Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Lucas 17:3
Lucas não esclarece como se deve repreender um irmão. Porém o apóstolo Paulo nos dá essa orientação: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura” (Gl 6:1). Não é fácil corrigir com brandura, pois quem corrige geralmente está irritado com quem cometeu a falta, e se não tiver educação e domínio próprio poderá usar palavras ásperas e ofensivas, que talvez causem ressentimento por toda a vida.
São comuns as repreensões no âmbito do trabalho, no lar, nos esportes, e também na igreja. O conselho do apóstolo Paulo, de corrigir com espírito de brandura, se dirige, em primeiro plano, aos irmãos da igreja. Mas pode ser aplicado em qualquer esfera do relacionamento humano.
Cristo é nosso Modelo também quanto ao assunto da repreensão. Ele foi um grande repreensor: repreendeu fariseus, mercadores do Templo, Seus próprios discípulos, e até os demônios. Repreendeu o vento e o mar. Em alguns casos, Sua repreensão foi extremamente severa, como quando disse a Pedro: “Arreda, Satanás!” (Mt 16:23). Essas foram quase as mesmas palavras com que Cristo repeliu a Satanás no deserto (Mt 4:10). “As palavras de Cristo, no entanto, foram dirigidas não tanto ao discípulo, mas àquele que as havia instigado” (SDABC, v. 5, p. 434).
Repreender Satanás é diferente de repreender um irmão. Um irmão faltoso precisa ser corrigido com amor, visando sua restauração. Satanás não pode ser tratado com brandura, pois está além da possibilidade de recuperação.
Vejamos agora a maneira vigorosa como Cristo recusou o pedido da mãe de Tiago e João. Ela se aproximou de Jesus para pedir-Lhe um favor: “Manda que, no Teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à Tua direita, e o outro à Tua esquerda” (Mt 20:21). Jesus lhe disse que ela não sabia o que estava pedindo, e que não Lhe competia conceder tal coisa.
A mãe desses dois discípulos não ficou ressentida com essa recusa, pois Cristo sabia censurar alguém de tal maneira que Seu amor se irradiava através de Suas palavras. A prova de que ela não ficou ofendida é que, quando Cristo morreu, ela estava lá, junto à cruz, com as outras mulheres. Ela demonstrou humildade para aceitar uma repreensão feita com amor.
E este é o duplo recado que a Palavra de Deus nos deixa: corrigir com amor e aceitar a correção com humildade.
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