Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. Mateus 10:29
Em meus tempos de criança, quase todos os garotos de minha idade tinham estilingue e caçavam passarinhos nas ruas da cidade. E contavam façanhas que me deixavam extasiado. Um deles disse, certa vez, que havia acertado uma pedrada num passarinho em pleno voo, derrubando-o.
Um dia, cansado de não ter o que contar consegui o material necessário – uma forquilha, um par de borrachas e um pedaço de couro – e fabriquei meu próprio estilingue. Pendurei-o ao pescoço, conforme o costume, passei a andar com os bolsos cheios de pedras, e comecei a praticar “tiro ao alvo” em latas velhas no fundo do quintal.
Uma tarde vi um pardal pousado no alto de uma goiabeira. Era um alvo perfeito. Apanhei o estilingue, coloquei-lhe uma pedra e esgueirei-me por baixo da árvore. Fiz pontaria e disparei. A pedra acertou o pardal com um barulho surdo. O bicho ficou pendurado por uma perna, no galho, e então caiu ao chão, morto.
Finalmente eu tinha o que contar aos colegas. Agora eu pertencia ao grupo dos atiradores. Mas quando ergui do chão o pardal, um pingo de sangue manchou-me a mão. Isto me deixou horrorizado. Eu, com as mãos sujas de sangue!
O sabor da vitória não havia durado um minuto. E dera lugar a uma estranha sensação – eu agora me sentia um assassino. Imediatamente procurei abafar a voz da consciência, dizendo a mim mesmo: “Mas que bobagem! Um pardal não vale nada. Isso é praga! Talvez eu até tenha feito um favor.” Entretanto, a imagem de minhas mãos sujas de sangue acompanhou-me por muito tempo.
No tempo de Cristo vendiam-se passarinhos por uma quantia ínfima, provavelmente para serem comidos ou oferecidos em sacrifícios (caso de rolinhas e pombos, oferecidos por pessoas pobres).
Há pelo menos duas lições que o texto de hoje nos ensina: a primeira contraria frontalmente o ensino deísta de que Deus existe, mas não Se importa com Sua criação. Ele Se importa, sim, até mesmo com um pardal que cai ao chão. E a lição maior, dada por Jesus é: “Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais” (v. 31).
Valemos muito, mas temos que admitir que nossas mãos estão manchadas de sangue – não de um pardal, mas do Cordeiro de Deus, que deu a vida para nos salvar.
Em meus tempos de criança, quase todos os garotos de minha idade tinham estilingue e caçavam passarinhos nas ruas da cidade. E contavam façanhas que me deixavam extasiado. Um deles disse, certa vez, que havia acertado uma pedrada num passarinho em pleno voo, derrubando-o.
Um dia, cansado de não ter o que contar consegui o material necessário – uma forquilha, um par de borrachas e um pedaço de couro – e fabriquei meu próprio estilingue. Pendurei-o ao pescoço, conforme o costume, passei a andar com os bolsos cheios de pedras, e comecei a praticar “tiro ao alvo” em latas velhas no fundo do quintal.
Uma tarde vi um pardal pousado no alto de uma goiabeira. Era um alvo perfeito. Apanhei o estilingue, coloquei-lhe uma pedra e esgueirei-me por baixo da árvore. Fiz pontaria e disparei. A pedra acertou o pardal com um barulho surdo. O bicho ficou pendurado por uma perna, no galho, e então caiu ao chão, morto.
Finalmente eu tinha o que contar aos colegas. Agora eu pertencia ao grupo dos atiradores. Mas quando ergui do chão o pardal, um pingo de sangue manchou-me a mão. Isto me deixou horrorizado. Eu, com as mãos sujas de sangue!
O sabor da vitória não havia durado um minuto. E dera lugar a uma estranha sensação – eu agora me sentia um assassino. Imediatamente procurei abafar a voz da consciência, dizendo a mim mesmo: “Mas que bobagem! Um pardal não vale nada. Isso é praga! Talvez eu até tenha feito um favor.” Entretanto, a imagem de minhas mãos sujas de sangue acompanhou-me por muito tempo.
No tempo de Cristo vendiam-se passarinhos por uma quantia ínfima, provavelmente para serem comidos ou oferecidos em sacrifícios (caso de rolinhas e pombos, oferecidos por pessoas pobres).
Há pelo menos duas lições que o texto de hoje nos ensina: a primeira contraria frontalmente o ensino deísta de que Deus existe, mas não Se importa com Sua criação. Ele Se importa, sim, até mesmo com um pardal que cai ao chão. E a lição maior, dada por Jesus é: “Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais” (v. 31).
Valemos muito, mas temos que admitir que nossas mãos estão manchadas de sangue – não de um pardal, mas do Cordeiro de Deus, que deu a vida para nos salvar.
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