domingo, 11 de março de 2012

Calvário

Mas Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas, fomos curados. Isaías 53:5

Não foram os romanos que inventaram a cruz. Mas eles adotaram a ideia e a colocaram em prática por séculos para deter a todo custo a oposição ao império.

A cruz cumpriu muito bem o seu propósito. Foi utilizada na grande maioria das vezes como um meio de execução pública. O inimigo da paz romana era forçado a desfilar pelas ruas, carregando a cruz ou parte dela. Os transeuntes viam – e tremiam diante da cena. O local de execução era público. O objetivo era que todos vissem o destino daqueles que ousavam levantar-se contra Roma! E a morte vinha lentamente. Às vezes, a vítima permanecia vários dias pregada ou amarrada à cruz, até que a exposição ao Sol e a perda de fluidos corporais trouxessem o tão esperado alívio da morte.

Os romanos fizeram grande uso da cruz, mas nunca para executar os compatriotas. Nas ocasiões em que alguns imperadores ignoraram essa restrição, a indignação se espalhou entre o povo e surgiram revoltas. A cruz simbolizava vergonha e humilhação – algo terrível demais para um cidadão romano. O apóstolo Paulo, por exemplo, cidadão romano, não foi crucificado. Ele foi executado pela espada.

Mas Jesus de Nazaré, que não tinha a cidadania romana, podia ser crucificado, e foi. “O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos açoites; aquelas mãos tantas vezes estendidas para abençoar, pregadas ao lenho; aqueles pés tão incansáveis em serviço de amor, cravados no madeiro; a régia cabeça ferida pela coroa de espinhos; aqueles trêmulos lábios entreabertos para deixar escapar um grito de dor.

“E tudo quanto sofreu – as gotas de sangue a Lhe correr da fronte, das mãos e dos pés, a agonia que Lhe atormentou o corpo, e a indizível angústia que Lhe encheu a alma ao ocultar-se dEle a face do Pai – tudo fala a cada filho da família humana, declarando: É por ti que o Filho de Deus consente em carregar esse fardo de culpa; por ti Ele destrói o domínio da morte, e abre as portas do Paraíso. Aquele que impôs calma às ondas revoltas, e caminhou por sobre as espumejantes vagas, que fez tremerem os demônios e fugir a doença, que abriu os olhos cegos e chamou os mortos à vida – ofereceu-Se a Si mesmo na cruz em sacrifício, e tudo isso por amor de ti.
Ele, o que leva sobre Si os pecados, sofre a ira da justiça divina, e torna-Se mesmo pecado por amor de ti” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 755, 756).

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