Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Mateus 25:18
Não há dúvida de que o enfoque principal da parábola dos talentos está no servo que recebeu um talento. Esse indivíduo aparece bem no centro do palco, e dele é que devemos extrair a lição mais importante, pois certamente existem mais pessoas de um só talento neste mundo, e também dentro da igreja, do que aquelas de dois e de cinco talentos.
O homem de um talento enterrou seu capital. A intenção dele era conservá-lo. Mas a parábola nos mostra que ele acabou perdendo-o. Num plano imediato, esse servo representa os escribas e fariseus, que queriam conservar a Lei intacta e só para si mesmos. Restringiam-se à letra do que estava escrito e não aceitariam ampliações de sua compreensão, como Cristo procurou mostrar-lhes ao completar o que foi dito aos antigos (ver Mt 5:21-48).
Num plano mais distante, o homem de um talento simboliza o indivíduo que se contenta com a rotina na igreja. Não comete crimes, mas também não se interessa muito em qualquer expressão do bem. Mostra-se egoísta e, pior, contenta com o seu egoísmo. Não serve aos semelhantes, porquanto se envolve demasiadamente em seus negócios particulares, e só serve a si mesmo.
Por causa de seus temores, tem um mau conceito de seu senhor, e isso ilustra o fato que se pode observar facilmente no mundo e na igreja – que as pessoas podem conceber a Deus como um tirano, que espalha destruição e miséria por toda parte. O mau servo disse: “Senhor, eu Te conhecia, que és um homem duro.” Este homem, portanto, julgava Deus como arbitrário, vingativo, sem misericórdia, como os reis da terra.
Uma lição dura que esta parábola nos ensina é que aquilo que você não usa lhe será tirado.
Um indivíduo agnóstico achou que Jesus havia sido muito cruel com o servo de um talento, ao puni-lo com a apreensão de seu único talento. Jesus de fato disse: “Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt 25:28, 29). Mas Jesus não estava sendo cruel. Ele estava simplesmente demonstrando uma lei da vida. Se você usa o que tem, terá mais, pois as pessoas dinâmicas progridem sempre. Se não usa, perderá até mesmo o pouco que tem. Neste sentido, os seres humanos são parecidos com as pilhas de uma lanterna: não sendo usadas, elas enferrujam.
Se usarmos nossos talentos para a glória de Deus, Ele os multiplicará e fará com eles o que consideramos impossível.
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