“Perdoa [...], assim como perdoamos aos nossos devedores” é a única parte dentro do Pai Nosso para a qual Jesus fez um comentário no fim da Sua oração. Charles Williams diz no seu livro O Perdão de Deus: “Duas palavras que carregam uma possibilidade de terror, mais do que outras: ‘assim como’.” Perdoar a outros, então, não parece apenas como uma opção para nós, mas como uma ordem de Deus. Nós as mencionamos automaticamente quando oramos o Pai Nosso, mas seria interessante ver as implicações dessas duas palavras com o perdão. Será que é um requisito: se perdoarmos, seremos perdoados?
Nosso perdão reflete o perdão de Deus. Ao perdoar a outros, temos que lidar com eles assim como Deus lida conosco.
Usamos o “assim como” para revidar uma barbeiragem que alguém fez no trânsito para tirar vantagem de nós. Pisamos no acelerador e fazemos uma manobra para que ele aprenda a guiar direito. Quando meu colega de trabalho solta uma indireta ferina contra mim, coloco no gatilho a frase: “Você vai me pagar!”
Frederick Buechner diz que “até nossa tendência de não perdoar está entre aquelas coisas acerca de nós para a qual necessitamos que Deus nos perdoe”.
Como Deus perdoa? Como Ele deseja que perdoemos? Deus não mantém uma lista de quantas vezes nos perdoou. Assim, também, não devemos manter um registro das vezes que perdoamos. Se for necessário, vamos perdoar dezenas de vezes a mesma pessoa.
Deus nunca me nega perdão e não espera que eu esteja disposto a perdoar os outros mais do que Ele nos perdoa.
“Quantos não abrigam animosidade ou espírito de vingança, e então curvam a cabeça diante de Deus e pedem para serem perdoados assim como perdoam. [...] Dependemos da misericórdia de Deus cada dia e cada hora; como podemos então agasalhar amargura e malícia para com o nosso próximo pecador!” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 170 – grifo meu).
Não importa o que tenha acontecido, se decidir perdoar, Deus fará fluir grandes torrentes de graça sobre você.
“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Ef 4:32).