segunda-feira, 31 de outubro de 2011

“Assim Como”

Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Colossenses 3:13

“Perdoa [...], assim como perdoamos aos nossos devedores” é a única parte dentro do Pai Nosso para a qual Jesus fez um comentário no fim da Sua oração. Charles Williams diz no seu livro O Perdão de Deus: “Duas palavras que carregam uma possibilidade de terror, mais do que outras: ‘assim como’.” Perdoar a outros, então, não parece apenas como uma opção para nós, mas como uma ordem de Deus. Nós as mencionamos automaticamente quando oramos o Pai Nosso, mas seria interessante ver as implicações dessas duas palavras com o perdão. Será que é um requisito: se perdoarmos, seremos perdoados?

Nosso perdão reflete o perdão de Deus. Ao perdoar a outros, temos que lidar com eles assim como Deus lida conosco.

Usamos o “assim como” para revidar uma barbeiragem que alguém fez no trânsito para tirar vantagem de nós. Pisamos no acelerador e fazemos uma manobra para que ele aprenda a guiar direito. Quando meu colega de trabalho solta uma indireta ferina contra mim, coloco no gatilho a frase: “Você vai me pagar!”

Frederick Buechner diz que “até nossa tendência de não perdoar está entre aquelas coisas acerca de nós para a qual necessitamos que Deus nos perdoe”.

Como Deus perdoa? Como Ele deseja que perdoemos? Deus não mantém uma lista de quantas vezes nos perdoou. Assim, também, não devemos manter um registro das vezes que perdoamos. Se for necessário, vamos perdoar dezenas de vezes a mesma pessoa.

Deus nunca me nega perdão e não espera que eu esteja disposto a perdoar os outros mais do que Ele nos perdoa.

“Quantos não abrigam animosidade ou espírito de vingança, e então curvam a cabeça diante de Deus e pedem para serem perdoados assim como perdoam. [...] Dependemos da misericórdia de Deus cada dia e cada hora; como podemos então agasalhar amargura e malícia para com o nosso próximo pecador!” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 170 – grifo meu).

Não importa o que tenha acontecido, se decidir perdoar, Deus fará fluir grandes torrentes de graça sobre você.

“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Ef 4:32).

domingo, 30 de outubro de 2011

Não se Faça de Vítima

Ao segundo filho chamou Efraim, dizendo: “Deus me fez prosperar na terra onde tenho sofrido.” Gênesis 41:52

Se José vivesse hoje, seria um candidato a fazer papel de vítima. Vendido pelos irmãos, tornou-se escravo no Egito. Tentou ser bom escravo, mas como não cedeu às insinuações da esposa do chefe, foi lançado na prisão. Ali tentou ajudar a muitos, mas foi esquecido por aqueles que foram colocados em liberdade.

Com tudo e por tudo que passou, José nunca olhava a si mesmo como vítima. Não há nenhum registro de uma só queixa que ele tenha feito atribuindo sua situação aos irmãos ou a Faraó. Não há nada escrito em que se deixe transparecer que ele se fez de vítima dizendo: “É... podia ser pior”, “Gostaria que fosse diferente, mas não é realmente o que eu queria. O que vou fazer?”, “Por que fizeram isso comigo?”

Daniel e seus três amigos hebreus também não aceitaram a condição de vítimas. Para eles, estivessem fazendo o trabalho que fosse – varrendo ou limpando o chão da “faculdade” – não era humilhação. Diziam apenas: “Estamos sendo provados para ver se vamos desistir de nosso sonho.” Não há registro de queixa dizendo: “Onde já se viu nos colocarem neste trabalho? Isso é trabalho de escravo, não de aluno! Merecemos mais do que nos deram! Ah, se eles soubessem do nosso potencial!”

Colocar-se em posição de vítima está em voga na sociedade hoje. Insistimos na ideia de que fomos prejudicados pelo professor, chefe de trabalho, supervisor e pela cultura. Acreditamos que alguém está sendo injusto conosco.

Você está se fazendo de vítima? Pergunte: “O que tenho é o que realmente quero, ou tomei o caminho mais fácil? Estou fazendo o curso que quero fazer ou fiquei com a segunda, ou terceira opção? Estou fazendo um trabalho de que não gosto? Por que estou permitindo isso comigo?”

Quando você se coloca como vítima, começa a dizer que seus direitos não estão sendo respeitados, que estão pisando em você, que não reconhecem seus talentos, que está sendo deixado de lado.

Deus nos chama para ser vitoriosos. Mesmo que tenhamos sido vítimas uma vez, podemos pedir a ajuda dEle para que nossos pensamentos nos ajudem a enfrentar os desafios sem nos diminuirmos diante deles.

Vamos enfrentar as situações desafiadoras não em nossas forças, mas confiantes naquilo que Deus tem feito até agora em favor de cada um de nós.

sábado, 29 de outubro de 2011

Vestes Novas

Mas o pai disse aos seus servos: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. [...] Vamos fazer uma festa e alegrar-nos.” Lucas 15:22, 23

Com que roupa vou? Todos nós já fizemos essa pergunta muitas vezes. É bonito ver as pessoas se trajando com capricho e elegância. Vestimo-nos para nos sentir melhor, para acentuar aquilo que gostamos em nós ou para dissimular aspectos dos quais não nos orgulhamos em nossa aparência. Quando você põe aquela roupa que lhe cai bem, há um sorriso no rosto, leveza e confiança nos passos, e sua autoimagem fica lá em cima.

A volta do filho pródigo começou quando ele mudou de opinião sobre o pai. A graça o compeliu, o atraiu, agiu como ímã levando-o de volta para casa: “Antes mesmo de ser pronunciada a oração, ou expresso o desejo do coração, sai graça de Cristo para juntar-se à graça que opera na pessoa” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 206). Ele voltou sujo, as roupas encardidas e em farrapos. Entretanto, depois do abraço e do beijo do pai, ouviu as palavras: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele.”

Jesus quer apenas fazer um acordo com você. Ele diz: “Quero trocar Minha justiça pelos seus pecados; as vestes de linho branco por suas vestes manchadas. Quero mudar suas vestes de confusão por vestes de ordem; sua debilidade por força; a falsidade por verdade. Sem nenhum custo.”

Quero lhe apresentar outro traje, disponível na loja de departamentos de Deus, na seção de roupas, tendo o próprio Deus como estilista. É uma veste valiosíssima e cara, mesmo que não esteja salpicada de diamantes. É um traje mais vistoso do que aqueles que as celebridades usam na entrega do Oscar.

Veja o que lhe está preparado: “O Senhor me faz muito feliz, tudo o que sou se regozija em meu Deus. Ele me cobriu com as vestes da salvação e me envolveu com um manto de bondade. Como o noivo vestido para seu casamento e a noiva adornada em joias” (Is 61:10, New Century Version).

“Ninguém é tão pecador que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por todos morreu. Ele anela livrar os pecadores de suas vestes manchadas e poluídas pelo pecado, e vestir neles as vestes brancas da justiça. Ele insiste para que vivam, e não morram” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 53). São vestes que estão à disposição de todos aqueles que voltarem com o coração contrito e arrependido. “Venham, todos vocês [...] que não possuem dinheiro algum, venham, comprem” (Is 55:1). Aceite o convite divino!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Graça Sobre Graça

Todos recebemos da Sua plenitude, graça sobre graça. João 1:16

Usamos a palavra “graça” tantas vezes que nem nos preocupamos com seu significado. Assim, dizemos: ela dança com graciosidade, beleza, elegância; cair em graça; e que graça tem, quando falamos de alegria. O governo declara um ato de graça, absolvição e não condenação de um culpado. O mundo dos negócios tem um pobre conceito de graça. As financeiras e administradoras de cartão de crédito falam em “período de graça”, ou seja, o período entre a data de compra e o vencimento de uma fatura. As seguradoras e instituições previdenciárias falam em período de graça, quando o segurado não tem condições por si só de contribuir com o sistema, mas conserva os direitos de segurado. Nós também damos graças antes das refeições. Assim, gratidão, benefício e outras palavras compartilham algum significado com a palavra “graça”.

Jonas Merrit ilustra a graça da seguinte maneira: “Quando um homem trabalha oito horas por dia e recebe pelos seus esforços, isso é salário. Quando compete com um concorrente e o derrota num concurso, ele recebe um troféu. Isso é prêmio. Quando ele recebe alguma coisa em reconhecimento pelo bom trabalho ou realização, isso é condecoração. Mas quando o homem não pode ganhar nenhum salário, nem ganhar nenhum troféu e não merece nenhuma condecoração e, mesmo assim, recebe salário, prêmio e condecoração, isso é graça.”

A expressão do texto de hoje, graça sobre graça, tem a finalidade de mostrar a natureza da graça em relação à salvação, que nos habilita e satisfaz as nossas necessidades. Deus quer também que mostremos ao mundo como as pessoas que O receberam foram capacitadas a viver de maneira diferente e experimentar Sua paz. “Não compreendo todo o mistério da graça, somente que ela vem nos encontrar onde estamos, mas não nos deixa onde nos encontrou” (Anne Lamot).

Numa visita que fez a John Newton, autor do hino “Graça Excelsa”, um amigo leu para ele a passagem de 1 Coríntios 15:10: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou.” E Newton comentou: “Eu não sou o que devia ser, tão imperfeito e cheio de faltas! Eu não sou o que queria ser, aborrecer o mal e me apegar àquilo que é bom. Eu não sou aquilo que esperava ser: abandonar todo pecado e imperfeição... Mesmo assim eu não sou o que podia ser, nem aquilo que queria ser ou que esperava ser. Posso verdadeiramente dizer que eu não sou o que uma vez fui – um escravo do pecado e de Satanás; posso de todo o coração me unir com o apóstolo e reconhecer que, ‘pela graça de Deus, sou o que sou’.”

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Dor do Quase

Então Agripa disse para Paulo: “Você quase me persuade a me tornar um cristão.” Atos 26:28, New King James Version

Um texto atribuído a Luis Fernando Veríssimo diz: “Ainda pior do que a convicção do não, e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou, ainda joga, quem quase passou, ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou, não amou.”

A palavra “quase” é uma dessas que poderia ser chamada de palavra que traz pena e causa dó. Significa “bem perto, mas não o suficiente; por um pouquinho, por um triz”.

O “quase” fala de oportunidades perdidas: quase alcancei, quase cheguei ao topo da montanha, quase chegamos em tempo. Perto do portão, mas do lado de fora; perto do redil, mas não dentro.

“A dor do quase” foi como alguns jornais denominaram a derrota do Flumi-nense diante da LDU do Equador, na final da Libertadores, em 2008. O Flu-minense, que perdera por 4 x 2 em Quito, precisava vencer por três gols de diferença. Venceu por 3 x 1 no tempo regulamentar. A partida se estendeu para a prorrogação e nos pênaltis o Fluminense foi quase campeão.

A palavra “quase” transparece no relato da audiência de Paulo diante de Festo. Lucas diz que “Agripa e Berenice vieram com grande pompa e entraram na sala da audiência com os altos oficiais e os homens importantes da cidade” (At 25:23). Sob a justificativa de pré-julgar Paulo, a reunião era um ato de solidariedade política entre os dois e uma procissão de celebridades e homens de negócios.

Ali estava Paulo que se apresentava não como guru espiritual, mas como um judeu devoto falando de sua conversão e do seu chamado. Ele não se intimidou com a “pompa e circunstância”. Perguntou a Agripa se ele acreditava no evangelho. Ele foi progressivamente cercando Agripa para que tomasse uma decisão. A reação de Agripa foi: “Você acha que em tão pouco tempo pode convencer-me a tornar-me cristão?” (At 26:28).

O que fez Agripa parar diante do quase em lugar de aceitar a salvação? Os amigos, os conhecidos, as personalidades que estavam ali na sala de audiência. E Paulo disse: “Não fique indeciso, majestade. Eu gostaria que não somente o senhor, mas todos os que estão aqui aceitassem a Cristo como eu aceitei.”

Quase foi o mais próximo que Agripa conseguiu chegar para ter a vida transformada. Que pena!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Nas Pegadas de Jesus

O Rei responderá: “Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos Meus menores irmãos, a Mim o fizeram.” Mateus 25:40

Por que no julgamento final alguns serão colocados à direita, em posição de honra, e outros à esquerda? Quem são esses “meus menores irmãos” aos quais Jesus Se referiu? Os que estavam do lado direito não passaram por alto pequenas oportunidades de fazer o bem. Usaram seus recursos para ser uma bênção para outros; responderam às necessidades humanas e demonstraram compaixão.

Diante do trono, naquele dia, os justos se mostrarão surpresos. Sua demonstração de cuidado e amor tinha sido feita de maneira tão espontânea que nem tinham lembrança do que fizeram. Não foram notados porque diziam: “Senhor! Senhor!”, mas pelos atos de sacrifício e serviço. Deram de beber, de comer, vestiram e visitaram. Coisas simples, feitas por amor. E a explicação de serem colocados do lado direito está em Mateus 25:40: “O que vocês fizeram a algum dos Meus menores irmãos, a Mim o fizeram.”

Os que estavam do lado esquerdo começaram a se desculpar dizendo: “Se nós soubéssemos! Não tivemos oportunidade.” E perguntaram em tom de inocência: “Senhor, quando Te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não Te ajudamos?” (Mt 25:44). A condenação veio não pelo fato de fazerem o mal, mas por não terem feito o bem. O pecado da omissão é visto de maneira mais séria do que o pecado da ação.

O faminto não só precisa de palavras, precisa de alimento. O que padece de frio não precisa de simpatia, precisa de roupa. O sedento não precisa de oração, precisa de água. O doente e o encarcerado precisam de nossa presença. Temos que servir ao homem todo, ao seu estômago, corpo e à sua solidão.

O termo “Meus pequeninos” pode se referir àqueles que não podem retribuir o favor que estão recebendo. Aqueles que são ignorados e passados por alto, aos quais a sociedade menospreza. Podem ser o lixeiro ou o catador de papelão nas ruas; aqueles que moram debaixo de pontes; o presidiário, as crianças desamparadas, os desempregados.

“Não necessitamos ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas junto ao leito dos doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos em Seus passos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 640).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Basta a Preocupação de um Dia

Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Mateus 6:34

Em seu livro Celebrando a Alegria, Velma Daniels fala da entrevista que fez com um homem que foi visitar os esquimós no Círculo Ártico. “Nunca pergunte a um esquimó a idade dele. Se você perguntar, a resposta vai ser ‘não sei, não me interessa’. Se perguntar pela segunda vez, ele vai responder ‘quase isso’. ‘Isso, o quê?’, perguntou o homem. ‘Quase um dia.’”

A escritora perguntou então o significado dessa expressão. Ele disse que os esquimós acreditam que quando vão dormir à noite, eles morrem. Então, quando despertam pela manhã, ressuscitam e estão vivendo vida nova. É por isso que nenhum esquimó tem mais do que um dia de vida. Apesar de a vida ser difícil para eles, você nunca vai ver um esquimó preocupado ou ansioso. Eles aprenderam a viver “um dia de cada vez”.

Uma coisa é você estar preocupado; outra é se mostrar cuidadoso. Ser cuidadoso é ter em mente as prováveis dificuldades, mas ao mesmo tempo fazer alguma coisa para aliviar a tensão. Você está com medo do exame de neuroanatomia? Então, estude. Está preocupado com o dinheiro? Meça seus gastos. Está com uma dor que apareceu e não sabe o que é? Procure o médico.

A preocupação, por outro lado, se concentra nas dificuldades improváveis ou circunstâncias que não podem ser contidas. “E se o professor fizer só uma pergunta e eu não souber?” Suas finanças estão bem, mas você diz: “E se o carro quebrar? Como vou sair dessa?”
Você está bem de saúde, mas se preocupa: “E se for uma doença terminal? E se eu sofrer um acidente?” A preocupação distorce nossa percepção e acabamos avaliando as coisas fora de proporção. Tudo passa a ter tamanho GG.

Vamos viver cada dia como ele vem, um dia por vez. Ao começar o dia, posso entregar minhas preocupações a Deus e pedir a orientação dEle.

Três vezes no Sermão do Monte Jesus repetiu a frase: “Não se preocupem” (Mt 6:25, 31, 34). Quando Jesus nos diz “basta a cada dia o seu próprio mal” (v. 34), faz com que nos lembremos da palavra do profeta: “Pois as Suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã” (Lm 3:22, 23).

“Nosso Pai celeste tem mil maneiras de nos prover as necessidades, das quais nada sabemos. Os que aceitam como princípio dar lugar supremo ao serviço de Deus verão desvanecidas as perplexidades e terão caminho plano diante de si” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 481).

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Nova Atitude

Lançando sua capa para o lado, de um salto pôs-se em pé e dirigiu-se a Jesus. Marcos 10:50

Não consigo imaginar como é ser uma pessoa que não pode enxergar. Não ser capaz de ler, ver o por do sol, pássaros voando, o rosto das pessoas, o mar quebrando contra as rochas.

Helen Keller foi um grande exemplo pela maneira como lidou com a surdez e a cegueira. Certa vez, ela publicou numa revista um artigo intitulado: “Três dias para ver.” No artigo, ela fala do que gostaria de ver, se lhe fossem dados três dias de visão. É um texto provocativo e inspirador.

No primeiro dia, Helen gostaria de ver os amigos. No segundo dia, ela gostaria de ser capaz de olhar a natureza ao redor. E no terceiro dia, ela gostaria de passar o tempo em sua cidade natal, Nova York, observando o movimento da cidade e a correria do pessoal. “Eu, que sou cega, posso dar uma dica para aqueles que veem: usem os olhos como se amanhã vocês fossem ficar totalmente cegos.”

Ser portador de deficiência visual nos dias de Jesus era bem diferente de hoje. A cegueira significava que você estaria sujeito à pobreza e condenado a mendigar para sobreviver.

Naquele dia, em lugar de ouvir apenas o barulho normal dos transeuntes, o cego percebeu uma multidão que ia passando. Ao saber que Jesus ia passar por ali, decidiu fazer alguma coisa. E a atitude dele foi importante para conseguir a atenção do Salvador. Deixou de lado as repreensões e gozações dos transeuntes: “Ele tem coisas mais importantes do que dar atenção a um cego.” Mas o homem aproveitou a oportunidade para mudar de vida.

A atitude decisiva dele era a de mudar as circunstâncias. “Quero jogar fora, deixar para trás minha vida de deficiente visual.” Por isso, jogou a capa de lado. Acostumado a permanecer sentado, deu um salto.

Quantos de nós não necessitamos da misericórdia de Jesus, agora? Jesus vai Se deter para aqueles que O chamarem em fé. Jesus perguntou ao cego: “O que você quer que Eu lhe faça?” (v. 51).

Jesus está disposto a Se deter e nos ajudar. “Anime-se, levante-se! Ele o está chamando.”

domingo, 23 de outubro de 2011

Vitória Garantida

Está consumado! João 19:30

Gosto de pregadores que sempre servem um “banquete” em seu sermão, independentemente do lugar, da ocasião e do número de pessoas que os assistem.

Os jovens adventistas do Chile, por ocasião do 18 de setembro, seu dia nacional, realizam congressos e acampamentos em todo o país. Numa dessas ocasiões, fui visitar um acampamento nos arredores de Santiago, com mais ou menos cem jovens. Era um momento de bate-papo e o tema girava em torno de nossa participação na salvação. O professor que conduzia a conversa, com habilidade e conhecimento, usou uma ilustração apropriada para o grupo de jovens: “Suponha que você seja um torcedor fervoroso do seu time.
Conhece os jogadores, entra no blog deles, conhece o técnico e assiste a todos os treinos. Na semana da partida decisiva para ver quem será o campeão, o técnico se aproxima de você e diz: ‘Fernando [coloque o seu nome], é o seguinte: no domingo próximo será a partida final. Quero convidar você para que entre em campo com o time. Por favor, esteja uma hora e meia antes no vestiário para receber o uniforme do time.’

“No domingo, com o estádio superlotado, em meio àquela gritaria, foguetório e o flamular de bandeiras imensas, você entra em campo com seu time. Mais do que nunca, seu coração anela por uma vitória esmagadora. No meio do jogo, para sua surpresa, o técnico se aproxima de você e diz: ‘Fernando, o placar está decidido. A vitória está garantida, é nossa. Nada vai mudar o resultado. Quero que você entre em campo para jogar. Seu nome está na lista dos que podem entrar em campo.’”

Amigos, que diferença faz entrar em campo sabendo que a vitória não depende de mim. Melhor ainda é saber que ela foi alcançada antes.

Jesus pede que entremos em campo para celebrar a vitória que Ele alcançou na cruz. Quantos entram em campo na expectativa e pensam que o peso da vitória dependerá inteiramente deles. Esforçam-se, lutam; porém, se decepcionam.

Quando Ele exclamou “Está consumado!”, estava dizendo: “A partida terminou. A vitória é Minha. O adversário está derrotado para sempre.” Ele o fez não com voz débil e sem forças. Ele o fez com voz de triunfo, em tom conquistador. Jesus diz: “Vá! Já ganhamos. A vitória é nossa, rapaz! Entre em campo e celebre a vitória comigo!”

sábado, 22 de outubro de 2011

Código de Honra

Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Mateus 22:37

Estamos vivendo num mundo altamente liberal que resiste às regras e códigos de comportamento. Mesmo assim, existem muitos colégios, universidades e academias militares que têm seus códigos, indicando que comportamentos são aceitáveis para seus alunos.

Esses códigos de honra têm por objetivo colocar diante dos membros da comunidade, do grupo ao qual pertencem, princípios e valores para que todos possam viver de maneira responsável. Entre os itens incluídos, estão: vestimenta, apresentação pessoal, comportamento moral e social, não colar em provas, não mentir, etc.

Paulo emitiu um alerta para os filipenses: “Tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp. 4:8).

Encontrei no livro Mensagens aos Jovens (p. 270) um pensamento que depois se tornou a chamada Legião de Honra dos jovens adventistas. Mesmo que tenha sido escrito na segunda metade do século 19, e a autora não tivesse titulação acadêmica, com largueza mental ela se mostra uma verdadeira educadora ao escrever para os jovens, incluindo seus filhos.

“Dizei firmemente: ‘Não passarei preciosos momentos na leitura daquilo de que nenhum proveito me será, e tão somente me incapacitará para ser prestativo aos outros. Dedicarei meu tempo e pensamentos, buscando habilitar-me para o serviço de Deus. Fecharei os olhos para as coisas frívolas e pecaminosas. Meus ouvidos pertencem ao Senhor, e não escutarei o sutil arrazoamento do inimigo. De maneira nenhuma minha voz se sujeitará a uma vontade que não esteja sob a influência do Espírito de Deus. Meu corpo é o templo do Espírito Santo, e cada faculdade de meu ser será consagrada para atividades dignas.’”

Ellen White menciona seis áreas para as quais devemos dedicar atenção na vida cristã: leitura, administração do tempo, escolher o que ver, escolher o que ouvir, escolher as palavras e o cuidado com o corpo. Esses itens também podem fazer parte do nosso código de honra pessoal.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quem Destes Agiu Como Próximo?

Mas um samaritano [...] teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. Lucas 10:33, 34

Essa foi uma das parábolas que Jesus contou aproveitando-Se de um incidente real. O sacerdote e o levita se encontravam no grupo que estava escutando a parábola. Aquele homem, assaltado e ferido, o transeunte na estrada de Jericó, é uma representação de todos nós. Ele é representante de todos aqueles que foram maltratados, perseguidos e injustiçados por homens e mulheres. O homem assaltado se sentia incapaz de reagir. Não podia ajudar a si mesmo. Como vítima, na condição em que se encontrava, não tinha escolha. Tinha que se entregar à misericórdia daquele que viera para socorrê-lo.

“Na história do bom samaritano, Jesus ofereceu uma descrição de Si mesmo e de Sua missão. [...] Deixou Sua glória, para vir em nosso socorro. Achou-nos quase a morrer, e tomou-nos ao Seu cuidado. Curou-nos as feridas. Cobriu-nos com Sua veste de justiça. Proveu-nos um seguro abrigo, e tomou, a Sua própria custa, plenas providências em nosso favor” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 503, 504). De maneira objetiva, Jesus delineou Sua missão:

Aproximou-se. Chegou perto, acercou-Se. A iniciativa é sempre de Jesus vir ao nosso encontro, procurar-nos, socorrer-nos. “O Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19:10);

Enfaixou-lhe as feridas. “Só Ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas” (Sl 147:3).

Aliviou-lhe as dores. “Mas Tu enxergas o sofrimento e a dor; observa-os para tomá-los em Tuas mãos” (Sl 10:14).

Ajudou-o a caminhar. “Pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro” (Sl 40:2).

Levou-o para a hospedaria. “Para sempre anseio [...] refugiar-me no abrigo das Tuas asas” (Sl 61:4).

Tratou dele. “Sou pobre e necessitado, mas o Senhor preocupa-Se comigo” (Sl 40:17).

Pagou. “Pagarei todas as despesas que você tiver” (Lc 10:35). Jesus fez provisão em nosso caminho para o Céu.

Prometeu voltar. “Virei outra vez” (Jo 14:3, ARC).

Jesus é o bom samaritano que eu preciso quando todos me ignoram, me evitam e me rejeitam.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Seu Nome é Jesus

Por isso Deus O exaltou à mais alta posição e Lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra. Filipenses 2:9, 10

Seu nome não foi uma decisão do casal José e Maria. Eles também não foram procurar livros com sugestões de nomes para meninos. Um anjo apareceu para José e disse: “Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21). Assim, nas palavras do anjo, nenhum outro nome explica de maneira tão bonita e adequada aquilo que Ele viera fazer.

Fico contente pelo fato de o nome de Jesus ter apenas cinco letras. É fácil e doce de pronunciá-lo e até as criancinhas o pronunciam com carinho. Se Ele tivesse o nome do filho do profeta Isaías, Maher-Shalal-Hash-Baz (Is 8:3), que difícil seria! Perderia o encanto.

Nas diferentes esferas da atuação humana, sempre encontramos nomes que se sobressaíram: Sócrates e Platão, na filosofia; Michael Jordan e Kobe Bryant, no basquetebol; Beethoven e Mendelsohn, na música; etc. Mas quando entramos na esfera da salvação humana, Pedro foi enfático em dizer: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).

William e Gloria Gaither compuseram um hino intitulado “Há alguma coisa naquele nome”; em português: “Cristo, Cristo”. Entre a primeira e a segunda estrofes, há um texto de exaltação ao nome de Jesus:

“Jesus, a simples menção do Seu nome pode acalmar a tempestade, curar o ferido, ressuscitar os mortos. Ao nome de Jesus, já vi homens de coração endurecido transformados, e a luz voltar aos olhos de uma criança sem esperança.

“Ao nome de Jesus, o ódio e a amargura se transformam em amor e perdão... Já vi uma mãe pronunciar esse nome ao lado do filho com febre e aquele corpinho aquietar-se e a febre ceder. Já estive ao lado do leito de um santo a morrer, seu corpo encarcerado pela dor, e naqueles segundos finais, num último esforço, ele sussurrar o nome mais doce: Jesus, Jesus. [...]

“E no dia final [...] todas as vozes dos filhos de Adão se unirão num poderoso coro para proclamar o nome de Jesus, pois naquele dia ‘todo joelho se dobrará nos céus, na terra e debaixo da terra e confessará que Jesus Cristo é Senhor’ (Fp 2:10, 11). Você sabe: ‘Há alguma coisa naquele nome.’”

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Timidez versus Coragem

Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. 2 Timóteo 1:7

Muitos foram desafiados em alguma fase da vida, e se esconderam dos desafios. Saul, depois de ter sido indicado por Deus para ser o rei de Israel, se encolheu e se escondeu. Recebeu a nomeação com timidez e insegurança. Na hora de assumir a liderança, Saul disse: “Eu sou o menor da minha família, e a minha família é uma das mais insignificantes da tribo.” Temia a crítica daqueles que o conheciam. Churchill dizia: “A única maneira de evitar a crítica é não dizer nada, não fazer nada e não ser ninguém.”

De quem você está se escondendo? De que desafio está procurando escapar? Quantas vezes você já teve a resposta na ponta da língua e teve medo de falar? Quando o professor perguntava: “Entenderam?”, você costumava ficar quieto ou pedia para o professor repetir a explicação?

Muitas pessoas já confessaram que passaram por um momento de timidez. É uma fase passageira, natural quando tudo é novo e ainda não sabemos como agir. Depois, com o tempo, nos habituamos a fazer com tranquilidade o que antes nos causava desconforto.

O tímido faz de tudo para não ser percebido. Entretanto, a coragem é uma espécie de faísca que incendeia todas as demais virtudes. Precisamos dela não só para enfrentar o perigo, mas também para ser bondosos e leais. Precisamos de coragem para guardar silêncio. Precisamos dela em todos os lugares. Paulo disse: “Deus me deu coragem.” Muitas vezes, os grandes atos de coragem não aparecem em TV, jornais, revistas ou no YouTube. Às vezes, ninguém está presente para aplaudir. Acontece nas ruas, em casa e está na cruz que se carrega a cada dia.

Quando Paulo escreveu essa última epístola, estava sob o olhar de soldados que tinham ao lado uma espada. O apóstolo sabia o que o aguardava, mas não houve de sua parte o mínimo de hesitação: “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder.”

Você precisa de coragem quando é jovem e quando é adulto. A mãe precisa dela em casa, e o pai precisa dela no trabalho. Você precisa de coragem para ser puro e para ser paciente. Você precisa de coragem para não dizer nada. O que distinguiu muitos heróis não foi a diversidade de talentos, mas a coragem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Podemos Continuar Intercedendo

Orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. Tiago 5:16

Há alguns anos, o Departamento de Cardiologia do Hospital Geral de San Francisco fez um estudo sobre o efeito da oração em seus pacientes. Eles foram divididos em dois grupos. No grupo que recebia orações, estavam 192 pacientes; e no grupo que não recebia orações, havia 201 pacientes. Ninguém do staff médico sabia da experiência.

Havia pessoas pertencentes a grupos de orações espalhados por todo o país. Resultado: o grupo pelo qual se estava orando teve cinco vezes menos infecções, menos casos de febre e menor número de óbitos. Alguém, depois de saber o resultado, reagiu dizendo que “a oração funciona”.

O grupo pelo qual ninguém orou teve cinco vezes mais infecções e três vezes mais complicações pulmonares e cardíacas.

Deus também pode nos usar como intercessores em favor dos vizinhos na comunidade.

Quando oramos pelos amigos, pelo que devemos orar? O correto seria orar quase da mesma maneira como pais oram pelos filhos. O movimento de oração intercessora tem crescido nas igrejas e nas instituições. Ora-se para que as pessoas conheçam Jesus como seu Senhor; para que sejam protegidas do inimigo; para que sirvam a Jesus com inteireza de coração.

Nos escritórios das Associações, nos colégios e demais instituições da igreja, há sempre pessoas, lugares e assuntos nessa lista de oração intercessora. Muitos grupos procuram revitalizar suas congregações com os “guerreiros de oração”, com ideias como: orar um minuto por uma pessoa à uma hora da tarde; orar cinco minutos por cinco pessoas durante cinco dias; etc.

“A oração é a chave nas mãos da fé para abrir os depósitos do Céu, onde estão armazenados os ilimitados recursos da Onipotência” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 94, 95).

Deus é capaz de fazer todas as coisas sem nossa ajuda. Ele é cheio de sabedoria, amor e poder. Em Seu poder, é capaz de fazer o melhor. Ele não precisa de nós. Mas, em Sua sabedoria, Ele nos escolheu para nos envolver na oração intercessora a fim de cumprir Seu querer.

Que privilégio o nosso: pedimos, Deus age e o trabalho se realiza. É uma combinação poderosa! Ele nos habilita para construir Seu reino.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sintonizando o Coração

Devolve-me a alegria da Tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto para obedecer. Salmo 51:12

Conhecemos Davi como o “homem segundo o coração de Deus” e também como o amado “cantor dos cânticos de Israel” (2Sm 23:1). Paralelamente, ao lado da história de Davi, temos também suas orações no livro de Salmos. São 150 orações das quais 73 são atribuídas a Davi. O Salmo 51 é um dos mais usados nas orações, pela revelação da fragilidade de Davi e por seu pedido de socorro.

A história por trás desse salmo é vívida e cheia de tramas, como as histórias de Hollywood. Inclui assassinato e adultério, mentira, engano e a morte prematura de uma criança, sem falar nos desdobramentos que Davi enfrentou dentro da própria família. Além de ser um salmo de arrependimento, é também um lindo poema, como vemos nos trechos a seguir:

“Apaga as minhas transgressões” (v. 1). Ele vê seus pecados que precisam ser removidos como escritos em um livro.

“Tem misericórdia de mim” (v. 1). Ele merecia justiça e não misericórdia. Pela justiça, ele seria morto. A misericórdia é sua única esperança.

“Por teu amor” (v. 1). O amor fiel de Deus é dado não porque sejamos bons, e também não é tirado de nós quando somos maus. Temendo o julgamento, ele pede o carinho e a compaixão de Deus.

“Lava-me e purifica-me do meu pecado” (v. 2). Você já viu pessoalmente, ou pelo menos em imagens, os rostos de operários de minas de carvão, ou de limpadores de chaminé? São rostos escurecidos, manchados, com apenas dois pontos claros, os olhos. Depois de ter passado todo um dia na sujeira, o que eles mais anseiam é tomar banho num chuveiro com jato de água forte e abundante. Assim, também, almejamos os chuveiros da graça de Deus. “Cria em mim um coração puro, ó Deus” (v. 10). Quantos de nós já não fizemos essa oração centenas de vezes. E alguns a repetem em seus momentos devocionais, a cada dia.

Ellen White comenta essa oração e diz: “Uma das orações mais sinceras registradas na Palavra de Deus é aquela de Davi quando suplicou: ‘Cria em mim um coração puro, ó Deus.’ A resposta de Deus para tal oração é: ‘Um novo coração te darei.’ Eles receberão o novo coração, que é mantido tenro pela graça do Céu” (Comentário Bíblico Adventista, v. 4, p. 1.165).

O arrependimento está à disposição dos que caírem, dos que admitirem sua necessidade e dos que desejarem voltar.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ver Além das Aparências

O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração. 1 Samuel 16:7

A escolha de Davi como rei de Israel nos ensina a não julgar as pessoas pela aparência.

O profeta Samuel recebeu a indicação de Deus de ir até a família de Jessé, para ungir o próximo rei de Israel.

Como era de se esperar, Jessé trouxe primeiro o filho mais velho, Eliabe. De bom porte, alto, bom físico, elegante. A reação imediata de Samuel foi, “deve ser este”. Mas Deus foi bem claro com o profeta: “Não considere sua aparência”. O fato é que Jessé desfilou todos os sete filhos diante de Samuel e Deus dizendo “ainda não”.

O profeta perguntou para o pai: “Não está faltando alguém?”

“Sim”, disse Jessé, “ainda falta o menor. Ele não tem nem título de eleitor ainda. Ele é bom para tocar harpa e cuidar de ovelhas. Mas não sei se cairia bem num ambiente de palácio.” Nem mesmo o pai viu em Davi um potencial de liderança. Os irmãos de Davi também não o imaginavam num ambiente palaciano. Mas esse adolescente desconhecido não passou sem ser notado por Deus.

Você se lembra quando estava na fila aguardando para jogar no próximo time? Quem eram os primeiros escolhidos? Claro, os mais rápidos, mais fortes e mais hábeis. Como é que você se sentia ao ser escolhido por último, como se estivessem dizendo: “Você não vai somar nada no time, não vai fazer nenhuma diferença, mas só para completar, entre aí”.

Ninguém gosta de ser considerado um acessório, um apêndice, um contrapeso. Todos querem se sentir valorizados pela tarefa ou pelo desafio que recebem. Para seus irmãos, Davi era uma espécie de contrapeso.

Que critério Deus usou para chamar Davi do anonimato para uma posição de destaque, um ninguém que passou a ser alguém? Ele não estava numa posição de visibilidade, mas cumpria com fidelidade sua responsabilidade. Você nunca vai saber quando alguma coisa que aconteceu com você vai lhe abrir uma porta de oportunidade no futuro. Jamais passou pela mente de Davi, ao estar protegendo as ovelhas do urso, do leão e do lobo, que um dia seria o rei da nação israelita.

Não sei que posição você ocupa ou em que departamento você trabalha. Mas qualquer que seja a função, Deus tem um plano para sua vida que ninguém vai roubar.

A fidelidade e a dedicação com que você cumpre suas tarefas determinarão em grande parte que papel você desempenhará na sociedade no futuro.

sábado, 15 de outubro de 2011

Perdoar de Coração

Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão. Mateus 18:35

O psicólogo Dr. Glenn M. Herndon, concluiu em seus estudos que o perdão liberta a pessoa ofendida do rancor e estresse que estão ligados a problemas de saúde tais como pressão alta, câncer e doenças psicossomáticas entre outras.

Depois de um sermão ele perguntou quantos estavam dispostos a perdoar os seus inimigos. Mais ou menos metade do auditório levantou a mão. Não satisfeito com a reação pregou mais vinte minutos e repetiu a pergunta. Desta vez a resposta foi de 80%. A esta altura, mesmo que o auditório estivesse pensando no almoço, falou mais quinze minutos e desta vez todos levantaram a mão, exceto uma senhora idosa lá no fundo da igreja. “Irmã Mirian, a senhora não está disposta a perdoar seus inimigos?”

Ela respondeu: “Eu não tenho nenhum inimigo.”

“Irmã Mirian, isto é algo incomum! Que idade a senhora tem?” Ela disse: “Noventa e três.” “A senhora poderia vir à frente e dizer como se pode viver noventa e três anos e não ter um inimigo?” É fácil, ela disse. “Todos morreram.”

Nossa tendência natural não é perdoar, nem esquecer, nem sair perdendo. Queremos deixar as coisas pelo menos no empate.

Perdoar é contrário à natureza humana e por isso requer a ajuda divina. O perdão não deixa o ofensor no gancho: “Se ele vier pedir perdão, eu perdoo” ou “se deixar de fazer o que está fazendo...” Ou se você fala com os olhos entreabertos: “Eu perdoo, mas não esqueço”, o perdão fica incompleto. Temos que continuar trabalhando na memória de tal maneira que a falta não dê suas ferroadas quando seja lembrada.

Dê uma checada para ver se a hipertensão, e a dor de cabeça ou estresse que você está sentindo têm sua origem numa falta que você ainda não perdoou.

O objetivo do perdão é a reaproximação. É limpar o seu coração do veneno do ressentimento. Por isso, não jogue fora o perdão, nem permita que a raiz da amargura cresça. Eis alguns passos que você pode dar:

1. Reconheça que foi prejudicado. Admita seu ressentimento. Não vai ajudar em nada negar a realidade.

2. Se o erro foi seu, aceite que Deus em lugar de querer que você pague pelo que fez, Ele o perdoou através de Seu Filho na cruz.

3. Com a ajuda de Deus tome uma decisão consciente para perdoar.

“Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Col. 3:13).

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Fator Medo

Mas Ele lhes disse: “Sou Eu! Não tenham medo!” João 6:20

Esta é a expressão mais repetida na Bíblia, o ensino mais simples formulado em apenas duas palavras: “Não temas.” Desde aquela primeira vez em que Adão disse: “Tive medo”, até hoje, o medo tem sido o fardo de todo ser humano, em todos os lugares. Não há ninguém que fique livre ou escape de seu aguilhão. O medo é uma coisa natural. Faz-nos cautelosos e tem que ver com nossa autopreservação. O medo tem um tremendo arsenal, pronto para disparar contra nós: medo de emprego novo, de desistir, de perder a saúde, de rejeição, de amar, do desconhecido, de ser diferente, do fracasso.

Parece que estamos sempre operando na base do medo. Temos que falar para o medo aquilo que às vezes a gente tem vontade de falar para algumas pessoas desagradáveis: “Suma, desapareça!” “Saia de perto!”

Nossos pais também colocaram medo na gente: “Tranque tudo, guarde suas coisas, não confie em ninguém ou confie desconfiando.”

Os medos mudam, dependendo da idade. Para uma criança, o pior medo é ficar sozinha. Quanto consolo ela encontra quando o pai e a mãe chegam e dizem: “Pronto, filhinho. Acabou! Papai e mamãe estão aqui.” Para os adolescentes, o pior medo é o de cometer uma gafe ao falar em público. Se quiser comprovar isso, coloque um microfone na mão de um deles e peça para ele fazer um anúncio ou uma oração. Já os adultos têm medo da violência e do desemprego.

Quando surge uma emergência física, o organismo tem a habilidade de reagir diante do medo, fazendo-nos fugir ou enfrentar a situação. É a adrenalina que faz com que a gente corra mais rápido, levante um grande peso, ou ultrapasse um obstáculo que em circunstâncias normais não conseguiríamos transpor. Quantos não se lembram de quão rápido correram numa situação de medo; como cercas e muros altos foram ultrapassados; etc. Este é o lado bom do medo: ele nos faz correr ou enfrentar o problema.

Só que para muitos dos medos que sentimos agora não adianta correr ou enfrentar – são medos da batalha espiritual. Mas a promessa de Deus vale para todos os dias do ano: “Não tema, pois Eu o resgatei; Eu o chamei pelo nome; você é meu. Quando você atravessar as águas, Eu estarei com você; quando você atravessar os rios, eles não o encobrirão. Quando você andar através do fogo, não se queimará” (Is 43:1, 2).

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Construindo Pontes

Vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade. Efésios 2:13, 14

As pontes são símbolos de aproximação, diálogo, convivência e reconciliação. Elas unem pessoas, povoados, cidades e países. Parece que somos mais especialistas em construir muros em lugar de pontes. Tanto que o maior muro feito pelo homem é visível da Lua: a Grande Muralha da China.

Existe também preconceito e discriminação: construímos muros invisíveis entre vizinhos, denominações, grupos étnicos e países.

Cristo passou a maior parte do tempo derrubando muros. Paulo diz que Jesus veio para derrubar o muro de separação: “O objetivo dEle era criar em Si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo [...]. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto” (Ef 2:15-17).

A figura que Paulo usa aqui é muito clara. Ele se valeu do templo com suas seções. A separação era: gentios, mulheres, israelitas, levitas, sacerdotes e sumo sacerdotes. Paulo disse: “Jesus é a ponte: o muro desapareceu. Jesus é nossa paz.” A graça de Deus não quer deixar ninguém de fora. Infelizmente, excluímos as pessoas por medo, orgulho ou ignorância. Nós as classificamos assim: quem está dentro e quem está fora. Os líderes religiosos da época de Jesus consideravam virtude não se relacionar com quem não vivia à altura dos seus padrões. Jesus, por outro lado, foi o maior construtor de pontes que o mundo já viu.

Somos convidados a ser construtores de pontes. “Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo” (1Pe 2:5). Quando Pedro diz que devemos assumir nossa missão, ele usa uma palavra que resume nossa identidade como povo de Deus, a palavra “sacerdócio”.

O comentarista bíblico Barclay salienta algo interessante sobre o significado da palavra “sacerdote”, em latim. A palavra latina para sacerdote é pontifex, ou seja, construtor de pontes. Pedro diz: “Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas [...] para serem sacerdócio santo.” Juntos vamos construir pontes!

Esta é nossa identidade: somos construtores de pontes. Pontes de esperança, de justiça e de graça. Devemos construir pontes para outras pessoas se aproximarem de Deus. Pontes de aproximação para conhecerem o evangelho de Cristo. Ponte de aproximação para que entrem no reino do Céu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Senso de Admiração

“Eu lhes digo a verdade: você deve aceitar o reino de Deus como se fosse uma criança ou nunca entrará nele.” Marcos 10:15, New Century Version

Um dos atributos que fazem da infância uma aventura é a capacidade de se admirar de coisas simples. Quando éramos crianças, apenas algumas décadas atrás, parece que nos admirávamos mais facilmente tanto das coisas extraordinárias como das comuns. O mundo era novo! Cada dia trazia surpresas: correr, tocar, subir. Tínhamos um senso de curiosidade mais aguçado. Dizíamos: “Uau!” “Fantástico!” “Espetacular!” “Fabuloso!” “Nossa!” “Que legal!”

Mas a atitude de parar e se aquietar criada por um evento incomum, como se fôssemos fazer uma descoberta, não existe mais. O jeito peculiar de criança, de olhos arregalados, queixo caído, desapareceu, sumiu, saiu da tela.

Vivemos numa época que procura eliminar o mistério, o extraordinário. Viver sem surpresas está na ordem do dia. Expressar admiração pode fazê-lo passar por ignorante ou simplório, porque a tecnologia já traz tudo pronto. As pesquisas nos dizem quem vai ser o candidato eleito. A ultrassonografia nos diz se nascerá menino ou menina. Até para o aniversariante perguntamos que presente gostaria de receber. Nenhum trauma. Nada da ansiedade de saber se o outro vai gostar ou não do presente. Desapareceu aquele ritual de apalpar e balançar o presente. De dizer: “Puxa, mas era isso mesmo o que eu queria. Como você sabia?”

Podemos imaginar na Bíblia esse sentido de admiração tomando conta de Adão e Eva, quando viram a beleza da criação. Do homem cego de nascença, quando teve os olhos abertos e viu cores e formas. Do surdo que teve os ouvidos abertos e passou a ouvir uma variedade de sons. E a surpresa do menino que teve seus pães multiplicados?

O rabino e escritor judeu Abraham Heschel dizia: “Ensinamos as crianças como medir, como pesar. Não as ensinamos como reverenciar, como se admirar e se maravilhar.”

Quando as crianças perguntam, podemos não apenas satisfazer a curiosidade delas, mas também realizar um ato de afeição. Depois que o pai ou professor responde suas perguntas, essas crianças vão dormir pensando: “Puxa, que legal. Meu pai e minha mãe são maiores que as minhas perguntas! Minha professora, meu professor são maiores do que minhas dúvidas!”

É Jesus quem desafia: receba o reino de Deus como uma criança. Nunca apague de sua vida o senso de admiração.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Criador do Riso e do Sorriso

O coração alegre é bom remédio. Provérbios 17:22, ARA

Ao visitar igrejas, percebo de vez em quando “cochilos de redação” na elaboração do boletim ou pequenas gafes nos anúncios feitos de viva voz. São datas e eventos que, na mudança e ordem de palavras, deixam o anúncio engraçado: “Atenção, irmãs. Lembramos a todas da venda de coisas usadas no domingo, às nove da manhã. É a grande oportunidade de se desfazer de algumas coisas que não vale a pena guardar. Tragam o marido.” “No domingo à noite, o tema será ‘o que é o inferno’. Chegue cedo e assista ao ensaio do coral jovem.” “Para aquelas irmãs que são mães e não sabem o acesso para a salinha das crianças é pela escada do lado esquerdo.”

A ciência hoje repete o que a Bíblia já dizia: “O coração alegre é bom remédio.” Há uma série de reações benéficas que tomam lugar em nosso organismo quando rimos e que são comprovadas pela ciência: boas risadas diminuem o estresse e a tensão, dilatam os vasos sanguíneos, estimulam o sistema imunológico, aumentam a quantidade de endorfina em nosso cérebro, diminuem a ansiedade, aumentam a criatividade e a memória. Para quem você se sente mais atraído: uma pessoa alegre ou que está sempre cabisbaixa? Dê hoje mesmo uma boa olhada no espelho. Você fica mais bonito quando está sorridente ou quando está com raiva ou sério demais?

Feição alegre e longevidade caminham juntas. Há pessoas que não sorriem. Não veem motivo para sorrir. Sempre encontram “uma ilha de notícias ruins no oceano da felicidade”. Que reclamam de tudo, quando faz calor e faz frio. Esse pessoal precisa do remédio de Provérbios 17:22, e em grande dose.

Jesus, que foi uma bênção para todos, demonstrou em Sua vida disposição e semblante que irradiavam alegria. Havia um magnetismo em Sua atitude que atraía todas as pessoas. Se nosso cristianismo fosse mais alegre e irradiante, atrairíamos muito mais pessoas para Cristo.
E Deus, sorri? Claro! Quantas vezes falamos nos casamentos que Deus sorriu quando viu Adão e Eva de mãos dadas. E Ele também sorri quando alguém se entrega a Cristo.

Sou criado à imagem e semelhança de Deus, e de vez em quando dou minhas risadas. De vez em quando me espetava a pergunta: “E Deus, também ri?” Até que o salmista, no Salmo 2:4, me respondeu: “Do Seu trono nos Céus o Senhor põe-Se a rir.”

Ah! Que beleza! Meu Deus é o criador do riso e do sorriso.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Dádiva da Amizade

O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade. Provérbios 17:17

Nós os conhecemos muito bem. Entram numa roda e puxam conversa, cumprimentam. Soltam piadas. Brincam com os outros e logo estão num grupo rodeados de amigos. O que as pessoas que conquistam amigos costumam fazer? Que qualidades surgem em sua mente quando você ouve a palavra “amigo”? Aqui estão algumas ideias de como atrair amizades:

Seja amigo. Diga: “Oi, bom-dia, tudo bem?” Mostre interesse naquilo que a pessoa está fazendo, torne-se disponível para ajudar no que for preciso.

Seja o primeiro a sorrir. Não espere que o outro sorria primeiro. Mostre um sorriso genuíno, espontâneo, sincero que venha de dentro do coração. Quando você sorri, está dizendo para o outro: venho na qualidade de amigo. Mesmo que esteja sem jeito de dizer alguma coisa no grupo, sorria.

Escute. Faça perguntas e espere respostas. Demonstre que está interessado e comente aquilo que a outra pessoa disse. Ao escutar, você está dizendo: “Aceito você e valorizo sua opinião.”

Diga uma palavra de apreciação, um elogio. As pessoas gostam de elogios sinceros. Por que não deixar que seu amigo saiba dos talentos e virtudes que ele tem? Descubra alguma coisa boa para dizer para seu amigo e diga: “Você está com uma camisa bonita!”, “Mudou de penteado, hein?”, “Que jogada de craque aquela que você fez!” Jesus foi especialista nisso. Ele disse à samaritana: “Você falou a verdade.” Da mulher que o ungiu, Ele disse: “Ela fez o que pôde.” Quantas vezes uma palavra de apreciação nos tirou do fundo do poço.

Dê liberdade aos seus amigos. Não procure controlá-los. Não seja ciumento nem possessivo. Eles precisam de tempo para os hobbies deles, para os estudos e para ficar sozinhos.

Torne tangível sua amizade. Um bilhetinho, o empréstimo de um livro de que você gostou, um e-mail quando estiver de férias e no aniversário do amigo, um cartão de Natal – todas essas coisas, em maior ou menor grau, vão dizer: “Gosto de você.”

Ore pelos seus amigos. Alguns deles ficam sem jeito de pedir que oremos por eles, mas sabemos, pelo que estão passando, que necessitam da ajuda e da bênção de Deus. Ore por eles, e faça-os saber disso.

Hoje, ao se encontrar com um amigo, demonstre de alguma maneira que você o aprecia.

domingo, 9 de outubro de 2011

Transformação

Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nEle. Colossenses 2:6

Como entramos na vida cristã e como vamos continuar sendo cristãos? Entramos na vida cristã entregando a vida a Cristo, abrindo o coração para fazer aquilo que nos tornará cada vez mais semelhantes a Ele. Alguns esperam a perfeição e mudança imediata em tudo. Esperam atingir rapidamente um grau de maturidade cristã. Querem ser capazes de dizer: “Vejam como mudei! Como em poucas semanas já demonstro que sou um cristão maduro.” São aqueles que gostam de dar batidinhas nas próprias costas dizendo: “Menino bom, hein! Eu sabia que você ia conseguir!”

Alguns confiam em seus esforços, tentam abandonar um mau hábito, ser mais disciplinados, mas depois de algum tempo desistem.
John Ortberg menciona que a transformação espiritual só vai acontecer com um poder especial fora de nós. E a compara com a travessia do oceano. Alguns tentam dia após dia ser bons e se tornar espiritualmente maduros. É como tentar atravessar o oceano num barco a remo. É cansativo e sem resultado. Outros desistiram de se esforçar confiando somente na graça de Deus. São como náufragos à deriva num barco de borracha. Não fazem nada, senão aguardar que Deus venha socorrê-los e os tire dali. Remar ou ficar à deriva – nada disso vai trazer qualquer transformação espiritual. A melhor imagem que temos é a de um barco à vela que se move graças ao vento. Não podemos controlar o vento, mas um bom navegador discerne a direção do vento e ajusta as velas. Precisamos apenas saber em que direção queremos ir, ajustar as velas e aproveitar a brisa que Deus manda.

Cada vez que abro a Bíblia e permito que Ele fale a mim, cada vez que oro e conto minhas necessidades, estou abrindo as velas do meu barco para o sopro do Espírito Santo. Cada vez que levo alegria a alguém ou torno o fardo da outra pessoa mais leve, isso é também uma demonstração de que estou sendo impulsionado pelo Espírito.

Você está perdendo alguma batalha no seu dia a dia? Não atingiu aquela altura espiritual que desejava? Caiu justamente no erro que não queria cometer mais? Está cansado de tentar e não conseguir? O vento do Espírito está pronto para empurrar seu barco.

“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito” (Jo 3:8).

sábado, 8 de outubro de 2011

No Princípio

No princípio Deus criou os céus e a Terra. Gênesis 1:1

Nenhuma introdução seria mais apropriada para as Sagradas Escrituras do que esta: “No princípio Deus criou os céus e a Terra” (Gn 1:1). E ao mesmo tempo não existe verso mais discutido da Bíblia e que tenha levantado mais controvérsias, separando teólogos, eruditos e cientistas. Em hebraico, são sete palavras que trazem a ideia de absoluta inteireza na primeira frase da Bíblia.

O verso nos leva bem ao começo de tudo. Antes da vida humana, dos planetas, do céu, da terra. Através das Escrituras, a criação é celebrada como vindo das mãos de Deus. Note que a atenção é chamada para o Criador, não para a criação.

Eugene Peterson, na introdução do livro de Gênesis em sua paráfrase da Bíblia The Message, diz: “Primeiro Deus. Deus é o fundamento da vida. Se não tivermos um sentido de primazia de Deus, nunca vamos fazer nada certo. Não Deus na margem; não Deus como uma opção; não Deus nos fins de semana. Deus no centro da circunferência; Deus primeiro e último; Deus, Deus, Deus.”

Veja estas verdades importantes que aprendemos de Gênesis 1:1:

1. A criação teve um começo. Desde quando o Universo existe? Isso continua sendo um mistério. “Ele é antes de todas as coisas, e nEle tudo subsiste” (Cl 1:17).

2. As Escrituras pressupõem Deus como Criador do Universo e de tudo o que existe.

3. Deus não dependeu de matéria pré-existente para criar o Universo. “Aquilo que se vê não foi feito do que é visível” (Hb 11:3).

4. Deus é o único Criador de tudo o que existe. Nada de ficção, de que a vida surgiu espontaneamente por processos evolutivos; a Bíblia fala de um Deus pessoal que criou todas as coisas com um propósito.

5. Nossa existência e a deste mundo têm um propósito. Esse primeiro verso das Escrituras responde a três perguntas importantes: “De onde vim?” (pergunta solene sobre a origem). Dependendo da resposta que dermos a essa primeira pergunta, vamos encontrar resposta a outras duas: “Para onde vou?” (pergunta sobre o futuro), e “Para que vivo?” (pergunta sobre o sentido da vida).

Frederick Buechner lança a ideia de que “cada manhã nos despertamos para alguma coisa que em toda a eternidade nunca foi antes e nunca será depois. E você que desperta nunca foi o mesmo antes nem será também o mesmo depois”, como se fosse tudo uma nova criação.

Que bom saber que Deus é o nosso Criador!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Confrontação e Cura

A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. Provérbios 15:1

A arte de confrontar, e que ninguém inveja, de ir falar com o outro e dizer que ele não fez o que era correto, é uma habilidade rara. Há pessoas que, por natureza, gostam de confrontar. Dizem que se há um problema, temos que resolver logo. Mas no mínimo o que se pede nesses casos é que a comunicação seja feita corretamente e não no calor da emoção. Temos que pedir a Deus as palavras certas e que Ele nos ajude a expressar-nos de tal maneira que levemos cura à pessoa. E quanta sabedoria e cuidado devemos ter para que o corte do “bisturi” traga cura e não dano! E não apenas isso, a confrontação deve ser um momento de liberdade e crescimento, e não um momento de acertar e consertar as coisas.

Deus sabe perfeitamente quando é o melhor tempo para corrigir alguém. Vemos isso em Seu trato com Davi, depois do seu caso com Bate-Seba. Sabendo da situação na qual se encontrava Davi, Ele enviou Natã para visitá-lo.

Confrontar um amigo é uma coisa. Confrontar um liderado é diferente da confrontação de um superior. Mas confrontar o rei, não é tarefa que você faz sem perder várias noites de sono, antes e depois. Depois de marcar uma audiência com Davi, Natã começou sua conversa num tom amistoso. Ele usou uma parábola como preparação: “Majestade, é apenas uma questão civil e eu gostaria de ouvir o seu veredito. Dois homens, um rico e um pobre, moravam na mesma cidade. O que era rico tinha muitas ovelhas, e o que era pobre tinha apenas uma cordeira de estimação. Um dia, o homem rico recebeu um viajante com sua comitiva. Na hora de preparar a refeição, em lugar de pegar uma ovelha do seu rebanho, ele pegou a única cordeira que o pobre tinha. Eu gostaria, majestade, de ouvir o seu veredito sobre o assunto” (ver 2Sm 12:1-4).

E Davi, num ímpeto de raiva, disse: “O homem que fez isso merece a morte!” (v. 5). Sem esperar nenhuma palavra mais, Natã respondeu: “Você é esse homem!” (v. 7).

Não podemos controlar a reação da outra pessoa, nem o que ela vai sentir ou pensar. Podemos mostrar a verdade, e levar conosco uma atitude de afeição, mas é o Espírito Santo que vai mudar o coração da pessoa.

No caso de Davi, a confrontação foi proveitosa. Ele não se defendeu nem tentou explicar seu erro. Aceitou a repreensão, e aí começou sua recuperação.

É sábio seguir o conselho bíblico: “Falando a verdade com espírito de amor, cresçamos em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo” (Ef 4:15, NTLH).

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Vulcão da Ira

Então o Senhor disse: – Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo? Gênesis 4:6, NTLH

Quem é que tinha ouvido falar até o ano passado no vulcão Eyjafjallajorull? (Não se preocupe se você não conseguiu pronunciar o nome de uma só vez.) Ele lançou na atmosfera 750 toneladas por segundo de poeira, fumaça e lava. Afetou o tráfego aéreo da Europa com o cancelamento de milhares de voos.

O Eyjafjallajorull pode ser símbolo de muitos vulcões adormecidos no interior do ser humano. Vulcões que estão prontos a entrar em erupção, quando menos esperamos: no trânsito, em casa, na conversação rotineira, quando alguém nega um direito que é nosso, e assim por diante.

A figura do vulcão se encaixa na definição de raiva ou ira: “explodiu de raiva”, “saiu bufando da sala”, “cuidado quando ele fica bravo”. Até mesmo quando escutamos alguém aos gritos dizendo: “Estou calmo... já falei!”

Antes da queda, homem e mulher não tinham problemas com emoções negativas. Tempos depois, Abel e Caim apresentaram ao Senhor suas ofertas, e Deus, conhecendo o que estava no coração de Caim, perguntou: “Por que você está irado?”

Se todos têm seus momentos de raiva, como podemos reagir de maneira saudável? Eis algumas dicas:

Aja como se tivesse o controle da situação. É lícito ficar com raiva, mas não permita que ela controle suas decisões, palavras e ações: “O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se” (Pv 29:11).

Procure sair da ira o quanto antes. Paulo dá uma sugestão: “Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e não fiquem o dia inteiro com raiva” (Ef 4:26, NTLH). Noutras palavras, antes que o dia termine ou tão logo quanto possível, resolva a situação.

Dê tempo ao tempo. Muitas vezes, queremos resolver o problema na hora. Não corra para o telefone com a determinação de resolver de uma vez por todas o problema. Nem se sente diante do computador com a atitude de um vulcão em erupção. Isso não vai ajudar. Se nos distanciarmos da situação por um momento, isso será melhor do que depois nos arrependermos do que dissemos e enfrentar o desgaste de lidar com as consequências.

Lembre-se de que somos pessoas perdoadas e devemos fazer o possível para buscar saídas saudáveis para os problemas. Além disso, devemos estar dispostos a perdoar quantas vezes seja necessário. Podemos pedir que Deus coloque Sua paz em nosso coração e que nosso temperamento esteja alinhado com Sua graça.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Comunicação no Casamento

Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar. Tiago 1:19

Estudos demonstram que as meninas possuem potencial linguístico maior do que os meninos. O Dr. James Dobson chega a afirmar que, quem sabe, Deus deu à mulher 50 mil palavras para gastar por dia e deu ao homem 25 mil. É claro que quando o esposo chega em casa, já gastou 80 a 90 por cento do seu potencial. E a mulher, que gastou só 50 por cento, está ansiosa para falar tudo o que ainda tem armazenado. (Algumas línguas maldosas insinuam que o homem, ao voltar do trabalho, já gastou 24.995 palavras; quando entra em casa, “queima” as cinco últimas: “Onde está o controle remoto?”)

Comunicação como diálogo é o prazer que o casal sente de estar na companhia um do outro, de escutar e ser escutado.

Boa comunicação dentro do casamento é ir além das respostas monossilábicas: “Como foi a viagem?” “Boa”; “Como foi o passeio?” “Ah! legal”; “Como estava o exame de química?” “Fácil!” Com esforço, dá para ir um pouquinho além e expressar sentimentos. “Como foi o acampamento?” “Puxa, um local muito bonito e o pessoal da cozinha caprichou! Me senti muito bem lá.”

A boa comunicação sempre descobre oportunidades para elogiar: boas notas na escola, a apresentação no programa, o novo penteado... e coloca pitadas de bom, rindo e fazendo os outros rir.

Ouvir é importante na comunicação. Tiago mesmo diz: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar” (Tg 1:19). Homem, quando a esposa vier conversar, pare o que está fazendo e dê sinais de que está entendendo; ouça atentamente para que não se diga: “Você nunca me falou disso.”

O que devemos fazer para melhorar a comunicação na família?

1. Superar barreiras herdadas. A maneira pela qual fomos educados, com nossos pais geralmente distantes, aproximando-se somente em algumas ocasiões, condicionou alguns de nós a ficar também distantes dos filhos.

2. Deixe de lado o aspecto negativo e generalizador. “Você sempre chega atrasado”; “Este lugar está uma bagunça”; “Você nunca me escuta”. Nunca diga “nunca”; sempre evite o “sempre”.

3. Tempo juntos. Pelo menos um dia da semana toda a família deveria participar da mesma refeição.

Seguindo esses passos, poderemos tornar nosso ambiente familiar muito mais agradável e refletiremos o amor de Deus.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Salvação Hoje

Jesus lhe disse: “Hoje houve salvação nesta casa!” Lucas 19:9

Salvação hoje ou no futuro? Escutava o pastor sul-africano Smuts van Royen em um dos seus sermões, quando ele usou a ilustração a seguir, que me atraiu por seu “sabor jovem”.

Vamos supor que você se interessasse intensa e repentinamente por uma garota. E mesmo sem dar os passos prévios para conquistá-la – olhar, piscar, conversar, paquerar, namorar, noivar – se aproximasse dela e dissesse: “Quero me casar com você. Você se casaria comigo?” E ela respondesse: “Vá, faça todos os arranjos para a festa, marque com o pastor a data do casamento, convide os amigos e parentes e tome providências para a recepção. Então, no dia do casamento, entrarei na igreja de braço dado com meu pai. No meio da igreja, nos encontraremos e iremos juntos para o altar. Depois do sermão, na hora dos votos, quando o pastor perguntar para mim: ‘Aceita esse jovem como seu esposo?’, se eu disser ‘sim’, você ficará sabendo se eu aceito me casar com você.”

Quem entraria num relacionamento assim para ficar pendurado na incerteza e na dúvida? No entanto, há muitos cristãos esperando o dia da volta de Jesus, incertos, inseguros, sem saber se serão salvos ou não; sem a certeza de que Jesus, naquele dia, dirá “sim” para eles. Amigo, o “sim” de Jesus nos é dado aqui e agora. Hoje mesmo.

Não! Não vamos ter que esperar até a volta de Jesus na expectativa desgastante para saber se a resposta dEle será positiva. No momento em que O aceitamos como nosso Salvador e abrimos o coração, Ele diz “sim”.

Jesus disse: “Zaqueu, hoje é o dia mais importante da sua vida, porque a salvação bateu à sua porta, entrou em sua casa, apresentou-se a você.”

E este é o testemunho: “Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (1Jo 5:11, 12). E agora, como você vai responder: salvação hoje ou no futuro?

Pensamos que é mais fácil deixar a mudança para o futuro: “Algum dia começarei meu regime”; “Algum dia serei mais dedicado, quando as condições estiverem mais favoráveis”; etc.

“Se vocês ouvirem a Sua voz, não endureçam o coração como na rebelião” (Hb 3:15). Pois Ele diz: “‘Eu o ouvi no tempo favorável e o socorri no dia da salvação.’ Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!” (2Co 6:2).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Deus que Procura

Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido. Lucas 19:10

O pastor telefonou para uma família que havia recentemente visitado sua igreja, e do outro lado da linha atendeu uma voz infantil. O menino falava baixinho e se identificou como Tiago.

O pastor pediu para falar com a mãe do menino. Ele respondeu que ela estava ocupada.

– Ok, posso então falar com seu pai? – o pastor perguntou.

– Ele também está ocupado!

– Tiago, há outras pessoas em sua casa?

– A polícia!

– Posso falar com um dos oficiais da polícia?

– Eles estão ocupados.

– Quem mais está aí?

– Os bombeiros!

– Poderia me chamar um deles ao telefone? – O pastor já estava preocupado.

– Eles estão todos ocupados!

– Tiago! O que eles estão fazendo?

– Eles estão me procurando!

A história da raça humana é semelhante à brincadeira de esconde-esconde. Como Tiago, há muita gente se escondendo da polícia, dos pais, do chefe, dos professores, do esposo ou da esposa. Quando Deus perguntou para Adão e Eva: “Onde vocês estão?”, não era uma informação o que Ele queria, mas apenas lhes chamar a atenção e despertar a consciência deles. Às vezes, a fuga é por um dia, uma semana ou meses. Porém, nosso Deus nos procura. No Éden, Deus tomou a iniciativa. O ofendido procurou os ofensores não para tirar satisfações ou para proferir palavras de recriminação; foi até eles para restaurar o relacionamento rompido.

“Onde estás?” É a voz do pastor procurando a ovelha perdida. É a voz da mulher que perdeu a moeda. É a voz do pai aguardando o pródigo. A pergunta é para convidá-lo a sair de onde está: do meio da dúvida, de um labirinto que parece não ter saída, de uma amizade manipuladora que o mantém preso, ou de algum trabalho ou hábito. Deus é incansável em Sua procura. O salmista já perguntava: “Para onde poderia eu escapar do Teu Espírito? Para onde poderia fugir da Tua presença?” (Sl 139:7). Coloque-se hoje ao alcance de Deus.

domingo, 2 de outubro de 2011

Resultados do Arrependimento

Deem fruto que mostre o arrependimento. Mateus 3:8

O verdadeiro arrependimento produzirá mudança de atitudes, palavras e comportamento. Porém, inclui mais do que isso. Não significa simplesmente pedir desculpas e prometer nunca mais cometer o mesmo erro. Não significa punir a si mesmo, deixar de comer ou deixar de comprar algumas coisas. O verdadeiro arrependimento tem facetas que servem para medir até onde ele é verdadeiro.

Ao se encontrar com Jesus, você perceberá que deixou alguns rastros não luminosos pelo caminho. Precisará de humildade e honestidade para acertar algumas coisas, para restaurar um relacionamento rompido por causa de uma provocação, do que falou numa explosão de raiva ou de uma mentira.

Quando duas pessoas se encontram arrependidas com o objetivo de restaurar o relacionamento, estão ambas no território da graça. Ficam de fora as racionalizações que tentam explicar o porquê do erro cometido: “Fiz isso porque”, “Mas”, “Minha intenção era outra”... Quando você tenta explicar, passa a ideia de que quer encolher o máximo possível seu erro. É melhor encarar esse momento com humildade e reconhecer como o filho pródigo que errou: “Pequei contra o Céu e contra ti” (Lc 15:18).

Diga simplesmente: “Sei que você ficou ferido com o que falei. O erro foi meu. Perdoe-me.” Deus vai preparar suas palavras e o coração da pessoa com quem você vai falar para que a restauração seja efetivada. Se não der para falar pessoalmente, telefone ou use o correio eletrônico para não deixar a reconciliação para depois.

A outra faceta é a que chamamos de restituição. É a reposição pelo prejuízo material causado à outra pessoa; dívidas reconhecidas, mas não pagas, etc. O exemplo bíblico mais patente é o de Zaqueu. Imediatamente após seu encontro com Jesus, ele disse: “Vou devolver a quem cobrei mais do que devia, de quem tirei proveito me valendo da ignorância das pessoas.”

É o que diz o pensamento: “O reconhecimento da dívida sem esforço para pagá-la não é arrependimento.” Desse ponto de vista, o arrependimento não é fácil.

Você pode orar hoje a Deus, dizendo: “Senhor, no centro do meu pecado está o desejo de seguir meu próprio caminho. Escolho hoje sair do meu caminho para o Teu caminho. De meus planos para Teus propósitos, de minha independência para a Tua soberania. Ao voltar para Ti, espero na Tua graça e na Tua misericórdia.”

sábado, 1 de outubro de 2011

No Monte da Transfiguração

Suas roupas se tornaram brancas, de um branco resplandecente, como nenhum lavandeiro no mundo seria capaz de branqueá-las. Marcos 9:3

Robert Louis Stevenson conta uma pequena história. Um navio estava em dificuldade, enfrentando séria tempestade. Os passageiros estavam assustados. Finalmente, um deles, desobedecendo às ordens de segurança, subiu até a cabine de comando para ver o capitão. Ele estava em seu posto de dever segurando o timão e, ao perceber que o homem estava amedrontado, deu-lhe um sorriso de saudação. Retornando para junto dos outros passageiros, o homem disse: “Vi o rosto do capitão e ele sorriu. Está tudo bem.”

“Vi o rosto do capitão e está tudo bem” pode ser a frase na qual se baseia a história da transfiguração. O propósito pelo qual Jesus estava Se retirando era para orar, apoiar-Se na onipotência do Pai e pedir que Lhe fosse dada uma manifestação da glória que Ele tivera com o Pai desde a eternidade.

Não nos esquecemos da manjedoura, do batismo de Jesus, da tentação, mas a transfiguração também se afigura um acontecimento importante na vida do Mestre. Ela está conectada com a morte e a ressurreição dEle, além de ser um prenúncio de Sua segunda vinda.

Junto com Jesus apareceram duas figuras do passado: Moisés e Elias. Os dois patriarcas conversaram com Ele. Moisés foi ressuscitado dentre os mortos e o outro, transladado ao Céu. O rosto de Jesus resplandeceu. Suas vestes se tornaram brancas. Não era alucinação o que os discípulos estavam presenciando; era Jesus mesmo, o Messias, o Filho de Deus. A voz falou: “Este é o Meu Filho amado em quem Me agrado. Ouçam-nO!” (Mt 17:5). Isso explicava tudo o que acontecia ali.

Muitas vezes desejamos experiências iguais à do alto do monte da transfiguração, como fins de semana com Deus, semanas de oração, vigílias, etc. Queremos manter aquele sentimento de entrega e proximidade com Deus, e de paz no coração. Esse sentimento é importante, mas temos que voltar para o dia a dia de trabalho e de estudo. Se ao menos pudéssemos ter conosco aquele sentimento de proximidade! E a reação dos discípulos? Queriam congelar o evento. Sentindo o ambiente, Pedro disse: “Vamos ver quem é o dono do terreno e comprar esta propriedade! Vamos montar três barracas e ficar por aqui mesmo.”

Mas Jesus disse: “Não! Precisamos descer a montanha e nos encontrar com as pessoas.” O discipulado envolve seguir em frente, se misturar, interagir.

Pedro, Tiago e João bem poderiam ter dito: “Nós vimos o rosto do capitão e Ele sorriu. Está tudo bem!”