Permiti que você a visse com os seus olhos, mas você não atravessará o rio, não entrará nela. Deuteronômio 34:4
Se há alguém que eu gostaria que tivesse sido meu líder, esse é Moisés. Ele sabia como enfrentar o imprevisto e como encarar a oposição. Parecia alguém viajado, sabedor do caminho. Identificava-se com seu povo. Tinha um grande coração.
Alguns chegam a atribuir gagueira a Moisés. Eu não sei de nenhum líder que tenha sido gago. Se Moisés tivesse sido, o povo de Israel precisaria mais do que paciência para escutá-lo toda vez que fosse falar, e especialmente quando proferiu seu discurso de Deuteronômio.
O grupo que ele dirigia era heterogêneo, e apesar de terem nuvem de dia e aquecimento à noite, água e pão, todas essas coisas e provisão da graça de Deus, qualquer imprevisto era motivo de irritação e provocação. Quando não reclamavam da comida, reclamavam da água.
Eu ficaria triste e com pena em saber que o homem que foi meu líder e que me conduziu com tanta paciência e amor não iria comemorar conosco seu sonho, que era o de introduzir na terra de Canaã seu povo. Teria me sentado ao seu lado sem saber o que dizer. Quem sabe daria um toque no ombro dele e diria que também sentia muito.
Será que Deus não foi exigente demais com Moisés? Diante de toda a fidelidade que ele demonstrou, de tudo pelo que passou, a punição de Deus parecia severa e incomum. Em que realmente consistiu a transgressão do grande líder? Será que foi por ter matado o egípcio? Ou por ter cometido alguma falta repulsiva? Foi porque se irritou e, em lugar de falar, bateu na rocha?
Ali em Meribá faltou água. O povo não era paciente e gritou: “Queremos água, agora!” Em lugar de falar à rocha, Moisés tomou a glória para si e para seu irmão.
“[Moisés] estava fatigado com a contínua murmuração do povo contra si. Por ordem do Senhor, tomou a vara e, em vez de falar à rocha, como Deus ordenara, feriu-a duas vezes com a vara, depois de dizer: ‘Porventura tiraremos água desta rocha para vós?’ Nm 20:10. Aqui ele falou imprudentemente com seus lábios. [...] Não atribuiu ao poder e glória de Deus o jorrar de novo a água da rocha, e portanto não O glorificou diante do povo. Por esta falha da parte de Moisés, Deus não permitiria que ele guiasse o povo à Terra Prometida” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 166)
Deus não foi injusto com Moisés, mesmo porque porteriormente Ele recompensou sua dedicação.
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