No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-Se e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba.” João 7:37
No livro O Saara Desvendado, William Langewiesche conta a história de um algeriano chamado Lag Lag e seu companheiro, cujo caminhão quebrou no meio da travessia de um deserto. Durante as três semanas que esperaram por resgate, quase morreram de sede.
Mesmo debaixo do caminhão, construíram uma trincheira para que não fossem atingidos pelo sol. Dia após dia esperando, com o corpo já desidratado, queriam beber qualquer coisa que matasse a sede. Tinham alimento, mas não comiam, com medo de que a sede fosse intensificada. No caso de Lag Lag, a sede comum se transformou em excessiva sede permanente. Há diferentes nomes para o comportamento que a pessoa adota a fim de satisfazer a sede, mas não existe nenhum que descreva matar a sede com água do radiador. O único nome que descreveria essa sede é “polidipsia”, ou seja, “sede excessiva que leva a pessoa a beber qualquer coisa”. Foi o que Lag Lag e seu companheiro começaram a beber, em realidade: veneno.
Tenho sede – é a voz do mundo; é a voz do marinheiro perdido no mar; é a voz do viajante no deserto. O próprio Jesus disse: “Tenho sede” (Jo 19:28).
Durante uma das Festas dos Tabernáculos, Jesus Se apresentou no último grande dia da festa. À medida que a multidão enchia o templo, cansada pelo longo período de festividades, podia presenciar o derramamento da água sobre o altar, ritual que lembrava o período durante o qual Israel enfrentou sede no deserto. Jesus então subiu no alpendre do templo e bradou: “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba” (Jo 7:37).
Jesus estendeu o convite para todos. Não há nenhuma qualificação acadêmica e nem social para atender o carente. É para jovens, crianças e adultos. Ele estava dizendo: “Eu posso satisfazer seus anelos, sonhos e necessidades.” “Quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4:14).
O conceito de sede é usado para mostrar nosso vazio interior, para descrever um desejo, uma ânsia que temos dentro de nós. Alguma insatisfação indefinida, uma inquietação crônica. Uma sede por reconhecimento e atenção, paz e significado na vida.
“O brado de Cristo à alma sedenta ecoa ainda, e apela para nós com poder ainda maior do que aos que o ouviram no templo, naquele último dia da festa. A fonte está aberta para todos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 454).
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