele impasse: “Você espera uma semana, até terminar a festa de casamento, e então te darei também Raquel, em troca de mais sete anos de trabalho.” Não vendo outra saída, Jacó concordou.

Mas Jacó não teve felicidade em seu lar. Lia não era feliz porque sabia que o marido amava Raquel. E Raquel era infeliz porque não conseguia ser mãe. As duas começaram a competir entre si pelo amor de Jacó. Lia fazia de tudo para conquistá-lo. Ela chegou até a alugá-lo em troca de umas mandrágoras (Gn 30:15). Mas nada parecia dar resultado. Quando lhe nasceu o primeiro filho, Lia se encheu de esperança: “O Senhor atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará meu marido” (Gn 29:32).

Muitas esposas já devem ter manifestado a mesma esperança: “Agora que nasceu nosso filho, meu marido me amará.” “Agora que nasceu nosso filho, meu marido vai me tratar bem.” “Agora ele vai parar de beber.” “Agora ele irá comigo à igreja.” Essa esperança, no entanto, muitas vezes se prova infrutífera, especialmente quando o amor não é correspondido.

Mendigar amor só faz aumentar o desprezo do cônjuge indiferente. O melhor é afastar-se levemente e manter a dignidade.