sábado, 31 de julho de 2010

Quanto é que você tem?

E Ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo-o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes. Marcos 6:38



Um garoto de 13 anos leu sobre o trabalho do Dr. Albert Schweitzer na África, e sentiu o desejo de ajudar. Ele só tinha dinheiro suficiente para comprar um vidro de aspirina. Escreveu para a Força Aérea e perguntou se eles poderiam voar sobre o hospital do Dr. Schweitzer e lançar o vidro para ele. Uma estação de rádio transmitiu o interesse desse garoto em ajudar. Muitos ouvintes ficaram sensibilizados e também responderam.



Mais tarde o governo o levou de avião até o hospital do Dr. Schweitzer, junto com quatro toneladas e meia de remédios no valor de 400.000 dólares, doados por milhares de pessoas. Quando o Dr. Schweitzer ouviu a história, exclamou: “Nunca imaginei que uma criança pudesse fazer tanto!”



Quando Jesus disse aos discípulos que precisavam alimentar a multidão, pois já era tarde e o lugar era deserto, mandou-os verificar quantos pães havia. Um garoto tinha cinco pães e dois peixes, e isso era tudo, ou seja, quase nada. Do ponto de vista humano, não era suficiente nem para alimentar uma família, quanto mais cinco mil homens, mulheres e crianças. Mas nas mãos do Mestre o pouco se torna muito.



Ellen White diz: “O alimento multiplicava-se-Lhe nas mãos” (O Desejado de Todas as Nações, p. 369). Porém, não foi nas mãos dos discípulos nem nas mãos do povo, mas nas mãos de Jesus que se operou o milagre. Cristo não criou o alimento do nada, mas multiplicou o que havia. Cinco pães e dois peixes era pouca coisa, mas Ele não os desprezou, pois providenciaram a base para o seu milagre.



Muitas vezes consideramos nossa capacidade, nossos talentos, nossos meios, totalmente inadequados para realizar a obra que Deus nos deu. Mas se depositarmos nossos dons no altar, por pequenos que sejam, para que Ele os use, Ele os multiplicará e fará grandes coisas com eles.



“Grande erro é confiar em sabedoria humana, ou em números, na obra de Deus. O trabalho bem-sucedido para Cristo, não depende tanto de números ou de talentos, como da pureza de desígnio, da genuína simplicidade, da fervorosa e confiante fé” (O Desejado de Todas as Nações, p. 370).



A ordem de Jesus é: “Trazei-mos” (Mt 14:18). Precisamos trazer-Lhe nossas ofertas com fé, e Ele as aceitará. Cada um de nós recebeu pelo menos um talento. Todos temos alguns pães e peixes para oferecer ao Mestre.



Não enterremos nosso talento, por pequeno que seja.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Rir é o melhor remédio

O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos. Provérbios 17:22

Os médicos diagnosticaram que o jornalista e filósofo americano Norman Cousins estava sofrendo de uma dolorosa doença dos tecidos conectivos (colagenose). Nódulos haviam aparecido em seu corpo e a certa altura seus maxilares haviam ficado quase totalmente travados. Disseram-lhe que ele teria apenas uma chance em quinhentas de viver. Um médico lhe disse que nunca havia visto alguém se recuperar dessa enfermidade.

Norman imediatamente começou a tomar enormes doses de vitamina C, combinadas com um programa de risadas diárias. Passou a assistir comédias em seu próprio projetor e descobriu que dez minutos de gargalhadas exerciam um efeito anestésico que lhe permitiam dormir durante duas horas sem sentir dor. Após alguns meses suas dores cessaram e ele pôde retornar ao trabalho, provando que, em seu caso, rir foi o melhor remédio.

Uma pesquisa conduzida na Universidade de Loma Linda, sobre os efeitos do humor, indica que as pessoas podem fortalecer o sistema imunológico utilizando o humor para combater o estresse e aliviar a tensão. E o psiquiatra William Fry, da Universidade de Stanford, compara o riso, em termos de benefícios cardiovasculares, ao exercício numa bicicleta ergométrica. Ele acredita que o humor, como tônico diário, pode prevenir a doença coronariana e reduzir a gravidade de ataques cardíacos (Signs of the Times, julho, 1997, p. 19).

Embora as Escrituras condenem “a risada do insensato” (Ec 7:6), deixam claro que o contentamento e a alegria são sinais distintivos do verdadeiro cristão, pois o evangelho significa boas-novas de salvação. É possível demonstrar contentamento mesmo sob provações, o que é exemplificado pela atitude de Paulo e Silas, que cantaram na prisão, mesmo tendo os pés presos no tronco. “Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (At 13:52).

Ellen White, embora desaprovasse os gracejos tolos, o riso tumultuoso e a frivolidade, opunha-se a um estilo de vida sem humor. Apesar de enfrentar problemas de saúde, ela manifestava uma alegre disposição. Mesmo em seus escritos ela deixou transparecer senso de humor: “As irmãs não devem, quando no trabalho, usar vestidos que as façam parecer espantalhos para afugentar os pássaros-pretos do milharal” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 464).

Mas o nosso maior exemplo é Cristo, o qual foi ungido “com o óleo de alegria” (Hb 1:9). A alegria é o fruto do Espírito e um subproduto da vida espiritual bem vivida.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cobiça assassina

Não cobiçarás a casa do teu próximo. [...] nem coisa alguma que pertença ao teu próximo. Êxodo 20:17

O profeta Samuel tentou desencorajar o povo de Israel a ter um rei, usando o seguinte argumento, dentre outros: “Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais e o dará aos seus servidores” (1Sm 8:14).

Suas palavras se cumpriram de modo trágico num dos crimes mais hediondos da história de Israel. O rei Acabe desejou possuir a vinha de Nabote, que ficava ao lado do palácio real, propondo dar-lhe outra melhor ou pagar o seu justo valor em dinheiro (1Rs 21). A oferta do rei era, aparentemente, razoável e Nabote tem sido às vezes criticado por não tê-la aceito.

Mas é preciso ter em mente que Nabote era um homem leal a Deus, e a lei divina, dada através de Moisés, estipulava que a herança paterna só poderia ser vendida em caso de extrema necessidade, e ainda assim sob a condição de poder ser recomprada a qualquer momento e, se não fosse, retornaria ao proprietário original no ano do jubileu (Lv 25:13-28). E foi baseado no código levítico que Nabote respondeu ao rei: “Guarde-me o Senhor de que eu dê a herança de meus pais” (1Rs 21:3).

Acabe não esperava essa recusa e voltou ao palácio desgostoso e indignado. Além de não poder ter a cobiçada vinha, ficara implícita a lição moral e espiritual que Nabote lhe dera: “Você, que é rei e devia ser o primeiro a cumprir a lei, quer desrespeitá-la?” E Acabe, vítima de sua própria imaturidade emocional, ficou de cama e não quis comer.

Então entra em cena Jezabel, aquela mesma que pôs o profeta Elias para correr. “Pode deixar que eu resolvo!”, disse ela. E imediatamente se pôs a escrever cartas em nome do rei e as enviou aos anciãos e aos nobres da cidade, para que apregoassem um jejum, conseguissem dois homens malignos que testemunhassem contra Nabote, acusando-o de blasfêmia contra Deus e contra o rei, e então fosse apedrejado.

A magistratura corrupta da cidade fez exatamente o que Jezabel ordenara. E o fiel Nabote foi apedrejado junto com sua família. Morreu como mártir de sua fé e lealdade a Deus. Mas Acabe e Jezabel pagaram caro por isso (1Rs 21:19; 22:34-38, 2Rs 9:36).

A transgressão do décimo mandamento levou Acabe e Jezabel a quebrarem também o sexto, o oitavo e o nono, o que mostra que um pecado leva a outro. Que Deus nos ajude, hoje, a não condescendermos com o pecado, por mais inofensivo que pareça, “pois no fim ele morde como uma cobra venenosa” (Pv 23:32, NTLH).

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O amor tem o poder de reconciliar

Vai primeiro reconciliar-se com teu irmão. Mateus 5:24



Dois irmãos gêmeos residiam numa cidade do interior dos Estados Unidos. Quando o pai deles morreu, eles passaram a administrar a casa comercial que o pai lhes deixara.



Um dia um cliente veio fazer uma pequena compra e a pagou com uma nota de um dólar. O irmão que fez a venda colocou o dólar sobre a caixa registradora, e acompanhou o comprador até a porta, para se despedir. Ao voltar, a nota de um dólar havia desaparecido.



Então ele perguntou ao outro irmão:



– Você pegou o dólar que eu deixei aqui?



– Não, não peguei – respondeu o irmão.



– Como é que não? Não havia mais ninguém na loja! Você pegou, sim!



– Eu já disse que não peguei! – respondeu o irritado irmão.



Por causa desse pequeno incidente, os irmãos passaram a desconfiar um do outro, e finalmente não mais puderam trabalhar juntos. E puseram uma divisória no meio da loja, dividindo-a em duas metades, de modo que cada um dos irmãos passou a atender os fregueses na sua metade. Com raiva um do outro, eles não se falaram durante 20 anos. Tudo por causa de um dólar.



Mas um dia, um estranho estacionou o carro em frente, entrou numa das lojas e perguntou a um dos irmãos:



– Faz muito tempo que o senhor tem essa loja aqui?



– Uns 30 ou 40 anos – respondeu o dono.



– Olha – disse o estranho – há 20 anos eu cheguei a esta cidade num vagão de carga. Estava desempregado, sem dinheiro e não havia me alimentado por vários dias. Vim por aquela alameda ali, olhei pela janela de sua loja, e vi uma nota de um dólar sobre a caixa registradora. Entrei de mansinho, sem que ninguém me visse, e a apanhei.



Mas recentemente me tornei cristão. Eu me converti e aceitei Cristo como meu Salvador pessoal. E agora sei que cometi um erro ao pegar aquele dólar. Vim aqui para devolver-lhe o dinheiro com juros e pedir-lhe perdão.



Quando o homem terminou sua confissão, o velho dono da loja começou a chorar e lhe disse: “O senhor poderia me fazer um favor? Vá à loja aqui ao lado e conte essa história ao meu irmão!”



E quando o homem contou a mesma história ao segundo irmão, os dois gêmeos, que não se haviam falado durante 20 anos por causa disso, se abraçaram, choraram, pediram desculpas um ao outro, e se reconciliaram. Vinte anos de sofrimento e de laços cortados, baseados não em fatos, mas em desconfiança e desentendimento. E então veio a cura; veio a reconciliação entre eles, porque um estranho conheceu o amor de Cristo e se converteu.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Deus inventou o sexo

Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Gênesis 2:24



A esposa de um alto funcionário do governo tenta seduzir o mordomo de sua casa. Como não consegue, acusa-o de tentativa de estupro e ele acaba preso.



O filho de um rei planeja seduzir uma bela jovem, mas ela o rejeita. Após forçá-la, ele a expulsa de casa. Essa atitude resulta em tragédia para ambos.



Os habitantes de uma grande cidade se tornam liberais e permissivos em matéria de sexo, e o homossexualismo é praticado abertamente.



Essas poderiam ser manchetes dos jornais modernos. Mas foram baseadas em relatos da Bíblia – um livro que não esconde os pecados sexuais de seu tempo e indica a atitude correta que se deve ter com relação ao sexo.



Essas orientações são extremamente proveitosas nos tempos confusos e permissivos em que vivemos. Nos últimos dois séculos o comportamento sexual da sociedade ocidental oscilou de um extremo a outro. A mentalidade vitoriana (1837-1901) acreditava no amor sem sexo. Hoje se acredita em sexo sem amor. A visão puritana do sexo como um “mal necessário” à procriação foi seguida da visão popular do sexo como recreação. Ambos os extremos são errados, segundo o propósito divino. E qual é esse propósito?



Os casais não precisam se sentir culpados ao praticarem o sexo dentro do matrimônio, como acontecia na era vitoriana, pois quando Deus disse ao primeiro casal: “Sede fecundos, multiplicai-vos” (Gn 1:28), indicou que a maneira de promover essa multiplicação seria através da união sexual e não por meio de provetas de laboratório. Isso não significa, porém, que o sexo entre os seres humanos tenha apenas função reprodutiva, pois isso seria nivelar o ser humano aos animais.



A expressão bíblica “tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2:24) significa que o ato sexual entre marido e mulher, além de ser um meio reprodutivo, tem também uma função psicológica, isto é, deve preencher as necessidades emocionais e afetivas do casal.



Na Bíblia o sexo é apresentado como uma bênção divina que pode ser desfrutada de modo prazeroso e legítimo unicamente dentro dos sagrados laços do matrimônio. Leia Eclesiastes 9:7-9; Cantares 7:10-12; 1 Coríntios 7:2-5; Hebreus 13:4.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Brincando de esconder?

Até quando, Senhor? Esconder-Te-ás para sempre? Salmo 89:46

O poeta Castro Alves assim inicia seu poema Vozes da África: “Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela Tu Te escondes, embuçado nos céus?”

Parece que Deus responde a essa pergunta de Castro Alves através do profeta Jeremias, dizendo: “Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29:13). Deus Se deixar achar por aqueles que O buscam com o coração sincero. Essa deveria ser uma busca relativamente fácil, pois Paulo afirma que Ele “não está longe de cada um de nós” (At 17:27).

Na brincadeira infantil de esconde-esconde uma criança procura as que estão escondidas, e depois ela se esconde enquanto outra procura achá-la. Essa brincadeira ilustra o que ocorreu com Adão. Quando ele pecou, se escondeu, e Deus saiu à sua procura, chamando: “Onde estás?” (Gn 3:9).

A Bíblia compara Deus a uma mãe que procura os filhos, a uma galinha que ajunta os pintinhos debaixo das asas, a uma mulher que procura uma moeda perdida, a um pastor que sai em busca da ovelha perdida. Deus é quem procura Seus filhos, mas também é quem Se esconde.

Um dia o filho do rabino Schneur Zalman veio correndo ao seu encontro, chorando. Entre um soluço e outro, ele disse: “Pai, eu estava brincando de esconde-esconde com os outros meninos. Quando foi a minha vez de me esconder, encontrei um bom lugar no meio das árvores, e esperei lá por horas que eles me encontrassem. Mas não apareceu ninguém. Depois fiquei sabendo que eles haviam se cansado de brincar. Eles simplesmente me deixaram lá sozinho, sem me avisar nada.”

O rabino pôs os braços em torno do filho e lhe disse: “Ah, filho, isso é o que acontece com Deus também. Ele está sempre Se escondendo, esperando que os Seus filhos venham procurá-Lo. Mas, muitas vezes, eles O deixam sozinho e chorando, desejando ser encontrado.”
Deus Se esconde como um ato de amor, para que O busquemos. E a Sua promessa é que essa busca terminará com encontro maravilhoso com Ele, se O buscarmos de todo o coração.

Deus já achou você. Agora é a sua vez de procurá-Lo.

domingo, 25 de julho de 2010

Cura para o perfeccionismo

Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Filipenses 3:12

O que há de errado em tentar ser perfeito? A Bíblia não diz que devemos fazer tudo segundo as nossas forças? (Ec 9:10). Sem dúvida. O que não é saudável é medir nosso valor como seres humanos através do desempenho pessoal. A Bíblia também diz que devemos fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10:31). Se o meu mérito diante de Deus e dos homens depende de meu desempenho, a quem estou tentando glorificar?

E é aí que está o problema. Segundo os psicólogos, o perfeccionista baseia seu valor naquilo que os outros pensam dele. Como deseja ser tido em alta conta pelas pessoas, faz de tudo para parecer perfeito. E por isso, é extremamente exigente consigo e com os outros. Nada do que ele ou alguém faz é suficiente. Trabalha excessivamente para alcançar uma perfeição fugidia e não consegue relaxar.

Essa doença pode ter tido origem na infância, quando a criança procura obter inutilmente a aprovação dos pais, como exemplifica o Dr. David A. Seamans: Bill, por mais que tentasse, não conseguia satisfazer o pai. Trazia o boletim com notas 8 e 9, mas o pai dizia: “Bill, acho que se você se esforçar um pouco mais, poderá tirar 9 em tudo, não é?”

Então, Bill se pôs a estudar ainda mais, e certo dia trouxe o boletim com 9 em todas as matérias. Então o pai disse: “Mas sabe de uma coisa? Se você se esforçar um pouco mais, poderá tirar 10 em tudo.”

E ele estudou e se esforçou durante vários meses, até que finalmente ganhou 10 em tudo. Agora o pai e a mãe certamente ficariam muito satisfeitos com ele. Mas o pai olhou o boletim e disse: “Ah, conheço esses professores. Eles dão 10 à-toa!” (Cura Para os Traumas Emocionais, p. 21).

É impossível satisfazer um pai assim. E a mesma imagem que a criança tem do seu pai, terá de Deus também. Parece que Deus está sempre lhe dizendo: ”Ainda não está bom. Esforce-se um pouco mais.”

A cura para o perfeccionismo não é você se tornar relapso. Não é desistir de tudo. Apenas humilhe-se diante de Deus, como o publicano da parábola (Lc 18:9-14), reconhecendo sua impotência para lutar corpo a corpo contra o pecado, e aceite a justificação divina. Deus o aceita com todos os defeitos e pecados. Lembre-se de que o fariseu da parábola, que se julgava perfeito, não foi justificado.

sábado, 24 de julho de 2010

Sabe das últimas?

Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades. Atos 17:21

A verdade é que todos devemos trabalhar. Ninguém pode se dar ao luxo de viver ociosamente. Mas quando uma nação atinge um elevado nível de civilização e riqueza, multidões vivem na ociosidade e podem descambar para a depravação sexual, como aconteceu em Sodoma, ou se dedicar à arte, ciência, música, política, entretenimento, religião ou filosofia, como em Atenas.

Muitos estrangeiros, vindos de todas as partes do império romano, residiam em Atenas, atraídos principalmente por sua cultura. Havia estudantes universitários, artistas, filósofos e curiosos de todos os tipos, que tinham tempo de sobra para “dizer ou ouvir as últimas novidades”. Demóstenes já havia escrito, trezentos anos antes de Paulo chegar em Atenas: “Ao invés de resguardardes as vossas liberdades, viveis a vaguear e a buscar novidades.”

Paulo, ao pregar na praça, despertou a curiosidade dos filósofos, os quais o levaram ao Areópago para que ele explicasse melhor que nova doutrina era essa. E Paulo disse que a grande novidade é que um homem chamado Jesus Cristo havia morrido em Jerusalém e ressuscitado para salvar todo aquele que nEle cresse. Essa nova de que alguém havia ressuscitado dos mortos, porém, não foi bem recebida pelos seus ouvintes, os quais o ridicularizaram, dizendo: “A respeito disso te ouviremos noutra ocasião” (At 17:32). Felizmente a sua pregação não foi de todo perdida, pois alguns homens “se agregaram a ele e creram” (v. 34).

À semelhança dos atenienses, há membros da igreja que estão sempre à cata de novidades, e muitas vezes se deixam levar por qualquer vento de doutrina que aparece. Mas “os que estão bebendo da fonte da vida não hão de, à semelhança dos mundanos, manifestar um ansioso desejo de novidades e prazeres” (Mensagens aos Jovens, p. 181).

Em vez de nos preocuparmos com novidades, vamos reafirmar nosso compromisso com as velhas normas: praticar a justiça, exercer misericórdia, preferir-nos em honra uns aos outros, tratar a todos com cortesia e respeito e fazer de Cristo o único Senhor de nossa vida.

A nossa grande necessidade, hoje, não é de nova luz; é a de pôr em prática a luz que já recebemos. Não é de novas verdades que a Igreja carece; é a de viver segundo os imutáveis princípios da Palavra de Deus.

Naquilo que realmente conta, o que é antigo é melhor.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Canibais convertidos

Cantai ao Senhor um cântico novo e o seu louvor até às extremidades da terra, vós, os que navegais pelo mar e tudo quanto há nele, vós, terras do mar e seus moradores. Isaías 42:10

Durante a Segunda Guerra Mundial a lancha-torpedeira do tenente John foi bombardeada e afundada por um contratorpedeiro japonês perto das Ilhas Salomão. Após se agarrarem aos destroços de seu barco por algumas horas, os onze sobreviventes decidiram tentar nadar até uma ilha que se avistava à distância. Cinco horas mais tarde eles chegaram exaustos à praia.

A ilha, porém, era desabitada. Mais tarde, o tenente John e seu imediato George Ross, decidiram ir a nado até outra ilha para pedir ajuda. Enquanto estavam nadando, alguns nativos, em suas canoas os viram e remaram na direção deles. Os dois americanos sabiam que essas ilhas do Pacífico haviam sido habitadas por canibais ferozes. Quando as canoas se aproximaram, eles devem ter-se perguntado se seriam resgatados ou devorados.

Felizmente para George Ross e o tenente John, que não era outro senão John Fitzgerald Kennedy, que mais tarde se tornou presidente dos Estados Unidos, os nativos daquelas canoas eram adventistas do sétimo dia. Embora seus ancestrais tivessem sido canibais, eles se haviam convertido pela Palavra de Deus (Signs of the Times, janeiro, 1995, p. 22).

Esta é mais uma prova do poder transformador da Palavra de Deus, que pode converter perigosos canibais em amorosos cristãos. Ela pode fazer com que endurecidos criminosos se tornem bons cidadãos.

Para você e eu, que já somos cristãos, o que a Palavra de Deus pode fazer? Em primeiro lugar, ela nos ajuda a evitar erros e pecados (Mt 22:29; Sl 119:11). Além disso, nos torna sábios para a salvação (2Tm 3:15); é o melhor meio de robustecer o intelecto (Mensagens aos Jovens, p. 253); guia nos negócios desta vida (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 448); exerce uma influência santificadora sobre o espírito (Testemunhos Seletos, v. 1, p. 83); torna-nos mais familiarizados com Cristo (Mensagens aos Jovens, p. 121); ajuda a desenvolver a memória e revela a vontade de Deus para nós (Fundamentos da Educação Cristã, p. 390); traz iluminação divina (O Desejado de Todas Nações, p. 459); enriquece a mente e nos fortalece contra as tentações de Satanás (Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 19), e muitos outros benefícios.

A Bíblia é a voz de Deus ao homem. Não podemos nos dar ao luxo de negligenciá-la.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um homem, duas mulheres

Houve um homem [...] cujo nome era Elcana [...] Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra, Penina. 1 Samuel 1:1, 2

É bem conhecida a afirmação de que “por trás de um homem de sucesso sempre existe uma mulher”. Por outro lado, diz-se também que “por trás de um homem fracassado, geralmente existem duas.” O ex-presidente americano Bill Clinton quase perdeu o cargo por causa de uma amante.

No sexto dia da Criação Deus fez um homem e uma mulher (Gn 2:18), o que indica que a relação ideal é a monogamia. Entretanto, muito cedo na história da humanidade, este ideal foi pervertido, quando o patriarca Lameque tomou para si duas mulheres (Gn 4:19).

Milênios mais tarde, em virtude da “dureza dos corações”, Moisés, por orientação divina, regulamentou a prática da bigamia (ver Dt 21:15) para evitar injustiças com os herdeiros. A bigamia ou poligamia, no Antigo Testamento, nunca foi incentivada. Foi apenas tolerada até que os filhos de Deus fossem educados e alcançassem uma condição mais elevada.

A relação de um homem com duas mulheres é sempre complicada e traz muitos dissabores. Jacó, por exemplo, casou com duas mulheres irmãs. Ele amava Raquel, e serviu ao gananacioso sogro Labão durante sete anos para casar-se com ela. Mas na noite de núpcias foi enganado e recebeu Lia, irmã de Raquel (Gn 29:25). Ele só desposou Raquel ao assumir o compromisso de servir mais sete anos. E então, quando a felicidade finalmente pareceu sorrir-lhe, a vida dele virou um inferno, pois as duas irmãs se tornaram rivais e passaram a ter ciúmes e a competir entre si pelo mesmo homem (Gn 30:8). Lia chegou a alugar Jacó por uma noite, em troca das mandrágoras que deu a Raquel (Gn 30:16).

Experiência semelhante teve Elcana, casado em primeiras núpcias com Ana. Como Ana era estéril, Elcana tomou para si outra mulher, chamada Penina. “Mas este passo, motivado pela falta de fé em Deus, não trouxe felicidade. Filhos e filhas foram acrescentados à casa; mas a alegria e beleza da sagrada instituição de Deus foram mareadas, e interrompera-se a paz da família. Penina, a nova esposa, era ciumenta e dotada de espírito estreito, e conduzia-se com orgulho e insolência” (Patriarcas e Profetas, p. 569).

O ideal de Deus não pode ser contrariado sem produzir infelicidade. Não só o oficial da igreja deve ser marido de uma só mulher (1Tm 3:2), mas todo e qualquer cristão fiel a Deus.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sacrifício de louvor

Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o Seu nome. Hebreus 13:15

Kay Rizzo conta que um pequeno avião transportando quatro médicos, saiu de Anchorage, Alaska, e começou a atravessar o mar de Bering, rumo ao extremo oriental da Rússia. Então, o avião apresentou problemas nos motores. Primeiro um motor começou a falhar e tossir até parar. Enquanto o piloto pedia socorro pelo rádio, o outro motor entrou em pane.

“Treze minutos”, pensou Don, um dos membros do grupo. “Treze minutos é o tempo de graça que teremos até entrar em hipotermia. Oh, Deus”, exclamou ele, enquanto mergulhava nas águas geladas do Mar de Bering.

Voltando à tona, ele se viu cantando um verso do Salmo 118: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (v. 24). Seus companheiros olharam para ele incrédulos. O medo o teria deixado insano? A água gelada teria entorpecido seu cérebro?

Os treze minutos de prazo para congelar passaram. Então quinze, vinte. Ele pensou na esposa e nos filhos em casa, na Califórnia, brincando junto à piscina. Vinte e cinco minutos, trinta, quarenta e cinco. Ao cair na água Don não pensou no hino que deveria cantar.

Ele espontaneamente cantou as palavras que havia memorizado anos antes, como era hábito seu – o hábito de louvar a Deus. Ele havia aprendido a oferecer a Deus, sempre, um sacrifício de louvor.

Do ponto de vista humano, louvar a Deus na adversidade não faz sentido. É mais fácil louvar a Deus nos dias ensolarados, junto a uma mesa repleta dos nossos alimentos favoritos. Mas louvá-Lo nos dias cinzentos ou durante longas noites passadas em claro, sentindo dores, requer sacrifício. Sacrifício de nosso desejo de entender por que certas coisas acontecem.

Uma hora após o piloto ter pedido socorro, um grupo de resgate da Guarda Costeira chegou, esperando encontrar apenas os restos do avião. Mas para sua surpresa, eles tiraram da água todos os seis sobreviventes, e nenhum deles com hipotermia. Milagre? Sem dúvida.
Como Don, precisamos cultivar o hábito de louvar a Deus em qualquer circunstância, não só quando tudo está correndo bem. “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele.”

terça-feira, 20 de julho de 2010

O poder do pensamento

Porque, como imagina em sua alma, assim ele é. Provérbios 23:7

Certa vez, um tripulante de um trem ficou acidentalmente trancado no carro-frigorífico. Os demais tripulantes não notaram sua falta e foram para casa, à noite. Quando o homem percebeu que estava trancado no vagão, começou a bater na porta até os seus pulsos sangrarem. Gritou por socorro até ficar rouco e quase sem voz. “Vou morrer congelado antes de alguém me encontrar”, pensou ele.

O pânico tomou conta dele. No frigorífico ele encontrou uma faca e penosamente começou a entalhar uma mensagem no piso de madeira: “Está muito frio, e meu corpo está ficando dormente... Se eu tão-somente pudesse dormir... talvez estas sejam minhas últimas palavras.”

Na manhã seguinte o corpo do homem foi encontrado dentro do frigorífico. Todos os sinais físicos indicavam que ele morrera congelado.

Uma coisa apenas deixou os investigadores intrigados. O frigorífico não estava ligado. A temperatura dentro dele não caíra abaixo de 15º C. Não fora o frio, e sim a convicção do pobre homem que o matou.

Tal é o poder do pensamento, que pode causar inúmeras doenças psicossomáticas e até mesmo a morte. Uma das doenças mais perturbadoras de nosso tempo é a anorexia nervosa (falta de apetite), que afeta principalmente moças entre os 15 e os 25 anos de idade, e já levou várias delas à morte.

Uma jovem com anorexia simplesmente acredita que é gorda demais, não importa seu peso. Você pode lhe mostrar uma foto dela em pele e ossos, parecendo uma vítima de inanição, e ainda assim ela se recusará a comer, alegando que está muito gorda. Imaginem a angústia dos familiares e amigos ao tentarem fazê-la mudar de ideia. Para o anoréxico a realidade não é tão importante como o que ele imagina ser a sua situação. O que você pensa a seu respeito determinará seu futuro.

Um exemplo bíblico do poder da convicção pessoal está na experiência dos doze espias. Ao voltarem de Canaã, eles apresentaram seu relatório, dizendo que o povo “é poderoso, e as cidades, mui grandes e fortificadas” (Nm 13:28). E quando Calebe conclamou o povo a subir e possuir a terra, “os homens que com ele tinham subido disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós” (v. 31).

Havia gigantes, cidades muradas, carros de ferro. Mas Josué e Calebe, que acreditavam que Deus é superior a tudo isso, possuíram a terra. Os outros morreram no deserto. Entendeu?

Se você não acreditar, nada vai acontecer.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Versatilidade ou conformismo?

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente. Romanos 12:2

A rainha Vitória, da Inglaterra, tinha várias filhas. E elas eram como as garotas de hoje: iam à escola, observavam as últimas modas e queriam se vestir como as outras moças. E um dia elas chegaram ao palácio falando alto à sua mãe, dizendo que queriam roupas assim e assim e o chapéu daquele outro jeito. Mas a mãe as atalhou dizendo: “Vocês são filhas da rainha. E as filhas da rainha não seguem a moda. Elas ditam a moda!”

Esse é um bom exemplo para nós, como cristãos. Vivemos em sociedade, mas não pertencemos à sociedade. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Devemos estabelecer padrões de comportamento em vez de nos escravizarmos às imposições da sociedade. É verdade que somos minoria, mas lembremo-nos de que é necessária apenas uma pitada de sal para salgar o alimento todo.

Quando Israel entrou em contato com as nações pagãs, gradativamente se adaptou aos seus costumes. Em vez de influenciá-las, foi influenciado por elas. O resultado foi desastroso, tanto para sua vida espiritual como para a prosperidade temporal. O mesmo ocorreu com as igrejas da Ásia. O mundanismo que as contaminou provocou-lhes a ruína. Sardes tinha nome de que vive, mas estava morta. Laodiceia era morna.

Alguns cristãos imaginam que terão mais influência sobre o mundo se descerem ao seu nível. É um grande engano. Se queremos ensinar as crianças a escrever corretamente, não podemos dar-lhes livros cheios de incorreções ortográficas e gramaticais. O mundo nunca se tornou melhor através de ideais inferiores. Os deuses do paganismo não elevaram a humanidade. De igual modo, não é o cristão “meia-tigela” que influenciará positivamente aqueles que o cercam, mas o que possui ideais elevados e que, com a ajuda divina, vive à altura de sua profissão de fé.

Paulo, como grande evangelizador que era, diz que procedeu “para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus”, e que se fez “fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos” (1Co 9:20, 22). Isso não significa que ele era uma espécie de camaleão, que muda de cor conforme o ambiente, mas que tinha versatilidade para adaptar tanto sua mensagem como seu comportamento às várias classes de pessoas, quando isso não envolvia condescendência com os princípios.

Versatilidade, sim. Conformismo, não.

domingo, 18 de julho de 2010

Milagres contemporâneos

E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários. Atos 19:11

Quando pensamos nos milagres que Jesus realizou e também naqueles que foram realizados pelos profetas do Antigo Testamento, como Eliseu, ou pelos apóstolos, depois da ascensão de Cristo ao Céu, podemos nos perguntar: “Por que a igreja hoje não tem esse mesmo poder? Será que alguém de nós poderia operar tais milagres?”

Em primeiro lugar, temos que considerar que hoje também são operados milagres, sim. Talvez de forma diferente. Muitas pessoas que estão internadas em estado grave nos hospitais acabam saindo de lá sadias, e isto não é mérito exclusivo dos médicos e remédios, mas de Deus, que cura e dá vida, especialmente quando se ora por essas pessoas. Mas como estavam no hospital, atribuímos a cura ao tratamento que receberam e não a milagres de Deus.

Além disso, temos uma mensagem de saúde muito importante, dada por Deus através dos escritos de Ellen White, e que pode realizar muitos milagres na recuperação da saúde de uma pessoa, além dos médicos, remédios e equipamentos que temos à nossa disposição hoje em dia, não havendo muitas vezes a necessidade de um milagre. É preciso lembrar, também, que nem todos os milagres ocorrem de modo visível e fantástico.

Mas o maior milagre que pode ocorrer é, sem dúvida, a transformação do caráter e da vida de uma pessoa. Mesmo quando Jesus esteve entre nós, a prioridade de Deus sempre foi a salvação, e depois a cura física.

Roberto é um rapaz de 33 anos que mora em Florianópolis. Ele bebia, fumava e usava vários tipos de drogas. Ameaçava a mulher e o filho quando tentavam ir à igreja. Não deixava sua mulher ser batizada. Dizia que iria matá-la, se isso ocorresse. Mas ela foi batizada assim mesmo, e eles acabaram se separando.

Certo dia, Roberto quebrou o pé e as únicas pessoas que o visitaram e lhe deram apoio foram sua mulher e as pessoas da igreja que ela frequentava. Aos poucos, ele recebeu estudos e foi se convertendo, até que foi batizado também. Hoje é uma pessoa atuante na igreja, ajudando outros a terem sua vida transformada pelos milagres de Deus. – Fábio R. Scheffel

sábado, 17 de julho de 2010

Para os que têm ouvidos

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Mateus 11:15

Conta-se que antigamente, na China, o grau de sabedoria de uma pessoa era medido pelo tamanho de sua orelha. Quanto maior a orelha, mais sábia era considerada a pessoa. Para eles, ter orelha grande significava que a pessoa mais ouvia do que falava.

Uma senhora, durante uma festa em sua casa, resolveu testar o grau de atenção com que seus convidados a ouviam. Ao servir canapés, dizia: “Prove um. Eu pus estricnina neles.” Todos os convidados acharam os canapés uma delícia e pediram a receita. Ninguém havia prestado atenção no que ela dissera, ou não sabiam que estricnina é veneno.

Um filósofo observou que o homem tem dois ouvidos e apenas uma boca, o que é uma indicação de que ele deve estar mais pronto a ouvir do que a falar.

Na Bíblia há mais de 1.300 textos contendo o verbo ouvir. As expressões “ouvi a palavra do Senhor”, no Antigo Testamento, e “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, no Novo, são repetidas muitas vezes. O cristão deve estar sempre pronto a ouvir, pois “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17, ARC).

Um espírito receptivo e atento, porém, não é suficiente. O ouvir deve ser seguido pela ação. Que valor tem o ouvir a palavra de Deus, sem, no entanto, colocá-la em prática e se deixar transformar por ela? O conhecimento sem obediência apenas aumenta a responsabilidade do ouvinte e sua consequente condenação, como Cristo deixou claro: “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites” (Lc 12:47, 48).

Um antigo provérbio diz que você pode conduzir um cavalo ao bebedouro, mas não pode obrigá-lo a beber. Assim também Deus pode enviar Seus mensageiros, mas os homens podem recusar-se a ouvi-los. Tal qual Isaías clamou: “Quem creu em nossa pregação?” (Is 53:1), muitos ministros têm lamentado seu pouco sucesso. A revelação divina é ineficaz se não houver resposta humana. Por isso é que Jesus, em Seus ensinos, apela aos que têm ouvidos, que os utilizem para ouvir. Paulo faz o mesmo apelo:

“Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3:7, 8).

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Serpentes à beira do caminho

Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Mateus 23:33



Chamar alguém de “serpente”, especialmente de “cascavel” ou “jararaca”, é sempre uma ofensa. No entanto, mesmo as cascavéis podem nos ensinar uma interessante lição.



Ao lutarem entre si, evitam picar-se mutuamente, pois não são imunes ao seu veneno e podem morrer. Sua luta consiste em tentar empurrar a rival para trás, sobre si mesma. As duas adversárias se encaram de frente, erguendo um terço de seu corpo acima do chão, bamboleando e se entrelaçando, uma forçando a outra como num braço-de-ferro. A mais forte derruba a adversária e a imobiliza com o peso de seu corpo por alguns segundos, e então a perdedora vai embora, sem ter sido picada.



Até as cascavéis, portanto, têm o seu código de honra e evitam matar-se. O homem, porém, criado um pouco menor do que os anjos é capaz de assassinar o semelhante. Quando permite que a ira o domine, pode agredir alguém fisicamente ou com palavras que destilam peçonha mortal, tornando-se não apenas inferior aos anjos, mas também aos animais.



A Palavra de Deus compara alguns tipos humanos a animais. Cristo certa vez Se referiu a Herodes como sendo uma raposa (Lc 13:31, 32). Chamou os escribas e fariseus de “raça de víboras”, repetindo os termos de João Batista (Mt 3:7; 23:33). Em outra ocasião, disse aos discípulos que os estava enviando “como ovelhas para o meio de lobos”. E recomendou-lhes que fossem “prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10:16). O próprio Cristo é comparado a um cordeiro (Is 53:7), e também a um leão (Ap 5:5).



Ao proferir as bênçãos proféticas sobre seus filhos, Jacó disse que Dã seria uma “serpente junto ao caminho” (Gn 49:17), indicando que essa tribo seria traiçoeira e astuta.



Em nosso jornadear para o reino de Deus encontraremos serpentes à beira do caminho, que tentarão amedrontar-nos, desviar-nos, fazer-nos desistir ou ferir-nos traiçoeiramente. Essas serpentes, sejam elas heresias, más companhias, drogas ou mundanismo em todas as suas formas, são todas filhas da “antiga serpente, que se chama diabo e Satanás” (Ap 12:9). É preciso ter cuidado, mas se formos picados, há um antídoto eficaz:



“Os que foram picados por aquela velha serpente, o diabo, são convidados a olhar e viver [...] Olhai tão-somente a Jesus como vossa justiça e sacrifício. Ao serdes justificados pela fé, a mortal picada da serpente será curada” (Filhos e Filhas de Deus, p. 222).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Emoções negativas

Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Tiago 1:19

Há indivíduos que são exatamente o contrário do que o texto acima recomenda: são tardios para ouvir, prontos para falar e prontos para se irar.

A literatura religiosa judaica diz que “há quatro variedades de disposição. Primeiramente, há aqueles que facilmente se iram, mas que facilmente são pacificados; esses perdem por um lado e ganham por outro. Em segundo lugar, há aqueles que não se iram facilmente, mas que dificilmente podem ser aplacados; esses ganham por um lado e perdem por outro. Em terceiro lugar, há aqueles que dificilmente se iram e que facilmente são aplacados; esses são os bons. Em quarto lugar, há aqueles que se iram facilmente, e dificilmente se deixam aplacar; esses são os ímpios” (Midrash hannalam, cap. V., 11).

As emoções negativas são destrutivas: destroem os outros e o próprio ofensor. Um exemplo disto é o acidente ocorrido em 18 de junho de 1972, quando um avião se espatifou no aeroporto de Heathrow, em Londres, causando a morte de 118 pessoas.

Após intensa investigação, descobriu-se que o piloto estava descontente com a maneira como uma greve dos aviadores havia sido resolvida. Além disso, quando o piloto decolou, percebeu que o avião estava desequilibrado. Os funcionários haviam distribuído mal o peso da carga. E o piloto, já mal-humorado, ficou furioso e fez uma manobra de correção brusca demais, levando o avião a mergulhar na pista matando 118 homens, mulheres e crianças. Às vezes, tanto culpados como inocentes pagam caro demais pela hostilidade descontrolada.

Conta-se que Charles Spurgeon tinha um amigo que era pastor e havia escrito um livro intitulado Vinde a Jesus. Outro pastor escreveu um artigo ridicularizando o livro. De início, o amigo de Spurgeon sofreu em silêncio, mas com o passar do tempo a crítica ganhou maior publicidade, e então o ressentimento e a ira do autor do livro se tornaram incontroláveis. Ele escreveu uma violenta resposta ao crítico e disse coisas horríveis, que nunca teria dito sob outras circunstâncias.

Mas antes de pôr a carta no correio ele a mostrou a Spurgeon e lhe perguntou se deveria enviá-la. Spurgeon leu e disse: “Mande-a imediatamente. Mas antes escreva abaixo de sua assinatura: “Do autor de Vinde a Jesus”.

O amigo não teve coragem de enviar a carta.

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A maior surpresa de todos os tempos

Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. Apocalipse 3:3

Como igreja, acreditamos que os sinais dos tempos indicam a proximidade da volta de Jesus. Mas muitos irmãos não têm tanta certeza disso, porque as “guerras e rumores de guerras” (Mt 24:6; Mc 13:7), tão comuns em nossos dias, sempre existiram. Os males e as corrupções dos últimos dias, de que Paulo fala em 2 Timóteo 3, também existiam naquele tempo. Em outras palavras, os pecados de hoje não chegam a ser uma novidade. Além disso, a Bíblia fala de um “tempo de angústia” (Dn 12:1) antes do fim. Consequentemente, concluem alguns, o mundo ainda não chegou ao fundo do poço para que Jesus volte.

Mas este pode ser um grande e perigoso engano, pois a Palavra de Deus repetidamente diz que Jesus virá como um ladrão para os que não estiverem vigilantes (ver Mt 24:42-44, Lc 12:39, 1Ts 5:2; 2Pe 3:10, Ap 3:3; 16:15). É verdade que haverá tempo de angústia e perseguição em vários lugares, mas muitos textos também dizem que a vida transcorrerá normalmente por ocasião da vinda de Cristo. As pessoas estarão comendo, bebendo, casando-se, trabalhando (Mt 24:38-41) e envolvidas na rotina diária da vida quando Jesus voltar.

Ou seja: a segunda vinda será uma surpresa tão grande como foi a primeira.

Não é seguro, portanto, dizer que Jesus vai demorar a voltar: “Ninguém julgue estar isento do perigo de ser apanhado de surpresa. Não permitais que a interpretação profética de pessoa alguma arrebate vossa convicção do conhecimento de ocorrências que revelam que este grande acontecimento está bem próximo” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 336).

Este fato é ilustrado em Mateus 17:9-13, onde os discípulos perguntam a Cristo como poderia Ele ser o Messias se Elias ainda não havia vindo. E Jesus respondeu que Elias já viera, na pessoa de João Batista, “e não o reconheceram” (v. 12). Cristo veio pela primeira vez quando os doutores da lei não O estavam esperando. E as Escrituras afirmam que “à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24:44).

Assim como os discípulos e os intérpretes das profecias deixaram de perceber um dos mais importantes sinais da Sua primeira vinda, não poderíamos estar desapercebidos aos sinais que estão ocorrendo ao nosso redor e que indicam a proximidade de Sua vinda?

Se vivermos cada dia como se Ele viesse hoje, não seremos apanhados de surpresa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Voltando à estaca zero

Não temas, quando alguém se enriquecer, quando avultar a glória de sua casa; pois, em morrendo, nada levará consigo, a sua glória não o acompanhará. Salmo 49:16, 17

Na pequena cidade de Stewart, Flórida, uma longa fila de carros se movia vagarosamente por uma das avenidas. Era um cortejo fúnebre, com todos os seus componentes: carro funerário coberto de flores, grupo de amigos e parentes chorando em silêncio. Tudo normal, exceto uma coisa: O cortejo era seguido por um trailer no qual estava pregada uma faixa com as seguintes palavras: “Estou levando-o comigo”.

Achamos ridícula a ideia de alguém pretender desfrutar seus bens na sepultura. No entanto, há pessoas tão apegadas às posses, que vivem como se fossem conservá-las após a morte. Um homem disse com ironia: “O meu caixão vai ter dois andares; um deles só para as minhas escrituras.”

No antigo Egito, a construção de pirâmides e a mumificação dos faraós era motivada pela concepção de que a trajetória humana continuava após a morte do corpo, por toda a eternidade, desde que lhe fossem proporcionadas as condições para isso: habitação sólida, alimento, escravos, objetos de uso cotidiano e conservação do corpo. Diz C. W. Ceram: “Milhares de vidas foram sacrificadas na tarefa de dar a um morto a segurança e a vida eternas.”

Nas Escrituras Sagradas, porém, não há lugar para almas penadas, espíritos errantes, purgatório, ou qualquer outra forma de vida consciente após a morte: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Ec 9:5, 6). O apóstolo Pedro utiliza um realismo semelhante, ao dizer: “Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor” (1Pe 1:24). Esta é a realidade nua e crua.

Jesus aceitou a morte como um sono (Jo 11:11), mas não nos deixou sem esperança, ao declarar: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11:25).

Nada levaremos daqui. Voltaremos à estaca zero, como quando nascemos. Mas se dormirmos em Cristo, ressuscitaremos e com Ele reinaremos na glória eterna.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Epitáfios

Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão. João 5:28

Em mais de uma ocasião fui ao cemitério só para meditar. Às vezes é melhor comungar com os mortos do que andar pelas ruas apinhadas de gente em nossas cidades e ali encontrar mortos ambulantes e insepultos, nos quais já pereceu a fé, a esperança e o amor. Com frequência, podemos aprender mais do silêncio dos mortos do que das palavras dos vivos.

Gosto de ler os epitáfios. Em uma dessas visitas à cidade dos mortos, lembro-me de ter observado um belo túmulo, de lápides escuras e polidas, tendo em cima a estátua de um anjo com as asas alçadas. Chamaram-me a atenção as palavras, gravadas em letras douradas, sobre uma das lajes: “Os que se foram deste mundo somente morrem quando não são mais lembrados por aqueles que em vida amaram.”

Pensei com meus botões: “Pior mesmo é estar vivo e já esquecido.” E há tantos esquecidos vivendo à margem da existência!

Há epitáfios de toda espécie: melancólicos, irônicos, irreverentes, publicitários. No cemitério de Sargentville, Maine, há um túmulo com os dizeres: “Em honra à memória de Eliseu Philbrook e sua mulher Sara. Jazemos neste túmulo hebreu, costas com costas, minha esposa e eu. Quando a última trombeta estiver soando, se ela se levantar, vou por aqui ficando.”

Epitáfio num túmulo de Springdale, Ohio: “Aqui jaz Jane Smith, mulher de Thomas Smith, marmorista. Este monumento foi erigido pelo marido como tributo à memória da esposa, e para servir de amostra do seu trabalho. Peças neste estilo, 350 dólares.”

Outro túmulo norte-americano diz: “Aqui jaz Lem S. Frame, o qual matou 89 índios durante a sua vida. Esperava haver matado 100 até o fim do ano, quando adormeceu em Jesus.”

No cemitério da Bíblia há muitos personagens. Na sepultura de Jó poderíamos ler as seguintes palavras de esperança: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a Terra” (Jó 19:25). Na galeria dos personagens do Novo Testamento nos deparamos com um túmulo abandonado, esquecido, onde se lê: “Aqui jaz Judas Iscariotes, o que O traiu” (Mt 27:3). A seu lado está outro sepulcro em más condições, com a inscrição: “Aqui jaz Demas, que amou o presente século” (2Tm 4:10).

Que epitáfio você escolheria para si?

domingo, 11 de julho de 2010

Contente com migalhas?

Ela, porém, Lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças. Marcos 7:28



A vida era difícil para Anastácia (a Bíblia não menciona seu nome, mas vamos chamá-la assim). Ela era uma mulher grega, de origem siro-fenícia, cuja filha estava endemoninhada. Anastácia passava muitas noites em claro, vendo a filha sofrer com longos acessos de gritos e convulsões. Mãe e filha eram prisioneiras em sua própria casa.



Anastácia já havia passado horas e horas diante de deuses pagãos e gastara muito dinheiro em oferendas e sacrifícios, inutilmente. Então ela ouviu falar de um Galileu que curava todo tipo de doenças, e que estava agora nas terras de Tiro e Sidom. As notícias correram velozmente: “Ele cura a todos, indistintamente, não só os judeus. E não cobra nada!”



Anastácia encheu-se de esperança. Ela não podia perder esta oportunidade! Saiu perguntando aqui e ali até descobrir o paradeiro de Jesus, numa casa em que Ele esperava ficar em paz e no anonimato. Em desespero, prostrou-se aos Seus pés rogando-Lhe que expulsasse de sua filha o demônio.



A primeira reação de Cristo foi o silêncio. Então veio a rejeição por parte dos discípulos, pedindo a Cristo que a mandasse embora, e finalmente a aparente rejeição de Cristo: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15:24). Mas a mulher não desistiu. Então Cristo expressou a típica atitude judaica de que os gentios eram indignos das bênçãos celestiais: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (v. 26), isto é, o pão da salvação que Deus havia confiado aos judeus para ser distribuído aos gentios, mas que os judeus egoisticamente conservavam para si mesmos.



Ela não se sentiu ofendida com essa comparação, porque mesmo esses pequenos animais domésticos participavam dos alimentos que sobejavam da casa. E percebendo a compaixão, que Jesus não conseguia disfarçar, respondeu: “Eu sei que eu sou apenas um cachorrinho pagão, mas ficarei contente com uma migalha desse pão. Uma migalha do Teu poder será suficiente para minha necessidade.” Jesus, surpreso com essa demonstração de fé, expulsou o demônio.



Anastácia saíra de casa pensando apenas no bem-estar da filha, mas encontrou muito mais do que isso: reconheceu nEle o Messias e entendeu que os gentios também eram filhos de Deus.



Muitos de nós nos contentamos com migalhas espirituais, quando Deus está disposto a nos oferecer um banquete.

sábado, 10 de julho de 2010

Como guardar o sábado

E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento. Lucas 23:56

Num sábado de manhã visitei a igreja adventista de Valença, no sul da França. À saída, um pastor aposentado me convidou para ir à sua casa, à tarde. E lá, à beira da piscina, ele me contou que o pastor anterior muitas vezes deixava a igreja a cargo do ancião, no sábado, e ia para as montanhas participar de campeonatos de para-pente. Ele disse que não concordava com essa atitude. Este é, certamente, um exemplo de transgressão do sábado.

Entre nós se discute se é lícito, no sábado, cozinhar, tomar banho, andar de bicicleta, ler uma carta, nadar, dormir, manter relações sexuais. Alguns acham que se pode caminhar, mas não correr. Bola, nem pensar. A Palavra de Deus não apresenta uma lista de proibições ou atividades lícitas no santo dia do Senhor. Contudo o Espírito de Profecia cita alguns exemplos concretos que podem nos servir de guia e fazer com que evitemos os extremos:

1. O sábado provê “a oportunidade da comunhão com Ele, com a natureza, e uns para com outros” (Educação, p. 251).

2. O tempo restante, após a Escola Sabatina e o culto, “poderá ser passado em casa e ser o mais precioso e sagrado que o sábado proporciona. Os pais deverão passar boa parte desse tempo com os filhos” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 358).

3. O sábado é um excelente dia para estudar a natureza, pois ela revela verdades sobre Deus (ibid.).

4. Deve-se evitar viagens desnecessárias nesse dia (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 360).

5. “O sábado não deve ser passado em ociosidade” (ibid., p. 361).

6. “O labor que constitui o ganha-pão, deve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito mundanos é lícito nesse dia” (O Desejado de Todas as Nações, p. 207).

7. Não devemos negligenciar as necessidades da humanidade sofredora, na sábado (Conselhos Sobre Saúde, p. 236).

8. “Desagrada a Deus que os observadores do sábado durmam muito tempo no sábado” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 704).

9. Médicos e enfermeiros precisam muitas vezes trabalhar no sábado para atender aos enfermos. Mas os “tratamentos usuais e operações, que possam ser adiados, devem sê-lo” (ibid., v. 7, p. 106).

10. Os pais devem tornar o sábado deleitoso para os filhos (ibid., v. 2, p. 584).

Deus nos ajude a desfrutar o sábado sem sermos escravos de regras, nem relapsos quanto à guarda desse santo dia. Ele deve ser visto como um ato de amor a Deus, e como tal deve ser observado.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Paz na tempestade

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo. Salmo 23:4

Erasmo de Rotterdam, o maior intelectual europeu do século dezesseis, viu-se, certa vez, face a face com a morte durante uma viagem marítima. O veleiro no qual viajava encalhou e começou a partir-se. Quase todos a bordo reagiram histericamente. Alguns passageiros invocavam seus santos implorando auxílio, outros cantavam hinos ou oravam em voz alta.

Mas Erasmo notou alguém que agiu de modo diferente. “De todos nós”, escreveu ele, “quem permaneceu mais sereno, foi uma jovem mulher que segurava em seus braços um bebê, o qual estava amamentando. Ela foi a única que não gritou, chorou ou negociou com o Céu. A única coisa que ela fez foi orar calmamente, em voz baixa, enquanto abraçava firmemente o bebê.”

Erasmo entendeu que esta oração era apenas uma continuação da vida regular de oração daquela senhora. Ela não pediu favores especiais nessa ocasião. Ela simplesmente confiava em Deus.

Quando o barco começou a afundar, essa jovem mãe foi colocada numa prancha, deram-lhe um pedaço de mastro para ela usar como remo, e despacharam-na para o meio das ondas. Ela precisava segurar o bebê com uma das mãos, enquanto tentava remar com a outra. Poucos acreditavam que ela pudesse sobreviver à forte arrebentação.

No entanto, sua fé e coragem lhe valeram nesse momento difícil, e ela e o bebê foram os primeiros a chegar à praia. Erasmo jamais se esqueceu da calma dessa mãe ao enfrentar aquela situação de risco. Ela não se entregou ao desespero nem se apegou a falsos deuses.

Seu único auxílio e esperança estavam em Deus. Não num Deus de última hora, a quem a maioria recorre em caso de emergência, mas num Deus com quem convivia diariamente, em uma relação de fé e amizade.

Estamos nós preparados para desfrutar paz em meio à tempestade? Confiamos em Deus sem reservas, mesmo quando nosso barco parece estar afundando?

Reconheçamos nossa fragilidade, segurando a mão do Pai, nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente, não só nas tribulações, mas em todos os momentos da vida.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bandeira de liberdade

Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados. Isaías 61:1



Durante 25 anos Nicolae Ceausescu governou a Romênia com mão de ferro. A Securitate, sua polícia política composta de trinta mil homens, mantinha a população sob temor constante, suprimindo com violência o menor sinal de oposição ao regime.



Entretanto, esse tirano caiu em questão de horas, em dezembro de 1989, graças à coragem de um obscuro pastor da Igreja Reformada, na cidade de Timisoara. Laszlo Tokes não conseguiu se calar diante dos abusos cometidos pelo governo de Ceausescu. Por causa disso, negaram-lhe o tíquete de alimentação. Membros de sua igreja, que tentaram lhe trazer alimento, foram barrados pela polícia. Recebeu telefonemas ameaçadores. Uma noite, quatro homens arrombaram sua casa e o espancaram. Mas o Pastor Tokes não se calou.



Finalmente, foi emitida uma ordem judicial para expulsá-lo de sua igreja. Então os crentes decidiram se manifestar publicamente. Eles foram à igreja, deram-se as mãos e formaram uma corrente em volta dela. Quando a polícia veio para prender Tokes, eles se recusaram a sair. A Securitate ordenou às tropas do exército que abrissem fogo contra a multidão. As tropas desobedeceram. Então a própria Securitate começou a atirar, ferindo e matando centenas de pessoas.



As notícias do massacre se espalharam pelo país como um rastilho de pólvora. Houve demonstrações públicas e greves. Ceausescu convocou um comício, mas foi desafiado por protestos. O ditador fugiu para o palácio, mas ele e sua mulher foram presos, julgados sumariamente e executados.



Por mais de duas décadas os romenos suspiraram por liberdade, mas esta só se tornou uma realidade para eles quando decidiram assumir um compromisso público, dando-se as mãos em torno da igreja.



Nós também nos achamos oprimidos por um ditador chamado Satanás, e precisamos declarar publicamente a quem pertencemos. Os cristãos primitivos nos deixaram esse exemplo. Após um sermão de Pedro, os ouvintes, comovidos, perguntaram: “Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo” (At 2:37, 38).



O batismo é a nossa bandeira de liberdade. É um compromisso público, no qual declaramos que pertencemos a Jesus. Você já deu esse passo, unindo-se ao movimento de libertação de Jesus Cristo?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O essencial na vida cristã

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16

Um grupo de pessoas estava se preparando para escalar o Monte Branco, na França. No dia anterior à escalada, um guia francês esboçou os principais requisitos para que tudo saísse bem. Ele disse: “Para alcançar o topo vocês precisam carregar apenas o equipamento necessário. Todos os acessórios desnecessários precisam ser deixados de lado. É uma escalada difícil.”

Um jovem inglês não atendeu essas instruções e pela manhã apareceu com um pesado cobertor, grandes pedaços de queijo, uma garrafa de vinho, duas máquinas fotográficas e várias lentes penduradas ao pescoço, e algumas barras de chocolate. O guia disse: “Você jamais conseguirá chegar ao topo com tudo isto.”

Mas o inglês era teimoso e saiu em frente do grupo para provar que podia. Os outros seguiram as instruções do guia, com o mínimo necessário. Na subida para o monte eles começaram a notar algumas coisas que alguém havia abandonado ao longo do caminho: um cobertor, alguns pedaços de queijo, uma garrafa de vinho, máquinas fotográficas e barras de chocolate. Ao chegarem ao topo, encontraram lá o jovem inglês. Ele se convencera de que precisava livrar-se da bagagem não essencial.

O que é essencial na vida cristã? João responde isto no mais famoso verso da Bíblia: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Martinho Lutero chamou este verso de “o evangelho em miniatura”. Em outras palavras, se todas as Bíblias do mundo desaparecessem e tivéssemos de nos apegar apenas a um texto, ficaríamos com o que é absolutamente vital.

Deus amou o mundo. João não estava se referindo ao amor de Deus por montanhas, lagos, desertos ou flores. Ele estava falando de pessoas. Deus ama o ser humano, essa criatura contraditória que faz os desertos florescerem e os lagos morrerem.

Alguns anos atrás houve rebeliões nos presídios de um estado, e perguntaram ao governador o que sua administração pretendia fazer para melhorar a situação. O governador respondeu: “Nunca teremos melhores prisões enquanto não tivermos melhores prisioneiros.”

Não teremos um mundo melhor enquanto não tivermos melhores habitantes. Apesar disso, não importa quão maus sejamos, é a nós que Deus ama. Todo aquele que nEle crê pode ter a vida eterna. Basta ir a Jesus.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Jesus ensina um empresário – 2

Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. Atos 2:41

Dênis disse ao amigo empresário que Jesus usou dois métodos que conduziram Seus discípulos ao sucesso: (1) Em vez de apontar os erros, Ele preferiu descobrir seus acertos e elogiar-lhes o esforço. Por exemplo: quando Pedro se tornou o primeiro discípulo a reconhecer Jesus como o esperado Messias, Jesus honrou a fé de Pedro dizendo-lhe que sua confissão fora motivada por revelação de Deus Pai, confissão na qual Pedro reconhece que Jesus é o Messias, sobre o qual a igreja seria estabelecida. Esta foi uma excelente motivação para ele.

Cada vez que você chama a secretária e lhe diz: “Você digitou errado de novo”, lhe transmite a ideia de que você espera que ela erre.

Você não a motivou a agir de modo diferente.

– E o que você acha que Jesus faria? – perguntou o amigo.

– Eu acho que toda vez que a secretária digitasse um texto sem erros, Jesus a chamaria e lhe diria que um trabalho excelente como esse teria ótima repercussão na imagem da empresa e que ela parecia estar melhorando dia a dia em seu trabalho. Isto faria com que ela se sentisse valorizada e motivada a digitar com perfeição as cartas.

(2) Sempre que os discípulos nutriam dúvidas sobre o trabalho, Jesus reafirmava-lhes os alvos e objetivos, lembrando-os da importância da missão. Veja: “Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando O viram, O adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-Se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade Me foi dada no Céu e na Terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:16-19).

Após a ressurreição, Cristo apareceu primeiro a Pedro, e depois aos outros discípulos (Lc 24:34, 1Co 15:5). O encontro com Pedro era prioritário para Jesus. E isso fez Pedro entender que seus fracassos anteriores estavam perdoados e esquecidos. Cheio do Espírito Santo, ele pregou um sermão, no Pentecostes, que levou à conversão 3.000 pessoas. Que mudança extraordinária!

O perdão de Cristo e a reafirmação de que Ele continuava acreditando na capacidade do Seu discípulo promoveu essa tremenda transformação.