terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Apostasia – um perigo constante

Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. 1 Coríntios 10:12

Toda pessoa é livre para escolher servir a Cristo, e é igualmente livre para virar-Lhe as costas. Uma pessoa pode estar firme em Cristo pela manhã e rejeitá-Lo ao entardecer. Ninguém, nesta vida, atingirá um nível espiritual do qual não possa cair. Daí a importância de manter-se vigilante.

Cristo declarou que havia descrentes entre os Seus próprios discípulos (Jo 6:64), tanto é que muitos deles “O abandonaram e já não andavam com Ele” (v. 66). Alguns perceberam que não seria possível desafiar as autoridades de seu tempo sem sofrer as consequências. Estavam dispostos a seguir a Jesus com “céu de brigadeiro”, mas não sob tempestade. E estava se armando uma tormenta sobre Jesus e Seus seguidores. Outros haviam vindo a Jesus por interesse, e quando sentiram que o discipulado envolveria não apenas receber, mas também dar de si, caíram fora.

A Bíblia está repleta de apóstatas, a partir de Caim. Mas quero me concentrar hoje no caso de Demas, cujo nome é mencionado apenas três vezes. A primeira está em Filemom, onde Paulo chama a Demas e Lucas de “meus cooperadores” (v. 24). Podemos ver aí a grande estima em que Demas era tido: seu nome é mencionado antes do de Lucas, e Paulo o considera um “cooperador”. Na segunda menção a Demas, Paulo diz: “Saúda-vos Lucas, o médico amado, e também Demas” (Cl 4:14). Parece que algo mudou aí, pois Paulo agora menciona Lucas em primeiro lugar, com uma palavra de apreço, e se limita a citar Demas depois, apenas pelo nome. Aparentemente, Demas havia começado a se afastar. Mais tarde, Paulo diz: “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou” (2Tm 4:10). Aqui temos, em poucas palavras, a história da vida de um homem. Ele não apostatou de um dia para o outro. A chama da sua fé foi se extinguindo lentamente.

A mesma condição existe hoje na igreja. Dificilmente alguém acorda um dia e declara: “A partir de hoje não serei mais cristão. Vou abandonar a Deus, deixar de ler a Bíblia, e sair da igreja.” A pessoa vai se afastando aos poucos, negligenciando a oração, o estudo da Bíblia, a devoção para com Deus, a frequência aos cultos.

Prevenir a apostasia é melhor do que remediar. Continuemos cultivando nossa fé como se cultiva uma planta no jardim. É necessário cuidado constante.

Quando Jesus perguntou aos doze: “Quereis também vós outros retirar-vos?”, a resposta de Pedro deve ser também a nossa: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6:67, 68).

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