Para impedir que eu me exaltasse [...], foi-me dado um espinho na carne. 2 Coríntios 12:7
Dificilmente encontraremos nos escritos de Paulo um texto como o de hoje, tão carregado emocionalmente, no qual ele derrama o coração. Era uma dor secreta, alguma coisa da qual ele não falava aos demais. Ele mesmo desabafa depois: “Por causa da extravagância daquelas revelações e para que eu não me orgulhasse, recebi de presente uma debilidade para me manter em contato com minhas limitações. O anjo de Satanás fez o que pôde para me manter lá embaixo, mas o que ele fez de fato foi que eu caísse sobre meus joelhos” (Rm 12:7, 8, The Message).
Muitos comentários foram feitos na tentativa de identificar esse espinho que impedia Paulo de ser mais eficiente no trabalho: se era um defeito físico, a oposição que encontrava ao seu trabalho ou alguma tentação espiritual. Ellen White comenta: “Paulo tinha uma aflição corporal, sua visão não era boa. Ele pensou que através de sincera oração a dificuldade pudesse ser removida. Mas o Senhor tinha Seu propósito e disse para ele: ‘Não me fale mais sobre esse assunto. Minha graça é suficiente. Ela o capacitará para enfrentar a enfermidade’” (Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, p. 1107). Assim como os pais respondem a um pedido insistente do filho: “Não peça mais. Já falei para você. Agora, não!” Paulo teve que parar de orar a esse respeito.
Nas situações estressantes, quando temos que tomar uma decisão que afetará o futuro e estamos com medo de errar, esta é uma rica promessa: “Minha graça é suficiente” (2Co 12:9).
Na experiência religiosa ou em momentos devocionais, muitas pessoas incorporam à sua vida orações e promessas que repetem cada dia. “Minha graça é suficiente” é uma das respostas a essas orações e inclui todos os recursos de Deus colocados à nossa disposição.
Para cada aspecto da nossa vida, em qualquer área em que nossa resistência esteja sendo testada em seu ponto máximo, lembremo-nos de que a graça de Deus é suficiente. E mesmo depois de ter tomado a decisão, vendo que as coisas não estão saindo conforme desejamos, confiemos nessa promessa.
Reinhold Niebuhr escreveu esta pequena oração, que ficou conhecida como Oração da Serenidade: “Senhor, dá-me a serenidade de aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar aquelas que eu posso mudar, e sabedoria para distinguir umas das outras.”
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