Achadas as Tuas palavras, logo as comi; as Tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração. Jeremias 15:16, ARA
Há muitos anos, o príncipe de Granada e herdeiro da coroa da Espanha foi colocado em confinamento numa antiga prisão chamada “Praça da Caveira”. Deram-lhe apenas um livro: a Bíblia. Depois de 33 anos de prisão, ele faleceu.
Ao visitarem a cela onde ele estivera por tanto tempo, encontraram algumas anotações nas paredes. Aqui estão algumas: o Salmo 118:8 é o verso central da Bíblia; Esdras 7:21 contém todas as letras do alfabeto, exceto a letra J [na língua dele e na versão que ele usava]; não encontramos na Bíblia nenhuma palavra com mais de seis sílabas.
O príncipe aprendeu fatos bíblicos, mas aparentemente nada mais significativo ou inspirador para sua vida ou a de outros.
Ao nos aproximarmos da Bíblia, podemos ser beneficiados com sua leitura, fazendo duas perguntas simples: (1) O que isso significa? (2) Como posso viver isso?” Na primeira pergunta, vemos a Bíblia como livro de estudo. Na segunda, como livro devocional.
Para responder à primeira pergunta, temos que ler, comparar versões, ter dicionários e comentários para ajudar na pesquisa. É bom para exercitar a mente. Mark Twain dizia: “Muitas pessoas se incomodam com aquelas passagens das Escrituras que não entendem, mas para mim são justamente as passagens que eu entendo, as que me incomodam.”
A resposta à segunda pergunta leva mais tempo para ser encontrada. Requer disciplina e entrega. Sinto que o texto lido tem que ver comigo e foi escrito para mim. Pergunto-me também: Preciso imitar alguém? Diante do que li, devo assumir algum compromisso ou realizar alguma mudança? Há alguma promessa para mim?
É nesses momentos devocionais que as palavras de Deus nos trazem conforto, inspiração e ânimo. Estamos vivendo num tempo curioso. Nunca foram vendidas tantas Bíblias como no presente. Podemos encontrar Bíblias em diferentes traduções, com diferentes capas, para ler de perto e de longe. Foram feitas edições especiais para mulheres, universitários, jovens, desbravadores, etc., na esperança de incentivar a leitura. Mas nem por isso estamos lendo mais. Nossos encontros com ela são apressados, encaixados na agenda lotada. Devemos lembrar que são esses momentos que vão nutrir a vida espiritual e fortalecer a fé. Do contrário, vamos sofrer de “anorexia bíblica” por apenas mordiscar a Palavra.
Imitemos o profeta: “Achadas as Tuas palavras, logo as comi; as Tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração”.
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