Quando o centurião que estava em frente de Jesus ouviu o Seu brado e viu como Ele morreu, disse: “Realmente este homem era o Filho de Deus!” Marcos 15:39
Não sabemos como ele se chamava, apesar de a tradição dar-lhe o nome de Longinus. Como veterano de guerra nas fileiras militares, ele foi indicado com sua guarnição para um posto fronteiriço do Império: a Palestina. Ele tinha crescido e sido educado numa cultura que salientava o poder e havia conseguido em sua carreira militar muitas medalhas, comendas e troféus. Era um soldado que tinha jurado fidelidade a César. Estava orgulhoso de marchar sob a bandeira da águia romana.
Sob a responsabilidade de sua guarnição estava agora a tarefa de crucificar três homens. Imagino que esses soldados devam ter passado por um processo de dessensibilização para não se abalarem com o sofrimento, os gritos de dor e os xingamentos daqueles que eram crucificados.
Entre os que seriam crucificados, um deles, marcado pelos açoites, mantinha o porte de realeza e dignidade. Não havia em Seu rosto o estigma do crime, nem a expressão de vingança.
O centurião acompanhou passo a passo todo o processo da crucifixão. Escutou Jesus dizer: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23:34). Escutou a conversa de um dos ladrões com Jesus. Procurou manter a calma de seus soldados quando o sol escureceu. Viu quando Jesus exalou o último suspiro. “Ele é inocente. Ele não merece morrer. Por que estão fazendo isso?”
No livro O Desejado de Todas as Nações, lemos: “Nos acontecimentos finais do dia da crucifixão, [...] quando a treva se erguera de sobre a cruz, e o Salvador soltara Seu brado agonizante, ouviu-se imediatamente outra voz dizendo: ‘Verdadeiramente este era o Filho de Deus’ (Lc 23:47).
“Essas palavras não foram murmuradas em segredo. Todos os olhos se voltaram a ver de onde provinham. De quem eram? Do centurião, o soldado romano. A divina paciência do Salvador, e Sua súbita morte, com o grito de vitória nos lábios, impressionaram esse pagão. [...]
“Assim foi novamente dada a prova de que nosso Redentor devia ver o trabalho de Sua alma. No mesmo dia de Sua morte, três homens, diferindo largamente entre si, declararam sua fé – o que comandava a guarda romana, o que conduzira a cruz do Salvador e o que morrera na cruz ao Seu lado” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 770).
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